Re: ARLA/CLUSTER: Portugal - Comunicações Aeronáuticas
Radiophilo
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Segunda-Feira, 18 de Janeiro de 2010 - 23:59:25 WET
Caros colegas,
As transmissões "aeronáuticas", sejam elas de comunicação ou de
navegação ou ainda de supervisão, são públicas por natureza e por
vários motivos.
Que mais não seja, porque o espaço aéreo é público e os serviços de
navegação aérea são serviços públicos. Aliás, são tão públicos como a
rede rodoviária de um país. Imaginem vocês que vão viajar de carro e
ao entrar no País Basco vos dizem: "Podes passar, mas como temos medo
dos terroristas não te damos mapas das estradas, nem te dizemos o
significado dos nossos sinais de trânsito." Era a mesmíssima coisa do
que não divulgar as frequências de ATC. Não há como esconder, elas
são e têm que ser públicas. Algo vai correr mal no dia em que não
forem.
Só por curiosidade, existem já vários métodos propostos e com
tecnologia desenvolvida para cumprir com dois objectivos de evolução
das comunicações aeronáuticas: Um é a voz digital, e o outro é a
transmissão de mensagens relativas ao ATC via comunicação de dados em
vez de voz. Desconheço qualquer intenção de cifrar alguma destas
comunicações.
Quanto aos receptores de radar secundário, que isso não vos tire o
sono. A transmissão da posição GPS é efectuada de forma automática e
não solicitada pela maioria das aeronaves de transporte. Essa
informação é transmitida de acordo com métodos que são do conhecimento
público, e são recebidas e descodificadas por equipamento comercial
acessível ao público, e não estou a falar desses receptores
domésticos, tipo SBS-1 ou similares, que têm apenas o mérito de serem
baratos.
Mas afinal têm medo do quê? Que algum terrorista compre um míssil
guiado por GPS e utilize estas emissões para acertar num A380
carregado de passageiros? É isso?
Quanto às tardes da Júlia, penso que o tom de condescendência e desdém
que o Matias emprega não é o mais adequado para uma audiência
tecnicamente qualificada como esta e não lhe fica nada bem.
Experimente dedicar-se um pouco a escutar estas comunicações. Quiçá
aprenderia alguma coisita mais que desconhece e que lhe poderia ser
útil numa futura discussão sobre este tema.
Cumprimentos,
António Vilela
CT1JHQ
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