ARLA/CLUSTER: SDR's por Luís Cupido (CT1DMK)

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quarta-Feira, 30 de Janeiro de 2013 - 13:56:53 WET


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: ct1dmk <ct1dmk  gmail.com>
Data: 30 de janeiro de 2013 13:30
Assunto: [CT-Com. & Tec.] SDR's
Para: ct-comunicacoes-e-tecnologias  googlegroups.com


E ainda o facto de que hoje as comparações parecem ser só
as gamas dinâmicas e as sensibilidades como se apenas isso fosse importante.

> A tecnologia do kx3 (sdr) por exemplo ainda não é usada pelas 3
> principais marcas

Nem se avizinha tal coisa...
Antes de mais a tecnologia KX3 é a mesma do FLEX1500/3000/5000 ou até
do softrock ou SDR1000 etc. etc. Esta abordagem tem um conjunto
de enfermidades associadas.

A considerar por alguma das 3 marcas teria que ser um SDR do tipo
DDC/DUC (do tipo FLEX6700 ou similar) todo digital caso contrário
seria um risco muito grande
usar uma arquitectura tipo KX3 nem sei mesmo se passava o crivo
apertado de certas aprovações e homologações.

Mas a razão das 3 principais marcas não aderirem e insistirem no design clássico
é outra.

Um SDR dos de 2a geração tem um esforço de desenvolvimento de hardware
muito baixo. Um par de engenheiros um de digitais e um de RF (sim
apenas duas pessoas) desenham o rádio todo em menos de 2 meses (versus
equipas de mais de 20 engenheiros durante um ano como acontece agora
nas 3 marcas)
Todavia é preciso uma equipa de engenheiros informáticos e de
matemáticos para fazer
o rádio propriamente dito (e agora sim uma grande equipa e durante
muito tempo). Ou seja uma Software-House.

Uma software-house e uma fábrica de rádios são coisas radicalmente diferentes.

As 3 principais marcas não são software-houses, e de momento nem sequer
sabem fazer esse tipo de rádios.


O rádio NÃO é a caixa que liga ao computador.

<<< O Software é que é o rádio. >>>

A caixa é apenas um interface e que é muito fácil de fazer se
compararmos com o esforço de fazer um rádio clássico.

Agora só mais uma achega no respeitante às comparações.
No SDR de segunda geração a caixa não é "um" rádio mas sim um
servidor de dados ou segmentos espectrais. Mas eu imagino que possa
ser assim mais difícil perceber o que é de facto uma topologia
cliente servidor quando estamos a falar de rádios.
Na realidade o interface com o meio RF da antena (a tal caixa a que erradamente
chamamos rádio) não faz mais do que servir dados ou segmentos
espectrais aos rádios
(que são software). Por exemplo o flex6000 pode servir até 7 ao que
julgo depreender
da info que a flex disponibilizou. Portanto esse interface (o
flex6000, que não lhe quero
chamar rádio de propósito) pode servir 7 rádios em simultâneo.
Cada um destes mais poderoso que um ts590 ou KX3 ou etc. e que podem
estar em qualquer frequência que se queira e tudo em simultâneo.

Agora como é que eu posso estabelecer comparações entre um rádio
clássico e um sistema-rádio deste tipo ?

Como é que os fabricantes que a vida toda fizeram rádios com bobines
e filtros a cristal etc. vão agora fazer hardware digital de vanguarda
implementar servidores e protocolos, processamento de sinal em
diversas camadas de abstracção e linguagens variadas e interfaces com
o utilizador em Java ou no que quer que seja ?

Isto está tudo a mudar para o digital mas isso não significa que não
haja mercado para
os rádios clássicos já que há maneiras de estar no rádio-amadorismo que podem
não tirar vantagem nenhuma da nova tecnologia ou da nova forma de operação.

Sendo isto um hobby é claramente defensável que haja entusiastas de tudo
desde rádios a válvulas à mais vanguardista tecnologia digital e ainda bem.
E como tal haverá mercado para todos os gostos.

uff, foi e-mail longo.
Obrigado pela paciência em ler o dito.

Luis Cupido.
ct1dmk



On 1/30/2013 11:52 AM, Rui Jorge Pinto Martins wrote:
>
> Boas,
>
> Isto faz lembrar a velha guerra das marcas e qual delas a melhor.
>
> Como é obvio teremos que por cada coisa no seu devido lugar mas as
> tecnologias estão em constante evolução mas daí afirmar que a Kenwood
> cometeu um suicídio não estou de acordo.
>
> A tecnologia do kx3 (sdr) por exemplo ainda não é usada pelas 3
> principais marcas se não estou errado no entanto creio que poderá sofrer
> evoluções positivas.
>
> A meu ver o KX3 é um campeão de vendas pela suas características
> técnicas e portabilidade mas para o caso e mantendo a comparação com os
> carros não me parece que o consumo seja preocupante quando o cliente
> quer potência em vez da portabilidade.
>
> Será que a Yaesu deu um tiro no pé quando fez o FT-DX3000 ou a Kenwood
> com o TS-590.
>
> Sim eu sei que os SDR´s também têm potência mas uns são duas caixas (3
> no caso do KX3 com o AT que ainda não está disponível para a versão com
> Linear) outros necessitam de um interface exterior para controlar o
> bicho (flex 6700).
>
> Apenas uma coisa é certa cada vez mais entramos no digital e isso não há
> volta a dar agora resta esperar pela saída para o mercado e como tudo na
> vida haverá quem goste e quem não goste, citando um post do dmk “dizia o
> russo QRP only 1,5KW” é tudo um conceito do que é Low Power.
>
> CT1EBH




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