Re: ARLA/CLUSTER: Análise do desempenho de antenas

Diogo Condeço diogocondeco gmail.com
Quinta-Feira, 22 de Julho de 2010 - 16:59:51 WEST


Boas,

De facto, o desenho da antena de um telemóvel, é dos processos mais
complicados, desde logo pela variedade dos meios em que se pode encontrar.
Como o colega Mourato referia num email anterior, a antena de um carro está
sujeita a uma variedade de meios muito grande, neste caso para além dos
meios envolventes em si, há que ter em conta factores importantíssimos que
podem causar problemas, como por exemplo: metais da caixa, metais de óculos
(no caso de pessoas que os usem), e até mesmo a humidade das mãos.
Pelo que li sobre o assunto, parece-me que o problema deles foi mais ao
nível mecânico, uma vez que a caixa não é muito sólida, e quando se aperta
muito surgem os problemas.
Pessoalmente, tenho reparado que os telemóveis que têm uma caixa mais
robusta - em ligas metálicas - têm, como é compreensível, pior performance
em termos de desempenho radio-eléctrico.
A única câmara que visitei até à data foi a que temos na Universidade de
Aveiro, e é pouco maior em dimensões ao pedaço que se pode ver na 2ª figura
do referido link, e tem um funcionamento aceitável até aos 10GHz.
A que o colega Miguel refere, deve ser algo impressionante pelas suas
dimensões e características, mas imaginemos o que não seria preciso para
aquelas monstruosas yagis dos 160 e 80m que se vêem por ai..

Cumprimentos,

Diogo - CT2IRW

2010/7/22 Antonio Matias <ct1ffu  gmail.com>

> Olá Diogo, agora deixas-te-me embaraçado rapaz.
>
> Bem, por 100 milhões de dolares não há duvidas que tentaria desenhar
> qualquer coisa de facto  he he.
> Estas câmaras anecóicas   estão para as antenas  e altifalantes como
> os túneis de ventos estão para os carros F1 ou aviões.
> É a prova  pratica em ambiente de referencia, neutro ou quase.
> Sou defensor das analises, optimizações  e  evoluções primarias em sotware,
> seguindo a trajectória usual nestas coisas tanto para quem faz para antenas
> como fuselagens.
> É a melhor forma de se perceber o que se está fazendo, sem estragar cobre
> ou alumínio.
> O problemas das antenas é agravado relativamente aos carros, pois estes
> ainda assim eles podem ver as curvas do ar, usando fumos, mas nós não
> podemos ver o RF.
> Podemos medi-lo, mas sempre em processos complicados e
> muito susceptíveis de erros devido ao comportamento imprevisível da
> exposição dos corpos presentes à RF.
> Por exemplo, sabe-se  lá o efeito que aquela estrutura que segura o
> telefone tem no desempenho da antena, mesmo sendo maioritariamente
> em acrílico, parece-me que tem metais.
> Andamos sempre um pouco às cegas, é por isso que a comunidade mundial
> confia nos radio-amadores, para que testem, comprovem e analisem a antenas
> e rádios.
> Como diz o meu amigo Ladeiras,  CT1QP : " quando se sai do dipolo de 1/2
> onda, estamos a entrar em campos problemáticos"
> É bem verdade,o Dipolo é a única antena  de confiança garantida, quando se
> parte para outras coisas, nunca se sabe bem o que vai acontecer.
> Grande parte das vezes, o desastre é o mais provável, todavia, há sempre
> as excepções e excelente antenas foram descobertas.
>
> 73
>
> Matias
> CT1FFU
>
>
>
> 2010/7/22 Miguel Pelicano <miguel.pelicano  gmail.com>
>
> Boa tarde colega Condeço,
>>
>> Realmente impressionante...
>>
>> Imagine agora uma câmara anecóica para um caça-bombardeiro!! Pois é...
>> enorme! E para frequências até 100GHz (a electrónica militar assim o
>> exige).
>> Foi na DFVLR (actual DLR), perto de Munique, que tive o prazer de
>> entrar e de testar alguns dos protótipos de antenas que são utilizadas
>> em aviónica (e não só!), em 1989.
>> Se a Apple, mesmo com a possibilidade de determinar o diagrama de
>> radiação da antena dos seus equipamentos, fez disparate...  É que o
>> diagrama de radiação de qualquer sistema radiante relaciona-se com o
>> seu "todo": falta a mão que segura o equipamento e a "cabeça" do
>> "operador"...
>> Enfim, dediquem-se a outras coisas.
>>
>> 73, Miguel
>> CT1BYM
>>
>>
>>
>> 2010/7/22 Diogo Condeço <diogocondeco  gmail.com>:
>> > Boa tarde,
>> > Ao que parece Apple gastou qualquer coisa como 100 milhões de dólares no
>> > desenvolvimento de um laboratório de antenas, nomeadamente
>> > uma câmara anecóica.
>> > Todo este investimento, não impediu no entanto que a última versão do
>> seu
>> > telemóvel, desse a barraca que deu, levando inclusivamente a que eles
>> > admitissem, publicamente e pela primeira vez, problemas nos seus
>> produtos. A
>> > solução encontrada, é deveras interessante: a Apple decidiu oferecer uma
>> > capinha, para compensar o problema de um telemóvel que custa valores
>> > exorbitantes.
>> > Numa análise pessoal, quere-me parecer que ficaria mais barato levar o
>> > colega Matias para terras do tio Sam. :)
>> > Por fim, e a razão pela qual envio este email, deixo o link com fotos da
>> > referida câmara anecóica, que verdadeiramente é uma obra de arte a ser
>> > contemplada. É neste tipo de câmara que se efectua a análise do
>> desempenho
>> > prático das antenas, como por exemplo o desenho do diagrama de radiação
>> > prático das mesmas.
>> > https://www.apple.com/antenna/testing-lab.html
>> > 73s
>> > Diogo Condeço - CT2IRW
>> > _______________________________________________
>> > CLUSTER mailing list
>> > CLUSTER  radio-amador.net
>> > http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>> >
>> >
>>
>> _______________________________________________
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