ARLA/CLUSTER: RE: Novo Repetidor D-Star em Torres Vedras

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Segunda-Feira, 29 de Março de 2010 - 18:33:16 WEST


Caro Manuel Artur,


2010/3/29 Manuel Artur Rodrigues <Manuel.Artur  rr.pt>

>  Boa tarde.
>
>
>
> Bom eu não queria gerar nenhuma polémica,<...>
>
Uma vez que se trata de discussão técnica isto a mim não me parece polémico,
mesmo que haja divergência de entendimento. Certamente aprendemos uns com os
outros. Esta conversa já teve o mérito de me pôr a rever a teoria básica da
modulação de frequência só para evitar dizer grandes asneiras. Ainda assim
não o posso garantir... hi hi.


> mas já agora que estamos todos os dias a aprender, podem explicar-me o que
> se entende por *desvio discreto* e *desvio continuo*.
>
Eu sempre aprendi que desvio é a variação que a frequência da portadora
> possa ter, provocado pelo sinal modulante.
>
> E estamos de acordo.

Aquilo a temos chamado de desvio (de seu nome completo "desvio de
frequência"), é o valor máximo de uma grandeza que varia continuamente. Em
função da amplitude do sinal modulante, assim a frequência instantânea se
afasta "continuamente" da frequência central, até esse máximo. A isso os
ingleses chamam "deviation" e nós chamamos "desvio".
Penso que estamos a falar da mesma coisa.

No caso de o sinal modulante ser discreto, por exemplo um trem de ondas
rectangulares representando um sinal binário enviado em série, então também
a variação de frequência instantânea é discreta, isto é, apresenta apenas 2
valores diferentes. A isto os ingleses chamam "shift" e nós chamamos
"desvio" à mesma.

Posto de outra forma, o desvio continuo está para o FM como o desvio
discreto está para o FSK.

>
>
> Agora um repetidor tem sempre uma frequência de entrada e uma frequência de
> saída (que tem de ser diferentes), e que são fixas, e em certos casos a
> frequência de saída nem tem desvio.
>
> Ex: Quando o repetidor vai para o ar sem ser modulado
>
>
>
Mais uma vez estamos de acordo. O desvio da frequência de saída do repetidor
é uma coisa e o desvio entre a frequência de entrada e de saída é outra.
Isto só reforça a necessidade de se explicitar o contexto quando se usam
estes termos, quando isso não for evidente.

Note que o termo desvio tem mais significado quando aplicado ao "cliente" do
repetidor do que ao próprio repetidor. Um repetidor recebe e emite
simultâneamente nas respectivas frequências. No entanto um T/R que esteja a
ser usado para aceder ao repetidor tem de desviar a frequência de operação
para passar de um modo a outro.

> Resumindo também se chama desvio á diferença de frequências de um
> repetidor?
>
>
>
Verifico que essa tem sido a prática usual e estou de acordo com essa
prática, a menos que queira propor algum outro termo que lhe pareça mais
adequado.

Cumprimentos,
António Vilela
CT1JHQ
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