Re: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star

Mariano Gonçalves ct1xi sapo.pt
Sexta-Feira, 14 de Setembro de 2007 - 19:45:29 WEST


Prezado João Gonçalves,

Restrinjo-me a partilhar experiências e outros saberes, apenas isso.
Julgo ser essa a verdadeira essência do Radioamadorismo, é o que faço 
enquanto amador de Rádio.
Infelizmente deixei de fazer rádio, pelo facto de ali não encontrar mais 
identidade e possibilidade de partilhar outras experiências. Limito-me a 
escutar rádio, radioelectricidades e comunicações, e com isso a recordar os 
tempos em que existia aficcion entre os amadores. Lembrando figuras que 
foram excelência humana e cultural entre radioamadores, mas isso faz mais de 
40 anos. Tudo se perdeu e transformou, para pior.

Um dia destes, se quiseres, é possível experimentar algumas comunicações 
digitais (para um grupo de eventuais interessados) ensaiando ligações em 
frequência fixa e salto de frequência, com uma cadência de mais de 500 
saltos por segundo.
Assim podes avaliar da importância da qualidade do link de rádio, e 
consequente, poder determinar qual a relação sinal ruído que ele comporta ou 
exige.
Nessas condições extremas, é possível comparar com uma vulgar transmissão de 
SSB, NBFM ou mesmo CW, patrimónios que apesar do desenvolvimento 
tecnológico, não irão desaparecer tão depressa, nem tão pouco das 
comunicações de HF.

Não sei avaliar se do D-Star conseguirá vingar, mas tudo indicia que vem aí 
as comunicações digitais, com base em VOIP, mas há um longo caminho a 
percorrer, talvez depois de 2015 ou 2020 tudo mudará então (menos a cultura 
experimental dos radioamadores).

73, Mariano


----- Original Message ----- 
From: "João Gonçalves Costa" <joao.a.costa  ctt.pt>
To: "'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'" <cluster  radio-amador.net>
Sent: Friday, September 14, 2007 4:08 PM
Subject: RE: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star


Caros Jorge Santos e Mariano Gonçalves,

Verdadeiramente EXEMPLAR a analise que o Mariano (CT1XI) faz, Parabéns.

Isto, quando temos especialistas deste gabarito entre nós, até esquecemos as 
"bacoradas" que todos os dias ouvimos e lemos.

Como vários colegas tem referido, é com muita mágoa e algum desalento que 
constatamos que estes assuntos não são discutidos a este nível, nas bandas 
do Serviço de Amador. Afinal, muitos de nós, antes de sermos internautas, 
somos Amadores de Rádio (vulgo, radioamadores).

Sinceramente, comungo cada vez mais, infelizmente, da opinião que os 
verdadeiros assuntos de interesse do radioamadorismo passam cada vez mais 
pela Internet.

Poderíamos aqui apresentar várias razões para isso acontecer, mas tenho 
muita pena que estas coisas não cheguem a um maior numero de Amadores de 
Rádio, via rádio

Como moderador, desta lista, só tenho de agradecer terem aceite o convite 
para fazerem parte deste Grupo e a vossa participação atenta.

Muito OBRIGADO.

João Costa
CT1FBF
Moderador da Lista ARLA/CLUSTER



-----Original Message-----
From: cluster-bounces  radio-amador.net 
[mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] On Behalf Of Mariano Gonçalves
Sent: quinta-feira, 13 de Setembro de 2007 19:29
To: nobre.santos  netvisao.pt; Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Subject: Re: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star

Caro Jorge Santos,



Os meus cumprimentos e obrigado pelo seu exemplo.

Porque faz alguns anos, que trabalho no desenvolvimento e fabrico de 
sistemas de transmissão digital (para aplicações militares e tácticas) 
alguns que funcionam por salto de frequência e são dotados de dispositivos 
de COMSEC e TRANSEC, para comunicações seguras, o exemplo que refere 
suscita-me o seguinte ponto de vista:



A transmissão analógica, permite uma degradação substancial no link (ligação 
rádio), com degradação na relação sinal ruído até ao patamar em que ambos os 
níveis se confundem (quando se situam no mesmo nível), este é o momento em 
que a transmissão é imperceptível e a relação S/N será próxima de 0 dB 
(imperceptível). Até se atingir esse patamar de degradação (que é total), 
dependendo do operador e da sua capacidade de correlação, muitas partes da 
mensagem são perceptíveis e podem ser interpretadas.

A relação S/N numa emissão analógica, dependendo da largura de banda, pode 
ir de 12, 10 a cerca de 5 ou 3 dB (caso da telegrafia).



No entanto, uma emissão digital, dependendo da velocidade de transmissão e 
largura de banda, regra geral, exige qualidade do link, que nunca será 
inferior a 20 ou mesmo 25 dB de relação S/N (20 a 30 vezes mais potência).

Para a transmissão digital, não existe lugar à degradação progressiva ou 
diminuição da relação S/N, como no SSB, FM ou CW.



Quando os CODEC mesmo com o apoio do FEC, por degradação do link já não 
descodificam a informação digital (descodificação dos pacotes), ocorre a 
perda parcial ou total dos pacotes e deixa de existir informação útil.

Significa que 1) a qualidade do link radioeléctrico para transmissão 
digital, tem de ser sempre melhor e muito mais estável que para o analógico 
e 2) a qualidade da informação descodificada, será sempre melhor que a 
analógica, sim, mas em virtude de não tolerar a mesma degradação (é tudo ou 
nada).



No exemplo da sua gravação, enquanto se recebe o sinal da emissão analógica, 
com degradação do sinal, eventual relação S/N de 8 a 6 dB, para a emissão 
digital, o que se escuta na emissão digital, significa uma relação S/N 
superior a 20 ou 25 dB, caso contrário, para as mesmas condições do link 
analógico, na transmissão digital já não se escutaria absolutamente nada.


Para além disto, a transmissão digital tem sempre as vantagens que a 
analógica não permite conferir.

Mas, é importante referir que, nas comunicações extremas (extrema degradação 
do link) numa transmissão em tempo real, ainda nada supera as emissões 
analógicas de banda estreita entre 300 a 3000 Hz.



73, Mariano CT1XI




----- Original Message -----
From: "Jorge Santos" <nobre.santos  netvisao.pt>
To: "Cluster" <cluster  radio-amador.net>
Sent: Thursday, September 13, 2007 3:16 PM
Subject: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star


Boas tardes colegas.

Para quem ainda não tenha ouvido (ou assistido a uma emissão de televisão 
digital) o som fantástico de um sistema digital, junto anexo (e espero que 
passe) um ficheiro em formato mp3 para que possam ver a diferença entre um 
sinal fraco D-Star e o mesmo transmitido em modo analógico.


/3's de Jorge Santos - CT2JIB



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