Re: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star

Carlos Mourato radiofarol gmail.com
Sexta-Feira, 21 de Setembro de 2007 - 16:54:08 WEST


caros colegas
Hoje dei aqui um saltinho para poder selecionar alguns dos 282 emails
recebidos desde que estou em férias. Ainda não li muito acerca do  D-STAR,
mas à primeira vista parece-me um sistema muito mais interessante do que os
echolinks. Quanto à capacidade dos sinais serem descodificados com baixo
SNR, ainda nada sei e por isso gostava de saber mais sobre isso. Irei
estudar o sistema assim que tiver tempo para isso. Na minha vida
profissional, como a maioria dos colegas sabe, trabalho com transmissões
digitais, em OFDM, e com o software dream é possivel descodificar com varios
niveis de SNR. Dependendo claro está do bit rate da emissão, assim o SNR
necessário para descodificar as frames será mais ou menos alto. Por exemplo
uma emissão em estereo com qualidade de radiodifusão em FM analógico,
recorrendo ao AAC mais SBR, a uma cadencia de transmissão de 17,7 Kbps,
pode-se descodificar 100% das frames de audio com um SNR de 18dB ou
superior. Uma transmissão a 11 Kbps, o SNR será cerca de 10 dB ou superior.
Para fonia, com uma banda passante relativamente estreita, creio que será
possivel uma boa descodificação, com SNR menores que 10dBs SNR. Tudo isto
depende evidentemente dos sistemas utilizados, e eu estou a referir
especificamente o DRM. Convem referir, que apesar dos sistemas de proteção
utilizados como sejam o "interleaving", é mais prejudicial uma interferencia
num streaming digital do que a intensidade de sinal ser fraca.
Para terminar, quero referir que o software Hamdream, é a versão DRM para
amador, e que foram feitos alguns testes em 20m ao que parece com excelente
qualidade com SNRs relativamente baixos.
Alguem me sabe informar se o software do DSTAR é dedicado, ou se é um
software adaptado? Toda a maneira este sistema D-STAR parece-me muito
interessante e capaz de destronar o echolink.

73 de CT4RK

Em 14/09/07, Mariano Gonçalves <ct1xi  sapo.pt> escreveu:
>
> Prezado João Gonçalves,
>
> Restrinjo-me a partilhar experiências e outros saberes, apenas isso.
> Julgo ser essa a verdadeira essência do Radioamadorismo, é o que faço
> enquanto amador de Rádio.
> Infelizmente deixei de fazer rádio, pelo facto de ali não encontrar mais
> identidade e possibilidade de partilhar outras experiências. Limito-me a
> escutar rádio, radioelectricidades e comunicações, e com isso a recordar
> os
> tempos em que existia aficcion entre os amadores. Lembrando figuras que
> foram excelência humana e cultural entre radioamadores, mas isso faz mais
> de
> 40 anos. Tudo se perdeu e transformou, para pior.
>
> Um dia destes, se quiseres, é possível experimentar algumas comunicações
> digitais (para um grupo de eventuais interessados) ensaiando ligações em
> frequência fixa e salto de frequência, com uma cadência de mais de 500
> saltos por segundo.
> Assim podes avaliar da importância da qualidade do link de rádio, e
> consequente, poder determinar qual a relação sinal ruído que ele comporta
> ou
> exige.
> Nessas condições extremas, é possível comparar com uma vulgar transmissão
> de
> SSB, NBFM ou mesmo CW, patrimónios que apesar do desenvolvimento
> tecnológico, não irão desaparecer tão depressa, nem tão pouco das
> comunicações de HF.
>
> Não sei avaliar se do D-Star conseguirá vingar, mas tudo indicia que vem
>> as comunicações digitais, com base em VOIP, mas há um longo caminho a
> percorrer, talvez depois de 2015 ou 2020 tudo mudará então (menos a
> cultura
> experimental dos radioamadores).
>
> 73, Mariano
>
>
> ----- Original Message -----
> From: "João Gonçalves Costa" <joao.a.costa  ctt.pt>
> To: "'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'" <cluster  radio-amador.net>
> Sent: Friday, September 14, 2007 4:08 PM
> Subject: RE: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star
>
>
> Caros Jorge Santos e Mariano Gonçalves,
>
> Verdadeiramente EXEMPLAR a analise que o Mariano (CT1XI) faz, Parabéns.
>
> Isto, quando temos especialistas deste gabarito entre nós, até esquecemos
> as
> "bacoradas" que todos os dias ouvimos e lemos.
>
> Como vários colegas tem referido, é com muita mágoa e algum desalento que
> constatamos que estes assuntos não são discutidos a este nível, nas bandas
> do Serviço de Amador. Afinal, muitos de nós, antes de sermos internautas,
> somos Amadores de Rádio (vulgo, radioamadores).
>
> Sinceramente, comungo cada vez mais, infelizmente, da opinião que os
> verdadeiros assuntos de interesse do radioamadorismo passam cada vez mais
> pela Internet.
>
> Poderíamos aqui apresentar várias razões para isso acontecer, mas tenho
> muita pena que estas coisas não cheguem a um maior numero de Amadores de
> Rádio, via rádio
>
> Como moderador, desta lista, só tenho de agradecer terem aceite o convite
> para fazerem parte deste Grupo e a vossa participação atenta.
>
> Muito OBRIGADO.
>
> João Costa
> CT1FBF
> Moderador da Lista ARLA/CLUSTER
>
>
>
> -----Original Message-----
> From: cluster-bounces  radio-amador.net
> [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] On Behalf Of Mariano Gonçalves
> Sent: quinta-feira, 13 de Setembro de 2007 19:29
> To: nobre.santos  netvisao.pt; Resumo Noticioso Electrónico ARLA
> Subject: Re: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star
>
> Caro Jorge Santos,
>
>
>
> Os meus cumprimentos e obrigado pelo seu exemplo.
>
> Porque faz alguns anos, que trabalho no desenvolvimento e fabrico de
> sistemas de transmissão digital (para aplicações militares e tácticas)
> alguns que funcionam por salto de frequência e são dotados de dispositivos
> de COMSEC e TRANSEC, para comunicações seguras, o exemplo que refere
> suscita-me o seguinte ponto de vista:
>
>
>
> A transmissão analógica, permite uma degradação substancial no link
> (ligação
> rádio), com degradação na relação sinal ruído até ao patamar em que ambos
> os
> níveis se confundem (quando se situam no mesmo nível), este é o momento em
> que a transmissão é imperceptível e a relação S/N será próxima de 0 dB
> (imperceptível). Até se atingir esse patamar de degradação (que é total),
> dependendo do operador e da sua capacidade de correlação, muitas partes da
> mensagem são perceptíveis e podem ser interpretadas.
>
> A relação S/N numa emissão analógica, dependendo da largura de banda, pode
> ir de 12, 10 a cerca de 5 ou 3 dB (caso da telegrafia).
>
>
>
> No entanto, uma emissão digital, dependendo da velocidade de transmissão e
> largura de banda, regra geral, exige qualidade do link, que nunca será
> inferior a 20 ou mesmo 25 dB de relação S/N (20 a 30 vezes mais potência).
>
> Para a transmissão digital, não existe lugar à degradação progressiva ou
> diminuição da relação S/N, como no SSB, FM ou CW.
>
>
>
> Quando os CODEC mesmo com o apoio do FEC, por degradação do link já não
> descodificam a informação digital (descodificação dos pacotes), ocorre a
> perda parcial ou total dos pacotes e deixa de existir informação útil.
>
> Significa que 1) a qualidade do link radioeléctrico para transmissão
> digital, tem de ser sempre melhor e muito mais estável que para o
> analógico
> e 2) a qualidade da informação descodificada, será sempre melhor que a
> analógica, sim, mas em virtude de não tolerar a mesma degradação (é tudo
> ou
> nada).
>
>
>
> No exemplo da sua gravação, enquanto se recebe o sinal da emissão
> analógica,
> com degradação do sinal, eventual relação S/N de 8 a 6 dB, para a emissão
> digital, o que se escuta na emissão digital, significa uma relação S/N
> superior a 20 ou 25 dB, caso contrário, para as mesmas condições do link
> analógico, na transmissão digital já não se escutaria absolutamente nada.
>
>
> Para além disto, a transmissão digital tem sempre as vantagens que a
> analógica não permite conferir.
>
> Mas, é importante referir que, nas comunicações extremas (extrema
> degradação
> do link) numa transmissão em tempo real, ainda nada supera as emissões
> analógicas de banda estreita entre 300 a 3000 Hz.
>
>
>
> 73, Mariano CT1XI
>
>
>
>
> ----- Original Message -----
> From: "Jorge Santos" <nobre.santos  netvisao.pt>
> To: "Cluster" <cluster  radio-amador.net>
> Sent: Thursday, September 13, 2007 3:16 PM
> Subject: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star
>
>
> Boas tardes colegas.
>
> Para quem ainda não tenha ouvido (ou assistido a uma emissão de televisão
> digital) o som fantástico de um sistema digital, junto anexo (e espero que
> passe) um ficheiro em formato mp3 para que possam ver a diferença entre um
> sinal fraco D-Star e o mesmo transmitido em modo analógico.
>
>
> /3's de Jorge Santos - CT2JIB
>
>
>
>
> --------------------------------------------------------------------------------
>
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>
>
>
> _______________________________________________
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