Re: ARLA/CLUSTER: Portugal - Comunicações Aeronáuticas

Pedro Redondo ct1hzu gmail.com
Terça-Feira, 19 de Janeiro de 2010 - 19:57:15 WET


Colega António Vilela,

Gostaria de lhe agradecer o facto de ter esclarecido a questão, mas…
permita-me discordar de alguns pontos, e o que vou dizer é somente a minha
opinião e um contributo para o debate de ideias e não o combate de opiniões.


As comunicações sejam elas quais forem têm sempre o seu grau de importância
que poderá ser relativo nalgumas situações e vitais noutras. Do meu ponto de
vista e sublinhando o que o António Matias referiu numa mensagem anterior,
já todos percebemos a apetência que os terroristas têm pelos aviões e também
já percebemos porquê. Tal como o colega Vilela referiu no último parágrafo
também se pode aprender algo escutando as comunicações aeronáuticas e por
isso, se qualquer pessoa bem intencionada pode aprender algo, uma mal
intencionada aprenderá muito mais, e é por isso que acho que as comunicações
“livres” no meio aeronáutico estão de facto bastantes vulneráveis.

Não acho que haja um paralelismo evidente no exemplo que referiu entre a
codificação digital de mensagens transmitidas entre aeronaves ou aeronaves e
torres de controlo e a entrada e passagem numa região onde hajam problemas
evidentes de terrorismo. O que eu acho é que é perfeitamente exequível a
implementação de um sistema de comunicações fechado com capacidade de
registar cada mensagem transmitida, a origem e o destino por exemplo e com a
capacidade de override em caso de interferência propositada ou não no caso
de dropouts.

Ora, como referiu, existem já vários protocolos propostos para a
implementação de comunicações digitais, portanto o que eu disse noutra
mensagem não é assim tão descabido, e se já existem comunicações digitais,
logo, só por si estas já se encontram codificadas por um algoritmo que
transforma o sinal analógico em digital, por isso, se se quiser incrementar
o nível de segurança dessas comunicações, basta colocar na sequência do
processo, um algorítmo proprietário (independentemente dos interesses
inerentes) capaz de assegurar uma comunicação segura e livre de
interferências.

Bem sei e, como referiu que, o espaço aéreo é público e os serviços de
navegação aéreos também são públicos… são agora, mas será que irão
permanecer assim para sempre (os serviços claro) e mesmo que permaneçam,
será que isso é impeditivo de implementar um sistema “fechado” de
comunicações ? Eu acho que não e, mais uma vez parafraseando o António
Matias, se é para salvaguardar a integridade física, sentia-me eu mais
seguro e também os governos dos demais países se este tipo de comunicações,
assim como todas as restantes informações que existem disponíveis
relativamente a voos não fossem disponibilizadas.

 Mais uma vez refiro que esta é somente a minha visão da questão por mais
descabida que possa parecer a alguns de vós.

73’s de
Pedro, CT1HZU

2010/1/18 Radiophilo <radiophilo  gmail.com>

> Caros colegas,
>
> As transmissões "aeronáuticas", sejam elas de comunicação ou de
> navegação ou ainda de supervisão, são públicas por natureza e por
> vários motivos.
>
> Que mais não seja, porque o espaço aéreo é público e os serviços de
> navegação aérea são serviços públicos. Aliás, são tão públicos como a
> rede rodoviária de um país. Imaginem vocês que vão viajar de carro e
> ao entrar no País Basco vos dizem: "Podes passar, mas como temos medo
> dos terroristas não te damos mapas das estradas, nem te dizemos o
> significado dos nossos sinais de trânsito." Era a mesmíssima coisa do
> que não divulgar as frequências de ATC.  Não há como esconder, elas
> são e têm que ser públicas. Algo vai correr mal no dia em que não
> forem.
>
> Só por curiosidade, existem já vários métodos propostos e com
> tecnologia desenvolvida para cumprir com dois objectivos de evolução
> das comunicações aeronáuticas: Um é a voz digital, e o outro é a
> transmissão de mensagens relativas ao ATC via comunicação de dados em
> vez de voz. Desconheço qualquer intenção de cifrar alguma destas
> comunicações.
>
> Quanto aos receptores de radar secundário, que isso não vos tire o
> sono. A transmissão da posição GPS é efectuada de forma automática e
> não solicitada pela maioria das aeronaves de transporte. Essa
> informação é transmitida de acordo com métodos que são do conhecimento
> público, e são recebidas e descodificadas por equipamento comercial
> acessível ao público, e não estou a falar desses receptores
> domésticos, tipo SBS-1 ou similares, que têm apenas o mérito de serem
> baratos.
>
> Mas afinal têm medo do quê? Que algum terrorista compre um míssil
> guiado por GPS e utilize estas emissões para acertar num A380
> carregado de passageiros? É isso?
>
> Quanto às tardes da Júlia, penso que o tom de condescendência e desdém
> que o Matias emprega não é o mais adequado para uma audiência
> tecnicamente qualificada como esta e não lhe fica nada bem.
> Experimente dedicar-se um pouco a escutar estas comunicações. Quiçá
> aprenderia alguma coisita mais que desconhece e que lhe poderia ser
> útil numa futura discussão sobre este tema.
>
> Cumprimentos,
> António Vilela
> CT1JHQ
>
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