ARLA/CLUSTER: HUBBLE FAZ HOJE 25 ANOS EM RBITA

Joo Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 24 de Abril de 2015 - 11:30:17 WEST


   <http://www.nasa.gov/sites/default/files/thumbnails/image/15-066.png>Esta
tapeçaria brilhante de estrelas jovens foi ontem divulgada para comemorar o
25.º aniversário do Hubble. O enxame gigante Westerlund 2 contém cerca de
3000 estrelas e está localizado a mais ou menos 20.000 anos-luz de
distância da Terra na direção da constelação Carina. O enxame tem
aproximadamente 2 milhões de anos e contém algumas das estrelas mais
maciças e quentes da Via Láctea. A nuvem em redor revela uma paisagem
repleta de pilares, cristas e vales, incumbadoras de estrelas bebé.
Crédito: NASA, ESA, Equipa de Arquivo do Hubble (STScI/AURA), A. Nota
(ESA/STScI) e Equipa Científica Westerlund 2
(clique na imagem para ver versão maior)

O Telescópio Espacial Hubble, uma das joias mais valiosas da NASA e da ESA,
comemora hoje 25 anos. Com mais de um milhão de observações, incluindo
algumas das mais distantes e antigas galáxias já contempladas pelo ser
humano, nenhum outro observatório espacial tocou tantas mentes e corações
como o Hubble.

As duas agências espaciais estão a celebrar o aniversário com várias
cerimónias oficiais e, um pouco por todo o continente europeu e americano,
instituições científicas estão a homenagear o Hubble com várias iniciativas.

"O Hubble tornou-se parte da nossa cultura," afirma John Grunsfeld,
administrador associado do Diretorado de Missões Científicas da NASA e
ex-astronauta que voou nas últimas três missões de reparação do Hubble.
Aqui fica um olhar sobre o quarto de século do Hubble em órbita a cerca de
569 km acima da Terra.
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/01/1990_s31_IMAX_view_of_HST_release.jpg>O
braço robótico do vaivém Discovery coloca o Hubble no espaço em 1990.
Crédito: NASA/IMAX
(clique na imagem para ver versão maior)

*Um início "desfocado"*

A construção do Hubble levou mais de uma década (rodeada por problemas de
financiamento e atrasada pelo desastre do vaivém Challenger em 1986), até
que foi lançado para órbita no dia 24 de abril de 1990, a bordo do vaivém
espacial Discovery. A NASA queria um observatório livre da distorção
atmosférica e, em alguns casos, da absorção da luz. As estrelas, por
exemplo, não "piscam" quando vistas do espaço. O telescópio recebeu o nome
do astrónomo americano Edwin Hubble que, na década de 1920, descobriu que o
Universo está a expandir-se.

A elevada excitação transformou-se em profunda agonia quando se tornou
aparente que o espelho primário do telescópio tinha defeitos de fabrico,
resultando numa visão desfocada. O erro era de apenas 0,002 milímetros, o
que pode parecer pequeno, mas é grande para óticas de precisão. Três anos
mais tarde, com a reputação e todo o futuro da NASA em jogo, uma equipa de
astronautas conseguiu restaurar, com peças adicionais, a visão tão
prometida do Hubble.

*Revisões gerais e afinações*

Os astronautas visitaram o Hubble cinco vezes, entre 1993 e 2009, para
fazer melhorias e reparações ao observatório espacial de 13,2 metros,
aproximadamente o tamanho de um autocarro. Substituíram painéis solares e
giroscópios falhados, detetores antigos deram lugar a instrumentos
modernos. Este trabalho espacial é extremamente árduo e complicado, pelo
que as missões de manutenção do Hubble são consideradas como dos maiores
triunfos do voo espacial tripulado.
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7c/STS-125_May_17_EVA.jpg>Com
o planeta Terra como fundo, os astronautas da quinta missão de serviço do
Hubble (STS-125) reparam e atualizam o telescópio espacial.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)

A última missão esteve quase para não acontecer: a NASA cancelou-a por
razões de segurança, na sequência do desastre do Columbia em 2003. Mas o
alvoroço público e a mudança de administração da NASA, juntamente com
planos detalhados de resgate da tripulação (caso fosse necessário), levou à
reintegração da missão. Quando o vaivém Atlantis descolou na sua última
missão de manutenção, a NASA já tinha investido [ao longo do programa do
Hubble] 10 mil milhões de dólares.

Grunsfeld, por três vezes o mecânico espacial de serviço, foi também a
última pessoa a tocar no observatório espacial. Ele lembra-se de lhe dar
uma "pequena palmadinha e uma saudação", dizendo, "Boa viagem, Hubble."

Devido à reforma dos vaivéns espaciais, o Hubble não poderá ser novamente
reparado e atualizado.

*Estatísticas impressionantes*

De acordo com o STScI (Space Telescope Science Institute) em Baltimore,
EUA, o Hubble já viajou quase 5,48 mil milhões de quilómetros, orbitando a
Terra quase 137.000 vezes e fazendo mais de 1,2 milhões de observações de
mais de 38.000 objetos celestes. Os objetos mais distantes já avistados
pelo Hubble são galáxias primitivas a cerca de 13,3 mil milhões de anos-luz
e remontam a mais ou menos 400 milhões de anos após a origem do Universo,
conhecido como Big Bang.

O mesmo instituto afirma que o Hubble envia uma média de 829 gigabytes de
dados de arquivo por mês. Ao todo, o telescópio espacial já produziu mais
de 100 terabytes de dados.

*Descobertas*

Logo no início, o Hubble provou a existência de buracos negros
supermassivos e descobriu que estão localizados no centro da maioria das
galáxias. Também ajudou a identificar a idade do Universo - 13,8 mil
milhões de anos - através da determinação da atual taxa de expansão do
Universo, segundo Mario Livio, astrofísico do STScI, com uma incerteza de
apenas 3%.

Graças ao Hubble, comentou Livio esta semana, os astrónomos sabem agora que
a expansão cósmica está a acelerar por causa da misteriosa energia escura.

O telescópio espacial mostrou também que a taxa de nascimento estelar, no
Universo, atingiu o seu valor mais elevado há cerca de 10 mil milhões de
anos atrás e tem vindo a diminuir desde então.

O detalhe das imagens do Hubble foi crucial para o seu sucesso continuado.
Permitiu com que os astrónomos vissem efeitos climatéricos e auroras
noutros planetas, espreitassem berçários estelares e descobrissem planetas
em órbita de outras estrelas.
<http://imgsrc.hubblesite.org/hu/db/images/hs-1995-44-a-full_jpg.jpg>Os
"Pilares da Criação" em M16, a Nebulosa da Águia, uma das imagens mais
icónicas do Hubble.
Crédito: NASA, ESA, STScI, J. Hester e P. Scowen (Universidade Estatal do
Arizona)
(clique na imagem para ver versão maior)

Ao todo, os astrónomos publicaram 12.800 artigos científicos com base nos
dados do Hubble. Algumas das pesquisas sobre supernovas, ou estrelas que
explodem, contribuíram para o Prémio Nobel da Física em 2011.

*Futuro*

Grunsfeld diz que a probabilidade do Hubble continuar a operar até pelo
menos 2020 é bastante alta. A gravidade está a baixar lentamente a órbita
de 569 km do telescópio, mas a boa notícia é que a fraca atividade solar
está a manter a atmosfera mais fina, o que por sua vez deverá manter o
Hubble em funcionamento até à década de 2030.

Na última missão ao Hubble em 2009, Grunsfeld instalou um adaptador de
ancoragem na parte inferior do telescópio. O plano era - e ainda é - poder
um dia lançar um foguetão não tripulado ao Hubble para que possa ser
instalado um motor que guie o telescópio para uma reentrada por cima do
Oceano Pacífico.

A principal preocupação é o espelho primário de 2,4 metros: espera-se que
sobreviva ao mergulho na atmosfera. É por isso que a NASA não quer que o
Hubble desça, descontroladamente, em áreas mais povoadas.
<http://spaceflight.nasa.gov/gallery/images/shuttle/sts-125/hires/s125e011835.jpg>Os
momentos finais da quinta missão de manutenção do Hubble, a última vez que
seres humanos estiveram tão perto do telescópio mais famoso de todos os
tempos.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)

*Sucessor*

O Telescópio Espacial James Webb da NASA, ESA e CSA (agência espacial
canadiana) tem lançamento previsto para 2018, até 1,5 milhões de
quilómetros da Terra. O JWST vai especializar-se no infravermelho,
permitindo espreitar alguns dos recessos mais distantes e ténues do
Universo. Isto deverá permitir com que o telescópio - cujo nome honra o
falecido administrador da NASA que guiou os programas Mercury, Gemini e
preparou o programa Apollo - olhe ainda mais longe que o Hubble no tempo e
detete galáxias formadas uns meros 200 milhões de anos após o Big Bang.

Em 2019, o Webb deverá estar instalado e a funcionar juntamente com o
Hubble e com novos e poderosos telescópios terrestres. "Será o novo pico da
nossa capacidade de observar o cosmos e de tentar compreendê-lo," explica
Grunsfeld. "Estou convencido que vão haver algumas grandes descobertas."

*Links:*

*Notícias relacionadas:*
Universidade do Arizona
<http://uanews.org/story/hubble-s-ua-made-eyes-help-us-see-space>
Nature <http://www.nature.com/news/astronomy-hubble-s-legacy-1.17302>
SPACE.com
<http://www.space.com/29157-hubble-space-telescope-science-legacy.html>
SPACE.com - 2
<http://www.space.com/29148-hubble-space-telescope-history-25-years.html>
Universe Today
<http://www.universetoday.com/119974/hubble-telescope-celebrates-25-years-in-space-with-spectacular-new-image/>
Astronomy Now
<http://astronomynow.com/2015/04/23/space-scientists-pay-homage-to-25-years-of-the-hubble-space-telescope/>
Space Daily
<http://www.spacedaily.com/reports/Hubble___One_Word_Says_It_All_999.html>
PHYSORG
<http://phys.org/news/2015-04-hubble-space-telescope-stellar-success.html>
spaceref <http://www.spaceref.com/news/viewpr.html?pid=45645>
EarthSky
<http://earthsky.org/space/celebrate-25-years-of-hubble-space-telescope>
Discovery News
<http://news.discovery.com/space/astronomy/hubble-at-25-whats-next-for-the-space-telescope-150420.htm>
BBC News
<http://edition.cnn.com/2015/04/19/photos/cnnphotos-hubble-space-telescope-25th-anniversary/>
TIME <http://time.com/3772495/see-hubble-best-photos-25th-anniversary/>
euronews <http://pt.euronews.com/2015/04/22/hubble-faz-25-anos/>
Jornal de Notícias
<http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=4518523&page=-1>
Diário de Notícias
<http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=4518571&page=-1>
Rádio Renascença
<http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=26&did=184688>
Observador
<http://observador.pt/2015/04/18/telescopio-hubble-que-revolucionou-a-astrofisica-completa-um-quarto-de-seculo/>


*Telescópio Espacial Hubble:*Site dos 25 anos do Hubbe
<http://hubble25th.org/>
Hubble, NASA <http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/main/#.VJ02FAj0>
ESA <http://www.esa.int/esaSC/SEM106WO4HD_index_0_m.html>
STScI <http://www.stsci.edu/resources/>
SpaceTelescope.org <http://spacetelescope.org/>
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais
<http://archive.stsci.edu/>

Fonte: Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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