Colega António Vilela,<br> <br>Gostaria de lhe agradecer o facto de ter esclarecido a questão, mas… permita-me discordar de alguns pontos, e o que vou dizer é somente a minha opinião e um contributo para o debate de ideias e não o combate de opiniões. <br>
 <br>As comunicações sejam elas quais forem têm sempre o seu grau de importância que poderá ser relativo nalgumas situações e vitais noutras. Do meu ponto de vista e sublinhando o que o António Matias referiu numa mensagem anterior, já todos percebemos a apetência que os terroristas têm pelos aviões e também já percebemos porquê. Tal como o colega Vilela referiu no último parágrafo também se pode aprender algo escutando as comunicações aeronáuticas e por isso, se qualquer pessoa bem intencionada pode aprender algo, uma mal intencionada aprenderá muito mais, e é por isso que acho que as comunicações “livres” no meio aeronáutico estão de facto bastantes vulneráveis. <br>
 <br>Não acho que haja um paralelismo evidente no exemplo que referiu entre a codificação digital de mensagens transmitidas entre aeronaves ou aeronaves e torres de controlo e a entrada e passagem numa região onde hajam problemas evidentes de terrorismo. O que eu acho é que é perfeitamente exequível a implementação de um sistema de comunicações fechado com capacidade de registar cada mensagem transmitida, a origem e o destino por exemplo e com a capacidade de override em caso de interferência propositada ou não no caso de dropouts. <br>
 <br>Ora, como referiu, existem já vários protocolos propostos para a implementação de comunicações digitais, portanto o que eu disse noutra mensagem não é assim tão descabido, e se já existem comunicações digitais, logo, só por si estas já se encontram codificadas por um algoritmo que transforma o sinal analógico em digital, por isso, se se quiser incrementar o nível de segurança dessas comunicações, basta colocar na sequência do processo, um algorítmo proprietário (independentemente dos interesses inerentes) capaz de assegurar uma comunicação segura e livre de interferências.<br>
 <br>Bem sei e, como referiu que, o espaço aéreo é público e os serviços de navegação aéreos também são públicos… são agora, mas será que irão permanecer assim para sempre (os serviços claro) e mesmo que permaneçam, será que isso é impeditivo de implementar um sistema “fechado” de comunicações ? Eu acho que não e, mais uma vez parafraseando o António Matias, se é para salvaguardar a integridade física, sentia-me eu mais seguro e também os governos dos demais países se este tipo de comunicações, assim como todas as restantes informações que existem disponíveis relativamente a voos não fossem disponibilizadas.<br>
 <br> Mais uma vez refiro que esta é somente a minha visão da questão por mais descabida que possa parecer a alguns de vós.<br> <br>73’s de<br>Pedro, CT1HZU<br><br>
<div class="gmail_quote">2010/1/18 Radiophilo <span dir="ltr">&lt;<a href="mailto:radiophilo@gmail.com">radiophilo@gmail.com</a>&gt;</span><br>
<blockquote style="BORDER-LEFT: #ccc 1px solid; MARGIN: 0px 0px 0px 0.8ex; PADDING-LEFT: 1ex" class="gmail_quote">Caros colegas,<br><br>As transmissões &quot;aeronáuticas&quot;, sejam elas de comunicação ou de<br>navegação ou ainda de supervisão, são públicas por natureza e por<br>
vários motivos.<br><br>Que mais não seja, porque o espaço aéreo é público e os serviços de<br>navegação aérea são serviços públicos. Aliás, são tão públicos como a<br>rede rodoviária de um país. Imaginem vocês que vão viajar de carro e<br>
ao entrar no País Basco vos dizem: &quot;Podes passar, mas como temos medo<br>dos terroristas não te damos mapas das estradas, nem te dizemos o<br>significado dos nossos sinais de trânsito.&quot; Era a mesmíssima coisa do<br>
que não divulgar as frequências de ATC.  Não há como esconder, elas<br>são e têm que ser públicas. Algo vai correr mal no dia em que não<br>forem.<br><br>Só por curiosidade, existem já vários métodos propostos e com<br>tecnologia desenvolvida para cumprir com dois objectivos de evolução<br>
das comunicações aeronáuticas: Um é a voz digital, e o outro é a<br>transmissão de mensagens relativas ao ATC via comunicação de dados em<br>vez de voz. Desconheço qualquer intenção de cifrar alguma destas<br>comunicações.<br>
<br>Quanto aos receptores de radar secundário, que isso não vos tire o<br>sono. A transmissão da posição GPS é efectuada de forma automática e<br>não solicitada pela maioria das aeronaves de transporte. Essa<br>informação é transmitida de acordo com métodos que são do conhecimento<br>
público, e são recebidas e descodificadas por equipamento comercial<br>acessível ao público, e não estou a falar desses receptores<br>domésticos, tipo SBS-1 ou similares, que têm apenas o mérito de serem<br>baratos.<br><br>
Mas afinal têm medo do quê? Que algum terrorista compre um míssil<br>guiado por GPS e utilize estas emissões para acertar num A380<br>carregado de passageiros? É isso?<br><br>Quanto às tardes da Júlia, penso que o tom de condescendência e desdém<br>
que o Matias emprega não é o mais adequado para uma audiência<br>tecnicamente qualificada como esta e não lhe fica nada bem.<br>Experimente dedicar-se um pouco a escutar estas comunicações. Quiçá<br>aprenderia alguma coisita mais que desconhece e que lhe poderia ser<br>
útil numa futura discussão sobre este tema.<br><br>Cumprimentos,<br>António Vilela<br>CT1JHQ<br>
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