ARLA/CLUSTER: Na minha humilde opinião o Dstar tem futuro...

José Miguel Fonte etjfonte ua.pt
Quinta-Feira, 29 de Abril de 2010 - 23:52:00 WEST


Viva,

Permita-me comentar o seu contributo,

Radiophilo escreveu:
> Honestamente, a questão do codec parece-me uma falsa questão.
> Em primeiro lugar, não creio que o codec AMBE tenha "o intuito de 
> obscurecer o
> significado ou tornar a comunicação pouco clara ou imperceptível". Bem 
> antes pelo contrário, suspeito que o seu objectivo seja tornar a 
> comunicação o mais clara e perceptível possível, em todas as 
> circunstâncias.
Pode não ser a intenção mas na prática é o que faz. Quer queira quer 
não, não existe forma de descodificar o conteúdo de voz digital sem 
adquirir um integrado ao fabricante do mesmo. Isso num serviço público 
não faz qualquer sentido. Para mim e muitos outros fora do grupo de 
detentores de rádios com o AMBE 2020 torna-se impossível decifrar o seu 
conteúdo. Existem imensas analogias que se podem fazer para exemplificar 
este ponto, não sendo certamente necessário enumerar umas quantas.
> Em segundo lugar, o argumento de que o codec é proprietário tem 
> pouquíssima importância. O custo do chip codec é comparável ao que 
> tinha um transistor há alguns anos, quando era comum os amadores 
> comprarem-nos, e estão disponíveis a qualquer um que o queira comprar. 
> É feio mas é prático e também disso se faz o radioamadorismo.
Não, não tem. Tem imensa importância. Essa é a questão principal de toda 
esta controvérsia. O custo ser comparável (a comparação que fez é de 
todo irreal) não é a questão, aliás também o é mas o mais importante é a 
filosofia subjacente. Além disso, quem é a DVSI ou a ICOM para imporem o 
que quer que seja? Até agora quem criava era a comunidade e as marcas 
por sua vez massificavam, veja o exemplo do APRS cujas funcionalidades 
apenas anos mais tarde foram assimiladas pelos fabricantes. Com o D-Star 
estamos a assistir ao oposto, ou seja, os fabricantes a imporem-nos 
(chame-lhe sugestão) novas forma de comunicar. Pode até nem ser mau mas 
desta forma, não obrigado.
> Finalmente, o protocolo dstar é aberto e o codec pode ser substituido. 
> Quem queira fazer um novo codec "aberto" para substituir o AMBE, pode 
> fazê-lo. Até que o faça, não julgo interessante ou útil estar a 
> reclamar do único que existe e funciona. O dstar pode ter muitos 
> defeitos, mas é o sistema que trouxe na prática a voz digital para o 
> radioamadorismo.
>
Sim, o protocolo é aberto (qualidade da documentação discutível) e o  
codec substituído, se possível  o quanto antes  para que esta 
massificação de sistema  não se torne nefasta o suficiente  para tornar  
esse passo irreversível. O grande defeito do dstar é o AMBE. Quanto à 
última afirmação, diria que não trouxe mas está a tentar massificar de 
forma descontrolada a voz digital.

> Quanto à substituição dos repetidores analógicos por dstar, isso tem 
> muito que se lhe diga:
>
> 1. Todo o conceito de repetidores de V/UHF (analógicos ou não) merecia 
> ser discutido. O modelo actual que assenta em repetidores regionais 
> não parece ser adequado às necessidades dos amadores, e não sei se não 
> seria preferível pensar-se numa estrutura com maior quantidade de 
> repetidores locais, com eventual capacidade de interligação.
>
    Sim uma conferência nacional, tinha um piadão ouvir os "brei-breis" 
de norte a sul do país.  :) Permita-me a ironia.
    Interligação humana, só e apenas.
> 2. Por muito impressionantes que sejam as estatísticas do dstar, a sua 
> utilização continua a ser certamente minoritária, e creio bem que a 
> vasta maioria dos amadores ainda não terá essa capacidade.
>
    Uma pequena minoria... mas que convém controlar antes que fique 
descontrolado como tem vindo a acontecer com os "echolinks".
> 3. As características "diferentes" dos repetidores dstar não lhes são 
> na prática conferidas pela sua componente de RF mas sim pela sua 
> conectividade. Ora enquanto a primeira é a que diz respeito mais 
> directamente aos radioamadores pelo uso dos seus transceptores, a 
> segunda é na prática a mais comercial, assentando na rede pública de 
> telecomunicações, e está muito fora do controle e acesso pelos 
> amadores. Veria com mais interesse uma interligação de múltiplos 
> repetidores analógicos, ou dstar mas via linque dedicado de amador, do 
> que dstar assente na rede pública.
>
    Os "echolinks" fazem isso, sem voz digital, à imenso tempo, assim 
como o eQSO e o IRLP etc...etc.. etc...
   Possibilidade de uma rede nacional de dados, já no século passado 
lutei (eu e mais alguns) a favor disso e não deu em nada. Talvez a 
mentalidade tenha mudado mas sinceramente não acredito.
> 4. Os radioamadores são simultaneamente progressistas e conservadores. 
> Embora queiram e gostem das coisas novas, não deitam nada fora e não 
> dispensam as coisas velhas. Isto daria pano para mangas noutros 
> tópicos, mas para já e neste contexto a ideia a reter é que os modos 
> analógicos estão para lavar e durar, e se o dstar quiser espaço terá 
> de o conquistar. Creio que não repugnaria ninguém reservar o dstar às 
> faixas de UHF e superiores, por exemplo.
>
    Dstar com codec aberto, venha ele para quem quiser. Com o AMBE, deve 
ser proibido, sem tirar nem por, proibido ou resumir-se a transmissão de 
dados, modo DD (proibindo o modo DV (com AMBE)).
> 5. Pelas suas características, a voz digital é particularmente 
> adequada às comunicações com condições constantes de razoáveis para 
> boas, isto é, sinais bons para comunicações em linha de vista. Não se 
> presta para DX ou para utilizações móveis ou portáteis. Seja como for, 
> há certamente por aí colegas com conhecimentos e experiência para 
> partilhar neste domínio.
>
    Sim, tem razão... mas há maluquinhos para tudo. Fala-se em 
aproveitar largura de banda e depois aparecem uns quantos OM's a 
utilizar o E-SSB, que curiosamente quer dizer Enhanced SSB mas de 
enhanced não tem nada a não ser utilizar mais largura de banda e 
processar a voz q.b...

> Cumprimentos,
> António Vilela
> CT1JHQ

Como que por obra da incoerência, permita-me que lhe forneça um atalho 
para uma página na(o) Wikipédia sobre aquilo que chamam de HSMM, algo 
que consiste na utilização de equipamentos de Wi-fi por amadores, isto 
visto que alguns dos canais partilham frequências que nos são 
consagradas a titulo secundário.
Isso permite-nos utilizar mais potência entre outros, seja como for não 
é meu intuito transcrever ou interpretar o que lá está pois isso poderá 
fazê-lo, simplesmente lhe peço que leia os pontos referentes a 
"identification" e "security". Perceba que o Wifi assenta em "standards" 
abertos e aqui assim, podem ser utilizadas cifras dado a disponibilidade 
de equipamentos. Ainda assim, quando ao serviço de amadores colocam-se 
restrições na utilização de cifras/segredos. Veja, tire as suas 
conclusões e depois comente.

http://en.wikipedia.org/wiki/High-speed_multimedia_radio

Para finalizar, gostaria de pedir desculpa por eventuais erros 
gramaticais, de sentido ou mesmo de conteúdo dado que tenho descansado 
muito pouco nas últimas semanas.

Obrigado pela sua contribuição neste tema,

73 de ct1enq





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