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João Paulo Saraiva joaosaraiva112 gmail.com
Quarta-Feira, 12 de Outubro de 2016 - 16:06:09 WEST


 "Gestão fracassada da rede nacional de repetidores de amador e do
associativismo
<https://1.bp.blogspot.com/-2I0hGmZAbH0/V_5QB2ogiiI/AAAAAAAAHZk/H_UDWpDNu605OePJSabGfBlTW6PSb9TUwCLcB/s1600/ham%2BRADIO.jpg>A
falta de visão estratégica das Associações de Radioamadores que deveria ser
uma visão global do país ao invés de uma visão bairrista e elitista,
determina que o país não tenha cobertura total embora tenha mais
repetidores do que aqueles que efectivamente necessita ter para a cobertura
total.
Perante este cenário a ANACOM limita-se a ceder aos caprichos bairristas
das associações de radiomadores, que em parte nunca nos últimos anos
passaram do resquício do saudoso associativismo radioamadoristico de
outrora.
Se olhar-mos por exemplo para a grande Lisboa, o que não faltam são
repetidores, mas a cobertura chega a ser vergonhosa para estações
portáteis, com zonas de sombra impensáveis para uma rede que se pretende
afirmar alternativa auxiliar em proteção civil. É caso para dizer que cada
associação quer ter um repetidor em casa, ao invés de o colocar
estrategicamente de modo a servir o maior número possível de localidades.
Na realidade, tal direito é uma prerrogativa das associações num Estado de
direito democrático e que lhes é salvaguardado pelo nº 2 do Art.º 46 da
Constituição da Republica Portuguesa, mas este facto não invalida a falta
de visão estratégica.
Não compreendo por exemplo porque estando atribuídas frequências para
Monsanto - Lisboa, não está ali instalado nenhum repetidor para
complementar a cobertura do que alegadamente está em Almada. O não
cancelamento dessas licenças garante o monopólio ao detentor da licença
que, a menos que esteja à espera de transaccionar os direitos da licença
com outra associação, não faz qualquer sentido que não a cancele,
devolvendo à ANACOM a possibilidade de dar a outras associações a
oportunidade de ali instalar mais um repetidor. Mas este foi somente um
exemplo daquilo que prolifera por todo o país, embora eu creia que a REP
seja disso o pior de todos os exemplos, praticando uma filosofia de "não
faz nem deixa fazer", a menos que seja no seio da própria REP, por alguém
disposto a fazer os que lá estão não fazem. Sinceramente e apesar de ter
estima por alguns dos seus dirigentes (da REP) que conheço de longa data,
não compreendo e recuso-me a aceitar este Velhismo do Restelo em gente da
minha idade que seguramente ainda tem condição física e mental para fazer
mais, mas não faz por comodismo.
Depois vem a dispersão de recursos, instalando repetidores digitais ao
invés de se complementar primeiro a rede convencional, isto para que cada
um brinque como lhe apetece e com o que lhe apetece ignorando o interesse
público que se apregoa no radioamadorismo, criando ainda mais divisões e
elitismos, contribuindo assim para a mobilização de cerca de algumas poucas
centenas de radioamadores, e deixando de fora alguns poucos milhares de
radioamadores que desmotivam e abandonam o habbie, convertendo-se à
exclusividade do cibernetismo.
Sempre fez falta uma estrutura federativa de radioamadores em Portugal, a
REP não pode ter esse papel porque é concorrente das demais associações de
radioamadores, embora como associação tenha a sua história e mérito de
muita coisa no passado. O Projecto UAPR (União das Associações de
Radioamadores de Portugal), estava morto à nascença  devido aos elitismos
instalados nas associações que gostam de brilhar individualmente em
detrimento de brilhar colectivamente, um problema cultural portanto.
Somos por isso um dos países do mundo dito civilizado que não tem uma
federação de associações de radioamadores que se encarregue da estratégia,
e isto porque alguns daqueles que nem a táctica dominam se acham estrategas
de topo, quando nem de algibeira o são.

Os radioamadores Portugueses são tecnicamente e cientificamente em muitos
casos muito bons, e nem falo de mim que me considero um mero entusiasta.
Acontece porém que a sua cultura de protagonismo individualista, ou mesmo
em alguns casos a sua "ganância" mata o desenvolvimento e o reconhecimento
colectivo de toda uma classe, que na actualidade a maioria da sociedade
portuguesa não reconhece.

Penso que, importa colocar de parte as desavenças individuais do passado, e
olhar para o futuro unidos como um todo, respeitando as diferenças próprias
da identidade individual de cada radioamador, de cada associação, e de cada
região. Mas se não se constituir agora uma Federação em que todos estejam
representados e se revejam, estamos a condicionar não só o desenvolvimento
do radioamadorismo nacional, como os apoios que se poderiam conseguir para
esta actividade, mas fundamentalmente se não for constituída, estaremos a
determinar que caso ocorra uma catástrofe em Portugal e não exista uma
política federativa estratégica nacional para a preparação dos
radioamadores e suas associações, estes serão parte do problema, nunca
parte da solução!

Se olhar-mos por exemplo para o que ontem se passou no Ministério da Defesa
Nacional a propósito da tentativa da Sr.ª MAI nomear um Ten.Cor. como
presidente da ANPC, que obviamente foi rejeitado apesar de ser seguramente
um dos mais capazes para o cargo e funções inerentes, compreende-se como
funciona o nosso sistema. Logo, as associações lideradas por praças e
sargentos dificilmente conseguem ter voz que se faça ouvir e defender os
interesses do radioamadorismo nas instâncias políticas.
O presidente de uma associação pode e deve ser um táctico, mas é necessário
que exista uma estrutura estratégica, a federação, e que não caiam no erro
de nomear para a presidir um praça, sargento ou oficial subalterno, mas sim
um "general, seja ele um militar dessa patente, ou um civil com formação
superior e respeitado no meio, só desse modo se fará ouvir. É esta a
conclusão a que chego após muitas tentativas de dar algum contributo
estratégico ao radioamadorismo, até podemos ser nós a assessorar  o
"general",
mas tem de ser ele a representar-mo-nos.

Tal como estão cada associação brilha à sua dimensão, mas juntas
iluminariam o país.

Os radioamadores portugueses precisam de UNIÃO.

P.F.: Não olhem para este texto como uma crítica, mas sim como um
contributo para despertar consciências e despoletar acções.

73´s a tod  s sem excepção

CT1EBZ"


-- 
Melhores Cumprimentos,

*João Paulo Saraiva* Amaral da  Encarnação

Telefone Móvel: *910 300 112*
Largo Ãlvaro Pinheiro Rodrigues, nº 7 R/C B - 2790-471 Carnaxide - Oeiras -
Portugal
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