ARLA/CLUSTER: Post

Carlos Fonseca - CT1GFQ ct1gfqgrupos gmail.com
Quarta-Feira, 12 de Outubro de 2016 - 18:35:34 WEST


Colega João Saraiva.
Tirando a parte das associações seu dirigentes e proteção civil, coloco a mesma questão : 
Para quê tanto repetidor?
Porquê, de haver tanto repetidor na mesma frequência (alguns chamam canal)?
Há assim tanto radioamador falante que os repetidores têm tanto movimento para justificar:
24 Reps em VHF
58 Reps em UHF
Isto só analógicos (números retirados das tabelas que por cá circulam), foram o resto...
Se fossem as muitas associações de radioamadores que pagassem as despesas inerentes a ter um repetidor 24h ligado (isto quando há luz), teriam capacidade para ??

73's de Carlos CT1GFQ
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From: João Paulo Saraiva 
Sent: Wednesday, October 12, 2016 4:06 PM
To: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER 
Subject: ARLA/CLUSTER: Post

"Gestão fracassada da rede nacional de repetidores de amador e do associativismo 
A falta de visão estratégica das Associações de Radioamadores que deveria ser uma visão global do país ao invés de uma visão bairrista e elitista, determina que o país não tenha cobertura total embora tenha mais repetidores do que aqueles que efectivamente necessita ter para a cobertura total. 
Perante este cenário a ANACOM limita-se a ceder aos caprichos bairristas das associações de radiomadores, que em parte nunca nos últimos anos passaram do resquício do saudoso associativismo radioamadoristico de outrora. 
Se olhar-mos por exemplo para a grande Lisboa, o que não faltam são repetidores, mas a cobertura chega a ser vergonhosa para estações portáteis, com zonas de sombra impensáveis para uma rede que se pretende afirmar alternativa auxiliar em proteção civil. É caso para dizer que cada associação quer ter um repetidor em casa, ao invés de o colocar estrategicamente de modo a servir o maior número possível de localidades. Na realidade, tal direito é uma prerrogativa das associações num Estado de direito democrático e que lhes é salvaguardado pelo nº 2 do Art.º 46 da Constituição da Republica Portuguesa, mas este facto não invalida a falta de visão estratégica. 
Não compreendo por exemplo porque estando atribuídas frequências para Monsanto - Lisboa, não está ali instalado nenhum repetidor para complementar a cobertura do que alegadamente está em Almada. O não cancelamento dessas licenças garante o monopólio ao detentor da licença que, a menos que esteja à espera de transaccionar os direitos da licença com outra associação, não faz qualquer sentido que não a cancele, devolvendo à ANACOM a possibilidade de dar a outras associações a oportunidade de ali instalar mais um repetidor. Mas este foi somente um exemplo daquilo que prolifera por todo o país, embora eu creia que a REP seja disso o pior de todos os exemplos, praticando uma filosofia de "não faz nem deixa fazer", a menos que seja no seio da própria REP, por alguém disposto a fazer os que lá estão não fazem. Sinceramente e apesar de ter estima por alguns dos seus dirigentes (da REP) que conheço de longa data, não compreendo e recuso-me a aceitar este Velhismo do Restelo em gente da minha idade que seguramente ainda tem condição física e mental para fazer mais, mas não faz por comodismo. 
Depois vem a dispersão de recursos, instalando repetidores digitais ao invés de se complementar primeiro a rede convencional, isto para que cada um brinque como lhe apetece e com o que lhe apetece ignorando o interesse público que se apregoa no radioamadorismo, criando ainda mais divisões e elitismos, contribuindo assim para a mobilização de cerca de algumas poucas centenas de radioamadores, e deixando de fora alguns poucos milhares de radioamadores que desmotivam e abandonam o habbie, convertendo-se à exclusividade do cibernetismo. 
Sempre fez falta uma estrutura federativa de radioamadores em Portugal, a REP não pode ter esse papel porque é concorrente das demais associações de radioamadores, embora como associação tenha a sua história e mérito de muita coisa no passado. O Projecto UAPR (União das Associações de Radioamadores de Portugal), estava morto à nascença  devido aos elitismos instalados nas associações que gostam de brilhar individualmente em detrimento de brilhar colectivamente, um problema cultural portanto.
Somos por isso um dos países do mundo dito civilizado que não tem uma federação de associações de radioamadores que se encarregue da estratégia, e isto porque alguns daqueles que nem a táctica dominam se acham estrategas de topo, quando nem de algibeira o são.  

Os radioamadores Portugueses são tecnicamente e cientificamente em muitos casos muito bons, e nem falo de mim que me considero um mero entusiasta. Acontece porém que a sua cultura de protagonismo individualista, ou mesmo em alguns casos a sua "ganância" mata o desenvolvimento e o reconhecimento colectivo de toda uma classe, que na actualidade a maioria da sociedade portuguesa não reconhece. 

Penso que, importa colocar de parte as desavenças individuais do passado, e olhar para o futuro unidos como um todo, respeitando as diferenças próprias da identidade individual de cada radioamador, de cada associação, e de cada região. Mas se não se constituir agora uma Federação em que todos estejam representados e se revejam, estamos a condicionar não só o desenvolvimento do radioamadorismo nacional, como os apoios que se poderiam conseguir para esta actividade, mas fundamentalmente se não for constituída, estaremos a determinar que caso ocorra uma catástrofe em Portugal e não exista uma política federativa estratégica nacional para a preparação dos radioamadores e suas associações, estes serão parte do problema, nunca parte da solução! 

Se olhar-mos por exemplo para o que ontem se passou no Ministério da Defesa Nacional a propósito da tentativa da Sr.ª MAI nomear um Ten.Cor. como presidente da ANPC, que obviamente foi rejeitado apesar de ser seguramente um dos mais capazes para o cargo e funções inerentes, compreende-se como funciona o nosso sistema. Logo, as associações lideradas por praças e sargentos dificilmente conseguem ter voz que se faça ouvir e defender os interesses do radioamadorismo nas instâncias políticas.  
O presidente de uma associação pode e deve ser um táctico, mas é necessário que exista uma estrutura estratégica, a federação, e que não caiam no erro de nomear para a presidir um praça, sargento ou oficial subalterno, mas sim um "general, seja ele um militar dessa patente, ou um civil com formação superior e respeitado no meio, só desse modo se fará ouvir. É esta a conclusão a que chego após muitas tentativas de dar algum contributo estratégico ao radioamadorismo, até podemos ser nós a assessorar  o "general",
mas tem de ser ele a representar-mo-nos.  


Tal como estão cada associação brilha à sua dimensão, mas juntas iluminariam o país. 

Os radioamadores portugueses precisam de UNIÃO.


P.F.: Não olhem para este texto como uma crítica, mas sim como um contributo para despertar consciências e despoletar acções.  


73´s a tod  s sem excepção 

CT1EBZ"


-- 

Melhores Cumprimentos, 

João Paulo Saraiva Amaral da  Encarnação

Telefone Móvel: 910 300 112
Largo Ãlvaro Pinheiro Rodrigues, nº 7 R/C B - 2790-471 Carnaxide - Oeiras - Portugal 
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