ARLA/CLUSTER: Imagem dos radiotelescopios ALMA revela um detalhe extraordinrio, nunca observado at hoje.

Joo Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quinta-Feira, 6 de Novembro de 2014 - 13:38:52 WET


Imagem ALMA revolucionária revela génesis planetária

6 de Novembro de 2014
<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/eso1436a.jpg>
<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/eso1436b.jpg>
<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/eso1436c.jpg>
<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/eso1436d.jpg>
<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/eso1436e.jpg>
<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/eso1436f.jpg>
<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/eso1436g.jpg>
<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/eso1436h.jpg>

Esta nova imagem obtida com o ALMA, o Atacama Large
Millimeter/submillimeter Array, revela um detalhe extraordinário, nunca
observado até hoje, de um disco de formação planetária em torno de uma
estrela jovem. Estas são as primeiras observações do ALMA feitas com a sua
configuração quase final e as imagens mais nítidas obtidas até à data no
submilimétrico. Os novos resultados constituem um enorme passo em frente no
estudo do desenvolvimento de discos protoplanetários e formação de planetas.

Para as primeiras observações do ALMA no seu novo modo mais poderoso, os
investigadores apontaram as antenas à HL Tauri
<http://simbad.u-strasbg.fr/simbad/sim-id?Ident=HL+Tau> - um estrela jovem,
a cerca de 450 anos-luz de distância, que se encontra rodeada por um disco
de poeira [1] <http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1436/#1>. A
imagem resultante excedeu todas as expectativas, já que revela um detalhe
inesperado no disco de material que sobrou da formação da estrela,
mostrando uma série de anéis brilhantes concêntricos separados por espaços
[2] <http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1436/#2>.

“Estas estruturas são quase de certeza o resultado de jovens corpos do tipo
planetário  a formarem-se no disco. Este facto é algo surpreendente já que
não se espera que tais estrelas jovens possuam na sua órbita corpos
planetários suficientemente grandes, capazes de produzir as estruturas
observadas na imagem,” disse Stuartt Corder, Diretor Adjunto do ALMA.

“Assim que vimos esta imagem ficámos estupefactos, sem palavras, com o
nível de detalhe espetacular. A HL Tauri não tem mais do que um milhão de
anos e, no entanto, parece que o seu disco está já repleto de planetas em
formação. Só esta imagem já é suficiente para revolucionar as teorias de
formação planetária,” explica Catherine Vlahakis, Cientista de Programa
Adjunta do ALMA e Cientista de Programa para a Campanha de Linha de Base
Longa do ALMA.

O disco da HL Tauri parece estar muito mais desenvolvido do que seria de
esperar de um sistema com esta idade. Ou seja, a imagem ALMA sugere
igualmente que o processo de formação planetária deve ser muito mais rápido
do que o que supúnhamos até agora.

Uma tal resolução apenas pode ser atingida com as capacidades de linha de
base longa do ALMA, dando aos astrónomos informação que seria impossível
obter com outra infraestrutura existente qualquer, incluindo o Telescópio
Espacial Hubble. ” A logística e infraestruturas necessárias para colocar
as antenas a tais distâncias requereu um trabalho de coordenação sem
precedentes por parte de uma equipa internacional de engenheiros e
cientistas," disse o Diretor do ALMA, Pierre Cox. "Estas linhas de base
muito longas fazem com que o ALMA atinja um dos seus principais objetivos e
assinalam um impressionante marco tecnológico, científico e de engenharia."

Estrelas jovens como a HL Tauri nascem em nuvens de gás e poeira fina, em
regiões que colapsaram devido ao efeito da gravidade e formaram núcleos
densos e quentes, que eventualmente incendiar-se-ão dando origem a jovens
estrelas. Estas estrelas estão inicialmente embebidas num casulo do gás e
da poeira que restou da sua formação. É este material que dá origem ao
chamado disco protoplanetário.

É devido às muitas colisões que sofrem, que as partículas de poeira vão-se
juntando, crescendo em nodos do tamanho de grãos de areia e pedrinhas.
Finalmente, asteróides, cometas e até planetas formar-se-ão no disco. Os
jovens planetas quebram o disco, dando origem a anéis, espaços e buracos
vazios, tais como os que observámos agora nas estruturas vistas pelo ALMA
[3] <http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1436/#3>.

A investigação destes discos protoplanetários é crucial no sentido de
percebermos como é que a Terra se formou no Sistema Solar. Observar os
primeiros estádios de formação planetária em torno da HL Tauri pode
mostrar-nos como é que o nosso próprio sistema planetário seria há mais de
quatro mil milhões de anos atrás, aquando da sua formação.

“A maior parte do que sabemos hoje acerca da formação planetária baseia-se
na teoria. Imagens com este nível de detalhe têm sido, até agora, relegadas
para simulações de computador e impressões artísticas. Esta imagem de alta
resolução da HL Tauri mostra-nos até onde o ALMA pode chegar quando estiver
a operar com a sua maior configuração e dá início a uma nova era na
exploração da formação de estrelas e planetas,” diz Tim de Zeeuw, Diretor
Geral do ESO.
Notas

[1]  Desde setembro de 2014 que o ALMA observa o Universo com a sua maior
configuração, correspondente a antenas separadas de 15 quilómetros. Esta
Campanha de Linha de Base Longa continuará até 1 de dezembro de 2014. A
linha de base é a distância que separa duas antenas da rede. Em termos de
comparação, outras infraestruturas a operar nos comprimentos de onda
milimétricos possuem antenas que estão separadas de não mais de dois
quilómetros. A linha de base máxima do ALMA é de 16 quilómetros.
Observações futuras feitas a comprimentos de onda menores atingirão uma
nitidez de imagem ainda melhor.

[2] As estruturas são observadas com uma resolução de apenas cinco vezes a
distância da Terra ao Sol, o que corresponde a uma resolução angular de
cerca de 35 milésimas de segundo de arco - melhor do que a que é obtida de
forma rotineira com o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA.

[3] Na luz visível a HL Tauri encontra-se escondida por um envelope massivo
de gás e poeira. O ALMA observa a comprimentos de onda muito maiores que o
visível, o que permite estudar os processos que estão a ocorrer mesmo no
núcleo da nuvem.
Informações adicionais

O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma infraestrutura
astronómica internacional, é uma parceria entre a Europa, a América do
Norte e o Leste Asiático, em cooperação com a República do Chile. O ALMA é
financiado na Europa pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), na América do
Norte pela Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos (NSF) em
cooperação com o Conselho Nacional de Investigação do Canadá (NRC) e no
Leste Asiático pelos Institutos Nacionais de Ciências da Natureza (NINS) do
Japão em cooperação com a Academia Sínica (AS) da Ilha Formosa. A
construção e operação do ALMA é coordenada pelo ESO, em prol da Europa,
pelo Observatório Nacional de Rádio Astronomia (NRAO), que é gerido, pela
Associação de Universidades (AUI), em prol da América do Norte e pelo
Observatório Astronómico Nacional do Japão (NAOJ), em prol do Leste
Asiático. O Observatório ALMA (JAO) fornece uma liderança e direção
unificadas na construção, gestão e operação do ALMA.

O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a
investigação em astronomia e é o observatório astronómico mais produtivo do
mundo. O ESO é  financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica,
Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal,
Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. O ESO destaca-se por levar a
cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e
funcionamento de observatórios astronómicos terrestres de ponta, que
possibilitam aos astrónomos importantes descobertas científicas. O ESO
também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação na
investigação astronómica. O ESO mantém em funcionamento três observatórios
de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO
opera  o Very Large Telescope, o observatório astronómico óptico mais
avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. O VISTA, o maior
telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT
Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear
os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário
telescópio  ALMA, o maior projeto astronómico que existe atualmente. O ESO
encontra-se a planear o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um
telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e do
infravermelho próximo. O E-ELT será “o maior olho do mundo virado para o
céu”.
Links

   - Mais sobre o ALMA <http://www.eso.org/public/teles-instr/alma/>
   - Fotografias do ALMA
   <http://www.eso.org/public/images/archive/category/alma/>
   - Vídeos do ALMA
   <http://www.eso.org/public/videos/archive/category/alma/>
   - Brochura ALMA
   <http://www.eso.org/public/products/brochures/brochure_0018/>
   - O filme ALMA — Em busca das nossas origens cósmicas
   <http://www.eso.org/public/videos/eso1312a/>
   - O livro fotográfico ALMA Em busca das nossas origens cósmicas – A
   construção do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array
   <http://www.eso.org/public/products/books/book_0052/>
   - Mais notas de imprensa baseadas em dados ALMA
   <http://www.eso.org/public/news/archive/search/?adv=&facility=36>
   - Catálogo de Discos Circum-estelares
   <http://www.circumstellardisks.org/show.php?id=80>

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Este texto é a tradução da Nota de Imprensa do ESO eso1436, cortesia do
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