RE: ARLA/CLUSTER: Portugal - Comunicações Aeronáuticas

Eduardo Arraia arraia e2mec.com
Terça-Feira, 19 de Janeiro de 2010 - 21:19:21 WET


Boa noite,

 

Colega Pedro, apesar de fazer a observação ao colega Antonio Vilela gostaria de fazer algumas observações ao seu texto;

Acha que os ditos “terroristas†não tem meios e €€€ e $$$ para ter equipamento de recepção de frequências aeronáutica por muito codificadas, encriptadas ou sei lá mais o que o fossem? Ou ainda mísseis guiados por calor ou receptores de modo-s….. É que os terroristas não são propriamente uns pés rapados… aquilo que vemos na televisão de eles se sentarem no chão e tal…. Não é porque não têm dinheiro para comprar cadeiras, eles são é mesmo assim!!!

 

Quando se faz uma transmissão aeronáutica é para que todas as aeronaves no espaço aéreo e os demais as oiçam! Temos de saber o que os outros á nossa volta estão a fazer, estamos num espaço com 3 dimensões nós e mais uma série deles.

Nas comunicações aeronáuticas continuo a não ver qualquer possibilidade de terrorismo mesmo que o piloto transmita a sua posição no segundo seguinte já andou 200mts e no segundo seguinte mais 200mts e em 5segundos já andou 1Km isto claro +- para um Airbus A320.

 

Quanto ao escutar as comunicações achava que o deveriam o fazer, porque por exemplo em Lisbon Aproatch 119.100Mhz o tipo de comunicação usado é tipo Lisboa aqui o TAP…  TAP… desça para o nível tal mantenha a velocidade mínima mantenha-se nesse rumo vire x graus passe á frequência tal contacte o Y ou então vá ate ao ponto tal… onde quem recebe a mensagem tem de a repetir…. O a única coisa que não se repete é a velocidade do vento! onde poderá um terrorista fazer aqui alguma coisa.

 

Como o colega Mourato que teve acesso a documento onde dizia “é em AM e não se fala mais no assunto†o mais básico mesmo com sobremodulação ainda passa alguma coisa que pode fazer toda a diferença, quem fez esta afirmação sabia muito bem o que dizia.

 

Nem imagina a dor de cabeça que é uma falha de comunicações! É quase a cegueira completa! Portanto não brinquemos com coisas digitais.

 

Pela ordem de ideias de alguns ninguém poderia ser piloto porque cada candidato será um potencial terrorista… 

 

73´

Eduardo

CT1EEW

www.navpt.com (um doce para os terroristas…)

 

 

 

 

 

De: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de Pedro Redondo
Enviada: terça-feira, 19 de Janeiro de 2010 19:57
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Portugal - Comunicações Aeronáuticas

 

Colega António Vilela,
 
Gostaria de lhe agradecer o facto de ter esclarecido a questão, mas… permita-me discordar de alguns pontos, e o que vou dizer é somente a minha opinião e um contributo para o debate de ideias e não o combate de opiniões. 
 
As comunicações sejam elas quais forem têm sempre o seu grau de importância que poderá ser relativo nalgumas situações e vitais noutras. Do meu ponto de vista e sublinhando o que o António Matias referiu numa mensagem anterior, já todos percebemos a apetência que os terroristas têm pelos aviões e também já percebemos porquê. Tal como o colega Vilela referiu no último parágrafo também se pode aprender algo escutando as comunicações aeronáuticas e por isso, se qualquer pessoa bem intencionada pode aprender algo, uma mal intencionada aprenderá muito mais, e é por isso que acho que as comunicações “livres†no meio aeronáutico estão de facto bastantes vulneráveis. 
 
Não acho que haja um paralelismo evidente no exemplo que referiu entre a codificação digital de mensagens transmitidas entre aeronaves ou aeronaves e torres de controlo e a entrada e passagem numa região onde hajam problemas evidentes de terrorismo. O que eu acho é que é perfeitamente exequível a implementação de um sistema de comunicações fechado com capacidade de registar cada mensagem transmitida, a origem e o destino por exemplo e com a capacidade de override em caso de interferência propositada ou não no caso de dropouts. 
 
Ora, como referiu, existem já vários protocolos propostos para a implementação de comunicações digitais, portanto o que eu disse noutra mensagem não é assim tão descabido, e se já existem comunicações digitais, logo, só por si estas já se encontram codificadas por um algoritmo que transforma o sinal analógico em digital, por isso, se se quiser incrementar o nível de segurança dessas comunicações, basta colocar na sequência do processo, um algorítmo proprietário (independentemente dos interesses inerentes) capaz de assegurar uma comunicação segura e livre de interferências.
 
Bem sei e, como referiu que, o espaço aéreo é público e os serviços de navegação aéreos também são públicos… são agora, mas será que irão permanecer assim para sempre (os serviços claro) e mesmo que permaneçam, será que isso é impeditivo de implementar um sistema “fechado†de comunicações ? Eu acho que não e, mais uma vez parafraseando o António Matias, se é para salvaguardar a integridade física, sentia-me eu mais seguro e também os governos dos demais países se este tipo de comunicações, assim como todas as restantes informações que existem disponíveis relativamente a voos não fossem disponibilizadas.
 
 Mais uma vez refiro que esta é somente a minha visão da questão por mais descabida que possa parecer a alguns de vós.
 
73’s de
Pedro, CT1HZU

2010/1/18 Radiophilo <radiophilo  gmail.com>

Caros colegas,

As transmissões "aeronáuticas", sejam elas de comunicação ou de
navegação ou ainda de supervisão, são públicas por natureza e por
vários motivos.

Que mais não seja, porque o espaço aéreo é público e os serviços de
navegação aérea são serviços públicos. Aliás, são tão públicos como a
rede rodoviária de um país. Imaginem vocês que vão viajar de carro e
ao entrar no País Basco vos dizem: "Podes passar, mas como temos medo
dos terroristas não te damos mapas das estradas, nem te dizemos o
significado dos nossos sinais de trânsito." Era a mesmíssima coisa do
que não divulgar as frequências de ATC.  Não há como esconder, elas
são e têm que ser públicas. Algo vai correr mal no dia em que não
forem.

Só por curiosidade, existem já vários métodos propostos e com
tecnologia desenvolvida para cumprir com dois objectivos de evolução
das comunicações aeronáuticas: Um é a voz digital, e o outro é a
transmissão de mensagens relativas ao ATC via comunicação de dados em
vez de voz. Desconheço qualquer intenção de cifrar alguma destas
comunicações.

Quanto aos receptores de radar secundário, que isso não vos tire o
sono. A transmissão da posição GPS é efectuada de forma automática e
não solicitada pela maioria das aeronaves de transporte. Essa
informação é transmitida de acordo com métodos que são do conhecimento
público, e são recebidas e descodificadas por equipamento comercial
acessível ao público, e não estou a falar desses receptores
domésticos, tipo SBS-1 ou similares, que têm apenas o mérito de serem
baratos.

Mas afinal têm medo do quê? Que algum terrorista compre um míssil
guiado por GPS e utilize estas emissões para acertar num A380
carregado de passageiros? É isso?

Quanto às tardes da Júlia, penso que o tom de condescendência e desdém
que o Matias emprega não é o mais adequado para uma audiência
tecnicamente qualificada como esta e não lhe fica nada bem.
Experimente dedicar-se um pouco a escutar estas comunicações. Quiçá
aprenderia alguma coisita mais que desconhece e que lhe poderia ser
útil numa futura discussão sobre este tema.

Cumprimentos,
António Vilela
CT1JHQ


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