ARLA/CLUSTER: RE: Novo Repetidor D-Star em Torres Vedras
Manuel Artur Rodrigues
Manuel.Artur rr.pt
Segunda-Feira, 29 de Março de 2010 - 15:37:51 WEST
Boa tarde.
Bom eu não queria gerar nenhuma polémica, mas já agora que estamos todos os dias a aprender, podem explicar-me o que se entende por desvio discreto e desvio continuo.
Eu sempre aprendi que desvio é a variação que a frequência da portadora possa ter, provocado pelo sinal modulante.
Agora um repetidor tem sempre uma frequência de entrada e uma frequência de saída (que tem de ser diferentes), e que são fixas, e em certos casos a frequência de saída nem tem desvio.
Ex: Quando o repetidor vai para o ar sem ser modulado
Resumindo também se chama desvio á diferença de frequências de um repetidor?
Manuel Artur
CT1AED
De: cluster-bounces radio-amador.net [mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de Radiophilo
Enviada: segunda-feira, 29 de Março de 2010 14:14
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: RE: Novo Repetidor D-Star em Torres Vedras
Caros colegas,
Se me permitem, aproveito esta vossa troca de ideias para meter a minha colherada e fazer três comentários.
Começo por dizer que não existe normalização oficial dos termos técnicos da nossa língua (ver a este propósito a interessante comunicação à Academia das Ciências<http://www.acad-ciencias.pt/files/VOCABUL%C3%81RIOS%20DA%20L%C3%8DNGUA%20PORTUGUESA%20EDITADOS%20EM%20PORTUGAL.pdf> do académico Artur Anselmo), e portanto cada um fala e escreve como sabe ou pode, de preferência obedecendo à tradição, quando haja, ou usando termos que sejam minimamente reconhecidos no meio.
Em segundo lugar, quero lamentar por em muitos campos (científicos, técnicos ou industriais) não existir a tal tradição do uso do português.
Por um lado, a grande maioria da inovação científica e técnica, bem como a correspondente criação do léxico, quando existe, vem do estrangeiro e quase sempre em língua inglesa.
Por outro lado, a pressa ou necessidade imediata de comunicar, e a preguiça ou a ignorância acabam por ditar a introdução de um ou outro termo de lingua estrangeira, onde se poderia perfeitamente empregar uma expressão portuguesa. No nosso campo em particular, creio que este estado de coisas é perfeitamente injustificado. O que dizer dos "tones" dos "shiftes" ou ainda dos "stepes" para os quais não faltam termos portugueses.
Finalmente, em relação ao termo em discussão, o desvio, creio que ele é perfeitamente adequado para significar a diferença de frequências entre os canais de entrada e de saída de um repetidor.
Não só ele é inambíguo, como deriva do uso correntemente praticado (basta fazer uma breve pesquisa online para verificar isto), como ainda o seu significado corresponde muito bem ao que se pretende.
As terminologias inglesas mais correntes para o desvio de um repetidor são "shift" ou também muitas vezes "offset" e para qualquer delas não encontro melhor tradução para o português do que "desvio".
Como o colega Manuel Artur bem diz, por desvio (e no contexto estrito dos emissores modulados em frequência) entende-se a variação máxima da frequência instantânea emitida na presença de um sinal modulante, medida em certas condições. Os ingleses usam para isto o termo "deviation" que em português também se traduz por desvio.
A diferença fundamental entre os termos "shift" e "deviation" é que a primeira tem uma natureza discreta e a segunda tem uma natureza contínua. A frequência (ou o que for) pode "shiftar" entre vários valores discretos e pré-definidos, enquanto a "deviation" varia continuamente. Quando isto não acontece, como por exemplo nos emissores FSK, volta a utilizar-se o termo "shift" para descrever a diferença de frequências da portadora em presença de sinal modulante. Quem não se lembra do RTTY?
Embora possamos lamentar que tal distinção não exista na terminologia portuguesa aplicável (para nós o desvio de frequência é sempre referido por "desvio" independentemente de este ser discreto ou contínuo), não nos deve fazer confusão o uso do mesmo termo noutros contextos diferentes, como é o caso dos repetidores. Note-se que enquanto o desvio da portadora é uma propriedade do emissor, a diferença entre canais de emissão e recepção é uma propriedade do repetidor.
Caso contrário, não estou a ver que outro termo se poderia utilizar.
Cumprimentos,
António Vilela
CT1JHQ
2010/3/28 João Costa > CT1FBF <ct1fbf gmail.com<mailto:ct1fbf gmail.com>>
Prezado colega Manuel Artur, CT1AED.
O meu amigo, e como seria de esperar tem toda a razão e peço desculpa
pelo meu erro.
Como sabe o termo utilizado em ingles é "Shift" que traduzido à letra
será qualquer coisa como Deslocamento devendo-se utilizar, quiça, o
substantivo Deslocação.
No entanto, e como outros termos em inglês, este é muito abrangente,
podendo proventura ser traduzido para português ainda por:
- mudança
- troca
- substituição
- salto
Ou outra forma dos verbos: alterar, deslocar, substituir, transferir.
Agora uma coisa é certa "Desvio" está certamente mal aplicado.
João Costa, CT1FBF
ARLA/CLUSTER: Novo Repetidor D-Star em Torres Vedras
Manuel Artur Rodrigues Manuel.Artur rr.pt<http://rr.pt>
Domingo, 28 de Março de 2010 - 09:32:37 WEST
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Bom dia a todos.
Se não levarem a mal, eu entendi perfeitamente o que abaixo se
descreveu, mas penso que algo está mal descrito.
O desvio nunca pode ser só - (menos), desvio é o valor que a portadora
sofre para cima e para baixo da frequência por ela determinada, função
do nível e da frequência que a faz desviar.
Penso que o que se pretendia dizer era, a diferença entre as
frequências de entrada e saída do repetidor.
Bom fim de semana
Manuel Artur
CT1AED
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