RE: ARLA/CLUSTER: As falhas no SIRESP e as três perguntas do primeiro-ministro sobre o incêndio de Pedrógão

José Machado ct1bat gmail.com
Quarta-Feira, 21 de Junho de 2017 - 16:25:46 WEST


Em curtas linhas...

Há muita gente a FALTAR À VERDADE nesta ocorrência.

Ainda, esta manhã na conferência das 10:00h o comandante de serviço afirmava, em resposta a um jornalista, que a falta de comunicações durou “menos de 30 segundos”... 

Julgam que somos PARVOS?!?

No mínimo, a MEMÓRIA daqueles que foram encaminhados/a quem foi permitido circular numa via, que compete ao Estado manter em condições seguras de circulação. Exige-se a VERDADE e que daí se extraiam as devidas consequências.

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José Machado - CT1BAT

 

 

De: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de João Costa > CT1FBF
Enviada: 21 de junho de 2017 09:33
Para: Cluster-ARLA
Assunto: ARLA/CLUSTER: As falhas no SIRESP e as três perguntas do primeiro-ministro sobre o incêndio de Pedrógão

 

Falhas no SIRESP já tinham acontecido antes e ajudam a explicar descoordenação inicial no combate ao fogo

 

As falhas no SIRESP, o sistema de comunicações que as diferentes forças usam para se coordenarem no terreno, podem ajudar a explicar por que tanta coisa falhou no combate ao fogo que começou no sábado em Pedrógão Grande.

NATÁLIA FARIA e LILIANA VALENTE  in Jornal Publico
21 de Junho de 2017, 6:30

A GNR desviou ou não as pessoas que fugiam ao fogo para a Estrada Nacional 236-1, onde acabaram por ocorrer 47 das 64 mortes contabilizadas até agora no incêndio de Pedrógão Grande? Quanto tempo demorou a restabelecer a comunicação depois de o SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança), usado pelos bombeiros e por várias outras autoridades para se coordenarem no terreno, ter falhado na sequência da destruição pelo fogo de várias das suas antenas fixas? Qual o impacto desta falha na organização das primeiras respostas de socorro e de combate às chamas ao fogo que continua a deflagrar? E ainda: como é que se originou realmente o incêndio se, como admite o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, na altura em que a trovoada seca começou “o incêndio já estava com mais de duas horas de ignição”?

Estas são algumas das perguntas que continuam por responder por parte dos operacionais de topo e daqueles que foram chamados ao terreno. Numa altura em que o próprio primeiro-ministro, António Costa, está insatisfeito com as explicações até agora dadas, o que o levou a emitir um despacho pedindo explicações ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), à GNR e à Protecção Civil, as interrogações continuam a somar-se e atropelar-se no ricochete de que são alvo.

As três perguntas do primeiro-ministro sobre o incêndio de Pedrógão

Se, como se lê na linha do tempo traçada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, o primeiro alerta para um incêndio, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, se deu às 14h43, como é que, cerca de quatro horas depois, tantas dezenas de pessoas acabavam por morrer cercadas pelas chamas em poucas dezenas de metros na EN 236-1, que liga Figueiró dos Vinhos a Castanheira de Pêra, para onde terão sido desviadas pelas autoridades dado o corte no IC8? “Não domino essa informação. Cheguei numa altura em que isso já tinha passado”, ricocheteou o tenente-coronel Carlos Ramos, no briefing de ontem de manhã, no posto de comando em Avelar, Ansião.

Por outro lado, por que não foram accionados mais meios logo no início e como se explica que, por volta das 18h30, estivessem a combater o incêndio apenas 156 bombeiros, apoiados por 46 viaturas e três meios aéreos? Existem no terreno, tido pelos engenheiros florestais como um “verdadeiro paiol”, algumas torres de vigia capazes de detectar o fogo logo no início? Estavam inoperacionais?

Questionado sobre quanto tempo terão estado os bombeiros no terreno sem poderem comunicar com as outras forças operacionais, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares é rápido na resposta: “Tempo demasiado”. Para este responsável, há agora que “pegar na fita do tempo que descreve tudo ao pormenor e perceber o que se passou a partir do momento em que rebentou o sistema [SIRESP] e aquele em que o mesmo foi reactivado”. Mas, “embora as comunicações sejam extremamente importantes e a sua falha possa tornar falível o combate”, este responsável ressalva, porém, que, na sua opinião, “não se pode concluir que toda aquela calamidade se deva à falta de comunicações, até porque as forças estavam já colocadas no terreno e sabiam o que fazer, embora houvesse a falha de comunicação entre equipas”.

 

Quanto à pergunta sobre por que é que tantas pessoas ficaram encurraladas pelas chamas na EN 236-1, já baptizada como “estrada da morte”, várias horas depois de o incêndio ter começado, Jaime Marta Soares diz que este é um dos porquês cujas causas têm de ser apuradas “até às últimas consequências”. A partir daquilo que foi vendo e ouvindo no terreno nos últimos dias, o presidente da Liga dos Bombeiros diz acreditar que quando, já ao final da tarde, as pessoas começaram a querer fugir ao fogo por esta estrada esta estaria limpa.

“Para mim, quando as pessoas iniciaram a viagem, a estrada estava utilizável e o fogo a vários quilómetros de distância. A questão é que ninguém está habituado a um incêndio com esta violência e brutalidade em que, mais do que altas temperaturas e ausência de humidade, o inimigo foi o vento. Este criou línguas de fogo com 40 e 50 metros de altura e permitiu pequenos tufões que percorriam 300, 400 e 500 metros em redemoinho e cujas projecções atingiam três, quatro e cinco quilómetros”, descreve, para concluir que “bastavam minutos para que qualquer local até então muito longe das chamas ficasse completamente armadilhado para as pessoas que ali passavam”.


“O fenómeno de propagação foi fora do normal”, concordou o comandante dos Bombeiros de Castanheira de Pêra, José Domingues. Colocar um carro aqui e outro ali na protecção de bens e das famílias retirou a possibilidade de fazer um ataque directo. Não havia a possibilidade dada a quantidade de fogos. O concelho foi tomado em pouco mais de 15 ou 20 minutos”, acrescentou. “A área que num fogo normal demora oito ou nove dias a ser consumida neste fogo demorou menos de um dia e meio”, observou, por seu turno, o presidente da Câmara de Castanheira de Pêra, Fernando Lopes, dizendo desconhecer se o SIRESP funcionou sempre ou não. O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, já admitiu que “houve falhas momentâneas de comunicação” no sábado. O SIRESP, de resto, já tinha falhado nos incêndios do ano passado no Sardoal, tendo decorrido 12 horas entre o momento em que uma das estações base deixou de funcionar e começou a ser usada a estação móvel.

Mais contundente, o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, sustenta que foi a destruição pelo fogo das antenas que garantem o canal de comunicação entre os diferentes operacionais que “levou à desinformação de quem estava a comandar todas as forças no terreno”. “O facto de não haver informação do posto de comando para todas as forças no terreno gerou lacunas que levaram a que as directivas operacionais fossem diferentes para uns e para outros” explica Fernando Curto, para admitir que “só assim se consegue perceber” que tanta gente tenha sido apanhada na EN 236-1. “Os bombeiros foram obrigados a usar o seu próprio canal de comunicações e a comunicação com a GNR e com as outras forças não funcionou não sabe ainda durante quanto tempo”, precisa Curto, para concluir: “Já houve situações anteriores em que o SIRESP não funcionou, quer em simulacros quer em situações reais, e é aí que está o problema”.



 

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Quanto à pergunta sobre por que é que tantas pessoas ficaram encurraladas pelas chamas na EN 236-1, já baptizada como “estrada da morte”, várias horas depois de o incêndio ter começado, Jaime Marta Soares diz que este é um dos porquês cujas causas têm de ser apuradas “até às últimas consequências”. A partir daquilo que foi vendo e ouvindo no terreno nos últimos dias, o presidente da Liga dos Bombeiros diz acreditar que quando, já ao final da tarde, as pessoas começaram a querer fugir ao fogo por esta estrada esta estaria limpa.

“Para mim, quando as pessoas iniciaram a viagem, a estrada estava utilizável e o fogo a vários quilómetros de distância. A questão é que ninguém está habituado a um incêndio com esta violência e brutalidade em que, mais do que altas temperaturas e ausência de humidade, o inimigo foi o vento. Este criou línguas de fogo com 40 e 50 metros de altura e permitiu pequenos tufões que percorriam 300, 400 e 500 metros em redemoinho e cujas projecções atingiam três, quatro e cinco quilómetros”, descreve, para concluir que “bastavam minutos para que qualquer local até então muito longe das chamas ficasse completamente armadilhado para as pessoas que ali passavam”.

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“O fenómeno de propagação foi fora do normal”, concordou o comandante dos Bombeiros de Castanheira de Pêra, José Domingues. Colocar um carro aqui e outro ali na protecção de bens e das famílias retirou a possibilidade de fazer um ataque directo. Não havia a possibilidade dada a quantidade de fogos. O concelho foi tomado em pouco mais de 15 ou 20 minutos”, acrescentou. “A área que num fogo normal demora oito ou nove dias a ser consumida neste fogo demorou menos de um dia e meio”, observou, por seu turno, o presidente da Câmara de Castanheira de Pêra, Fernando Lopes, dizendo desconhecer se o SIRESP funcionou sempre ou não. O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, já admitiu que “houve falhas momentâneas de comunicação” no sábado. O SIRESP, de resto, já tinha falhado nos incêndios do ano passado no Sardoal, tendo decorrido 12 horas entre o momento em que uma das estações base deixou de funcionar e começou a ser usada a estação móvel.

Mais contundente, o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, sustenta que foi a destruição pelo fogo das antenas que garantem o canal de comunicação entre os diferentes operacionais que “levou à desinformação de quem estava a comandar todas as forças no terreno”. “O facto de não haver informação do posto de comando para todas as forças no terreno gerou lacunas que levaram a que as directivas operacionais fossem diferentes para uns e para outros” explica Fernando Curto, para admitir que “só assim se consegue perceber” que tanta gente tenha sido apanhada na EN 236-1. “Os bombeiros foram obrigados a usar o seu próprio canal de comunicações e a comunicação com a GNR e com as outras forças não funcionou não sabe ainda durante quanto tempo”, precisa Curto, para concluir: “Já houve situações anteriores em que o SIRESP não funcionou, quer em simulacros quer em situações reais, e é aí que está o problema”.

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