ARLA/CLUSTER: Ionosonda EL ARENOSILLO perto de Huelva volta a funcionar.

Luís Garcia Filipe afterhours36 gmail.com
Domingo, 18 de Novembro de 2012 - 01:05:16 WET


Boa noite.

Então podemos afirmar que esta ferramenta é boa para nos dar uma ideia da
qualidade de QSO em NVIS entre outras variáveis para distâncias mais ou
menos próximas deste "radar" espanhol decamétrico (valores comprovados),
mas por exemplo para tentar DX, pode-se, por exemplo usar a ferramenta
VOACAP (previsão) ?

73,

CR7AEL

No dia 17 de Novembro de 2012 18:12, João Costa > CT1FBF
<ct1fbf  gmail.com>escreveu:

> Depois de mais um largo período sem funcionar, finalmente a 7 de Novembro,
> lá voltaram a  "ligar o interruptor".
>
> Disponível em:  *Atmospheric Sounding Station
> <http://www.inta.es/atmosfera/28/56/submenu.aspx>
> EL ARENOSILLO
> 37.1 N - 6.7 W * *Digisonde 256 Ionospheric Sounder
> http://iono.inta.es/*
>
>
> *Breve descrição das ionosondas e a leitura dos dados mais importantes
> para o amador de rádio por Carlos Mourato (CT4RK).*
>
> Uma ionosonda, é um tipo especial de radar, que emite curtos impulsos
> electromagnéticos para a ionosfera, ao longo do espectro de HF, normalmente
> entre 1,6 e 30 Mhz através de uma antena com um diagrama de radiação
> conhecido e favorável desde a vertical (90º) até cerca de 70º. (abertura de
> lóbulo normalmente de 60º) para distancias até cerca de 500Km, e em algumas
> mais elaboradas, principalmente nas digisondas,
> http://ionosonde.com/VIPIR_Data/URSIGARev5.pdf existe mesmo emissão de
> impulsos a ângulos baixos, chamada propagação obliqua, para registar (num
> receptor até 3000Km de distancia) a Máxima Frequência Utilizável ou MUF.
>
> Estas ionosondas através de receptores sincronizados registam a reflexão
> dos sinais por ela emitidos para a ionosfera, analizam a sua intensidade, e
> através de processamento digital dos dados recebidos, permitem-nos
> determinar muitos parâmetros da propagação.
> <http://4.bp.blogspot.com/_y5s-bI1eqR4/S47zS0OoQrI/AAAAAAAABFY/c3QtxfcQuwU/s1600-h/NVIS7.bmp>
>
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>
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>
>
> Para o amador que não queira muito detalhe cientifico, um ionograma é uma
> maneira muito fácil de saber quais as condições de propagação em NVIS , que
> é o tipo de propagação usado em 40m e 80m, para distâncias até cerca de 400
> km, Como tal pode consultar a foF2 ou frequencia critica, que é a
> frequência a partir da qual, e para ângulos maiores do que 70º, a energia
> electromagnética não se reflecte e perde-se no espaço. Alem disso muitas
> sondas modernas permitem tambem determinar a MUF, Máxima Frequencia
> Utilizavel, a partir da qual normalmente apenas a onda terrestre é
> utilizável.
>
> Para melhor poder-mos entender e interpretar alguns dados de um ionograma
> vamos analizar o seguinte exemplo da digisonda de Arenosillo perto de
> Huelva.
>
> Observando o gráfico salta à vista a frequência em MHz, com incremento da
> esquerda para a direita no eixo horizontal (eixo X) e a distância em Km a
> que é possivel comunicar, no eixo vertical (eixo Y) . A presença de 2
> grupos de ecos, que se observam no ionograma, um mais acima e outro mais
> abaixo, é devido ao duplo eco. Este duplo eco acontece, porque a energia de
> RF, depois de ser emitida reflecte-se na ionosfera e volta à terra.
>
> Por vezes, se o sinal for bastante forte, volta de novo a reflectir-se na
> terra e de novo na ionosfera, voltando desta forma ao receptor, e dando uma
> indicação de altura das camadas F, normalmente no dobro da realidade, e
> como tal a indicação de distâncias tambem no dobro para uma determinada
> QRG. Quanto aos gráficos em si, podemos observar duas cores de pontos, que
> correspondem ao registo das chamadas frequências ordinárias a vermelho, e
> extraodinárias, a verde. A definição de frequência Ordinária e
> extraodinária, está um pouco para além desta simples explicação, e não é
> muito fácil de entender. Todavia quem quiser queimar um pouco de neurónios,
> pode aceder aqui http://www.antennex.com/prop/prop0706/prop0706.pdf onde
> através do trabalho do colega ON5AU, ficará a saber muito mais sobre
> ionosondas do que eu alguma vez saberei.
>
> Neste contexto, os registos que nos interessam são os pontos vermelhos ou
> seja a foF1 e foF2. Os pontos verdes representam a frequencia extraodinária
> fxF1 e fxF2, que não é objecto desta simples explicação. Se reparar-mos
> verificamos que os pontos vermelhos, começam a subir na frequencia de 7225
> KHz, que é a frequencia critica de reflexão, denominada foF2, e a partir da
> qual para ângulos superiores a cerca de 70º a energia electromagnética
> perde-se no espaço.
>
> Normalmente a frequência optima de trabalho situa-se 10% abaixo deste
> valor de foF2. O ponto de reflexão na camada F1 situa-se geralmente numa
> frequência inferior à F2 e neste caso é o deep anteriro a 7225 Khz que se
> situa em cerca de 3850 KHz. e é representado por foF1. Curiosamente este
> valor é mais notório no registo do eco. No entanto a linha escura que
> acompanha os registos fo e fx, e que representa a média dos valores
> registados, (através da relação da densidade de electrons da camada, com a
> altura virtual) tambem indica claramente esse valor. No lado esquerdo do
> eixo dos X, podemos ver que a frequencia minima de reflexão se situa em
> cerca de 1,3 MHz. Este valor é um tanto dependente do grau de absorção da
> camada "D", que está activa durante o dia solar.
>
> Ao fundo da imagem encontram-se em valores aproximados, a relação da
> frequência com as distâncias possiveis de trabalhar. No exemplo podemos ver
> que para efectuar uma comunicação a 100km ou menos, podemos utilizar uma
> QRG até 7,8 MHz. Se necessitamos de comunicar a 600 Km a QRG pode ir até
> aos 9.0 Mhz e nos 30m (10 MHz) podemos fazer contactos a cerca de 800Km mas
> não a menos. Nos 20m podemos ver que estações acima de 1300/1400 Km já são
> perfeitamente acessiveis., e que podemos utilizar os 24 Mhz (12m) para
> fazer contactos acima de 3000Km.
>
> Acrónimos anexos ao gráfico
>
> *2 - hmF1: --- Altura da máxima densidade de reflexão da camada F1
> 3 - hmF2: --- Altura da máxima densidade de reflexão da camada F2
> 4 - h F2: ----- Altura minima virtual da camada F2
> 5 - MUF: ----- Máxima frequência utilizável
> 6 - Fmin ---- Minima frequência utilizável em skywave.(reflexão
> ionosférica)
> 7 - foF1 ----- Frequência critica de reflexão da camada F1
> 8 - foF2 ----- Frequência critica de reflexão da camada F2*
>
> Depois de se passar pela grey line, (linha de separação da noite e do dia)
> as camadas F1 e F2 desaparecem, dando origem a apenas uma camada "F". A
> partir dessa altura a foF2 baixa considerávelmente e acaba por se situar
> apenas um pouco acima do valor onde estava a foF1. Nestas condições, bandas
> que durante o dia servem para comunicar em NVIS, podem ficar transformadas
> em bandas de DX e só se conseguir contactos a distâncias superiores a 1000
> ou mais Km.
>
> Os 40m são especialmente favoráveis à ocorrência destas condições, e mesmo
> os 80m a determinadas horas da noite, tornam-se dificeis para comunicações
> NVIS.
>
> Espero ter contribuido mais uma vez para ajudar os colegas menos
> elucidados nestas coisas da rádio, com esta breve e simples quanto possível
> explicação, que não tendo grande aprofundamento cientifico, pois os
> leitores alvo em principio não serão pessoas formadas em técnica
> radioelétrica, será pelo menos uma ajuda para a interpretação desta util
> ferramenta que são as ionosondas, e que se encontram à nossa disposição na
> internet.
> <http://3.bp.blogspot.com/_y5s-bI1eqR4/S47ziJVeOhI/AAAAAAAABFg/iTdunMtSZCk/s1600-h/NVIS8.bmp>
>
>
>
>
>
>
>
>
> Antenas de ionosonda
>
>
> 73 de CT4RK
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>
>


-- 
Cumprimentos;

Luís Filipe Garcia S.
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