Re: ARLA/CLUSTER: O radioamadorismo anda ridículo - Por PY2IAV – Sávio

Antonio Matias ct1ffu gmail.com
Sexta-Feira, 26 de Novembro de 2010 - 18:34:03 WET


Impressionante...
Dá que pensar...


2010/11/26 Miguel Pelicano <miguel.pelicano  gmail.com>

> Acabo de chegar do Centro de Formação Profissional e estava com estes
> pensamentos: " esta malta até tem capacidades, mas não as aproveita! Não as
> quer aproveitar! Está numa sociedade em que começa a ser "foleiro" ter
> conhecimentos!!!"
>
> Li o artigo... passei hoje 4 horas a falar de dB, dBi, dBm, dBu....
>
> Bem hajam!
>
>
> Miguel Pelicano
> 73, CT1BYM
>
> Perito RSECE Energia
> Auditor SGCIE
>
> 2010/11/26 João Gonçalves Costa <joao.a.costa  ctt.pt>
>
>> Ontem li o desabafo de um colega radioamador português, escrito em um blog
>> da internet. Nosso colega Daniel Leitão – CT2GXZ – anda indignado com o
>> baixo padrão que ele encontra nas faixas de radioamadorismo lá em Portugal.
>> Reporta ele: portadoras, transmissão de música, ofensas, competição de
>> potência, entreveros, interferências prejudiciais, palavreado chulo, uso
>> estúpido da língua portuguesa falada e escrita, assuntos irrelevantes, foco
>> no aspecto comercial, perdas de tempo e oportunidades das mais diversas
>> naturezas, etc, etc, etc. Vale a pena ler este texto de desabafo em
>> http://terrano-2.blogspot.com/2010/09/artigo-de-opiniao-de-um-radioamador.html
>> .
>>
>> Isso ocorre lá em Portugal apenas? Aqui no Brasil andamos iguais. Talvez
>> até piores, visto nossa sociedade, apesar de ascendência portuguesa, não ter
>> história milenar nem uma cultura estabelecida e solidificada. Levo em conta
>> que o fato de sermos terceiro-mundistas deva piorar as coisas.
>>
>> Inicialmente é conveniente esclarecer o conceito de “Crítica”. Crítica é a
>> expressão de pensamentos que visam uma melhoria, um progresso, uma evolução.
>> A expressão “crítica construtiva” é mera redundância. A crítica é
>> fundamentalmente pessoal. Não se faz crítica contra alguém, mas contra si
>> mesmo. Assim, se sou crítico, procuro não falar aquilo que considero nocivo.
>> Se for crítico, não farei aquilo que julgo inconveniente. Para expressar a
>> crítica, torna-se óbvio citar o que não deveria ser falado nem o que deveria
>> ser feito. Aqui exponho uma crítica, pois nada do que aponto, faço. Nada do
>> que aqui aponto, falo. A negativa da crítica é a hipocrisia. Não sou
>> hipócrita.
>>
>> O fato é que o radioamadorismo anda ridículo. No momento em que escrevo
>> este parágrafo, escuto numa repetidora de VHF um colega afirmar que ele
>> optou por um determinado modelo de equipamento por que não perde valor de
>> mercado. Ridículo!
>>
>> O “mesmo” e os “demais” somos nós, os radioamadores, de acordo com um
>> indefectível jargão “moderno” no radioamadorismo. Eu não sou nem nunca fui
>> “o mesmo”. Sou eu próprio. Tenho nome, identidade e amor próprio. Tampouco
>> pertenço ao grupo dos “demais”, pois não me considero insignificante, como
>> de fato não o sou. Onde os operadores de rádio estão aprendendo a falar
>> assim? Parece-me que as pessoas estão se dedicando apenas a repetir o que
>> ouvem, sem quaisquer críticas. Estaríamos nos transformando em “papagaios”,
>> repetidores de sons que não fazem sentido à inteligência humana? Ridículo!
>>
>> Agora virei um “danado”. Será que o idiota que se dirige a mim desta
>> maneira sabe o que está falando? As pessoas viraram de fato um bando de
>> imbecis? Danado é algo danificado, fruto de algum dano. Eu não estou
>> danificado. Danado também pode ser uma expressão popular que se refere ao
>> diabo, ao satanás. É assim que um colega me considera? Ridículo!
>>
>> Não estou inventando: canso de ouvir nas faixas de radioamadores que um
>> determinado tipo de equipamento é valorizado por ser “bonito”. O infeliz que
>> pensa em um equipamento assim certamente não sabe o significado de relação
>> sinal/ruído, banda passante, resposta linear em frequência, heterodinação,
>> espúrios, diafonia, modulação cruzada, ponto de interceptação, e muitos
>> outros parâmetros que são utilizados para medir a qualidade de um
>> transceptor. O que interessa é que seja bonito e não perca valor de mercado.
>> Se for potente, melhor ainda. Ridículo.
>>
>> O coitado do amplificador linear de potência deve ter feito uma cirurgia
>> de troca de sexo no SUS. Agora é “a linear”. Assim mesmo: “a linear”, no
>> gênero feminino! Será que o infeliz que fala (E escreve. Basta ler na
>> Internet) assim, sabe que além de linear, é também um amplificador, no
>> gênero masculino? E que é denominado linear, pois não produz (ou não deveria
>> produzir) deformações harmônicas significativas no sinal radioelétrico
>> transmitido? Honestamente, da maneira que os operadores de faixa de cidadão
>> antigamente denominavam este tipo de equipamento, como “botina” ou
>> “secretária”, fica menos ridículo.
>>
>> Nossa atividade – O Radioamadorismo – que originalmente tinha de fato o
>> objetivo de aprimoramento pessoal científico e tecnológico, vem se
>> transformando, se já não se transformou, em “radioapertadorismo de botões”.
>> Quanto mais botões tiver um transceptor, melhor. Modernos transceptores, e
>> até microfones, parecem gandolas de generais. Os fabricantes, que de bobos
>> nada têm, sabem disso, e botam miríades de botões. Quanto mais miçangas para
>> índios, melhor. “Índio não quer apito. Índio quer colar bonito”. Se o
>> “radinho” (não é mais transceptor, viu?) tiver então um botão para mudar a
>> cor do “backlight” do painel, é um luxo só. Agora um equipamento de
>> radioamadorismo é bom quando é “chique”. Ridículo!
>>
>> E os “rolinhos”? Radioamadorismo sem “rolinhos” não é radioamadorismo, na
>> moderna visão dos “radioapertadores de botões”. Em cada cidade, em cada
>> região, os “radioapertadores” encontram-se diariamente, várias vezes por
>> dia, em significativos bandos, colocando suas estações no ar apenas para
>> fazer “rolinhos”. Aos fins de semana, hostes de “radioapertadores de botões”
>> dirigem seus automóveis por dezenas de quilômetros para participar de
>> “encontros”… para “rolinhos”. E a regra de ouro dos “rolinhos” é a
>> “entubação”, isto é, quem é capaz de enganar alguém na troca ou venda de
>> alguma coisa. Os encontros não são exatamente sociais, na acepção da
>> palavra. Rolinhos são disputas entre otários que se imaginam expertos.
>> Ridículo!
>>
>> Certo dia um colega radioamador (ou seria um colega radioapertador de
>> botões?) se referiu a um outro colega radioamador (talvez um outro
>> “radioapertador”) como “um cara bâo”. É evidente que ele queria dizer que o
>> outro colega era considerado um grande radioamador, competente e sabedor das
>> coisas. Entendi sim a idéia, ainda não me inscrevi na facção dos idiotas.
>> Bem, o outro colega, o “bão”, é um radioamador classe C há mais de uma
>> década. Como pode? Quem de fato é bom, progride. As classes de operadores de
>> radioamadorismo, no mundo todo, são uma visão da IARU, e não uma visão
>> nacionalista da LABRE ou da ANATEL. Classes existem para incentivar o
>> progresso, pois com elas se calga, por mérito pessoal, privilégios maiores e
>> melhores. Não praticar esta filosofia, é ridículo!
>>
>> Aliás, façamos uma enquete entre radioamadores. Quem sabe o que é IARU?
>> Para que serve? O que significa? Onde se localiza? A quem se subordina? Quem
>> quer apostar comigo que o resultado seria algo assim: 100% dos radioamadores
>> classe C nada sabem, 90% dos radioamadores Classe B nada sabem e uns 80% dos
>> radioamadores Classe A também nada sabem? Ridículo!
>>
>> Ha… mas o cara é “bão mesmo”, pois até mesmo já divulgou na Internet uns
>> projetos de antenas. Sim, o cara tem alguma habilidade mecânica para
>> beneficiar metais, além de inegável habilidade para tirar fotos digitais e
>> “bloga-las”, bem como seguir à risca um projeto de algum colega radioamador
>> de fato entendedor, talvez norte-americano, pois a antena divulgada, e que
>> vi na internet, é a mesma que conheço de décadas, publicada na revista
>> “Eletrônica popular” do saudoso Gilberto. Este sim, era “bom”, como “bom”
>> também era o “Miécio”, como “bom” é o Atilano, “bom” é o K1JT, como “bom”
>> foi Landell de Moura. E “bons” foram e são muitos outros. Duvido que o tal
>> “bão” radioamador saiba o significado de impedância de entrada, resistência
>> de irradiação, densidade de corrente, momento polar, dipolo elétrico, dipolo
>> magnético, ressonância e etc. Garotada, vá se informar um pouco mais, e quem
>> sabe até mesmo se formar um pouquinho. Parem de querer descrever o mundo com
>> a parca visão que têm dos muros do quintal de suas próprias casas. Ridículo!
>>
>> Na visão da esmagadora maioria dos operadores de rádio da classe C,
>> ascensão de classe “é bobagem”. Isto é facilmente verificável com a prática
>> da “coruja”, principalmente no segmento de VHF. A confirmação é também muito
>> fácil, se observarmos que o tempo médio de ingresso no radioamadorismo dos
>> operadores classe C até a atualidade é bem maior do que uma década. Conheço
>> pessoalmente colegas classe C que estão nesta condição desde que a classe C
>> foi criada! Tenho ouvido isso dito no ar, diariamente. Mais: tenho ouvido as
>> piores chacotas a respeito de radioamadores classe A, com se estes fossem
>> alguma espécie de bandidos, elementos constrangedores, policiais das faixas,
>> “moscas pousadas em sopa”, “assombradores”, que usam a titularidade para
>> humilhar os “coitadinhos dos classe C”. Entre radioamadores, infelizmente,
>> pratica-se a teoria política da disputa de classes, por valorização de
>> supostas vítimas. Ridículo!
>>
>> A ascensão de classes não é vista pelos “radioapertadores de botões” como
>> uma vitória pessoal, mas como uma “besteira” inventada pelos radioamadores
>> de classe mais alta para impedir que os novos possam usufruir de algumas
>> benesses. Que visão mais retrógrada! Que visão mais derrotista! Que visão
>> mais covarde!Lembra a fábula da Raposa e da uva.  O sonho de consumo de um
>> “radioapertador de botões” é poder operar na faixa de 40 m. Como não pode, e
>> como não quer, inventa uma faixa de clandestinos ali bem próxima, e o sonho
>> está realizado. Ridículo!
>>
>> Será que alguém já percebeu que a tal faixa de clandestinos de 40 m foi
>> inventada por alguns espertalhões, radioamadores licenciados ou não, que
>> assim garantem um mercado lucrativo de transceptores, fontes de alimentação
>> e antenas, generosamente oferecidas mediante devido pagamento por parte dos
>> “radioapertadores”? Quem já teve a perspicácia de observar que ali são
>> praticados os mais elementares “contos de vigário?” Quem já observou que os
>> “expertos” incentivam o consumismo de botões, “displays” e “leds” dos mais
>> vistosos? E que os “otários” embarcam na maior ingenuidade? E que assim
>> ficam todos felizes? O lema é: “fundo de poço é doença. JOTA é a cura”.
>> Ridículo!
>>
>> “A quanto estou chegando?” Definitivamente, perdemos a noção de gramática
>> e das classes gramaticais das diferentes palavras. Parece que as palavras
>> que mais sofrem com tamanha ignorância sejam as preposições. Aí o
>> interlocutor fala com boca cheia: “tá chegando a 30 dêbê”, como se soubesse
>> o significado matemático da unidade de medida dB. Fala de boca cheia aquilo
>> que não conhece, pois não tem a menor idéia de qual é o valor, medido na
>> escala microVolt, de um sinal S9. Muito menos sabe quanto acima de S9 são
>> mais 30 dB. Ridículo.
>>
>> O plural das palavras está definitivamente fora de moda. Agora uma estação
>> de radioamador possui “uns rádio” e quem sabe “umas antena”. Não
>> transmitimos mais. Agora “nóis transmite”. E aqueles que eventualmente
>> criticam esta prática, são taxados de “uns ridículu”. Ridículo.
>>
>> “No coco!” O que é isto? O canudinho que utilizamos para saborear um
>> gostoso coco à beira-mar? Não! “No coco” se dá quando uma estação mais forte
>> transmite intencionalmente sobre outra que já está ocupando a freqüência. O
>> palavreado é ridículo. A prática é pior ainda que a expressão, pois denuncia
>> a prepotência, a arrogância, a selvageria e a desumanidade de um operador de
>> rádio. Falta civilidade. Falta urbanidade. Falta consideração entre seres
>> humanos. Com licença, mas de gente assim, quero distância. Não me coloco à
>> disposição para conviver com malfeitores. Ridículo!
>>
>> O sinal é forte. A legibilidade perfeita. Nada impede a correta
>> compreensão das palavras em um comunicado em fonia. Mas utiliza-se o código
>> “Q” como se o comunicado fosse em CW, em meio a um grande ruído gerado por
>> outras estações ou por perturbações elétricas ou atmosféricas. O código “Q”
>> virou uma imbecil coqueluche, uma maneira do indivíduo apertador de botões
>> se enganar e se sentir como se fosse um “radioamador” de fato. Pelo menos na
>> concepção de tal infeliz, ele é um radioamador, pois “adentra à QRG”, “troca
>> uns QSO” (agora QSO é moeda de troca, viu?),  “está num QTH”, “tem uns QRU”,
>>  “gastou uns “QSJ”. Ridículo!
>>
>> Operação móvel com o “pé de breque” virou “barra móvel”. Quando está
>> parado, ficou “ancorado”. O que é isto, operação móvel terrestre ou operação
>> móvel marítima? Somos “macanudos”, mas ninguém sabe de onde vem e o que
>> significa esta expressão. Nossas faixas destinadas ao radioamadorismo estão
>> sendo invadidas por pessoas, com habilitação ou não, que trazem uma carga de
>> gírias que de maneira nenhuma têm origem no radioamadorismo. Há alguns dias
>> ouvi numa repetidora de VHF um rapaz que, sem indicativo, dizia que estava
>> por ali, pois “necessitava aprender a falar”. Como? Um adulto não sabe
>> falar? Vamos repetindo as coisas ouvidas como papagaios, repetindo as coisas
>> observadas como macacos adestrados. “festival de besteiras que assola o país
>> (FEBEAPÁ)”. Ridículo!
>>
>> Agora contamos com “cursos para radioamador”. Basta procurar na Internet
>> para encontrarmos vários deles. Nos “cursos” fornecidos, o candidato a
>> radioamador recebe (ou baixa da Internet) as apostilas que foram criadas
>> pelos ciosos gestores de nosso radioamadorismo. Estas apostilas possuem como
>> conteúdo, um grande conjunto de perguntas com respectivas respostas corretas
>> devidamente assinaladas. O candidato então decora cada uma das perguntas e
>> suas respectivas respostas. Nossos ciosos gestores já acertaram com as
>> autoridades oficiais da ANATEL que explorem no exame, apenas as perguntas
>> existentes nas apostilas. Passa no exame o candidato que melhor decorou cada
>> pergunta e cada resposta. Não importa a nossos ciosos gestores que o
>> candidato a ser nosso colega nada saiba sobre radioamadorismo. Basta apenas
>> que se filie a sua associação e pague por esta associação uma “módica”
>> anuidade. Com estes mecanismos podres, produzimos as pérolas que assombram
>> nossas faixas de operação. Ridículo!
>>
>> Algumas outras pérolas que encontramos facilmente pelo mundo do
>> radioamadorismo, que são ditas e escritas por “radioamadores”: “maique de
>> ganho”, RF de ganho”, “equipamento de base”, “transvert”, “transverte”,
>> “vendo radioamador”, “diagonal 51”, “a presença do gama dá um áudio
>> insuperável na transmissão”, “destinados para operação”, “linear nova”,
>> “ballum”, “núcleo de ferrite super sensível”, “mic de ganho”, “ptt
>> original”, “speaker”, “ptt com vox”, “medidor swr”, “antena base”, “rádio
>> base”, “ao centro”, “acoplador antenna”, “banda corrida”, “tenho outras
>> lineares”, “dois cristal”, “mais funciona”, “antena de borracha”, “medidor
>> roi”, “a antena está boa quando dá estacionária”, “é um pobrema”,
>> “adentrar”, “rádio escuta”, “tecnicológico”, “QRA” virou nome do operador,
>> “vê se QSL”, “sinal no VU”, “tá no bilzi”, “boa noite freqüência”, “entrar
>> (adentrar) na repetidora”, “o comprimento correto do cabo coaxial é …”.
>> Ridículo!
>>
>> Sei o que significa tribalismo. Sei que pessoas têm necessidade de modos
>> comuns, de linguagens comuns, de atitudes comuns, de crenças comuns, para
>> criar identidade grupal. Entretanto, por tribalismo entende-se também
>> comunidade primitiva, comunidade selvagem, comunidade não civilizada.
>> Desculpem-me, mas já evolui um pouquinho acima destes estágios tão
>> primitivos. Almejo coisas melhores para mim mesmo, e desta maneira, busco
>> contatos com pessoas mais evoluídas que eu. Fico muito entristecido quando
>> constato que a comunidade que me acolhe a tantas décadas tem se degradado
>> tanto. Ridículo!
>>
>> Sei que radioamadores participam, vez ou outra, de operações de emergência
>> decorrentes de desastres naturais. Eu mesmo já participei de situações
>> assim. Por causa disso, há entre radioamadores um conceito errôneo de que
>> radioamadores existem exatamente e exclusivamente para esta finalidade.
>> “Quem não vive para servir, não serve para viver”.  “Radioamador, um soldado
>> anônimo a serviço da humanidade”. Há outros chavões por aí, de igual teor.
>> Este conceito não é novo. É mais provável ouvi-lo de um radioamador antigo
>> do que de um radioamador novato. Sob este mecanismo, falácias de todos os
>> tipos são passados dos mais velhos aos mais novos. Será que ninguém pensa
>> que o ser humano, na condição apenas humana, deveria ter sempre,
>> independentemente de sua condição particular específica, responsabilidade
>> moral com outros seres humanos? Não é o radioamadorismo que determina a
>> solidariedade, o socorro, a caridade e a misericórdia. É a condição humana,
>> que quando chamada, utiliza os meios disponíveis de cada um. Assim,
>> radioamadorismo deixou de ser a atividade destinada ao aprimoramento
>> científico e tecnológico para se tornar amorfo, indefinido, sem propósito.
>> Cada um define o radioamadorismo segundo seus interesses pessoais e suas
>> pessoais fogueiras de vaidades. Nossos contatos andam vazios de assuntos
>> excitantes. O “blá, blá, blá” irritante não tem fim. O tempo de um contato é
>> gasto para enumerar os indicativos de chamada, nomes e cidades de cada
>> participante, no início e final de cada câmbio. Muito mais fácil achar
>> radioamadores que ligam seus equipamentos para falar, falar e falar, e que,
>> ao final nada se aproveita, do que encontros interessantes de pessoas
>> curiosas e investigativas. Ridículo!
>>
>> O que temos então? Ignorância! Ignorância cientifica, ignorância técnica,
>> ignorância de propósitos, ignorância do vernáculo e da língua portuguesa,
>> ignorância no trato com o semelhante, ignorância na interpretação de normas
>> legais, ignorância na interpretação de normas de convivência social.
>> Ignorância de cada indivíduo, a respeito do significado de ser um “indivíduo
>> humano”, capaz de ser inteligente, progressista e diferenciado. Ignorância
>> dos mais novos que caem de “pára-quedas” num mundo que não conhecem, e
>> ignorância dos mais velhos que também já perderam o sentido do
>> radioamadorismo, na hipótese de um dia terem tido alguma noção deste
>> sentido. Ridículo.
>>
>> Creio que ainda haja radioamadores de verdade, pessoas de boa índole, de
>> bom caráter e com personalidade marcante para “meter o dedo” nesta ferida.
>> Mas onde estão? Por que estão calados? Por medo de serem taxados de
>> politicamente incorretos? Por receio de serem rotulados de intransigentes?
>> Por preocupação em serem chamados de ultrapassados? Por que a coisa anda
>> “solta?” Por que há esta permissividade? Estaremos cansados ou desiludidos?
>> O barco afunda, olhamos uns para os outros e dizemos: “é camarada, o barco
>> está afundando”. E viramos as costas uns para os outros e vamos cada um de
>> nós cuidar das próprias vidas. Ridículo!
>>
>> Que o leitor não pense ser eu um velho desatualizado, pois este argumento
>> brota instantaneamente quando feridas são tocadas. Sou antigo nesta
>> atividade, mas estou atualizadíssimo. Sou praticante de todas modalidades
>> digitais e lido com as novas tecnologias de modo natural. Minhas interfaces
>> digitais são projetadas e construídas por mim mesmo, como por mim mesmo
>> sempre foram projetados e construídos os componentes de minha estação de
>> radioamador. Assim, não fiquei no tempo do AM, como possam imaginar alguns.
>> Pois parece que as coisas que foram realizadas antigamente, apenas pelo fato
>> de não serem mais feitas, pesarem como algo negativo na história de vida das
>> pessoas. Ridículo!
>>
>> Pode ser que o leitor neste ponto esteja a pensar ser eu um “babaca”, um
>> velho caquético, um esnobe, um falastrão, “um metido”. Caro leitor, pode
>> bombardear à vontade. Lance sobre mim todo o preconceito que dispuser. Toda
>> a ignorância que estiver ao seu alcance. Toda a inveja que o assola. Toda a
>> tristeza que o conduz na vida. Toda a baixeza que o norteia. Toda o
>> insignificância que o comenda. Se não o fez, é por que pensa como eu, e eu
>> diria que o radioamadorismo ainda tem futuro, assim como o terá a
>> humanidade. Se o fez, só posso imaginar que nefasto futuro terá o
>> radioamadorismo, bem como que nefasto futuro terão vossos filhos. Ridículo!
>>
>> O autor autoriza a reprodução total deste texto em quaisquer meios de
>> comunicação, desde que o crédito de autoria seja preservado e citado. O
>> autor não autoriza a reprodução parcial do presente texto, sejam palavras,
>> frases ou parágrafos utilizados como conteúdo. Também está autorizada a
>> criação de “links” para o local original de sua publicação.
>>
>> Fonte: PY2IAV – Sávio em Clube de Radioamadores de Americana (
>> http://www.cram.org.br/wordpress )
>>
>>
>> _______________________________________________
>> CLUSTER mailing list
>> CLUSTER  radio-amador.net
>> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
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