ARLA/CLUSTER: HomePlug Alliance quer intensificar o uso da tecnologia Power Line Communication (PLC) no Brasil

Joo Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quarta-Feira, 28 de Outubro de 2015 - 14:48:51 WET


Começou no dia 26 em São Paulo capital a edição 2015 da Futurecom,
evento que visa discutir novas tecnologias de telecomunicações e
prever tendências para esse mercado. O TecMundo esteve presente e pôde
acompanhar alguns seminários pré-feira que serviram como ponto de
partida para o congresso.

Uma dessas apresentações foi a da HomePlug Alliance, consórcio formado
por 44 empresas cujos objetivos são certificar e desenvolver novos
protocolos para a tecnologia de Power Line Communication (PLC). Já
falamos sobre esse conceito aqui no TecMundo; trata-se daqueles
extensores que utilizam a rede elétrica para expandir o alcance de sua
rede de internet.

Rob Ranck, diretor da aliança, prevê que o Brasil logo se tornará um
grande mercado para esse tipo de dispositivo, ressaltando que se trata
de uma tecnologia complementar ao bom e velho WiFi. Com o advento do
conceito de Internet das Coisas, é cada vez mais comum vermos
televisores inteligentes e eletrodomésticos que precisam estar
conectados à rede para funcionar de forma eficiente.

Avanços no setor

Essa mesma visão é compartilhada por Purva Rajkotia: o diretor de
produto da Qualcomm Atheros comenta que os roteadores (certificados
pela WiFi Alliance) são essenciais para dispositivos móveis, enquanto
os dispositivos HomePlug podem ser usados para conectar aparelhos que
naturalmente precisam estar sempre plugados em uma tomada. O executivo
também ressalta o crescimento desse mercado ao longo dos últimos anos,
afirmando que mais de 180 milhões de powerlines já foram vendidos
desde 2011.

Rajkotia destaca que a HomePlug Alliance conta atualmente com três
especificações para seus produtos: a Green PHY é otimizada para
consumir menos energia elétrica, a AV representa a tecnologia
“padrão”, e a recém-anunciada AV2 possui um desempenho até três vezes
maior do que o protocolo original. Dispositivos com tal especificação
possuem suporte a beamforming, ou seja, direcionam sua rede WiFi
especificamente para os dispositivos conectados.

Além disso, embora os powerlines geralmente sejam vistos como um item
de varejo, o executivo comenta que muitas provedoras de banda larga ao
redor do mundo (especialmente aquelas que oferecem serviços de IPTV,
ou seja, televisão por internet) têm adotado esses gadgets para
oferecer uma melhor experiência para seus assinantes. Na América
Latina, a principal companhia a adotar essa postura é a Telmex, do
México.

Purva Rajkotia durante sua apresentação na Futurecom 2015

Atendendo às novas demandas

Nelson Ito, gerente de negócios ISP da TP-LINK, subiu ao palco e
exemplificou por que os powerlines são necessários nos dias de hoje.
“Para assistir a um filme na Netflix em resolução HD, por exemplo,
você precisa de uma rede de 5 Mbps, sendo necessária uma conexão de 25
Mbps para vê-lo em Ultra HD”, comentou, ressaltando o aumento do
número de conteúdos na qualidade 4K.

De acordo com testes feitos pela própria TP-LINK com dispositivos
próprios disponíveis no mercado, a taxa de transferência média
alcançada por um repetidor comum é de 10 Mbps, enquanto os powerlines
podem alcançar 50 Mbps com facilidade. Embora a companhia só ofereça
dois modelos de extensores PLC nas gôndolas brasileiras (ambos com
especificação AV), Nelson ressalta que a marca vem fazendo um amplo
trabalho para educar o país a adotar essa tecnologia, participando
inclusive de eventos de grande porte como a BGS 2015.

Nelson Ito fala sobre as vantagens do powerline em relação aos
extensores WiFi convencionais

Mas, afinal, como funciona?

Vale a pena explicar novamente como os powerlines funcionam para quem
ainda não conhece essa tecnologia.
Trata-se de um pequeno gadget que, ao ser conectado ao seu roteador e
em uma tomada comum, transforma toda a sua rede elétrica em uma rede
de internet, puxando a conexão do router através de um cabo RJ45.

A partir daí, coloca-se uma segunda peça em qualquer tomada em outra
parte de sua residência e ela se transforma em um segundo roteador,
podendo também ser usada como ponto de internet cabeada através da
porta ethernet. A ideia é usar a fiação de cobre já estabelecida em
sua casa para aumentar o alcance de sua rede WiFi, sem ter que se
preocupar com interferências físicas como paredes. Com a tecnologia
PLC, todos os cômodos de uma construção são interligados de forma
simples e eficiente.

Embora ainda seja difícil encontrar powerlines aqui no Brasil, eles já
fazem um sucesso absurdo lá fora. No mercado estrangeiro, é possível
achar até mesmo modelos que são equipados com sockets, para que você
não perca aquela tomada onde o dispositivo está ligado. Na China, já
são comuns também os roteadores com módulos PLC integrados, que já
transformam sua rede elétrica em uma rede de internet assim que ele
for eletrizado. Infelizmente, não há previsão para a chegada desse
tipo de aparelho no Brasil.

Fonte: TecMundo
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