Re: ARLA/CLUSTER: Qual o plano especial da Proteo Civil para um grande sismo em Lisboa?

Fernando Dinis Silva scacem gmail.com
Sexta-Feira, 18 de Agosto de 2017 - 16:08:25 WEST


João como sabes estou nesta área mas se acontecer alguma coisa deste género
vai ser como o marques de pombal mandou fazer não vejo outra hipótese,
siresp, esquece, telefones esquece, eletricidade esquece, gás
esquece, rádios só se os amadores mas para isso deverão saber o que fazer.
Tenho feito a mim próprio muitas perguntas desde que estou nesta área se em
lisboa acontecer um sismo dessa magnitude não será só lisboa pois o
restante país irá colapsar, enfim acho bem que esteja tudo planeado e
ajustado mas nunca vai ser como estará planeado e todos nós sabemos disso.
Abraço.
73 CT1DZ.

No dia 18 de agosto de 2017 às 13:32, João Costa > CT1FBF <ct1fbf  gmail.com>
escreveu:

>
> 17/8/2017, 22:38
> A Proteção Civil tem um plano especial para dar resposta a um sismo de
> grande dimensão na capital. Implica usar barcos e comboios para evacuações
> e até o aeroporto para depositar cadáveres.
>
> AFP/Getty Images
> Autor
>
>    - João Francisco Gomes <http://observador.pt/perfil/jfgomes/>
>    -  jfranciscogomes <https://twitter.com/jfranciscogomes>
>    -  Email <jfgomes  observador.pt>
>
>
> Os barcos da Transtejo e da Soflusa e os comboios da CP e da Fertagus
> seriam requisitados para evacuações em massa. O centro de operações seria
> de imediato instalado em Carnaxide ou, caso a sede da Proteção Civil fosse
> afetada, na base aérea de Sintra. E o aeroporto de Lisboa, em caso de
> necessidade, serviria para concentrar feridos e até para depositar
> cadáveres. Este seria o cenário caótico caso um sismo de grande intensidade
> atingisse novamente Lisboa.
>
> O sismo de 1755, que destruiu grande parte da baixa de Lisboa, não deixou
> margem para dúvidas, mas se ainda as houvesse, abalos como o que se sentiu
> esta quinta-feira na capital, com epicentro em Sobral de Monte Agraço
> <http://observador.pt/2017/08/17/sismo-sentido-em-lisboa/>, dissipam-nas: há
> um forte potencial sísmico na região da Grande Lisboa e é necessário um
> trabalho de prevenção que permita minimizar as consequências numa tragédia
> de grandes dimensões.
>
> Por isso mesmo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil tem um plano
> especial para responder a uma tragédia deste género. O Plano Especial de
> Emergência de Proteção Civil para o Risco Sísmico na Área Metropolitana de
> Lisboa e Concelhos Limítrofes
> <http://s3cdn.observador.pt/wp-content/uploads/2017/08/17132402/peers_aml_cl.pdf> —
> define a atuação de dezenas de entidades, das mais às menos óbvias, e é
> testado a cada dois anos pelas autoridades de proteção civil portuguesas.
>
> Conheça aqui os principais detalhes do plano especial que a Proteção Civil
> tem preparado para um grande sismo em Lisboa:
> Quem ativa o plano especial de emergência?
>
> Este plano especial só pode ser ativado de duas formas: ou é ativado por
> decisão da Comissão Nacional da Proteção Civil (órgão presidido pelo
> Secretário de Estado da Administração Interna); ou então pelo mesmo órgão
> na sequência de emissão de declaração, pelo Governo, da situação de
> calamidade relativo ao risco sísmico — a situação de calamidade pública decretada
> esta quinta-feira pelo Governo
> <http://observador.pt/2017/08/17/governo-declara-estado-de-calamidade-publica/> não
> serve para ativar este plano, uma vez que é referente ao risco de incêndios
> florestais.
>
> Tendo em conta as características da ocorrência, a Comissão Nacional
> poderá até reunir com a presença de apenas um terço dos seus elementos e
> tomar a decisão com um número de reduzido de membros presentes.
> Quais são as condições para ativar o plano?
>
> Dada a complexidade do plano de emergência e a dimensão da resposta, não é
> qualquer sismo que motiva a sua ativação. O abalo sentido esta quinta-feira
> em Lisboa, por exemplo, não seria suficiente para ativar o plano. Para que
> seja dada a ordem que ativa todas as operações e mobiliza os agentes
> previstos no plano, é necessário que se verifique uma de duas situações:
>
>    - Um evento sísmico com epicentro na Área Metropolitana de Lisboa com magnitude
>    igual ou superior a 6,1 na Escala de Richter; ou
>    - Um evento sísmico que seja sentido na Área Metropolitana de Lisboa —
>    independentemente da localização do epicentro — e que tenha intensidade
>    máxima igual ou superior a VIII na Escala de Mercalli.
>
> Quem entra em ação de imediato no teatro de operações?
>
> O plano de emergência para a eventualidade de um sismo de grande dimensão
> na área metropolitana de Lisboa detalha a possibilidade de convocação de 56
> agentes distintos com missões muito diversas, a começar pelos corpos de
> Bombeiros, GNR, PSP e Forças Armadas, passando por organismos como o INEM (que
> coordena toda a prestação de cuidados médicos, desde o apoio no local ao
> transporte para unidades hospitalares, passando pela instalação de
> hospitais de campanha), o Instituto de Medicina Legal ou a Cruz Vermelha e
> incluindo ainda instituições como as organizações de escuteiros, empresas
> de telecomunicações e organizações não-governamentais diversas.
>
> As missões de cada entidade estão delimitadas ao detalhe. Há agentes que
> intervêm diretamente nas zonas afetadas (que são imediatamente fechadas ao
> acesso público), como os bombeiros e as forças de autoridade, com a
> colaboração de técnicos de vários organismos que são responsáveis por
> missões específicas: empresas de construção civil, que são requisitadas
> para ceder maquinaria pesada para remoção de destroços e operações de
> demolição, quando há destruição de edifícios; técnicos do Instituto de
> Medicina Legal e da Polícia Judiciária que identificam e recolhem
> cadáveres caso existam vítimas mortais; empresas de telecomunicações, de
> águas, entre outras, quando é necessário restabelecer rapidamente linhas
> afetadas pelo sismo.
>
> Estes agentes são organizados em equipas mistas com diferentes objetivos:
> a primeira linha é formada pelas Equipas de Reconhecimento e Avaliação da
> Situação, cada uma composta por três elementos das várias forças de
> autoridade, com o objetivo de percorrer a zona afetada, recolher informação
> e passá-la de imediato ao posto de comando. Ao mesmo tempo, são enviadas
> Equipas de Avaliação Técnica, compostas por especialistas em
> infraestruturas, que recolhem informação sobre os edifícios danificados, as
> redes de comunicação afetadas e as condições de segurança no local.
>
> Já com as informações de que necessitam para uma atuação em segurança, um
> conjunto de outras equipas são enviadas para o terreno: é o caso dos Grupos
> Sanitários e de Apoio, que tratam do primeiro socorro às vítimas prestando
> cuidados médicos básicos e dando início à retirada dos feridos e dos mortos
> dos locais, com recurso a ambulâncias. Ao mesmo tempo, chegam ao local os
> Grupos Logísticos de Reforço, responsáveis pelo abastecimento de água, e as
> Companhias Nacionais de Intervenções em Sismos — estas equipas incluem
> especialistas em socorro e salvamento, combate a incêndios e evacuações.
> Barcos, comboios e pontes. Quem apoia as autoridades?
>
> Até aqui, tudo parece normal — são estes os agentes de proteção civil mais
> óbvios, em que pensamos de imediato no caso da resposta urgente a uma
> tragédia. Contudo, além destes, há uma série de empresas e de entidades que
> estão incluídas no plano e que, em caso de um sismo de grande dimensão,
> estão obrigadas a prestar apoio às autoridades. Alguns exemplos:
>
> A Lusoponte, empresa responsável pela gestão das pontes Vasco da Gama e
> 25 de Abril, abre de imediato uma comunicação direta com o posto de comando
> nacional e faz *briefings* regulares sobre o estado da circulação
> rodoviária nas duas pontes sobre o Tejo;
>
> A ANA Aeroportos, responsável pela gestão do aeroporto de Lisboa,
> disponibiliza as infraestruturas do aeroporto para, dependendo da dimensão
> e das características do sismo, ser usado pelos meios aéreos de socorro.
> Além disso, por dispor de grandes áreas que podem ser usadas para
> concentração de pessoas, cede a utilização de espaços para acolher de forma
> temporária grandes quantidades de feridos e para a instalação de estruturas
> de armazenamento de cadáveres.
>
> Transportes: A ocorrência de um sismo de grandes dimensões (com
> destruição de edifícios, obstrução de vias e várias vítimas mortais)
> provocaria um caos sem precedentes na região da grande Lisboa, sobretudo ao
> nível dos transportes. Por isso mesmo, as empresas que gerem os vários
> meios de transporte da região estão também incluídas no plano de emergência.
>
>    - A Transtejo e a Soflusa, que operam os transportes fluviais no rio
>    Tejo, cedem de imediato a sua frota para evacuações médicas e para
>    transporte de pessoas e de maquinaria necessária para os trabalhos na zona
>    afetada. Além disso, caso as pontes sobre o Tejo fiquem intrasitáveis, cabe
>    às empresas fluviais assegurar o transporte de operacionais entre a base
>    aérea do Montijo e a cidade de Lisboa.
>    - O metro de Lisboa será provavelmente o primeiro a ter de encerrar,
>    tratando-se de um transporte subterrâneo. Por isso, a empresa deverá ceder
>    as plantas das galerias subterrâneas às autoridades e colaborar no processo
>    de busca e salvamento nesses locais.
>    - A CP e a Fertagus, operadoras de comboios na região de Lisboa,
>    responsabilizam-se pela organização de comboios para evacuação em massa da
>    população afetada na zona afetada pelo sismo.
>
> Comunicações: É um dos grandes dramas que têm preocupado nos últimos
> desastres naturais em Portugal. O SIRESP, sistema integrado de comunicações
> de emergência, responsável pelas comunicações das várias autoridades do
> país, tem falhado sucessivamente. Em caso de um sismo desta gravidade, a
> verdade é que as linhas de comunicação podem ficar muito afetadas e há
> muitas entidades que entram em ação:
>
>    - A SIRESP SA, entidade gestora da rede SIRESP, é responsável pelo
>    restabelecimento das comunicações de emergência. Só nos três distritos
>    abrangidos por este plano referente à Área Metropolitana de Lisboa (Lisboa,
>    Setúbal e Santarém) há 149 estações base que asseguram as comunicações.
>    Caso alguma delas falhe, é suposto que uma das estações móveis entre
>    imediatamente em ação. As estações móveis, por altura do fogo em Pedrógão
>    Grande, não estavam operacionais, mas uma das recomendações resultantes dos recentes
>    relatórios
>    <http://observador.pt/especiais/pedrogao-grande-22-falhas-8-criticas-e-32-recomendacoes/> àquela
>    tragédia vai precisamente no sentido de reequipar as estações móveis com
>    nova tecnologia de satélite que lhes permitam entrar em ação de forma mais
>    eficaz.
>    - Ao mesmo tempo, a PT é responsável pela intervenção imediata no que
>    toca ao restabelecimento de comunicações telefónicas. No entanto, será dada
>    prioridade aos serviços considerados essenciais e deverá reduzir o tráfego
>    de comunicações na zona afetada. Por isso, é normal que a maioria dos
>    telefones continuem sem funcionar durante o tempo da resposta à emergência.
>    - Também as operadores de serviços móveis — a MEO, a Vodafone e a NOS —
>    estão coordenadas com as autoridades para uma intervenção imediata no
>    sentido de restabelecer as comunicações móveis e de condicionar o tráfego
>    comunicativo na zona afetada.
>
> Quem coordena a resposta e onde fica o posto de comando?
>
> Eventos recentes, como o incêndio de Pedrógão Grande
> <http://observador.pt/seccao/sociedade/acidentes-e-desastres/incendios-acidentes-e-desastres/fogo-de-pedrogao-grande-incendios-acidentes-e-desastres/>,
> mostram-nos que a resposta a uma situação de emergência é coordenada
> através de uma extensa e intrincada hierarquia que começa nas
> responsabilidades políticas do Governo e vai até aos corpos de bombeiros
> locais. O plano de resposta a um evento sísmico na região de Lisboa não é
> exceção:
>
> A Comissão Nacional de Proteção Civil (presidida pelo Secretário de
> Estado da Proteção Civil) é o órgão de coordenação política na resposta a
> uma tragédia deste tipo na Área Metropolitana de Lisboa, tendo a
> competência para desencadear as ações previstas no plano de emergência e
> para, em articulação com o Governo, formular os pedidos de auxílio
> internacional. Durante toda a resposta à tragédia, este órgão fica reunido
> nas instalações da ANPC, em Carnaxide.
>
> É precisamente nas mesmas instalações que fica instalado o Centro de
> Coordenação Operacional Nacional — em alternativa, caso estas instalações
> sejam de alguma forma comprometidas pelo sismo, este órgão de comando
> reúne-se na Base Aérea 1, em Sintra. Este organismo, que inclui o
> presidente da ANPC e o Comandante Operacional Nacional, é responsável pela
> coordenação da resposta e pela direção global das operações, dividindo-se
> em várias células, que coordenam a logística, a resposta técnica, a
> assessoria técnica e financeira e ainda a gestão da informação pública.
>
> Por fim, o posto de comando nacional (auxiliado pelos postos distritais
> de Lisboa, Setúbal e Santarém e ainda pelos postos municipais) é o
> responsável pelo comando tático das operações. De acordo com o plano de
> emergência, os postos de comando, instalados em lugar a definir consoante
> as áreas mais afetadas pelo sismo, são “responsáveis pela gestão de todas
> as operações de proteção civil e socorro decorrente do evento sísmico”.
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>
>
-------------- prxima parte ----------
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