ARLA/CLUSTER: Obsolescência programada: França quer punir criminalmente fabricantes com penas até dois anos de prisão e multas que podem chegar aos 300 mil euros

Pedro Ribeiro ct7abp gmail.com
Domingo, 18 de Janeiro de 2015 - 18:01:17 WET


Boa tarde,

Parece-me muito boa a intenção que espero se torne realidade e 
"contagie" brevemente cá "para baixo" ...

Não acredito em conspirações globais a este nível mas tenho a certeza (e 
conhecimento) de que haverá muitos casos de obsolescência programada.
Um dos aspectos que me tem chocado mais é mesmo o da vida curta do 
suporte, grande parte dos fabricantes deixa de disponibilizar 
componentes ou corrigir bugs de software dos seus produtos assim que 
lança modelo novo.
Somos obrigados a comprar equipamento novo para substituir outros que 
cumpriam na perfeição a sua função.

Vou-vos citar um exemplo contado por um colega de trabalho há alguns anos.
Na empresa onde um familiar trabalhava, em manutenção, trocavam 
frequentemente as EPROM dos equipamentos por uma com ordens para este 
deixar de funcionar de tempos a tempos e exigir mais intervenções (€€€) ...

73!

On 18-01-2015 16:21, João Costa > CT1FBF wrote:
> França quer punir criminalmente fabricantes de produtos eletrónicos
>
> Por Sérgio Meireles in PTJornal
>
> Os deputados franceses querem punir criminalmente os fabricantes de
> produtos eletrónicos pela sua cada vez mais curta durabilidade.
> Segundo um artigo publicado na revista Proteste, a França quer que as
> fabricantes de produtos eletrónicos aumentem a garantia dos produtos,
> de acordo com o tempo de durabilidade estimado pelas marcas.
>
> Algumas organizações vão mais longe, afirmando mesmo, que alguns
> equipamentos deviam ter uma garantia de 10 anos.
>
> Os deputados franceses acabam de aprovar um plano, segundo a proteste,
> para punir criminalmente as fabricantes com penas até dois anos de
> prisão e multas que podem chegar aos 300 mil euros pela obsolescência
> programada dos equipamentos eletrónicos.
>
> Para além desta medida, a França quer ainda que os produtos mencionem
> o prazo estimado de durabilidade, bem como, o período de
> disponibilidade de peças para substituição, para os casos de avarias.
>
> Os produtos eletrónicos, como sabemos, duram cada vez menos tempo.
> Isto levanta várias questões, além das comerciais adotadas pelas
> marcas.
>
> A problemática da poluição, quer por via do aumento da produção, quer
> por via da reciclagem destes equipamentos que, como sabemos, nem
> sempre é feita nas melhores condições.
>
> Adotar uma lei destas, parece um ato de coragem por parte da França,
> veremos agora, se isto passa a lei ou se fica apenas pelo papel.
>
> *****************************************************************************
> Obsolescência programada: eletrodomésticos com data de validade
>
> Telemóveis, impressoras e máquinas de lavar roupa são substituídos com
> mais frequência. Será uma atração irresistível pelo novo modelo ou
> pura estratégia dos fabricantes?
>
>
> Início
>
> "A minha primeira máquina da roupa durou 20 anos. A nova avariou ao
> fim de 5 ". "Pedi para reparar o televisor, apenas com 4 anos, e o
> arranjo é mais caro do que comprar novo". Já todos ouvimos o desabafo.
> E há duas novas tendências: a perceção sobre a durabilidade mais
> reduzida dos produtos e a cada vez maior rotatividade de produtos com
> vantagens de valor duvidoso. O tempo de vida útil dos equipamentos
> parece ter os dias contados. Os bens, sobretudo elétricos e
> eletrónicos, são substituídos antes do esperado. Será uma estratégia
> intencional ou uma consequência dos tempos modernos? O tema é polémico
> e as organizações de consumidores europeias começam a atacar a
> "obsolescência programada", depois de já terem abordado a durabilidade
> dos produtos, o ecodesign e a reparação.
>
> Cada vez mais vozes acusam os fabricantes de conceber os produtos para
> que se tornem rapidamente obsoletos, fora de moda ou impossíveis de
> reparar, com o objetivo de levar os clientes a comprar novos
> equipamentos. Automóveis, eletrodomésticos e produtos eletrónicos,
> como tablets, telemóveis e consolas de jogos, são os casos mais
> flagrantes daquilo a que se chama obsolescência programada. O fenómeno
> não é recente. Consumir e consumir está na ordem do dia, sem olhar
> para os efeitos, quer no meio ambiente, quer na carteira.
>
> Mitos ou factos
>
> Apesar dos inúmeros exemplos que mostram que os equipamentos não duram
> hoje o mesmo que no tempo dos nossos avós, não é claro quais serão as
> razões. Nalguns casos, pode ser apenas pela atual tendência da redução
> de custos. Noutros, o fabricante acredita que o consumidor prefere
> comprar novo, em vez de reparar. Engenheiros e designers conseguem
> prever com alguma precisão a durabilidade de um equipamento. E apesar
> de os fabricantes não admitirem que os produtos possam ser feitos para
> durar menos, esta é uma realidade. E merece a nossa atenção. Com as
> baterias integradas, a Apple começou a fazer depender a duração de
> vida dos telemóveis da componente menos durável. Se não podemos
> substituir a bateria, o equipamento deixa de servir. Os restantes
> fabricantes seguiram esta corrente e os maus hábitos espalharam-se.
> Nos tablets, os fabricantes seguem esta política.
>
> Há várias técnicas para reduzir a duração de vida dos produtos.
> Destacamos três categorias: técnica e tecnológica, ecológica e
> psicológica.
>
> Reduzir a duração técnica e tecnológica
>
> Foca a qualidade inferior dos materiais e o modo como são montados os
> componentes. Por exemplo, 80% dos tambores das máquinas de lavar roupa
> são em plástico, em vez de metal, tornando os modelos menos
> resistentes e de reparação cara. Também o enrolamento do cabo dos
> aspiradores é o ponto fraco de muitos.
>
> Nos televisores, a má qualidade dos condensadores elétricos reduz o
> ciclo de vida em 10 anos. A conceção pode influenciar a durabilidade.
> Esta questão leva à cada vez menor possibilidade de reparar. Nos
> Estados Unidos, a Apple foi até julgada pelo facto de a bateria do
> iPod não poder ser substituída. No iPhone, a marca adotou soluções que
> dificultam muito a substituição.
>
> A incompatibilidade entre produtos protege o negócio. Os videojogos
> apenas compatíveis com um modelo de consola e as impressoras que não
> funcionam sem tinteiros originais são alguns casos. Para fechar esta
> categoria, temos a obsolescência por notificação. O equipamento alerta
> para substituir peças. É o caso das impressoras que alertam para
> trocar os tinteiros, antes do fim real, potenciando a perda de
> dinheiro. Algumas marcas não deixam utilizar outra cor até aquela em
> falta ser substituída.
>
> Argumento ecológico
>
> Os fabricantes usam e abusam do aumento da eficiência para justificar
> a troca. Mas, na última década, os eletrodomésticos reduziram de modo
> significativo o consumo, na maioria, por imposições legais. Há também
> um ganho ecológico. Se olharmos para o consumo de energia apenas no
> uso do equipamento, a questão tem um forte impacto ambiental. Já se
> tivermos em conta o ciclo de vida, os processos produtivos e o
> tratamento adequado dos equipamentos em fim de vida contribuem para
> uma realidade muito diferente. Em geral, os pequenos eletrodomésticos
> atingiram uma tal maturidade energética que o argumento ecológico para
> a substituição já não faz sentido.
>
> Pense antes de se desfazer do eletrodoméstico ou comprar o novo
> telemóvel. Qual a mais-valia da troca? Por exemplo, o iPad 4 foi
> lançado apenas 7 meses depois do 3. Outra questão é a redução do
> tamanho dos componentes. O primeiro telemóvel, em 1983, pesava meio
> quilo. Em 2005, estes equipamentos pesavam, em média, 110 gramas. Mas
> há consequências: se a redução do tamanho das peças diminui o uso de
> matéria-prima, a miniaturização excessiva limita a possibilidade de
> reparar.
>
> Técnicas psicológicas
>
> Quando, nos Estados Unidos, houve uma saturação do mercado automóvel,
> nos anos 20, a General Motors passou a mudar todos os anos o design
> dos modelos. Pretendia convencer os clientes de que era fundamental
> trocar de carro. Os fabricantes mais pequenos, sem capacidade para
> seguir a tendência, viram-se em dificuldades. Esta tendência aplica-se
> ao vestuário, ao calçado, e sobretudo aos equipamentos eletrónicos e
> até pequenos eletrodomésticos. Atrai os consumidores motivados pela
> novidade e estimulados pelo marketing.
>
> Fonte : Revista DecoProteste
>
>
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster

-- 
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Callsign: CT7ABP
QRA: Pedro Ribeiro
GRID Locator: IM58mr
QTH: São Francisco, Alcochete, Portugal
NET: http://www.qrz.com/db/CT7ABP
CT7ABP is also home station of CR7AJI Diogo
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=

-------------- próxima parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: http://radio-amador.net/pipermail/cluster/attachments/20150118/48e69ee2/attachment.html


Mais informações acerca da lista CLUSTER