Re: ARLA/CLUSTER: Em 100 dos mais importantes radioamadores mundiais na história, poucos são ou eram, os técnicos da área.

Francisco Costa, CT1EAT listas_ct1eat sapo.pt
Sábado, 3 de Novembro de 2007 - 11:53:38 WET


Caro Mariano

> Penso que ninguém tem o direito de ridicularizar
> (significa considerar de pouco valor, insignificantes,
> ou coisas que provocam riso) precisamente os pontos
> de vista diferentes dos seus, isso é um atentado, aos
> pensamentos e às atitudes diversas, que são afinal
> direitos e liberdades de cada um.

O ridículo não é inevitável.
Dito de outra forma, só se expõe ao ridículo que quer.
Ou quem não sabe quando o está a ser.
Naturalmente a concepção de ridículo varia com as gerações,
as épocas, as sociedades, etc. É portanto um juízo crítico
em constante mutação, e por isso passível de não ser
acompanhado e encarado por todos da mesma forma.
Por outro lado, negar o direito a ridicularizar alguém, é como
negar o direito de livre expressão, da liberdade de imprensa.
(punha todos os cartoonistas no desemprego, hi).
Ridicularizar algo ou alguém, é um direito que nos assiste,
mas que deve ser exercido de forma ponderada, dentro dos
limites do bom senso e dos valores de cada um.
Foi isso que eu fiz, e foi exactamente isso que você fez também,
quando escreveu as palavras supra mencionadas. De uma forma
subtil (tipo Meneses para Marques Mendes), tentou ridicularizar
as minhas criticas. É um direito que lhe assiste e eu respeito.
Mas saiba que as ideias combatem-se com ideias, argumentos e
factos. De nada vale repetir a mesma "cassete". Só se expõe
ainda mais ao ridículo.

Já agora, quantos QSO fez ontem?

73 F.Costa, CT1EAT
www.qsl.net/ct1eat

----- Original Message ----- 
From: "Mariano Gonçalves" <ct1xi  sapo.pt>
To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster  radio-amador.net>
Sent: Saturday, November 03, 2007 10:02 AM
Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Em 100 dos mais importantes radioamadores 
mundiais na história, poucos são ou eram, os técnicos da área.


Meu caro Norberto,

O objectivo é esse, denegrir, humilhar aqueles que tem pontos de vista 
diferentes e aplaudir em seguida. Não tolerar as diferenças, obrigar a 
orientação dos temas, no sentido de favorecer um único ponto de vista, 
confundir o debate.

A maior riqueza da natureza é afinal de contas toda a sua diversidade.
Também a natureza humana e social, ou cultural, é desde sempre, sustentada 
pela mesma variedade, quer de sentimentos e gostos, quer de formas de pensar 
e actuar. Lamentavelmente, alguns radicais, consideram que tem de ser todos 
à semelhança deles, como se fossem detentores da verdade absoluta, e formas 
ímpares de evolução, que são apenas as suas, tal qual tu e eu temos as 
nossas, são opções, são direitos liberdades e garantias de uma sociedade 
civilizada e democrática.

O fundamentalismo, ocorre nas religiões, ou em grupos, como nos fãs de 
clubes e seguidores de figuras populares. Para esses são referências 
fundamentais, porque não possuem outras, ou essas são apenas as mais 
importantes, no seu entender, são opções que temos de saber observar e 
respeitar também, desde que sejam legais.

Penso que ninguém tem o direito de ridicularizar (significa considerar de 
pouco valor, insignificantes, ou coisas que provocam riso) precisamente os 
pontos de vista diferentes dos seus, isso é um atentado, aos pensamentos e 
às atitudes diversas, que são afinal direitos e liberdades de cada um. Sobre 
o resto nem sequer valerá a pena comentar.

Estes são os sinais dos tempos. Tudo se transforma, é a evolução, que nos 
conduz cada dia mais, a actos massivos e de multidões, a saber e a fazer o 
mesmo, até na alimentação.

A verdade de que algo, ou vai mal, ou mudou, é que o número de jovens que 
aderem a estas práticas, são cada dia menos, em todo o mundo, isto porque 
somos incapazes de motivar as juventudes (todas elas, em todos os lugares) a 
aderir a estas actividades temáticas. Algo de errado aconteceu, nos últimos 
20 anos, para que assim esteja a acontecer, esta é a realidade. Os jovens 
até estudam nas universidades, até querem saber de ciência e tecnologia, mas 
cada dia menos, se interessam pelo QSO.

Adivinham-se para os próximos 10 anos, com a chegada das comunicações 
digitais e selectivas, uma espécie de «Internet da rádio» em que cada um 
fala de forma dirigida, para o seu correspondente, assim, tenderá a acabar a 
comunicação ou ligação por rádio, para um lugar indeterminado. A questão 
final, será apenas uma, comunicar, seja através de meios exteriores de 
transmissão (tipo ADSL, fibra óptica etc) ou via sem fios (wireless) em HF 
ou noutras faixas.

A minha opção é a mesma que hoje exerço, a exploração do espaço profundo, no 
limite das ligações radioeléctricas. Haverá lá coisa mais excitante, do que 
receber e desmodular sinais com níveis de energia absoluta abaixo dos -130 
ou 150 dBm.
É a forma mais adequada de desenvolver os aspectos da auto-instrução, de 
aprender novas abordagens científicas, sem estar refém de endereços de IP, 
ou actos formatados e repetitivos, onde se diz e faz sempre a mesma coisa, 
afinal continuam a ser tentativas de busca, na procura da diferença e da 
diversidade, do conhecimento.

Ontem estive nos 80 metros, a assistir a uma roda de QSO's em AM, com 
colegas da França. Fazia 30 anos que não escutava uma emissão em AM naquela 
banda.

Um forte abraço, e sempre pelo progresso.

73, Mariano, CT1XI







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