RE: ARLA/CLUSTER: Novos terrenos para desbravar. Já tinham pensado nesta hipótese?

Miguel Andrade ct1etl gmail.com
Quinta-Feira, 15 de Abril de 2021 - 14:26:51 WEST


Meu prezado amigo Joachim, (English translation next)

 

Peço muitas desculpas pela resposta tardia, como já vai sendo costume.

O meu tempo livre é assustadoramente escasso, mas responder a esta mensagem
tornou-se imperativo, pois não dei a devida resposta à anterior.

Para se decodificar WSPR em Ondas Médias, uma antena de Ondas Curtas é o
suficiente, principalmente na época mais favorável para a propagação dos
sinais, nessas frequências mais baixas.

Naturalmente que, quanto maior e mais próximo de ¼ nos 630 metros a dimensão
da antena HF se apresentar... melhor será.

Os melhores resultados na receção que obtive foram com um dipolo para a
faixa dos 160 metros, unindo simplesmente a malha e o “vivo” da própria
ficha PL, para simular uma antena “T”.

Mesmo no QTH em Lisboa, apesar das interferências de RF e do nível de ruído
astronómico, uma modesta antena multibanda em “L”, com apenas 24 metros de
comprimento, proporciona-me resultados surpreendentes, pois o WSPR é capaz
de decodificar sinais de aproximadamente - 32 dB, nalgumas situações
específicas.

Esta não já não é a época mais favorável do ano, mas experimente.

Alguns dos nossos transcetores de HF estão equipados com atenuadores (ou
ganho reduzido) para as frequências mais baixas que cobrem em receção, a fim
de evitarem interferências causadas por emissões de radiodifusão em Ondas
Médias próximas, mas apesar de serem bastante “surdos” nos 472 KHz, ficará
surpreso com os resultados.

Para formas comuns de propagação das ondas de rádio em frequências mais
baixas, mesmo uma emissão irradiada com a potência mais insignificante pode
vir a cobrir distâncias surpreendentes... caso não venha a ser superada por
ruído na receção.

Ainda que uma antena de 360 metros possa vir a proporcionar uma das melhores
condições de receção do mundo é bom não nos esquecermos que, para resultados
ótimos, a sua antena deveria emitir em polarização vertical. De qualquer
forma, se eu possuísse uma propriedade com dimensões para instalar um dipolo
de 360 metros, a minha emissão tornar-se-ia, muito provavelmente, o melhor
sinal emitido a partir da Europa.

Bons testes e espero que os meus sinais venham a ser decodificado na sua
estação, assim que minhas emissões recomeçarem.

Por favor, mantenha-se em segurança e tome os devidos cuidados.

 

 

Dear friend Joachim,

 

Sorry for this late reply, as usual.

My free time is scare, but answering this message has become imperative, as
I didn’t reply to the latest one.

To decode WSPR in MF a HF antenna will be adequate, especially on the more
favorable season for these lower frequencies radio signals.

Naturally as longer and close to ¼ wave on the 630 meters the HF antenna
will extent… the better.

The greatest results in receiving I have got it was with a 160 meters
dipole, simply shunting the inner conductor and the concentric conducting
shield, via the PL connector, to simulate a single “T” shape antenna.

Even in my Lisbon’s QTH, despite the RF interferences and astronomic noise
level, a modest “L” multiband Antenna with only 24 meters long is giving me
surprising results, as WSPR is capable of decoding signals around – 32 dB’s,
in some specific conditions.

This is not the most favorable time of the year anymore but give it a try.

Some of our HF transceivers are equipped with attenuators (or reduced gain)
for the lower frequencies they cover, in order to avoid nearby MF
broadcasting emissions interference, but despite they are quite “deaf” on
472 KHz, you will be amazed with the results.

For lower frequencies common forms of radio waves propagation, even the
tiniest output power irradiated can cover amazing distances… if not
overwhelmed by noise on the receptor.

Although a 360 meters long antenna will provide you one of the best
reception conditions in the world, remember that for optimal results your
antenna should be vertically polarized. Anyway, if I had a propriety to
install a 360 meters long dipole my emission could become probably the best
signal received from Europe as well.  

Good tests and I hope to be decoded in your station as soon as my emissions
start again.

Please keep safe and take care.

 

Um abraço e...

 

 

73 de Miguel Andrade (CT1ETL)

IM58js  CQ Zone 14   ITU Zone 37

www.qrz.com/db/CT1ETL <http://www.qrz.com/db/CT1ETL> 

 

De: Joachim Foernzler <DJ1SP  t-online.de> 
Enviada: 7 de abril de 2021 18:34
Para: ct1etl  gmail.com; Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER
<cluster  radio-amador.net>
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Novos terrenos para desbravar. Já tinham pensado
nesta hipótese?

 

Caro Miguel,

 

Um tema muito interessante. Espero estar de volta ao Alentejo no Outono de
2021. A antena mais comprida mede 360 m. Deve ser possível descodificar o
WSPR!
Uma nova caixa de fósforos adequada será, no entanto, antes ainda de ser
necessária.

Muito obrigado pelas vossas exaustivas explicações.
Também aqui se aplica: muito pouco enviar e muito ouvir.

 

vy 73 de Joachim DJ1SP / CT1JJU

 

Sorry, my knowlege of the  portuguese language is very poor.

 

 

 

Am 03.04.2021 um 14:11 schrieb Miguel Andrade:

Caros colegas,

 

Nunca devemos partir do princípio de que existem barreiras intransponíveis.

A faixa dos 630 metros (472 a 479 KHz) é um desses desafios que podemos
transpor com algum engenho, mesmo sem espaço para antenas eficientes.

Aconselho-vos hoje uma visita ao sítio http://www.472khz.org/.

É um recurso imprescindível para os iniciados nesta faixa de frequências,
tão negligenciada pelas estações nacionais.

Para quem se queira iniciar na emissão aqui vos deixo, para já, alguns
alertas importantes:

 

. Invistam em primeiro lugar na segurança. Há um real perigo de electrocução
de pessoas e animais, assim como de incêndio, ao qual estamos alheios em HF
(em condições normais), uma vez que, nas antenas mais frequentes em estações
comuns no Serviço de Amador a emitirem nos 630 metros, se geram tensões
muito elevadas, as quais podem atingir milhares de volts e mesmo criar arcos
voltaicos, os quais conseguem superar o isolamento proporcionado pelo ar,
conduzindo um fluxo de corrente elétrica visível muitas vezes na forma de
raio ou plasma, com brilho intenso e temperatura elevadas.

. Antes de se iniciarem no projeto de começarem a investir nos 630 metros,
leiam, leiam, leiam e leiam, sobre este assunto, a começar pela hiperligação
que vos envio.

. A receção pode ser tentada com qualquer antena de HF… enquanto se dedicam
a ler e a cultivar-vos neste desafio. A melhor altura para se obterem os
mais fiáveis resultados em receção é no Inverno. O WSPR e a maior antena de
HF que dispuserem de momento são um excelente ponto de partida e a garantia
para uma maior probabilidade de bons resultados.

. Não emitam sem fazerem, antes, mais de 6 meses de escuta. Irão
compreender, dessa forma, como se comporta esta faixa de frequências e
quando é mais propício utilizá-la. Ficarão igualmente com uma noção, muito
real, de como se devem comportar em emissão.

. Nunca emitam sem terem a licença adequada (apenas CAN 1, A ou B em
Portugal), mas sobretudo a certeza de que os vossos cálculos estão corretos
e precisos em relação à potência máxima permitida no nosso país, ou seja, 1
Watt PIRE.

. Qualquer interferência, mesmo que inadvertida e involuntária, noutros
serviços que partilham esta faixa ou em faixas de frequências próximas,
nomeadamente em países do Norte de África que pertencem à chamada zona de
exclusão, podem significar o fim da permissão atual de utilização dos 630
metros em Portugal e noutros países. Invistam em filtros passa-banda
adequados e controlem, rigorosamente, as harmónicas na vossa emissão.

. Esta não é uma banda com bons resultados todo o ano. A maior atividade e
rendimento acontecem sobretudo nos meses de Inverno onde as condições de
propagação são ótimas e há menos ruído.

. Esta não é uma banda para quem se deite cedo, uma vez que os resultados da
propagação se começam a fazer sentir bastante tempo após o pôr-do-sol e é de
madrugada que os sinais são mais intensos.

. Esta não é, de todo, uma banda para DX. Contactos dentro de um raio de
2.000 quilómetros são comuns, em particular na altura certa do ano. Apesar
dos limites de potência se situarem entre 1 e 5 Watts nos países que já
autorizaram esta faixa de frequências ao Serviço de Amador, as melhores
antenas podem permitir contactos com as Américas e com a Ásia mas, ainda
assim, os recordes, para já registados, são os seguintes:

 

QSO, em JT9, entre NO3M (EN91wr) e VK4YB (QG62ku), na distância de 14.979
Km, em 2019-10-14 às 10:28 UTC.

SWL, em WSPR, entre F6CNI (JN19qb) e VK1DSH (QF44ms), na distância de 16.832
Km, em 2013-02-16 às 16:44 UTC (VK1DSH copiado por F6CNI). 

 

. Esta não é a banda mais apropriada para contactos em telefonia (embora
sejam possíveis e praticados nalguns países, de tempos a tempos), pela
estreita largura da faixa que nos é atribuída (472 a 479 KHz) e pelo
comportamento destas frequências. Mesmo a utilização de sinais digitais,
todos eles obrigatoriamente de banda estreita, carece de uma gestão muito
precisa, uma vez que há a partilha da mesma frequência por várias
modalidades, conforme descrevo em seguida.

 

. CW entre 472 e 475 KHz (CW-USB). Evitar chamada e sobretudo atividade em
474.2 kHz.

. OPERA (USB) em 477 KHz.

. WSPR em 474.2 kHz (USB), frequência de áudio entre 1400 Hz e 1600 Hz.

. FST4W-120 (nova modalidade equivalente ao WSPR) em 474.2 kHz (USB),
frequência de áudio entre 1400 Hz e 1600 Hz.

. JT9 em 474.2 kHz, frequência de áudio somente entre 1000 Hz e 1350 Hz.

. FST4-60 (nova modalidade equivalente ao JT9) em 474.2 kHz (USB),
frequência de áudio somente entre 1000 Hz e 1350 Hz.

. FT4 e FT8 em 474.2 kHz (USB), frequência de áudio somente entre 800 Hz e
1000 Hz (pode, mesmo assim, prejudicar gravemente os QSO’s em JT9).

. JT65, ainda não formalizado, mas pode vir a partilhar igualmente os 474.2
kHz (USB), o que arruinaria as comunicações dos modos anteriores, sendo, no
entanto, preferível a utilização atual, em 475 KHz (USB), frequência de
áudio entre 1000 Hz e 2000 Hz.

. WSQCALL, seguir as instruções do programa e usar apenas a versão 2.0 ou
mais recente. Utilizado, geralmente, em 475.9 kHz. 

. FT8CALL e JS8CALL em 475.9 kHz (USB), frequência de áudio sempre acima dos
1700 Hz. Partilham a frequência com o WSQCall, pelo que é exigido o maior
cuidado para não se causarem interferências mútuas.

. Telefonia em banda lateral única (SSB) sempre acima dos 476 kHz
(eventualmente em LSB). O tráfego mais relevante acontece em 478.8 kHz LSB.
Usar apenas amplificadores de potência lineares, pois são os únicos que
rejeitam a outra banda lateral.

 

Nota: estas recomendações podem vir a sofrer alterações em breve, em
particular à medida que cada vez mais países autorizam a utilização desta
faixa em estatuto de utilização secundária ao Serviço de Amador.

 

Mais contribuições de outros utilizadores destas frequências serão muito
bem-vindas neste fórum, assim como o agendamento de experiências de emissão.

Despeço-me com votos de uma boa e Santa Páscoa.

Um abraço e...

 

 

73 de Miguel Andrade (CT1ETL)

IM58js  CQ Zone 14   ITU Zone 37

www.qrz.com/db/CT1ETL <http://www.qrz.com/db/CT1ETL> 

 





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