Re: ARLA/CLUSTER: Na minha humilde opinião o Dstar tem futuro...

João Paulo Saraiva Amaral Encarnação joao.paulo.saraiva.amaral gmail.com
Sexta-Feira, 30 de Abril de 2010 - 10:05:53 WEST


Acrescentaria o seguinte:

   1. Pensando nas comunicações de amador como reserva às de proteção civil,
   a interligação de repetidores baseada em linhas telefónicas ou mesmo fibra
   óptica, incrementa a mesma vulnerabilidade de que sofre o SIRESP em caso de
   forte abalo sismico, a de roptura.
   2. A utilização de linhas de acesso publico não dedicadas acresce a
   vulnerabilidade " incapacidade" de resposta em caso de grave acidente,
   catástrofe ou calamidade, resultantes da sobrelotação das redes.
   3. As redes digitais rádio mostraram o que valiam no 11/ 9 (WTC) motivo
   pelo qual a Motorola foi forçada a repor as comunicações em modo analógico e
   no anterior sistema até apresentar uma solução credivel que ainda está para
   nascer. O excesso de potencialidades do sistema não hierarquizado ceifou
   muitas vidas, pois quando foi dado o alerta de queda todos falavam com todos
   menos com o COMMCENTER. Por outro lado as mensagens transmitidas rapidamente
   (emergency stress) tornaram-se imperceptiveis, e assim voltaram em NY ao
   APCO 25, Dimetra 5 e sell5 na esperança de que um dia reapareça de novo um
   TETRA mais eficiente (embora o TETRA tenha ligeiramente melhor qualidade de
   voz que o D-Star, MOTOTRBO, IDAS)
   4. Não querendo fazer criticas ou ataques pessoais limitar-me-ia a
   afirmar que não é a qualidade que origina nos respossaveis da proteção civil
   em Portugal os elogios ao sistema digital, até porque estes não o usam,
   recorrem ao GSM ou ao Phone SAT, o que será que faz estes altos dirigentes
   falar tão bem do sistema?!
   5. Se estes algoritmos de codec´s são tão bons, porque será que na
   Austrália, EUA e Canadá os mesmos rádios MOTOROLA usam o APCO25 e na Europa
   nos calhou o MOTOTRBO?  Porque será que os militares nos EUA continuam em
   modos analógicos e analógicos encriptados em detrimento dos digitais com
   excepção do Phone Sat?  Porque será que em Porrtugal tinha-mos um sistema
   digital que funcionava razoavelmente  na cidade de Lisboa (DIMETRA 5) e após
   a sibstituição por equipamentos do SIRESP (new TETRA) começaram os
   problemas?(Há um senhor que certamente nos saberia responder por isto, mas o
   Sr.Ex.M. M.L. quando o confrontei com a questão virou-se para os jornalistas
   e respondeu que não tinha mais nada a declarar, pelo que as questões
   "técnicas" continuam para mim em aberto) Comprámos assim algo muito caro,
   quando estávamos melhor remediados que actualmente, apregoa-se 86% de
   cobertura quando á torres caidas à dois meses e a realidade é de uma
   cobertura de 61%...
   Mas certamente perguntam-se: o que tem isto a ver com o D-star?  a minha
   resposta: Não valerá a pena ponderar e estudar os erros dos outros para
   evitar-mos cair desnecessáriamente nos mesmos erros?

   Na minha humilde opinião modos DV *sim*, mas para investigação e
   aperfeiçoamento, nunca, jamais com a qualidade que atualmente disponibilizam
   para emergência, e quanto à interligação, se pensarmos em cartástrofes,
   nunca por cabo ou feixe, sempre por link omnidireccional, pois qualquer
   sismo desviaria o feixe ou seccionaria o cabo.

É apenas a minha opinião, sem intenção de criticar ou melindrar ninguem,
muito menos um ataque politico. Vale o que vale, porque certezas eu tinha à
muitos anos atras, hoje, aprendi um pouco mais, e apenas tenho muitas
duvidas, até sobre todas as afirmações que acabo de proferir.

No dia 29 de Abril de 2010 23:52, José Miguel Fonte <etjfonte  ua.pt>escreveu:

> Viva,
>
> Permita-me comentar o seu contributo,
>
> Radiophilo escreveu:
>
> Honestamente, a questão do codec parece-me uma falsa questão.
>> Em primeiro lugar, não creio que o codec AMBE tenha "o intuito de
>> obscurecer o
>> significado ou tornar a comunicação pouco clara ou imperceptível". Bem
>> antes pelo contrário, suspeito que o seu objectivo seja tornar a comunicação
>> o mais clara e perceptível possível, em todas as circunstâncias.
>>
> Pode não ser a intenção mas na prática é o que faz. Quer queira quer não,
> não existe forma de descodificar o conteúdo de voz digital sem adquirir um
> integrado ao fabricante do mesmo. Isso num serviço público não faz qualquer
> sentido. Para mim e muitos outros fora do grupo de detentores de rádios com
> o AMBE 2020 torna-se impossível decifrar o seu conteúdo. Existem imensas
> analogias que se podem fazer para exemplificar este ponto, não sendo
> certamente necessário enumerar umas quantas.
>
> Em segundo lugar, o argumento de que o codec é proprietário tem pouquíssima
>> importância. O custo do chip codec é comparável ao que tinha um transistor
>> há alguns anos, quando era comum os amadores comprarem-nos, e estão
>> disponíveis a qualquer um que o queira comprar. É feio mas é prático e
>> também disso se faz o radioamadorismo.
>>
> Não, não tem. Tem imensa importância. Essa é a questão principal de toda
> esta controvérsia. O custo ser comparável (a comparação que fez é de todo
> irreal) não é a questão, aliás também o é mas o mais importante é a
> filosofia subjacente. Além disso, quem é a DVSI ou a ICOM para imporem o que
> quer que seja? Até agora quem criava era a comunidade e as marcas por sua
> vez massificavam, veja o exemplo do APRS cujas funcionalidades apenas anos
> mais tarde foram assimiladas pelos fabricantes. Com o D-Star estamos a
> assistir ao oposto, ou seja, os fabricantes a imporem-nos (chame-lhe
> sugestão) novas forma de comunicar. Pode até nem ser mau mas desta forma,
> não obrigado.
>
> Finalmente, o protocolo dstar é aberto e o codec pode ser substituido. Quem
>> queira fazer um novo codec "aberto" para substituir o AMBE, pode fazê-lo.
>> Até que o faça, não julgo interessante ou útil estar a reclamar do único que
>> existe e funciona. O dstar pode ter muitos defeitos, mas é o sistema que
>> trouxe na prática a voz digital para o radioamadorismo.
>>
>> Sim, o protocolo é aberto (qualidade da documentação discutível) e o
>  codec substituído, se possível  o quanto antes  para que esta massificação
> de sistema  não se torne nefasta o suficiente  para tornar  esse passo
> irreversível. O grande defeito do dstar é o AMBE. Quanto à última afirmação,
> diria que não trouxe mas está a tentar massificar de forma descontrolada a
> voz digital.
>
>
> Quanto à substituição dos repetidores analógicos por dstar, isso tem muito
>> que se lhe diga:
>>
>> 1. Todo o conceito de repetidores de V/UHF (analógicos ou não) merecia ser
>> discutido. O modelo actual que assenta em repetidores regionais não parece
>> ser adequado às necessidades dos amadores, e não sei se não seria preferível
>> pensar-se numa estrutura com maior quantidade de repetidores locais, com
>> eventual capacidade de interligação.
>>
>>   Sim uma conferência nacional, tinha um piadão ouvir os "brei-breis" de
> norte a sul do país.  :) Permita-me a ironia.
>   Interligação humana, só e apenas.
>
> 2. Por muito impressionantes que sejam as estatísticas do dstar, a sua
>> utilização continua a ser certamente minoritária, e creio bem que a vasta
>> maioria dos amadores ainda não terá essa capacidade.
>>
>>   Uma pequena minoria... mas que convém controlar antes que fique
> descontrolado como tem vindo a acontecer com os "echolinks".
>
> 3. As características "diferentes" dos repetidores dstar não lhes são na
>> prática conferidas pela sua componente de RF mas sim pela sua conectividade.
>> Ora enquanto a primeira é a que diz respeito mais directamente aos
>> radioamadores pelo uso dos seus transceptores, a segunda é na prática a mais
>> comercial, assentando na rede pública de telecomunicações, e está muito fora
>> do controle e acesso pelos amadores. Veria com mais interesse uma
>> interligação de múltiplos repetidores analógicos, ou dstar mas via linque
>> dedicado de amador, do que dstar assente na rede pública.
>>
>>   Os "echolinks" fazem isso, sem voz digital, à imenso tempo, assim como o
> eQSO e o IRLP etc...etc.. etc...
>  Possibilidade de uma rede nacional de dados, já no século passado lutei
> (eu e mais alguns) a favor disso e não deu em nada. Talvez a mentalidade
> tenha mudado mas sinceramente não acredito.
>
> 4. Os radioamadores são simultaneamente progressistas e conservadores.
>> Embora queiram e gostem das coisas novas, não deitam nada fora e não
>> dispensam as coisas velhas. Isto daria pano para mangas noutros tópicos, mas
>> para já e neste contexto a ideia a reter é que os modos analógicos estão
>> para lavar e durar, e se o dstar quiser espaço terá de o conquistar. Creio
>> que não repugnaria ninguém reservar o dstar às faixas de UHF e superiores,
>> por exemplo.
>>
>>   Dstar com codec aberto, venha ele para quem quiser. Com o AMBE, deve ser
> proibido, sem tirar nem por, proibido ou resumir-se a transmissão de dados,
> modo DD (proibindo o modo DV (com AMBE)).
>
> 5. Pelas suas características, a voz digital é particularmente adequada às
>> comunicações com condições constantes de razoáveis para boas, isto é, sinais
>> bons para comunicações em linha de vista. Não se presta para DX ou para
>> utilizações móveis ou portáteis. Seja como for, há certamente por aí colegas
>> com conhecimentos e experiência para partilhar neste domínio.
>>
>>   Sim, tem razão... mas há maluquinhos para tudo. Fala-se em aproveitar
> largura de banda e depois aparecem uns quantos OM's a utilizar o E-SSB, que
> curiosamente quer dizer Enhanced SSB mas de enhanced não tem nada a não ser
> utilizar mais largura de banda e processar a voz q.b...
>
> Cumprimentos,
>> António Vilela
>> CT1JHQ
>>
>
> Como que por obra da incoerência, permita-me que lhe forneça um atalho para
> uma página na(o) Wikipédia sobre aquilo que chamam de HSMM, algo que
> consiste na utilização de equipamentos de Wi-fi por amadores, isto visto que
> alguns dos canais partilham frequências que nos são consagradas a titulo
> secundário.
> Isso permite-nos utilizar mais potência entre outros, seja como for não é
> meu intuito transcrever ou interpretar o que lá está pois isso poderá
> fazê-lo, simplesmente lhe peço que leia os pontos referentes a
> "identification" e "security". Perceba que o Wifi assenta em "standards"
> abertos e aqui assim, podem ser utilizadas cifras dado a disponibilidade de
> equipamentos. Ainda assim, quando ao serviço de amadores colocam-se
> restrições na utilização de cifras/segredos. Veja, tire as suas conclusões e
> depois comente.
>
> http://en.wikipedia.org/wiki/High-speed_multimedia_radio
>
> Para finalizar, gostaria de pedir desculpa por eventuais erros gramaticais,
> de sentido ou mesmo de conteúdo dado que tenho descansado muito pouco nas
> últimas semanas.
>
> Obrigado pela sua contribuição neste tema,
>
> 73 de ct1enq
>
>
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> CLUSTER  radio-amador.net
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