ARLA/CLUSTER: Modos digitais

Jos Machado ct1bat gmail.com
Segunda-Feira, 2 de Fevereiro de 2015 - 21:28:46 WET


Colega Jorge,

Muito obrigado pelo seu contributo, sempre disponível, de profundo conhecedor.

Relativamente ao DMR o seu comentário sugeriu-me algumas dúvidas

“O DMR é aliciante a nível de implementação do sistema, mas os custos e a dificuldade de o comum dos mortais operar tais equipamentos...”

1.       A que se refere quando fala na dificuldade de operação? Refere-se a algum dos aparelhos (de 34 marcas diferentes http://dmrassociation.org/members-of-the-association/ )?

“não vejo pois o DMR a ter vantagem de operação no nosso país tirando que os custos superam em muito a comum instalação de um repetidor. ...”

Refere-se, com certeza ao custo do repetidor (cerca de 1.500€ que é custo da/das associações) porque, o mais importante, é o custo dos equipamentos para o utilizador que é menos de metade do portátil Icom ou Yaesu mais baratos! 

2.      Quanto custa o aluguer do defletor DSTAR por ano?

Quanto à qualidade da transmissão há comparações no Youtube, entre o Dstar e o DMR que, parecem, esclarecedoras.

Fico grato se nos ajudar a entender qual dos 3 o melhor para os radioamadores que têm de comprar os equipamentos (para os comerciantes, já sabemos!)

Um abraço e obrigado.

73 from

José Machado - CT1BAT

 

De: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de Jorge Santos
Enviada: 2 de fevereiro de 2015 20:29
Para: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Modos digitais

 

Boa noite a todos.

Os meus 5 cts de contribuição acerca deste assunto.

Não querendo repetir alguém que já por aqui disse o que a Yaesu deveria ter feito, que seria o lançamento do seu novo sistema baseado no protocolo DSTAR, quis a mesma só por razões comerciais lançar um novo modo digital. Vou tentar explicar muito rapidamente as vantagens e/ou desvantagens destes novos sistemas.

O DSTAR é um protocolo (desengane-se quem pensa que é um rádio da ICOM) utiliza GMSK para modular um carrier FM, tem um desvio máximo de 6,25 KHz (não chega lá fica-se pelos 5.8~6.0) 
O SF (leia-se System Fusion) utiliza C4FM para modular um carrier FDMA, tem um desvio "proclamado" de 6,25 KHz mas na realidade são 7.5 KHz, no entanto ao utilizar Voz e dados é de 12,5 KHz, se for utilizado o modo Voice FR (full voice) utiliza a largura total de banda e os dois canais FDMA bem como se utilizar  o Data FR, aqui deixa de haver "espaço" para a voz sendo utilizados os dois canais de 9600 bps para, por exemplo, enviar fotografias.

As diferenças na rede

Tanto o DSTAR como o SF contam com as possibilidades que a utilização da internet permitem, mas aqui uma vez mais se lavrou um erro. Enquanto o DSTAR utiliza vários Reflectores em todo o mundo livres de utilização e de instalação por parte dos respetivos utilizadores, no SF o sistema centraliza-se no Wires. O Wires é um reflector único centralizado e de utilização exclusiva de quem tenha um Yaesu e a sua respectiva conta de utilizador, senão tiver não entra (pensei sempre que o radioamadorismo era de utilização democrática mas pelos vistos errei).
O DSTAR permite a que cada utilizador se ligue onde muito bem entender através de um qualquer repetidor.
O SF (de momento) também permite essa ligação se para tal houver um utilizador que esteja ligado no repetidor em escuta via RF e injete essa comunicação na rede Wires, para isso tem que ter, conta Yaesu, um PC com Windows (o software do modem HRi200 só trabalha em Windows), o modem HRi200 e a boa vontade de garantir ele particularmente a ligação a alguma "sala" como se de Echolink se tratasse.

Esta pequena análise não é depreciativa, espero que no futuro a Yaesu apresente soluções que sejam de agrado de todos e que possibilitem o que o DSTAR ou o DMR fazem à anos, mas pelo que me é dado neste momento, fico esperando melhores dias.

O DMR é aliciante a nível de implementação do sistema, mas os custos e a dificuldade de o comum dos mortais operar tais equipamentos ficam muito aquém do que possam ser os objetivos finais, que seria a comunicação livre e aberta a todos.
Desde 2008 que mantenho, eu e mais alguns colegas, a rede DSTAR operativa, as vantagens desta rede e o que ela permite não é executada no nosso país por mais de 6 utilizadores dos 400 que operam esta rede, não vejo pois o DMR a ter vantagem de operação no nosso país tirando que os custos superam em muito a comum instalação de um repetidor.
O SF, neste momento em saldo (porque o preço dele é de 1400 € com um voucher de 600€ para se adquirir mais material Yaesu) irá ser mais um sistema que só 5 ou 6 irão utilizar nas suas potencialidades. Considero um investimento caro para a utilização dada, mas como já disse "nasceu o ano passado" vamos dar tempo e ver os resultados, para já em 6 meses de saída no mercado já vai com 3 actualizações de firmware do DR1x ou seja do repetidor, isto ao contrário do que possam pensar é um bom sinal.

Aguardo.

73's
 
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CT1JIB - Jorge Santos
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