Re: ARLA/CLUSTER: Portugal - Comunicações Aeronáuticas

Pedro Redondo ct1hzu gmail.com
Terça-Feira, 19 de Janeiro de 2010 - 22:21:54 WET


Colega Eduardo, boa noite,

Todas os comentários são benvindos!!

Claro que os terroristas têm muito dinheiro... mas não é isso que está em
causa. Se se poder dificultar o "trabalho" daqueles que não têm nada haver
com o assunto, porque é que havemos de lhes facilitar a vida !!

Quando diz que, quando se faz uma transmissão aeronáutica é para que todos
os interessados a oiçam. Não podia estar mais de acordo com isso, mas é
mesmo por isso que acho que as comunicações deveriam ser encriptadas por
forma a que somente os interessados tenham conhecimento delas.

Caríssimos, não façamos confusão... não estou a falar de DSTAR, mas sim de
algo bastante mais sofisticado, tal como já tive oportunidade de referir
numa mensagem anterior. Se ainda não tiveram oportunidade de ler o white
paper disponibilizado pelo colega pmafer numa mensagem anterior, aconselho
vivamente a fazê-lo pois irão perceber melhor do que estou a falar.

Eu acho que não preciso de referir quais são os *handicaps* das comunicações
analógicas... mas já repararam o que aconteceria a uma aeronave que tentasse
fazer-se à pista em Sta. Maria numa noite de tempestade em que alguém
provocasse uma interferência fatal ? já agora aproveito para perguntar, será
que existem sistemas de *backup* que possam ser utilizados em caso de falha
?

Não desvalorizando o que o colega Carlos Mourato disse, eu não sei em que
ano ou década é que o documento a que se referia foi escrito, se é actual ou
não, o que sei é que as comunicações digitais evoluíram bastante e continuam
a evoluir e estou em crer que já existem protocolos bastante avançados
capazes de superar em termos de capacidade e operacionalidade o convencional
AM.

Quanto ao seu último parágrafo... pois se calhar também por aí também será
necessário ser mais rigoroso. Ainda à umas semanas a esta parte 7 agentes da
CIA foram assassinados porque confiaram num agente secreto que afinal era
duplo e fez-se explodir... o terror é isso mesmo... é a cultura do não
confiar em ninguém, agora só segue quem quer e só fica amedrontado quem
quiser.

73's de
Pedro, CT1HZU




2010/1/19 Eduardo Arraia <arraia  e2mec.com>

>  Boa noite,
>
>
>
> Colega Pedro, apesar de fazer a observação ao colega Antonio Vilela
> gostaria de fazer algumas observações ao seu texto;
>
> Acha que os ditos “terroristas” não tem meios e €€€ e $$$ para ter
> equipamento de recepção de frequências aeronáutica por muito codificadas,
> encriptadas ou sei lá mais o que o fossem? Ou ainda mísseis guiados por
> calor ou receptores de modo-s….. É que os terroristas não são propriamente
> uns pés rapados… aquilo que vemos na televisão de eles se sentarem no chão e
> tal…. Não é porque não têm dinheiro para comprar cadeiras, eles são é mesmo
> assim!!!
>
>
>
> Quando se faz uma transmissão aeronáutica é para que todas as aeronaves no
> espaço aéreo e os demais as oiçam! Temos de saber o que os outros á nossa
> volta estão a fazer, estamos num espaço com 3 dimensões nós e mais uma série
> deles.
>
> Nas comunicações aeronáuticas continuo a não ver qualquer possibilidade de
> terrorismo mesmo que o piloto transmita a sua posição no segundo seguinte já
> andou 200mts e no segundo seguinte mais 200mts e em 5segundos já andou 1Km
> isto claro +- para um Airbus A320.
>
>
>
> Quanto ao escutar as comunicações achava que o deveriam o fazer, porque por
> exemplo em Lisbon Aproatch *119.100Mhz* o tipo de comunicação usado é tipo
> Lisboa aqui o TAP…  TAP… desça para o nível tal mantenha a velocidade mínima
> mantenha-se nesse rumo vire x graus passe á frequência tal contacte o Y ou
> então vá ate ao ponto tal… onde quem recebe a mensagem tem de a repetir…. O
> a única coisa que não se repete é a velocidade do vento! onde poderá um
> terrorista fazer aqui alguma coisa.
>
>
>
> Como o colega Mourato que teve acesso a documento onde dizia “é em AM e não
> se fala mais no assunto” o mais básico mesmo com sobremodulação ainda passa
> alguma coisa que pode fazer toda a diferença, quem fez esta afirmação sabia
> muito bem o que dizia.
>
>
>
> Nem imagina a dor de cabeça que é uma falha de comunicações! É quase a
> cegueira completa! Portanto não brinquemos com coisas digitais.
>
>
>
> Pela ordem de ideias de alguns ninguém poderia ser piloto porque cada
> candidato será um potencial terrorista…
>
>
>
> 73´
>
> Eduardo
>
> CT1EEW
>
> www.navpt.com (um doce para os terroristas…)
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> *De:* cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:
> cluster-bounces  radio-amador.net] *Em nome de *Pedro Redondo
> *Enviada:* terça-feira, 19 de Janeiro de 2010 19:57
>
> *Para:* Resumo Noticioso Electrónico ARLA
> *Assunto:* Re: ARLA/CLUSTER: Portugal - Comunicações Aeronáuticas
>
>
>
> Colega António Vilela,
>
>
> Gostaria de lhe agradecer o facto de ter esclarecido a questão, mas…
> permita-me discordar de alguns pontos, e o que vou dizer é somente a minha
> opinião e um contributo para o debate de ideias e não o combate de opiniões.
>
>
> As comunicações sejam elas quais forem têm sempre o seu grau de importância
> que poderá ser relativo nalgumas situações e vitais noutras. Do meu ponto de
> vista e sublinhando o que o António Matias referiu numa mensagem anterior,
> já todos percebemos a apetência que os terroristas têm pelos aviões e também
> já percebemos porquê. Tal como o colega Vilela referiu no último parágrafo
> também se pode aprender algo escutando as comunicações aeronáuticas e por
> isso, se qualquer pessoa bem intencionada pode aprender algo, uma mal
> intencionada aprenderá muito mais, e é por isso que acho que as comunicações
> “livres” no meio aeronáutico estão de facto bastantes vulneráveis.
>
> Não acho que haja um paralelismo evidente no exemplo que referiu entre a
> codificação digital de mensagens transmitidas entre aeronaves ou aeronaves e
> torres de controlo e a entrada e passagem numa região onde hajam problemas
> evidentes de terrorismo. O que eu acho é que é perfeitamente exequível a
> implementação de um sistema de comunicações fechado com capacidade de
> registar cada mensagem transmitida, a origem e o destino por exemplo e com a
> capacidade de override em caso de interferência propositada ou não no caso
> de dropouts.
>
> Ora, como referiu, existem já vários protocolos propostos para a
> implementação de comunicações digitais, portanto o que eu disse noutra
> mensagem não é assim tão descabido, e se já existem comunicações digitais,
> logo, só por si estas já se encontram codificadas por um algoritmo que
> transforma o sinal analógico em digital, por isso, se se quiser incrementar
> o nível de segurança dessas comunicações, basta colocar na sequência do
> processo, um algorítmo proprietário (independentemente dos interesses
> inerentes) capaz de assegurar uma comunicação segura e livre de
> interferências.
>
> Bem sei e, como referiu que, o espaço aéreo é público e os serviços de
> navegação aéreos também são públicos… são agora, mas será que irão
> permanecer assim para sempre (os serviços claro) e mesmo que permaneçam,
> será que isso é impeditivo de implementar um sistema “fechado” de
> comunicações ? Eu acho que não e, mais uma vez parafraseando o António
> Matias, se é para salvaguardar a integridade física, sentia-me eu mais
> seguro e também os governos dos demais países se este tipo de comunicações,
> assim como todas as restantes informações que existem disponíveis
> relativamente a voos não fossem disponibilizadas.
>
>  Mais uma vez refiro que esta é somente a minha visão da questão por mais
> descabida que possa parecer a alguns de vós.
>
> 73’s de
> Pedro, CT1HZU
>
>   2010/1/18 Radiophilo <radiophilo  gmail.com>
>
> Caros colegas,
>
> As transmissões "aeronáuticas", sejam elas de comunicação ou de
> navegação ou ainda de supervisão, são públicas por natureza e por
> vários motivos.
>
> Que mais não seja, porque o espaço aéreo é público e os serviços de
> navegação aérea são serviços públicos. Aliás, são tão públicos como a
> rede rodoviária de um país. Imaginem vocês que vão viajar de carro e
> ao entrar no País Basco vos dizem: "Podes passar, mas como temos medo
> dos terroristas não te damos mapas das estradas, nem te dizemos o
> significado dos nossos sinais de trânsito." Era a mesmíssima coisa do
> que não divulgar as frequências de ATC.  Não há como esconder, elas
> são e têm que ser públicas. Algo vai correr mal no dia em que não
> forem.
>
> Só por curiosidade, existem já vários métodos propostos e com
> tecnologia desenvolvida para cumprir com dois objectivos de evolução
> das comunicações aeronáuticas: Um é a voz digital, e o outro é a
> transmissão de mensagens relativas ao ATC via comunicação de dados em
> vez de voz. Desconheço qualquer intenção de cifrar alguma destas
> comunicações.
>
> Quanto aos receptores de radar secundário, que isso não vos tire o
> sono. A transmissão da posição GPS é efectuada de forma automática e
> não solicitada pela maioria das aeronaves de transporte. Essa
> informação é transmitida de acordo com métodos que são do conhecimento
> público, e são recebidas e descodificadas por equipamento comercial
> acessível ao público, e não estou a falar desses receptores
> domésticos, tipo SBS-1 ou similares, que têm apenas o mérito de serem
> baratos.
>
> Mas afinal têm medo do quê? Que algum terrorista compre um míssil
> guiado por GPS e utilize estas emissões para acertar num A380
> carregado de passageiros? É isso?
>
> Quanto às tardes da Júlia, penso que o tom de condescendência e desdém
> que o Matias emprega não é o mais adequado para uma audiência
> tecnicamente qualificada como esta e não lhe fica nada bem.
> Experimente dedicar-se um pouco a escutar estas comunicações. Quiçá
> aprenderia alguma coisita mais que desconhece e que lhe poderia ser
> útil numa futura discussão sobre este tema.
>
> Cumprimentos,
> António Vilela
> CT1JHQ
>
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