ARLA/CLUSTER: Descobertas oito novas fontes de Explosões Rápidas de Rádio vindas do Espaço

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quinta-Feira, 22 de Agosto de 2019 - 22:59:14 WEST


22 de Agosto de 2019 01:00


As Explosões Rápidas de Rádio (Fast Radio Bursts, FRBs) são dos enigmas
mais intrigantes da astronomia moderna. Estes sinais de rádio, por norma,
duram milésimos até desaparecer, mas alguns repetem-se de forma irregular.

Desde a descoberta das primeiras explosões rápidas de rádio em 2007,
dezenas de sinais foram detetados. A maioria destes FRBs são de eventos
pontuais, mas em 2015 a origem de uma explosão foi identificada no local de
outra explosão, detetada em 2012.

Desde então, esta fonte, conhecida como FRB 121102, emitiu mais de cem
sinais desconcertantes, que se repetem em ciclos irregulares. Durante anos
o FRB 121102 era a única fonte conhecida destes sinais, mas em janeiro uma
segunda fonte foi descoberta — seguida por uma terceira em junho.

Mas agora, uma equipa de astrónomos da McGill University, no Canadá,
descobriu nada menos que oito novas fontes de FRBs. A descoberta foi
apresentada num artigo publicado em maio na revista Astrophysical Journal
Letters.

Através do radiotelescópio CHIME (Experiência Canadiana de Mapeamento de
Intensidade de Hidrogénio), os investigadores conseguiram observar duas
explosões de seis fontes, enquanto outras emitiram três explosões.

De acordo com a New Atlas, a fonte que mais chamou a atenção dos
cientistas, foi a que lançou 10 explosões no período de quatro meses de
observação.

Um dos maiores enigmas dos FRBs é perceber quão próximos os sinais de
repetição e os de não repetição são, e se estes vêm do mesmo tipo de
objetos ou ambientes.

Ao comparar os novos sinais com os já conhecidos, a equipa de
investigadores reparou que as medidas de dispersão — que explicam como é
que o sinal fica “esticado†enquanto viaja pelo cosmos — parecem estar ao
mesmo alcance para os dois tipos de fonte FRBs.

Com isto, os sinais de repetição tendem a durar mais do que os sinais de
não repetição. E ainda, depois do fenómeno das 10 explosões, alguns dos
novos sinais também foram encontrados a emitir sub-explosões mais fracas.

Os investigadores concluíram que os fenómenos podem ser oriundos de fontes
diferentes ou, pelo menos, de fontes semelhantes em condições diferentes.

Os sinais do FRB 121102 foram encontrados completamente distorcidos, o que
significa que a sua origem pode estar muito próxima de um buraco negro, de
uma nebulosa ou de uma remanescente de supernova. Nem todas as repetições
podem viver nestas condições extremas, o que pode mudar os seus sinais.

Fonte: ZAP //
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