Re: ARLA/CLUSTER: Fenda do icebergue gigante da Antárctida dividiu-se em duas, com cinco mil quilómetros quadrados, vai soltar-se da plataforma. E depois?
Carlos Pinheiro
karlus.pinheiro gmail.com
Quinta-Feira, 4 de Maio de 2017 - 11:47:55 WEST
Bom dia colega Costa e restantes,
Há qualquer coisa aà que não bate certo...
" desde 1950,
a temperatura média anual do ar subiu cerca de três graus Celsius. "
Significa que nos últimos 67 anos a temperatura subiu 67 x 3 = 201 graus
Celsius ???
73 de CT1PT
CP
No dia 4 de maio de 2017 às 11:18, João Costa > CT1FBF <ct1fbf gmail.com>
escreveu:
> A fissura num grande bloco de gelo, na plataforma Larsen C, partiu-se
> em duas, assumindo a forma de uma lÃngua de cobra.
>
> A separação do icebergue está para muito breve, avisam os vigilantes
> cientistas.
>
> Há vários meses que o bloco de gelo é notÃcia, relatando-se cada
> avanço da fissura na plataforma Larsen C. Actualmente, existem 180
> quilómetros de uma fenda aberta no gelo da Antárctida que foi
> crescendo a um ritmo impressionante nos últimos meses. O final é mais
> ou menos previsÃvel: um icebergue gigante, com cinco mil quilómetros
> quadrados, vai soltar-se da plataforma. E depois?
>
> Está quase. Desde Fevereiro que a fenda na plataforma Larsen C parecia
> ter abrandado a sua progressão no gelo, mas a 1 de Maio foi observada
> uma mudança no cenário branco. Uma das pontas do risco no gelo
> abriu-se em duas, apresentando agora uma bifurcação semelhante Ã
> lÃngua de uma cobra. O “novo ramoâ€, que nasceu dez quilómetros antes
> do fim da fenda, surgiu mais perto do mar e dirige-se para a frente de
> gelo, segundo os dados recolhidos pelo cientistas do Projecto Midas,
> da Universidade de Swansea, no PaÃs de Gales (Reino Unido) que
> acompanham a evolução da plataforma Larsen C. O ramo que actualmente
> terá cerca de dez quilómetros de comprimento não aumenta o tamanho da
> fenda original, mas deverá aumentar a fragilidade do bloco do gelo
> formando uma ponta com duas brechas.
>
> Em Janeiro, quando só havia uma fenda, o rasgo no gelo já tinha cerca
> de 175 quilómetros, faltavam 20 para se partir. Agora, com o tal
> abrandamento registado desde Fevereiro, as duas pontas quase paralelas
> da fenda chegam aos 180 quilómetros. Segundo os investigadores, a
> abertura deste novo ramo terá surgido quando a fissura original
> atingiu gelo mais macio e por isso mais difÃcil de se fracturar,
> transferindo a pressão e tensão para outra zona do bloco.
>
> Segundo uma publicação dos investigadores no site do Projecto Midas, a
> observação directa do novo ramo da fenda é difÃcil por causa do
> Inverno que está actualmente instalado na Antárctida. Assim, explicam
> na nota, as observações foram apoiadas nas imagens de interferometria
> recolhidas pelos satélites Sentinela, da Agência Espacial Europeia.
> “Embora o comprimento da fenda tenha ficado estável durante vários
> meses, tem crescido de forma constante, a taxas superiores a um metro
> por dia. Este alargamento tem aumentado sensivelmente desde o
> desenvolvimento do novo ramo, como pode ser visto nas medições da
> velocidade do fluxo de geloâ€, referem os cientistas.
>
> E agora?
>
> Quando este bloco de gelo se separar, a plataforma Larsen C perderá
> mais de 10% da sua área, fazendo com que a frente de gelo fique na
> posição mais recuada de sempre. “Este fenómeno vai mudar de forma
> fundamental a paisagem da PenÃnsula Antárcticaâ€, dizem os
> investigadores dedicados ao Projecto Midas, lembrando que a “nova
> configuração será menos estávelâ€. Por outro lado, referem que é
> possÃvel que a Larsen C siga o exemplo da sua vizinha (Larsen B), que
> se desintegrou em 2002, após um fenómeno semelhante ao que está agora
> a acontecer.
>
> Gigantesco icebergue prestes a nascer na Antárctida
>
> As lições aprendidas com a desintegração da Larsen A e a Larsen B, em
> 1995 e 2002, mostram também que a entrada no oceano destes grandes
> blocos de gelo, que são a parte final dos glaciares, aumenta o nÃvel
> do mar.
>
> Ao Inverno que alonga as noites na Antárctida e dificulta as
> observações e ao gelo macio, soma-se outro factor que pode acelerar o
> inevitável desfecho da separação do icebergue. O centro de
> investigação British Antarctic Survey publicou na semana passada um
> estudo que mostra que naquela zona sopra actualmente um especial vento
> quente (foehn) que cai sobre as montanhas da penÃnsula para a
> plataforma de gelo Larsen C e que pode ajudar a derrete-la. Se um dia
> ocorrer o colapso da Larsen C (e para confirmar se isto acontece ainda
> será preciso esperar muito tempo), não será um caso inédito.
>
> A lista de plataformas de gelo que se partiram, recuaram ou perderam
> volume nas últimas décadas é longa. Faz parte do ciclo de vida dos
> glaciares. Uma das explicações para este tipo de fenómenos está
> centrada nas alterações climáticas. E a PenÃnsula Antárctica é dos
> locais que têm estado a aquecer mais depressa no planeta: desde 1950,
> a temperatura média anual do ar subiu cerca de três graus Celsius.
> Porém, esta separação do icebergue da plataforma flutuante de gelo
> poderá ter também causas naturais, uma vez que os colapsos destas
> placas são frequentemente o resultado de questões dinâmicas. O mais
> provável mesmo será estarmos a assistir ao resultado da força da
> natureza, empurrada pela mão humana.
>
> Resta esperar. A cada seis dias, há um radar em satélites que envia
> informação sobre a superfÃcie de gelo para os investigadores.
>
> Fonte: Jornal Publico
>
>
> _______________________________________________
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>
>
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Carlos Pinheiro
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