ARLA/CLUSTER: Ainda as ondas quadradas

José Miguel Fonte etjfonte ua.pt
Terça-Feira, 12 de Janeiro de 2010 - 00:52:15 WET


Viva, :)

Carlos Mourato escreveu:
> Colega Fonte e demais
> Muito obrigado pela sua participação. Ora assim sendo, vamos la 
> "defender a minha tese". Eheheheh!!
>
   Apesar de não ter muito tempo, não podia dar o "dia" por terminado 
sem comentar a mensagem :D


>     Quando começa por dizer "..."rise time" e "fall time" iguais a
>     zero, isso de certa forma é impossível  
>
>  
>
>     Claro que é impossivel, por isso eu citei que era imaginária. "uma
>     onda quadrada perfeita, e *como tal imaginária*, seria aquela em
>     que não existia tempo de rise time nem de fall time." 
>
   Tem razão, mas tendo uma imagem mental do tópico em questão, por 
vezes tenho dificuldade em me abstrair.
>  
>
>     pois assim aconteceria que para o mesmo instante (t) teríamos dois
>     valores, o deveria ser é que esse tempo será infinitamente pequeno
>     (infinitésimo).
>
> Aqui se analizar-mos bem, o tempo tem mesmo que ser igual a zero, pois 
> não existe qualquer intervalo entre o futuro e o passado...O  final do 
> futuro atinge o ponto T=0, exactamente no mesmo ponto em que este é 
> tocado pelo começo do passado. sem qualquer espaço temporal. Não é 
> possivel existir um espaço temporal indefinido entre o futuro e o 
> passado, em qualquer ponto do fluido temporal
>  
   Talvez seja este o ponto em que, de certa forma, divergimos. Na minha 
opinião, que infelizmente não terei tempo para fundamentar 
correctamente, existe de facto uma fronteira, designada de "presente". O 
tal ponto t=0 que o colega Mourato refere será apenas uma convenção, uma 
etiqueta, um nome, um referencial no eixo do tempo. A nossa percepção, 
ainda que limitada, permite-nos avaliar, a todos os instantes, o 
instante "presente".
>
>
>     "Uma onda quadrada perfeita, e como tal imaginária, seria aquela
>     em que não existia tempo de rise time nem de fall time. A existir
>     um sinal assim,  o numero de harmónicas seria infinito, assim como
>     a largura de banda ocupada por esse sinal.."
>
>     O melhor será dizer que esses tempo são infinitamente pequenos e
>     mesmo assim, por consequência, o número de harmónicos, infinito, etc.
>
> Não pode, porque por muito pequenos que sejam esses tempos, são sempre 
> tempo, e desta forma, a onda não seria quadrada, pois teria um rise 
> time e um fall time diferente de zero, pois como se verifica, uma 
> contagem decrescente,  representada por N-N/2, nunca chega a zero, 
> desde que N seja diferente de zero. Assim, se tomar-mos o rise time e 
> o fall time = N-N/2, este nunca chegará a zero, e será sempre um 
> espaço de tempo, por muito infimo que seja. tal qual o movimento do 
> corpo que se desloca entre A e B, em movimento uniformemente 
> desacelerado, e que vai sempre diminuindo a velocidade,, mas nunca 
> para, nem nunca atinge o  ponto B.
>
>
   Como imaginária, seja.   ( 
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Left-continuous.svg )

   A onda quadrada "quase"-perfeita e real, ainda que imaginária terá um 
instante de transição, infinitamente pequeno, não quantificável pelo que 
a onda quadrada resultante será para todos os fins, perfeita :)

>     A partir daqui entramos no campo da filosofia :) (Bem, já lá
>     estamos mas a outro nível...) Alguns chamam-lhe metafísica mas
>     ainda não estamos lá :)
>
> Já estou a ver outros a chamarem "baboseiras" ehehehehe!... No entanto 
> e apesar deste assunto ser um pouco fora de contexto, acho uma maneira 
> interessante de colocar alguns leitores deste cluster, saudavelmente a 
> exercitar o raciocinio, aliás como se vê pelas respostas obtidas. 
> Sinceramente nunca pensei que me respondessem com opiniões tão válidas 
> e interessantes. 
>
>
:)
>
>
>     "Todavia e curiosamente nós demos um nome a esse momento zero.
>     Chama-se simplesmente momento  *presente*. aqui começa o paradoxo
>     propriamente dito, pois sendo zero a negação da existencia de
>     algo, define-se essa negação como sendo uma parte da existencia do
>     intervalo entre o futuro e o passado."
>
>     Ora, o nosso presente não é a ausência de tempo, este é contínuo.
>     A nossa percepção permite-nos amostrar porções desse tempo que
>     está em constante evolução mas ele existe e o presente representa
>     esse instante.
>
> Ora nem mais, mas o presente é apenas uma percepção humana. É um 
> conceito terreno. Náo tem dimensão, e termina exactamente no momento 
> do começo. representa a fronteira entre o futuro e o passado. Digamos 
> que o presente têm apenas duas dimensões.é como uma "sombra"...Não tem 
> expessura. O futuro ao fluir através do presente, transforma-se em 
> passado...Quanto tempo isso demora?...ZeroT.
Sim :) mas o presente real tem a duração de um infinitésimo, é 
infinitamente pequeno. Numa aproximação imaginária poderemos dizer nula, 
e daqui surge um sinal, muito importante em processamento de sinal, o 
delta dirac ( http://en.wikipedia.org/wiki/Dirac_delta_function ).

>
>
>     "Se formos levados a pensar, que o momento zero é igual ao
>     presente, e que todavia o presente não tem tempo difinido, sendo
>     portanto igual a zero, e porque todos nós vivemos no presente,
>     logo no momento zero universal, ( no tal fall time da onda
>     quadrada do tempo) e sendo zero a negação da existência, logo não
>     existimos!!!!...Ehehehehe!..."
>
>     Eu penso, logo existo... ;) Como disse o presente está definido,
>     embora na linguagem e cultura possam haver outras "convenções" do
>     presente. O presente representa apenas um instante de tempo, a tal
>     fronteira.
>     Aqui apenas trocava as seguintes frases:  "o presente representa
>     um instante de tempo", por: "o presente é representado por um
>     instante de tempo nulo". de resto estou inteiramente de acordo.
>
   Reitero o que afirmei. Se um instante de tempo é nulo então não 
ocorre. Um quase nulo, sim :).

>     Quanto aos devaneios das "infinidades", é mesmo assim :)
>
>     Em relação à viagem de aceleração infinitamente fraccionada, tem
>     toda a lógica, e sem nunca parar de viajar nunca se chegará a B.
>
> Colega Fonte...Por acaso já alguma vez se debruçou sobre alguma teoria 
> que aborde velocidade negativa? (nada tem a ver com aceleração 
> negativa, que essa sim existe e chama-se desaceleração)...É outro tema 
> paradoxal! ehehehe!
Se não existir aceleração então a velocidade é constante. Se esta for 
negativa, segundo a fórmula do deslocamento, este realiza-se no sentido 
oposto do suposto deslocamento. De resto, para ser sincero, não me 
recordo das situações que estudei ou pensei no passado, para assim do 
nada poder dizer algo.

>
>     O Infinito é impossível de quantificar.
>
> Com toda a certeza ! ...Até por que entre duas infinitésimas 
> contiguas, cabe um numero infinito, de infinitésimas.
> Por pensar nisso veio-me à ideia um modelo fisico que sendo impossivel 
> de realizar, é pelo menos interessante de se imaginar.
> Imagine uma esfera perfeita, e cujo interior é um espelho tambem ele 
> perfeito. Exactamente no centro dessa "perfeição" imaginária, que 
> seria o ponto focal de qualquer porção da calote esférica interior da 
> mesma, existiria um observador infinitamente pequeno, que olhava para 
> o interior espelhado da esfera. O que seria que ele 
> via????...certamente uma grandeza infinita. no entanto um observador 
> exterior via uma pequena esfera.
>
>
    Esta, a estas horas trocou-me as voltas :)
    Sim, provavelmente. Se calhar o universo é um berlinde de algum 
"gigante" ;)

>
>     "Parece que bati com a cabeça numa pedra e fiquei apanhado eu
>     sei!!!!... Já estou a ver colegas a aconselhar-me um
>     psiquiatra...deixem lá que ninguem vos obriga a ler este "queima
>     neurónios"..Mas garanto que isto é um optimo exercicio mental. "
>
>     Não, não bateu e não precisa de psiquiatra... e já agora isto não
>     queima neurónios. Na melhor das hipóteses estimula-os. Pena é que
>     grande das pessoas não tenha se quer a mínima ideia do que estamos
>     a falar.
>
> Já fico satisfeito só de ter tido a vossa atenção. E agora vou dormir, 
> porque saí do batente à meia noite e já são 2:10, e isso não é um 
> paradoxo, mas é a realidade que o meu relógio indica. 
>
>
   Também eu vou dormir e peço desculpa por não ter contribuído de forma 
mais construtiva.

   73 de ct1enq
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