Re: ARLA/CLUSTER: Em 100 dos mais importantes radioamadores mundiais na história, poucos são ou eram, os técnicos da área.

Mariano Gonçalves ct1xi sapo.pt
Sábado, 3 de Novembro de 2007 - 10:02:28 WET


Meu caro Norberto,

O objectivo é esse, denegrir, humilhar aqueles que tem pontos de vista diferentes e aplaudir em seguida. Não tolerar as diferenças, obrigar a orientação dos temas, no sentido de favorecer um único ponto de vista, confundir o debate. 

A maior riqueza da natureza é afinal de contas toda a sua diversidade. 
Também a natureza humana e social, ou cultural, é desde sempre, sustentada pela mesma variedade, quer de sentimentos e gostos, quer de formas de pensar e actuar. Lamentavelmente, alguns radicais, consideram que tem de ser todos à semelhança deles, como se fossem detentores da verdade absoluta, e formas ímpares de evolução, que são apenas as suas, tal qual tu e eu temos as nossas, são opções, são direitos liberdades e garantias de uma sociedade civilizada e democrática. 

O fundamentalismo, ocorre nas religiões, ou em grupos, como nos fãs de clubes e seguidores de figuras populares. Para esses são referências fundamentais, porque não possuem outras, ou essas são apenas as mais importantes, no seu entender, são opções que temos de saber observar e respeitar também, desde que sejam legais. 

Penso que ninguém tem o direito de ridicularizar (significa considerar de pouco valor, insignificantes, ou coisas que provocam riso) precisamente os pontos de vista diferentes dos seus, isso é um atentado, aos pensamentos e às atitudes diversas, que são afinal direitos e liberdades de cada um. Sobre o resto nem sequer valerá a pena comentar.

Estes são os sinais dos tempos. Tudo se transforma, é a evolução, que nos conduz cada dia mais, a actos massivos e de multidões, a saber e a fazer o mesmo, até na alimentação.
 
A verdade de que algo, ou vai mal, ou mudou, é que o número de jovens que aderem a estas práticas, são cada dia menos, em todo o mundo, isto porque somos incapazes de motivar as juventudes (todas elas, em todos os lugares) a aderir a estas actividades temáticas. Algo de errado aconteceu, nos últimos 20 anos, para que assim esteja a acontecer, esta é a realidade. Os jovens até estudam nas universidades, até querem saber de ciência e tecnologia, mas cada dia menos, se interessam pelo QSO. 

Adivinham-se para os próximos 10 anos, com a chegada das comunicações digitais e selectivas, uma espécie de «Internet da rádio» em que cada um fala de forma dirigida, para o seu correspondente, assim, tenderá a acabar a comunicação ou ligação por rádio, para um lugar indeterminado. A questão final, será apenas uma, comunicar, seja através de meios exteriores de transmissão (tipo ADSL, fibra óptica etc) ou via sem fios (wireless) em HF ou noutras faixas.

A minha opção é a mesma que hoje exerço, a exploração do espaço profundo, no limite das ligações radioeléctricas. Haverá lá coisa mais excitante, do que receber e desmodular sinais com níveis de energia absoluta abaixo dos -130 ou 150 dBm. 
É a forma mais adequada de desenvolver os aspectos da auto-instrução, de aprender novas abordagens científicas, sem estar refém de endereços de IP, ou actos formatados e repetitivos, onde se diz e faz sempre a mesma coisa, afinal continuam a ser tentativas de busca, na procura da diferença e da diversidade, do conhecimento.

Ontem estive nos 80 metros, a assistir a uma roda de QSO's em AM, com colegas da França. Fazia 30 anos que não escutava uma emissão em AM naquela banda.

Um forte abraço, e sempre pelo progresso.  

73, Mariano, CT1XI

____________________________
      
  ----- Original Message ----- 
  From: manel nor 
  To: Resumo Noticioso Electrónico ARLA 
  Sent: Friday, November 02, 2007 7:08 PM
  Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Em 100 dos mais importantes radioamadores mundiais na história, poucos são ou eram, os técnicos da área.


  Boa noite Mariano.Já leste certamente !.Tal e qual como eu previa as reacções surgiram,assim é que eu gosto.Levo pancada desde pequenino, já estou habituado e um veterano de guerra, como eu, aguenta perfeitamente, é tudo uma questão de poder de encaixe.Há certas coisas que se escrevem que mexem com algumas pessoas!, será psicose ou será algum caso patológico!?.
  Eu fui suficientemente claro, na parte final do meu texto, quando escrevi:não pretendo ferir susceptibilidades e não ser compreendido. Isto é como quem assiste a um espectáculo...uns gostam outros não, gostos não se dicutem.Eu até me recordo (já acalmou mais) das querrin-
  as que havia(VHF e HF): estes CT1,s de duas letras têm a mania !!! e outras coisas quejandas.
  Por aquí se vê, claramente, que existe uma certa dose de doença mental em que a personalidade se desintegra de forma profunda, com perturbações da percepção , do raciocinio e do comportamento , das quais o paciente não tem consciência (psicose) mas tem cura... (tempo). 
  Um abraço.  CT1UW

   
  Em 01/11/07, Mariano Gonçalves <ct1xi  sapo.pt> escreveu: 
    Caro João Costa,

    Bom dia, saudações.
    Percebi a tua mensagem, e estou de acordo com ela.

    Este tema é extremamente importante, e os exemplos que referes, são a prova 
    de que afinal de contas o Radioamadorismo e o Amador de Rádio, na sua
    excelência e elevação, são as pessoas que afinal procuram elevar os seus
    conhecimentos de forma multifacetada. Ao invés daquela imagem que se 
    multiplicou nos últimos anos, de consumismo, lucro e comércio, de autismo,
    vedetismo e individualismo, consequências do comércio e consumo do lazer.
    Radioamadorismo também é recreação, mas com regras, e próprias. Ninguém faz 
    mergulho, sem primeiro aprender a nadar.

    A interdisciplinaridade do exercício do Radioamadorismo, é sem dúvidas
    multifacetada, embora haja quem nos queira fazer crer que é apenas e
    exclusivamente, concursos, diplomas, troféus ou viagens de turismo a locais 
    exóticos ou remotos, susceptíveis de garantirem vendas e actos de permuta
    com fins muitas vezes lucrativos e comerciais.

    Estou seguro que o espírito da lei e dos regulamentos do serviço de amador e
    amador de satélite, está em adição, com aquilo que referes, onde colegas que 
    nem sequer estão profissionalmente ligados nem à rádio nem às
    telecomunicações, souberam evoluir nos seus conhecimentos técnicos e
    científicos, ao ponto de, se conseguirem destacar entre aqueles que são
    formados e especializados nessas matérias. Mas isso exigiu deles saber e 
    competências, conhecimento, doutra forma nunca o teriam feito.

    Concluímos que: nada impede um bom médico ou advogado, um motorista ou
    escriturário de saber outras tecnologias e ciências. Isso valoriza as
    pessoas enquanto cidadãos, sejam quais forem as suas profissões.

    Conheci na minha juventude, dezenas de amadores de rádio, médicos, padres,
    advogados, economistas, serralheiros e electricistas, comerciantes,
    vendedores, que sempre fizeram os seus rádios emissores, e eram excelentes
    operadores. Outros houve, que não sabiam ou não conseguiam fazer tais
    dispositivos, obtinham a ajuda de colegas amadores, e partilhavam esse 
    saber, até funcional, mas uma coisa é certa, tinham limitações técnicas
    (hoje não são técnicos porque não querem ser) mas eram então excelentes
    operadores de rádio, era aqui que se via na pluralidade do Radioamadorismo, 
    que se perdeu depois do 25 de Abril de 1974, fruto do liberalismo, das
    passagens administrativas, e da falta de cuidados e de experiências até das
    entidades reguladoras, que não foram capazes de o fazer progredir da forma 
    mais adequada, até para defesa dos interesses do país, (protecção civil,
    educação, cultura etc.), dispersando meios, recursos necessários e escassos
    (num país pobre).

    Em conclusão, Portugal perdeu, perderam o Ensino e a Cultura da Ciência e da 
    Tecnologia, e depois dessa altura, Portugal tem perdido tudo, a indústria,
    as competências que antes existiam entre os nossos técnicos, operários e até
    engenheiros, o resultado é que em 30 anos, nos tornámos mais pobres e menos 
    capazes, este é um facto.

    Para qualquer pai, avô, cidadão e até para os Amadores de Rádio licenciados
    antes do 25 de Abril de 1974, estes são naturalmente, alguns indicadores
    preocupantes, e não sou eu que o afirmo, são no seu conjunto, toda a 
    sociedade actual, isso é debatido todas as semanas nos órgãos de informação
    nacional e são referidos em rácios e estudos da própria União Europeia (que
    nos avalia de fora para dentro).

    Será autismo e negligência, de qualquer cidadão e em especial dos Amadores 
    de Rádio, pela essência da sua própria Cultura Científica ignorar estes
    factos.

    O Radioamadorismo, é justamente isso, abrir a Cultura, o Conhecimento das
    Ciências e das Tecnologias, sejam elas quais sejam, e em particular as 
    radioeléctricas (porque é de Rádio que falamos) a quem as quer aprender e
    saber fazer. E esse conhecimento é multidisciplinar, multifacetado, e pode
    ser livremente exercido em mais de 89 actividades (como diz o colega cubano) 
    ou mesmo outras largas dezenas de formas diferentes de o exercer, não é, e
    só, e apenas, os tais de concursos e competição por troféus, diplomas e QSL.
    Nunca foi, apenas isso, e nunca será.

    Os recursos naturais, designadamente o espectro radioeléctrico é por demais 
    valioso, importante, e escasso, para que seja usado e abusado, sem a
    produção cultural, cívica e humanitária de mais valias (saber e
    conhecimento, serviço e utilidade pública). Isso claramente ficou provado
    pelas gerações anteriores de Amadores de Rádio, espero agora que os novos, 
    ou os tais de «radioamadores» não façam o inversos e provem que afinal de
    contas nada disso valerá a pena prosseguir.

    É importante referir que nos países mais cultos, se investem hoje e cada vez
    mais (as grandes associações do Radioamadorismo) na elevação e na criação 
    quer de estruturas associativas (que em Portugal são escassas e
    insustentáveis), quer de espaços educativos, onde de facto o Radioamadorismo
    é um dos imensos substratos para o conhecimento, capaz de sensibilizar as 
    crianças e os jovens para os temas da Ciência, seja ela depois e mais tarde,
    no avançar da idade e das competências de cada um desses jovens,
    direccionada para a medicina, aviação, economia, ou o que quer que seja. 
    A verdade é que muitas vezes através desse radioamadorismo, ao contrário de
    se tornarem alcoólicos e ou drogados, ao invés de se envolverem em
    comportamentos aditivos e de risco, podem ser jovens e cidadãos de bem e 
    dotados de melhor formação, humana, social, cívica e profissional.

    Fora do radioamadorismo existe tudo isso, mesmo sem rádios e sem
    radiocomunicações, existem centenas de milhões de pessoas de bem. Nada é
    absoluto.

    Acerca do individualismo, é certo que quem se dedica ao estudo e
    desenvolvimento de aplicações tecnológicas ou à própria ciência
    radioeléctrica, o faz de forma aplicada e em muitos casos, nem todos, de 
    forma isolada, embora eu na minha juventude, fizesse radioamadorismo com
    imensos colegas, alguns ainda vivos, onde em conjunto, partilhávamos
    experiências, materiais e muitos conhecimentos, nunca o fizemos sozinhos nem 
    sequer isolados.

    De recordar que Radioamadorismo, significa precisa e justamente, mais do que
    qualquer outra actividade, essa múltipla difusão de saberes, que até se
    fazem através dos meios da comunicação através da rádio, chegando a todos os 
    lugares, inclusive aos mais remotos, na terra, no ar no mar. Em nenhum outra
    actividade se poderia fazer o mesmo.

    Do meu ponto de vista pessoal, existe no mínimo duas coisas fundamentais: a)
    exploração e b) estudo e desenvolvimento de sistemas radioeléctricos, porque 
    é de Rádio que falamos. Onde a radiotelegrafia é a excelência funcional de
    um bom operador de rádio (mesmo que não seja dotado de conhecimentos
    técnicos, é ao menos operador do rádio e explorador do meio ele deve ser e 
    saber fazer). A Telegrafia por Código de Morse é um património da
    humanidade, foi o primeiro meio de telecomunicação por TPF e TSF, é hoje
    preservado (aperfeiçoado e desenvolvido) apenas pelos Amadores de Rádio. 

    Eu não fiz exame para operar naquele tempo em AM (A3E) não havia entre os
    amadores nem FM nem ainda o SSB, mas fiz exame para provar que sabia operar
    em Telegrafia (A1A). Fiz exame para provar que dominava os conhecimentos de 
    base, que me permitiam operar e explorar outros serviços ou modos de
    transmissão. O resto eu aprendi com o passar destes mais de 40 anos, e ainda
    tenho muito mais e imensas coisas para saber, aprender e conseguir fazer. 
    Coisas que ainda partilhamos entre os nossos colegas e amigos amadores de
    Rádio.

    Depois que regressei definitivamente a Portugal em 1992, eu e vários colegas
    e amigos, dedicámos nos últimos anos da nossa actividade como cidadãos e 
    como amadores da Rádio também, a promover as ciências junto das crianças e
    dos jovens, precisamente através desta disciplina que é o Radioamadorismo, e
    tudo o que ele comporta de educativo e cultural.

    Porque não se criam espaços, dentro das associações para o Radioamadorismo, 
    lugares dedicados, onde se possam aos fins de semana, realizar palestras,
    conferências e ministrar cursos sobre temas da Rádio e da Ciência (ou apenas
    sabemos fazer e realizar vitamínicos, feiras de venda de material de rádio e 
    concursos de DX). Até nesses momentos se podem fazer conferências, é preciso
    saber e aproveitar essas ocasiões.

    A riqueza do conhecimento é tão vasta e produtiva, que desde sempre a
    industria das radiocomunicações e da electrónica em geral, tem sido 
    oportunista, em relação ao Radioamadorismo, explorando depois e
    comercialmente, milhares e milhares de aplicações e tecnologias,
    provenientes de estudos e desenvolvimentos dos amadores de rádio
    (engenheiros, investigadores, peritos e técnicos, de empresas, departamentos 
    de I&D e universidades). Foi esse factor de desenvolvimento, oferecido pelo
    Radioamadorismo, que nos granjearam o Estatuto que ainda auferimos junto de
    alguns organismos, a UIT é um deles. E com esses, outros cidadãos e jovens, 
    tiveram acesso a estas práticas, como forma de cultura, de lazer e até de
    competição desportiva, nada disso é ilegítimo.

    Não é necessário ser engenheiro ou técnico de telecomunicações, para se
    saber e querer ser um bom Amador de Rádio. 
    Agora é determinante, saber e conhecer o que é, o que afinal significa:
    RADIOAMADORISMO.

    De salientar que as administrações nacionais através dos regulamentos das
    radiocomunicações dirigidas para o serviço de amador e amador de satélite, 
    tentaram preservar e promover aquilo que aqui faço referência.  Esse é um
    esforço reconhecido, exercido pela UIT e pelas administrações das
    radiocomunicações dos países mais cultos e desenvolvidos.

    Imaginemos as práticas e regras do desporto olímpico, a serem liberalizadas 
    como alguns exigem que sejam empregues nos radioamadores. Existem meios
    alternativos às formas de comunicação, que não sejam o Radioamadorismo e
    isso os «radioamadores» podem fazer em qualquer lugar.

    Finalmente, não ser técnico da área ou do tema, não significa ignorância. 

    A minha postura, relativa a este tema (que me é caro) releva do facto de
    que, quando me iniciei aos 15 anos de idade, também não era nem técnico nem
    nada, era um jovem estudante. E foi graças a tudo aquilo que o 
    Radioamadorismo me proporcionou (muitos colegas já falecidos) e através do
    convívio que mantive com várias gerações de Amadores de Rádio, e também com
    jovens naquele tempo da minha idade, que eu pude fazer uma opção de 
    carreira, e tornar-me num profissional, que durante mais de 40 anos exerceu
    no país e no estrangeiro, uma profissão relacionada com as múltiplas
    ciências e tecnologias de radioeléctricidade (porque me especializei, tal 
    qual todos os profissionais fazem).

    Entre os meus amigos pessoais, e até colegas de profissão, a generalidade
    deles são Amadores de Rádio (na minha empresa e no grupo a que estamos
    associados, que é um dos maiores da Europa a desenvolver sistemas 
    radioeléctricos, 90% dos técnicos, peritos e investigadores são amadores),
    muito colegas e amigos felizmente ainda vivos, todos reflectem a mesmo
    sentimento, até de gratidão para com o próprio Radioamadorismo.

    Perguntaria para concluir, qual o interesse que alguns radicais sustentam em
    abandalhar o Radioamadorismo português (porque o estrangeiro prossegue o seu
    caminho de exactidão educativa, social e cívica, com verdade científica) o 
    que ganhávamos nós com isso? - Sabendo que existem alternativas, na
    Internet, no GSM, LPD, PDM e outros meios e formas de comunicar.
    Será que essa postura resulta do facto de que as pessoas hoje não querem é
    fazer nada, nem sequer aprender e ganhar riqueza humana e civilizacional.

    73, Mariano, CT1XI



    ----- Original Message -----
    From: "João Gonçalves Costa" < joao.a.costa  ctt.pt>
    To: "'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'" <cluster  radio-amador.net>
    Sent: Wednesday, October 31, 2007 7:31 PM
    Subject: ARLA/CLUSTER: Em 100 dos mais importantes radioamadores mundiais na 
    história, poucos são ou eram, os técnicos da área.


    Caro Colega António Matias(CT1FFU) e demais,

    Independentemente de concordar com muitas coisas escritas por ti e por
    outros, tenho serias duvidas qual será o resultado final da tua analise e 
    pensamento levado ao limite.

    O radioamadorismo é para mim multidisciplinar e multifacetado, ainda á
    poucos dias o colega cubano Arnie Coro(CO2KK) dizia que existem pelo menos
    89 maneiras de estar no radioamadorismo e ser Amador de Rádio. 

    A meu ver, o Serviço de Amador e Amador por Satélite, não é somente para uma
    elite de técnicos, por muito bons que sejam.

    Esse caminho leva á pura extinção do, não nos podemos esquecer, passatempo.

    Os desafios que hoje o radioamadorismo enfrenta, inclusive de interesses
    económicos globais de ocupação do espectro, são de tal modo, que se não for
    pelo numero de utilizadores e por esse lado pela força representada, vamos 
    ser todos "enxotados" e extintos independentemente de podermos ser
    excelentes técnicos em telecomunicações e devidamente "habilitados",
    "examinados", etc. Obviamente que para mim o radioamadorismo não é, e luto 
    para que não seja, uma Banda do Cidadão da actualidade.

    Meu caro Matias, por muito que não queiramos estas, elas são as actuais leis
    do mercado neo-liberal e selvaticamente capitalista, e não será pela  nossa 
    imaginada "pureza imaculada" do radioamadorismo que vamos modificar este
    estado de coisas. Eu por mim, luto noutros fóruns, por aquilo que acredito
    ser melhor politica e socialmente para todos e não para uma meia duzia de 
    elites.

    Repara nisto:

    "c) Serviço de amador: serviço de radiocomunicações, que tem por objectivo a
    Instrução Individual, a Intercomunicação e o estudo técnico efectuado por
    amadores, isto é, por pessoas devidamente autorizadas que se interessam pela 
    técnica radioeléctrica a título unicamente pessoal e sem interesse
    pecuniário."

    Como podes ver a definição legal, e que concordo, é muito mais abrangente;
    mas todos se devem interessar fundamentalmente pela técnica radioeléctrica, 
    agora não precisam de ser todos, nem o são na pratica, técnicos
    radioeléctricos.

    Alias, conheço dezenas de excelentes radioamadores que nada têm haver com as
    telecomunicações profissionalmente e nem por isso deixam de ser excelentes e 
    empenhados Amadores de Rádio.

    Em boa verdade, existem mesmo aqueles que pensamos, que são
    profissionalmente técnicos de alto gabarito na área e descobrimos que
    estamos errados. Um dos casos que mais me marcou é o do colega L. B. Cebik 
    (W4RNL), uma referencia internacional quando se trata de analise de antenas
    e que era profissionalmente, pois está actualmente reformado, um brilhante
    professor catedrático de Filosofia.


    Quanto á legislação e aos exames, já todos nós reparamos que para o bem e 
    para o mal fazemos parte da Europa e não estamos orgulhosamente sós; não
    posso admitir o que se passa actualmente com a escandalosa falta de uma
    legislação capaz e actual em Portugal, culpa de todos nós, a começar pela 
    ANACOM, que pelo menos desde 2003 que estava obrigada ou deveria ter
    transposto para a Lei portuguesa, os acordos internacionais subscritos por
    ela própria em nosso nome ou onde nós somos visados.

    Hoje, qualquer radioamador espanhol, ingles, italiano, etc,de passagem ou 
    residente tem mais direitos em Portugal, que um nacional, nas mesmas
    condições.

    Quanto ao exame de CW, sempre serviu para tudo e mais alguma coisa, MENOS
    PARA HABILITAR ALGUÉM EM MORSE; quantos CT1 (de duas letras) conheces que 
    fizeram o exame, e hoje praticam e estão activos nesse modo......?

    Sempre me recusei e recusarei a fazer exame a um MODO quando não sou
    obrigado a fazer a outros, por muito eficaz ele seja. Alias, na minha
    opinião se vamos falar em "habilitar" alguém por exame, a um Modo, devemos
    começar sempre pela fonia.

    Tudo o resto merecia uma atenta resposta, mas infelizmente tenho da acabar
    por aqui.

    Um Forte ABRAÇO e bom feriado ou ponte para quem poder fazer. 

    João Costa
    CT1FBF






    ________________________________

    From: cluster-bounces  radio-amador.net
    [mailto: cluster-bounces  radio-amador.net] On Behalf Of antonio matias
    Sent: terça-feira, 30 de Outubro de 2007 19:06
    To: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
    Subject: RE: ARLA/CLUSTER: direitos dos "CT2's" 





    Longe vão os tempos da disciplina, da moral , do respeito e outros valores
    então dados como os normais para ser um cidadão cumpridor.

    não vivi nesse tempo.

    mas ainda cheguei a apanhar uma chapadas valentes da minha professora 
    primaria, que ainda trazia o custume bem latente, dos metodos do outro
    tempo.

    Hoje em dia estas atitudes são impensaveis, na verdade as coisas estão
    invertidas.

    Os alunos é que já batem nos professores e escapam impunes, pois  a culpa é 
    do professor que não sabe ensinar.

    O tempo foi passando e na sociedade foi aparecendo cada vez mais a palavra "
    Direitos". Esta palavra aparece por ai sistematicamente nas bocas dos
    portugueses, seja por que motivo for. 

    toda  a gente só tem direitos.

    São os agricultores com direito aos subsidios porque o governo teve culpa do
    tempo não ter sido favoravel á colheita.

    Os pescadores que não pescaram nada  naquela semana, e agora vão passar 
    fome.

    Os trabalhadores da fabrica A ou B que vai falir e querem saber do subsidio
    de desemprego.

    estes casos são frequentes em passam todos os dias em todos os noticiarios.



    Isto é um caso tipo de bola de neve, onde todos olhamos para os nossos 
    direitos e quando alguem os reclama, logo, e justamente, todos o seguem.



    o problema está que todos se esquecem dos deveres e obrigações que os
    cidadãos  teem.



    somos um povo que se tornou muito eguista e nunca está satisfeito, quanto 
    mais direitos temos, mais queremos ainda.

    temos tendencia para contornar as leis, e quando, achamos que não se podem
    contornar, tentamos muda-las para que nos possam servir melhor os
    interesses.

    Veja-se que agora para acabar com as más estatisticas dos nossos estudantes 
    ,que Portugal tem a nivel Europeu , o governo vai literalmente acabar com as
    reprovações por faltas.

    Nós radioamadores , já temos uns exames cuja difilculdade é quase ridilula,
    mesmo assim ainda querem exames mais faceis. 

    Querem acabar com o exame de CW, de Radio electricidade e legislação, depois
    admiram-se que haja um desconhecimento total das leis, da tecnica, e mais
    grave  ainda, da ectica do radioamadorismo.

    podem apenas meter como pergunta nos exames apenas o nome, que logo vem 
    alguem dizer que os testes deviam acabar,  que são dificeis e que todos
    deviam ter os mesmos direitos daqueles que obtiveram as suas licenças á
    maneira antiga.



    O caso  Espanhol, "matou" completamente o radioamadorismo naquele pais. 

    é o que dizem os EA's.

    já ninguem aparece nos exames, os radioamadores antigos estão desmotivados e
    as bandas estão cheias de individuos nada cumpridores das regras do jogo.



    Por cá ainda se  vão conseguindo conservar alguns valores, mas não sei até 
    quando.

    será que vamos ter uma banda do cidadão desde os 137,5KC até 47Ghz?

    em EA já é assim, por cá ainda não é e espero bem que não.

    73's de CT1FFU

    Matias.






    Qual é o pais que tem


    ________________________________


    From: joao.a.costa  ctt.pt
    To: cluster  radio-amador.net 
    Date: Tue, 30 Oct 2007 17:19:06 +0000
    Subject: RE: ARLA/CLUSTER: direitos dos "CT2's"




           Caro Sérgio Matias (CT1HMN),

           Bem e o que dizer a isto,  qualquer colega CT2 que ponha o pé do 
    outro lado da fronteira tem todo o direito de operar em todas as bandas de
    amador e amador por satélite em portátil ou móvel entre os 135,7 KHz e os 81
    GHz coisa que não pode fazer legalmente no pais que lhe passa a licença 
    CEPT, Portugal, mas que o autoriza pelos acordos internacionais a usufruir
    de direitos que no seu próprio pais não está autorizado.

           Outra também muito interessante, conheço o caso de um colega que é
    CT5 em Portugal e por estar a residir em Espanha é EA4, actualmente. Assim,
    quando vêem a Portugal e desde que opere como CT/EA4xxx/p ou "m" tem os
    mesmos direitos que qualquer cidadão radioamador da categoria A, no entanto, 
    se operar a sua estação portuguesa só pode sair em 2m e 70cm e num segmento
    restrito em cada banda.

           Alias, eu espero que esse "projecto" do novo regulamento com 3 novas
    classes e 3 velhas categorias nunca chegue " a ver a luz do Dia" pois então 
    é que vale a pena ir estudar e fazer exame a Espanha, para ser radioamador
    em Portugal, coisa que já acontece como sabem com muitos estudantes
    portugueses de outras área muito mais profissionais, como por exemplo, 
    Medicina.

           João Costa
           CT1FBF






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