Re: ARLA/CLUSTER: Qual o plano especial da Proteo Civil para um grande sismo em Lisboa?
Joo Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 18 de Agosto de 2017 - 17:41:59 WEST
Bem Dinis, este fim-de-semana já vamos ter um "simulacro real" do que pode
vir a acontecer, pois com o decretar da situação de calamidade publica os
responsáveis das diferentes áreas podem accionar todos e quais queres meios
que se achem necessários.
Todas as associações de radioamadores, que tem ou fazem parte dos
protocolos com a ANPC podem imediatamente ser chamas a colaborar. Alias, a
situação tem tantas implicações do ponto de vista legal que qualquer um de
nós pode ser requisitado ou se apresentar voluntariamente não se podendo
recusar a sua colaboração.
Quanto aos planos, tenho as minhas mais aprofundadas duvidas da sua
eficacia, pois desde à alguns anos e tendo presenciado um alto responsável,
diria mesmo, o mais alto responsável da protecção civil na altura, comandar
um simulacro de sismo em Lisboa pelo seu telemóvel e "enxotado" os
radioamadores para um canto, não me restaram muitas duvidas sobre os PLANOs
ESPECIAIS PARA DAR RESPOSTA A UM SISMO DE GRANDE OU MEDIA DIMENSÃO NA
CAPITAL.
João Costa (CT1FBF)
No dia 18 de agosto de 2017 às 16:08, Fernando Dinis Silva <scacem gmail.com
> escreveu:
> João como sabes estou nesta área mas se acontecer alguma coisa deste
> género vai ser como o marques de pombal mandou fazer não vejo outra
> hipótese, siresp, esquece, telefones esquece, eletricidade esquece, gás
> esquece, rádios só se os amadores mas para isso deverão saber o que fazer.
> Tenho feito a mim próprio muitas perguntas desde que estou nesta área se
> em lisboa acontecer um sismo dessa magnitude não será só lisboa pois o
> restante país irá colapsar, enfim acho bem que esteja tudo planeado e
> ajustado mas nunca vai ser como estará planeado e todos nós sabemos disso.
> Abraço.
> 73 CT1DZ.
>
> No dia 18 de agosto de 2017 às 13:32, João Costa > CT1FBF <
> ct1fbf gmail.com> escreveu:
>
>>
>> 17/8/2017, 22:38
>> A Proteção Civil tem um plano especial para dar resposta a um sismo de
>> grande dimensão na capital. Implica usar barcos e comboios para evacuações
>> e até o aeroporto para depositar cadáveres.
>>
>> AFP/Getty Images
>> Autor
>>
>> - João Francisco Gomes <http://observador.pt/perfil/jfgomes/>
>> - jfranciscogomes <https://twitter.com/jfranciscogomes>
>> - Email <jfgomes observador.pt>
>>
>>
>> Os barcos da Transtejo e da Soflusa e os comboios da CP e da Fertagus
>> seriam requisitados para evacuações em massa. O centro de operações seria
>> de imediato instalado em Carnaxide ou, caso a sede da Proteção Civil fosse
>> afetada, na base aérea de Sintra. E o aeroporto de Lisboa, em caso de
>> necessidade, serviria para concentrar feridos e até para depositar
>> cadáveres. Este seria o cenário caótico caso um sismo de grande intensidade
>> atingisse novamente Lisboa.
>>
>> O sismo de 1755, que destruiu grande parte da baixa de Lisboa, não deixou
>> margem para dúvidas, mas se ainda as houvesse, abalos como o que se sentiu
>> esta quinta-feira na capital, com epicentro em Sobral de Monte Agraço
>> <http://observador.pt/2017/08/17/sismo-sentido-em-lisboa/>,
>> dissipam-nas: há um forte potencial sísmico na região da Grande Lisboa e
>> é necessário um trabalho de prevenção que permita minimizar as
>> consequências numa tragédia de grandes dimensões.
>>
>> Por isso mesmo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil tem um plano
>> especial para responder a uma tragédia deste género. O Plano Especial de
>> Emergência de Proteção Civil para o Risco Sísmico na Área Metropolitana de
>> Lisboa e Concelhos Limítrofes
>> <http://s3cdn.observador.pt/wp-content/uploads/2017/08/17132402/peers_aml_cl.pdf> —
>> define a atuação de dezenas de entidades, das mais às menos óbvias, e é
>> testado a cada dois anos pelas autoridades de proteção civil portuguesas.
>>
>> Conheça aqui os principais detalhes do plano especial que a Proteção
>> Civil tem preparado para um grande sismo em Lisboa:
>> Quem ativa o plano especial de emergência?
>>
>> Este plano especial só pode ser ativado de duas formas: ou é ativado por
>> decisão da Comissão Nacional da Proteção Civil (órgão presidido pelo
>> Secretário de Estado da Administração Interna); ou então pelo mesmo órgão
>> na sequência de emissão de declaração, pelo Governo, da situação de
>> calamidade relativo ao risco sísmico — a situação de calamidade pública decretada
>> esta quinta-feira pelo Governo
>> <http://observador.pt/2017/08/17/governo-declara-estado-de-calamidade-publica/> não
>> serve para ativar este plano, uma vez que é referente ao risco de incêndios
>> florestais.
>>
>> Tendo em conta as características da ocorrência, a Comissão Nacional
>> poderá até reunir com a presença de apenas um terço dos seus elementos e
>> tomar a decisão com um número de reduzido de membros presentes.
>> Quais são as condições para ativar o plano?
>>
>> Dada a complexidade do plano de emergência e a dimensão da resposta, não
>> é qualquer sismo que motiva a sua ativação. O abalo sentido esta
>> quinta-feira em Lisboa, por exemplo, não seria suficiente para ativar o
>> plano. Para que seja dada a ordem que ativa todas as operações e mobiliza
>> os agentes previstos no plano, é necessário que se verifique uma de duas
>> situações:
>>
>> - Um evento sísmico com epicentro na Área Metropolitana de Lisboa com magnitude
>> igual ou superior a 6,1 na Escala de Richter; ou
>> - Um evento sísmico que seja sentido na Área Metropolitana de Lisboa
>> — independentemente da localização do epicentro — e que tenha intensidade
>> máxima igual ou superior a VIII na Escala de Mercalli.
>>
>> Quem entra em ação de imediato no teatro de operações?
>>
>> O plano de emergência para a eventualidade de um sismo de grande dimensão
>> na área metropolitana de Lisboa detalha a possibilidade de convocação de 56
>> agentes distintos com missões muito diversas, a começar pelos corpos de
>> Bombeiros, GNR, PSP e Forças Armadas, passando por organismos como o
>> INEM (que coordena toda a prestação de cuidados médicos, desde o apoio
>> no local ao transporte para unidades hospitalares, passando pela instalação
>> de hospitais de campanha), o Instituto de Medicina Legal ou a Cruz
>> Vermelha e incluindo ainda instituições como as organizações de
>> escuteiros, empresas de telecomunicações e organizações não-governamentais
>> diversas.
>>
>> As missões de cada entidade estão delimitadas ao detalhe. Há agentes que
>> intervêm diretamente nas zonas afetadas (que são imediatamente fechadas ao
>> acesso público), como os bombeiros e as forças de autoridade, com a
>> colaboração de técnicos de vários organismos que são responsáveis por
>> missões específicas: empresas de construção civil, que são requisitadas
>> para ceder maquinaria pesada para remoção de destroços e operações de
>> demolição, quando há destruição de edifícios; técnicos do Instituto de
>> Medicina Legal e da Polícia Judiciária que identificam e recolhem
>> cadáveres caso existam vítimas mortais; empresas de telecomunicações, de
>> águas, entre outras, quando é necessário restabelecer rapidamente linhas
>> afetadas pelo sismo.
>>
>> Estes agentes são organizados em equipas mistas com diferentes objetivos:
>> a primeira linha é formada pelas Equipas de Reconhecimento e Avaliação da
>> Situação, cada uma composta por três elementos das várias forças de
>> autoridade, com o objetivo de percorrer a zona afetada, recolher informação
>> e passá-la de imediato ao posto de comando. Ao mesmo tempo, são enviadas
>> Equipas de Avaliação Técnica, compostas por especialistas em
>> infraestruturas, que recolhem informação sobre os edifícios danificados, as
>> redes de comunicação afetadas e as condições de segurança no local.
>>
>> Já com as informações de que necessitam para uma atuação em segurança, um
>> conjunto de outras equipas são enviadas para o terreno: é o caso dos Grupos
>> Sanitários e de Apoio, que tratam do primeiro socorro às vítimas prestando
>> cuidados médicos básicos e dando início à retirada dos feridos e dos mortos
>> dos locais, com recurso a ambulâncias. Ao mesmo tempo, chegam ao local os
>> Grupos Logísticos de Reforço, responsáveis pelo abastecimento de água, e as
>> Companhias Nacionais de Intervenções em Sismos — estas equipas incluem
>> especialistas em socorro e salvamento, combate a incêndios e evacuações.
>> Barcos, comboios e pontes. Quem apoia as autoridades?
>>
>> Até aqui, tudo parece normal — são estes os agentes de proteção civil
>> mais óbvios, em que pensamos de imediato no caso da resposta urgente a uma
>> tragédia. Contudo, além destes, há uma série de empresas e de entidades que
>> estão incluídas no plano e que, em caso de um sismo de grande dimensão,
>> estão obrigadas a prestar apoio às autoridades. Alguns exemplos:
>>
>> A Lusoponte, empresa responsável pela gestão das pontes Vasco da Gama e
>> 25 de Abril, abre de imediato uma comunicação direta com o posto de comando
>> nacional e faz *briefings* regulares sobre o estado da circulação
>> rodoviária nas duas pontes sobre o Tejo;
>>
>> A ANA Aeroportos, responsável pela gestão do aeroporto de Lisboa,
>> disponibiliza as infraestruturas do aeroporto para, dependendo da dimensão
>> e das características do sismo, ser usado pelos meios aéreos de socorro.
>> Além disso, por dispor de grandes áreas que podem ser usadas para
>> concentração de pessoas, cede a utilização de espaços para acolher de forma
>> temporária grandes quantidades de feridos e para a instalação de estruturas
>> de armazenamento de cadáveres.
>>
>> Transportes: A ocorrência de um sismo de grandes dimensões (com
>> destruição de edifícios, obstrução de vias e várias vítimas mortais)
>> provocaria um caos sem precedentes na região da grande Lisboa, sobretudo ao
>> nível dos transportes. Por isso mesmo, as empresas que gerem os vários
>> meios de transporte da região estão também incluídas no plano de emergência.
>>
>> - A Transtejo e a Soflusa, que operam os transportes fluviais no rio
>> Tejo, cedem de imediato a sua frota para evacuações médicas e para
>> transporte de pessoas e de maquinaria necessária para os trabalhos na zona
>> afetada. Além disso, caso as pontes sobre o Tejo fiquem intrasitáveis, cabe
>> às empresas fluviais assegurar o transporte de operacionais entre a base
>> aérea do Montijo e a cidade de Lisboa.
>> - O metro de Lisboa será provavelmente o primeiro a ter de encerrar,
>> tratando-se de um transporte subterrâneo. Por isso, a empresa deverá ceder
>> as plantas das galerias subterrâneas às autoridades e colaborar no processo
>> de busca e salvamento nesses locais.
>> - A CP e a Fertagus, operadoras de comboios na região de Lisboa,
>> responsabilizam-se pela organização de comboios para evacuação em massa da
>> população afetada na zona afetada pelo sismo.
>>
>> Comunicações: É um dos grandes dramas que têm preocupado nos últimos
>> desastres naturais em Portugal. O SIRESP, sistema integrado de comunicações
>> de emergência, responsável pelas comunicações das várias autoridades do
>> país, tem falhado sucessivamente. Em caso de um sismo desta gravidade, a
>> verdade é que as linhas de comunicação podem ficar muito afetadas e há
>> muitas entidades que entram em ação:
>>
>> - A SIRESP SA, entidade gestora da rede SIRESP, é responsável pelo
>> restabelecimento das comunicações de emergência. Só nos três distritos
>> abrangidos por este plano referente à Área Metropolitana de Lisboa (Lisboa,
>> Setúbal e Santarém) há 149 estações base que asseguram as comunicações.
>> Caso alguma delas falhe, é suposto que uma das estações móveis entre
>> imediatamente em ação. As estações móveis, por altura do fogo em Pedrógão
>> Grande, não estavam operacionais, mas uma das recomendações resultantes dos recentes
>> relatórios
>> <http://observador.pt/especiais/pedrogao-grande-22-falhas-8-criticas-e-32-recomendacoes/> àquela
>> tragédia vai precisamente no sentido de reequipar as estações móveis com
>> nova tecnologia de satélite que lhes permitam entrar em ação de forma mais
>> eficaz.
>> - Ao mesmo tempo, a PT é responsável pela intervenção imediata no que
>> toca ao restabelecimento de comunicações telefónicas. No entanto, será dada
>> prioridade aos serviços considerados essenciais e deverá reduzir o tráfego
>> de comunicações na zona afetada. Por isso, é normal que a maioria dos
>> telefones continuem sem funcionar durante o tempo da resposta à emergência.
>> - Também as operadores de serviços móveis — a MEO, a Vodafone e a NOS —
>> estão coordenadas com as autoridades para uma intervenção imediata no
>> sentido de restabelecer as comunicações móveis e de condicionar o tráfego
>> comunicativo na zona afetada.
>>
>> Quem coordena a resposta e onde fica o posto de comando?
>>
>> Eventos recentes, como o incêndio de Pedrógão Grande
>> <http://observador.pt/seccao/sociedade/acidentes-e-desastres/incendios-acidentes-e-desastres/fogo-de-pedrogao-grande-incendios-acidentes-e-desastres/>,
>> mostram-nos que a resposta a uma situação de emergência é coordenada
>> através de uma extensa e intrincada hierarquia que começa nas
>> responsabilidades políticas do Governo e vai até aos corpos de bombeiros
>> locais. O plano de resposta a um evento sísmico na região de Lisboa não é
>> exceção:
>>
>> A Comissão Nacional de Proteção Civil (presidida pelo Secretário de
>> Estado da Proteção Civil) é o órgão de coordenação política na resposta a
>> uma tragédia deste tipo na Área Metropolitana de Lisboa, tendo a
>> competência para desencadear as ações previstas no plano de emergência e
>> para, em articulação com o Governo, formular os pedidos de auxílio
>> internacional. Durante toda a resposta à tragédia, este órgão fica reunido
>> nas instalações da ANPC, em Carnaxide.
>>
>> É precisamente nas mesmas instalações que fica instalado o Centro de
>> Coordenação Operacional Nacional — em alternativa, caso estas
>> instalações sejam de alguma forma comprometidas pelo sismo, este órgão de
>> comando reúne-se na Base Aérea 1, em Sintra. Este organismo, que inclui o
>> presidente da ANPC e o Comandante Operacional Nacional, é responsável pela
>> coordenação da resposta e pela direção global das operações, dividindo-se
>> em várias células, que coordenam a logística, a resposta técnica, a
>> assessoria técnica e financeira e ainda a gestão da informação pública.
>>
>> Por fim, o posto de comando nacional (auxiliado pelos postos distritais
>> de Lisboa, Setúbal e Santarém e ainda pelos postos municipais) é o
>> responsável pelo comando tático das operações. De acordo com o plano de
>> emergência, os postos de comando, instalados em lugar a definir consoante
>> as áreas mais afetadas pelo sismo, são “responsáveis pela gestão de todas
>> as operações de proteção civil e socorro decorrente do evento sísmico”.
>>
>> _______________________________________________
>> CLUSTER mailing list
>> CLUSTER radio-amador.net
>> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>>
>>
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> CLUSTER mailing list
> CLUSTER radio-amador.net
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