ARLA/CLUSTER: Trovoadas podem estar a aumentar em Portugal

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 8 de Novembro de 2013 - 13:33:53 WET


por Lusa, texto publicado por Paula Mourato
[image: Trovoadas podem estar a aumentar em Portugal]

 O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) está a estudar um
possível aumento das trovoadas em Portugal e quer reforçar a rede de
observação para poder fazer previsões com meia hora de antecedência.

"Tem sido evocado pelos operadores igualmente um aumento de trovoadas
atmosféricas e temos um grupo a trabalhar nesse assunto", com colaboração
da EDP Distribuição, disse à Lusa o presidente do IPMA, Jorge Miranda.

O presidente do IPMA especificou que "existe, aparentemente, um aumento
significativo de trovoadas em Portugal, em particular no continente, e vai
ser absolutamente necessário reforçar a rede de observação".

O tema faz parte do trabalho conjunto que o instituto desenvolve com
entidades parceiras de outros países, como a China, já que "este aumento
não está a ser observado apenas em Portugal", mas também com as empresas e
instituições dos setores afetados.

"Não temos ainda uma avaliação científica do assunto", mas "estamos a rever
todos os dados das últimas décadas para detetar se existem sinais de
variação e encaramos seriamente, em colaboração internacional, o reforço da
rede de observação", realçou Jorge Miranda.

Entre as atividades mais afetadas pelos fenómenos naturais, como vento ou
trovoada, estão as telecomunicações, a rede de distribuição energética e a
aviação.

"Alguns parâmetros de variação do clima têm sido detetados em particular
pelas empresas que trabalham no território nacional e que são muito
sensíveis às variações das condições atmosféricas que envolvem o vento e,
no ano passado, tivemos dois ou três acontecimentos de máximos de vento com
prejuízos muito significativos nas linhas de transmissão de energia",
explicou.

Jorge Miranda salientou que este é um trabalho de "enorme responsabilidade"
pois qualquer variação cientificamente estabelecida poderá envolver
variações dos prémios dos seguros, dos níveis de responsabilidade, dos
standards de construção dos edifícios e das linhas de transmissão.

"Só uma autoridade independente que não dependa de interesses, para quem o
país seja a única prioridade, é que tem a capacidade de fazer este tipo de
avaliação", defendeu o presidente do instituto.

A frequência dos fenómenos meteorológicos extremos parece estar a aumentar,
mas a capacidade do IPMA de seguir estas situações "é razoável", garantiu
Jorge Miranda.

Realçou que, se o IPMA terminar a rede de radares e melhorar a rede de
trovoadas, será capaz de "seguir com uma hora ou meia hora de antecedência
todos os fenómenos extremos", o que já é realizado para a aviação.

Os operadores de telecomunicações, de energia ou transportes "vão ter de se
preparar na próxima década para modificações na forma de trabalhar, para
saber gerir a informação de que, por exemplo, há um pico de vento previsto
para a próxima meia hora", resumiu o presidente do IPMA.
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