Re: FW: ARLA/CLUSTER: Uma achega para a história do radioamadorismo em Portugal

AV radiophilo gmail.com
Terça-Feira, 25 de Dezembro de 2012 - 03:32:56 WET


hi hi, quase se lhe vê o sangue no canto da boca :-)

Por acaso desconhecia esta federação, seria interessante conhecer quais as
16 associações fundadoras. Quiçá poderiam ainda estar interessadas neste
projecto e eventualmente em reactivá-lo.

Parece-me claro que a chave do sucesso duma tal empresa reside na obtenção
da representação da IARU em Portugal.
É este o único ponto fulcral de uma federação que pretenda afirmar-se na
representação dos radioamadores portugueses.

Aliás, neste ponto a teimosia da REP é incompreensível aos homens de boa
fé. Com a alteração do enquadramento legislativo e cultural após a
revolução, passando de um modelo de base corporativa, controlada,
mono-associativa e essencialmente anti-democrática, para um modelo plural
de cariz democrático e sério, tendo as associações responsabilidades bem
definidas nos sucessivos regulamentos de amador, torna-se claro que a REP
não representa já o colectivo dos radioamadores nacionais, pelo menos na
perspectiva "de baixo para cima". Julgo que foi esta a essência da pergunta
do Gomes "Quem escolheu a REP para nos representar perante a IARU?"
Não é que a REP não queira fazê-lo, tanto quer que tratou de o escrever nos
seus estatutos na esperança que isso se tornasse lei e verdade, apenas já
não o pode fazer legitimamente.
Essa falta de legitimidade surge em primeiro lugar pelo afastamento dos
sócios finalmente libertos da obrigação de se associarem à REP, e
seguidamente pelo desenvolvimento das associações locais, regionais e
temáticas que vêm em parte ocupar terrenos libertados, mas também
conquistar novos espaços.

Está portanto vazio esse espaço de representatividade de "baixo para cima"
que não é ocupado por ninguém. Se ao nível nacional isso é mais ou menos
irrelevante pois a Anacom tem a obrigação de administrar todos os
radioamadores e irá sempre ouvir todas as associações, ao nivel da IARU não
o é.

Aproveitando a boleia da história, a REP tem vindo então a impor a sua
representatividade de "cima para baixo", isto é, agarrando-se com unhas e
dentes ao lugar que ocupa como membro da IARU. É inquestionável que a REP
representa a IARU em Portugal, mas é ilegítima e imoral a sua pretensão de
representar os radioamadores portugueses na IARU.
Ilegítima porque de facto os tempos e a sociedade mudaram de forma
profunda, havendo outras associações a representar legítimamente os seus
associados.
Imoral porque essa usurpação da história constitui afinal a materialização
de uma matriz fundamental de desrespeito pelos valores da pluralidade e da
democracia com quem tão bem se entendeu durante dezenas de anos e que,
dir-se-ia, lá está de pedra e cal ao pretender impor a sua vontade aos
outros, nomeadamente à grande maioria de não associados.

É evidente que este assunto é fulcral. Ao alapar-se ao serviço de QSL e
vantagens daí decorrentes a REP consegue efectivamente não só prolongar o
seu ascendente sobre as restantes associações, como também manter um número
considerável de sócios que de outra forma poderiam não ter motivo para se
lhe associar. Consegue também daí extrair os rendimentos correspondentes.

Portanto qualquer esforço para "endireitar as coisas" deverá
necessariamente passar por conquistar esse lugar junto da IARU.
Independentemente dos delírios históricos e das histórias que se têm
contado, isso seria perfeitamente possível desde que houvesse esforço e
vontade disponíveis para o projecto. É claro que seria muito mais fácil
fazê-lo com a colaboração da REP do que sem ela. Acredito que mais cedo ou
mais tarde qualquer dessas possibilidades possa vir a acontecer.

Pessoalmente não sou defensor acérrimo da iniciativa da federação. Julgo
que ao nivel nacional ela pouco traria de novo ou de bom. Por um lado penso
que 20 associações, ou mesmo 30 que sejam, já facilitam grandemente o
trabalho de administrar 6000 radioamadores. Pelo outro lado, uma só
federação a dialogar com a administração nunca seria capaz de transmitir
eficazmente as posições de 20 associações que podem ser legitimamente
diferentes.

Já ao nivel internacional acredito que, aí sim, haveria vantagem. Por um
lado aumentaria a legitimidade e eficácia da nossa representação no seio da
IARU, dado que esta aceita apenas um representante. Pelo outro, traria
ordem e harmonia à comunidade associativa nacional com uma distribuição
justa de responsabilidades e benefícios.
Seria talvez a chave para dissipar finalmente os fantasmas do passado.

73,
António Vilela
CT1JHQ

2012/12/24 Paulo Santos <ct4dk.santos  gmail.com>

>  Boas,
> Segundo esses documentos a mesma já perdeu o direito ao uso de firma e
> denominação segundo o nº 1 do artigo 61 alínea b) do Decreto-Lei n.º
> 129/98, de 13 de Maio
> ou seja oficialmente e legalmente extinta.
>
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