Re: ARLA/CLUSTER: Um desabafo, para reflexão...

JOSE PROENÇA gct2hiv gmail.com
Segunda-Feira, 9 de Março de 2009 - 10:17:44 WET


Que estivemos!

Um abraço amigo a cada um de vós, Tiago e Artur.

JAP
CT2HIV

2009/3/9 Tiago Santos <ct2hcq  gmail.com>

> Artur bom dia,
>
> Espero que estejas melhor da tua saúde, e que esteja tudo bem por casa.
> A mensagem que transcreveste não me passou de todo ao lado, de facto estive
> a consultar a vossa página http://susf.portugal.googlepages.com/ e tomei
> conhecimento sobre o assunto, assim como penso eu,  todos os utilizadores
> desta lista.
> De facto existem muitos lobys em todas as areas da sociedade e o
> radioamadorismo não é excepção, mas eu assim como tu o fizeste, desliguei um
> pouco as minhas antenas acerca desses assuntos.
> Sou consumidor assiduo desta lista de amigos, leio o que tenho a ler e
> participo no que me interessa.
> Respondo-te a este email só mesmo para te cumprimentar e desejar as
> melhores felicidades nessa batalha em que voces estão.
> Mas por mim, deixei de participar nessas actividades da PC desde o segundo
> ano em que estive em Palmela.
>
> Cumprimentos ao João e ao Marco,
> Cumprimentos para ti e para a familia,
>
> Tiago Santos
> CT2HCQ
>
>
> 2009/3/8 Riky <hfvhfuhf  gmail.com>
>
>>  Cumprimentos a todos os estimados colegas utilizadores do ARLA/Cluster,
>> bem como das faixas hertzianas.
>> Antes de mais quero publicamente agradecer as amigáveis e calorosas
>> palavras de força dirigidas por colegas e Associações à minha pessoa aquando
>> da passagem de uma fase menos boa de saúde.
>> Um grande obrigado.
>> Caros colegas, apesar de aparentemente ter desaparecido do convívio
>> amigável e técnico do mundo radioamadoristico, tal aparência não se coaduna
>> com a realidade, mas sim e apenas de uma tomada de posição em prol da
>> verdade do radioamadorismo, como por exemplo a dos resultados dos concursos
>> ( Concursos com vencedores antecipados e que garantem à partida uma  posição
>> de relevo em relação às Associações congéneres e/ou pior ainda que ajudam em
>> interesses pessoais de imagem e capacidades para fins de subida na vida
>> laboral), só por isto me tornei num radioamador silencioso, mas sempre
>> sedento no conhecimento e desenvolvimento das radiocomunicações.
>> Espero pelo dia em que o fim desse protagonismo individual e/ou
>> Associativo dê lugar ao usufruto conjunto de uma área fundamental no
>> desenvolvimento do futuro, em que sempre somos os pioneiros mas que quando
>> chegados à fase do desenvolvimento e aplicação no terreno, logo somos
>> espezinhados pelos potentes grupos monetários (empresas) mostrando e
>> lucrando com tudo o que vamos aprendendo e desenvolvendo no mundo das
>> comunicações em colaboração com outros radioamadores nacionais e
>> internacionais, amadores e profissionais, e que sempre vemos ser retirado
>> dos nossos berços sem qualquer proveito ou reconhecimento público dele
>> retirar.
>> Esta é a segunda vez que me dirijo a vós através do ARLA/Cluster, da
>> primeira para destapar o tema já atrás referido, agora para um pedido de
>> refleção de todos vós sobre uma noticia anteriormente divulgada por outros
>> colegas, mas que aparentemente passou ao lado deste ponto de encontro,
>> acerca da noticia da dependência de meios telefónicos por parte dos agentes
>> da ANPC.
>> Sendo um fiel leitor do A/C, tenho noção da posição quase que generalizada
>> dos radioamadores para com a ANPC, mas eis que, no meu ponto de vista,
>> surgiu a oportunidade de podermos levemente dar um "tau-tau" de luva branca
>> àqueles que teimosamente, além dos interesses monetarios, creem ou querem
>> fazer crer os poderosos do estado, que teem ou pensam terem adquirido ao
>> longo dos tempos a galinha dos ovos de ouro no que diz respeito às
>> comunicações de emergência autonomas, fiáveis e seguras, sem terem de se
>> preocupar em algum dia virem a precisar, ou quem sabe trabalhar sempre em
>> conjunto, com (como uma vez já ouvi sair da boca de um alto cargo da ANPC
>> "...quem? Esses gajos dos walkietalk..."), como dizia vir a trabalhar com os
>> radioamadores.
>> Pergunto: mas afinal quem são os amadores e os "profissionais"?
>> Não me querendo alongar mais na apresentação desta tese, apenas vou abaixo
>> transcrever um email que recebi de um nosso colega e que talvez coloque a
>> questão de uma forma mais politicamente correcta em alguns aspectos, e que
>> me parece de todo o interesse partilhar convosco.
>> Desde já vos peço desculpa por este testamento, mas volto a dizer que não
>> deveriamos perder esta oportunidade de marcar a nossa posição para com o
>> sucedido, apelo pois ás Associaçoes que nos representem nesta posição de
>> critica construtiva,
>> Os erros existem para isso mesmo, para reconhecer e admitir que há mais
>> soluções, mesmo que aparentemente banais ou de terceiro mundo.
>> 73´s, cumprimentos deste vosso colega radioamador silencioso.
>> ARTUR CORREIA - CT2GPU
>>
>> *Transcrevendo*:
>>
>> Tenho ao longo de muitos anos criticado a forma como o sistema de proteção
>> civil se dotou de recursos de radiocomunicações, tendo mesmo chegado a
>> afirmar que era o cúmulo da ignorância em proteção civil, a recorrente
>> aquisição de sistemas desconexos e incompatíveis, que faziam de bons
>> sistemas, sistemas tidos por obsoletos, quando na realidade são eficientes.
>> Porém os portugueses sabem hoje que por de trás destas operações estão
>> "negociatas" e que a mudança de sistema raramente se prende com a
>> argumentação apresentada, mas sim com aquela que o grupo interessado no
>> negócio vende ao adquirente e ao país.
>>
>> O sistema TETRA da MOTOROLA que constitui o SIRESP, não é mais de que um
>> telefone celular profissional. Tal como um telefone celular este equipamento
>> "SIRESP" pode conectar-se à internet, pode ser programado on-line, pode
>> estabelecer comunicações de grupo, e disponibiliza ligeiramente mais
>> potência de áudio que um telefone celular comum, o que mesmo assim se revela
>> insuficiente para os agentes de proteção civil a operar no terreno. Tal como
>> um telefone celular o rádio "SIRESP" conecta-se a uma estação
>> retransmissora, que por sua vez está interligada por linha telefónica da PT
>> a outra estação retransmissora, ou seja em caso de abalo sísmico será uma
>> das primeiras redes a deixar de funcionar, visto que as redes da VODAFONE,
>> OPTIMUS, e TMN, possuem algumas redundâncias rádio, bem como baterias na
>> fonte de alimentação que suportam o sistema a funcionar durante algumas
>> horas em caso de falha de energia.
>>
>> No caso de agentes de proteção civil como os Bombeiros, Cruz Vermelha
>> Portuguesa, a hoje Autoridade Nacional de Proteção Civil, Forças Policiais e
>> outras, o curso histórico das radiocomunicações ficou marcado por diversas
>> incongruências que em muito condicionam a proficiência dos sistemas. Todos
>> estes agentes começaram por usar a célebre banda do cidadão (C.B.) tendo
>> posteriormente uns evoluído para a banda alta de VHF, outros para a banda
>> média de VHF, outros para a banda baixa de VHF e por fim outros para UHF, ou
>> seja cada um para uma banda o que impossibilitava a ligação entre si e
>> forçava então a que a ligação fosse feita com recursos à rede fixa da então
>> Companhia de Telefones de Lisboa e Porto (T.L.P.) entre outras. Com o
>> aparecimento da telefonia celular em Portugal na década de noventa esta
>> ligação entre agentes passou a ser efetuada por "telemóvel", face às
>> limitações dos sistemas de cada agente decorrentes de falta de manutenção ou
>> evolução na dimensão dos sistemas por forma a suprir as necessidades de
>> ampliação decorrentes do aumento de tráfego, no entanto é preciso dizer ao
>> país que estas redes sempre estiveram subaproveitadas, por causa de receios
>> decorrentes de condicionamentos regulamentares quanto ao seu uso. Assim e já
>> no final da década de noventa, alguns agentes iludidos por uma falsa
>> privacidade, e cobertura anunciada pelos operadores de Trunking, adquiriram
>> terminais de ligação a esta rede móvel de recursos partilhados que tal como
>> o SIRESP não serve as necessidades dos agentes de proteção civil, porque não
>> dispõe de prioridade, porque a cobertura é limitada, e porque não garante os
>> modos de operação próprios de uma rede de emergência.
>>  Alheios às potencialidades do sistema convencional (porque assim
>> interessava aos operadores privados de comunicações publicas) os agentes de
>> proteção civil foram então procurando soluções alternativas sob a ilusão de
>> que estavam a rumar em direção ao avanço tecnológico, quando de facto a
>> tecnologia era a mesma mas com funcionalidades diferentes e diferentes
>> opções.
>>
>> Outro aspeto a considerar é que com exceção da ligação à internet, os
>> sistemas utilizados nas diversas bandas do espetro radioelétrico também
>> disponibiliza todas as outras funções que o SIRESP disponibiliza, incluindo
>> a multi-operabilidade por multiplexagem do canal e aqui estamos já a falar
>> de redes digitais nas bandas anteriormente usadas e que alguém considera
>> estarem superlotadas, o que é falso, pois a superlotação das bandas deixou
>> de existir quando os operadores das redes de telefonia celular passaram no
>> inicio desta década a oferecer produtos e serviços acessíveis a qualquer
>> empresa ou particular. Podemos ainda dizer que a atual rede de proteção
>> civil em banda alta tem um aproveitamento de cerca de 20%, decorrente da
>> incapacidade da ANPC gerir adequadamente a rede pela via da formação dos
>> agentes interlocutores.
>>
>> Outra das lacunas das radiocomunicações em em especial no que respeita à
>> intervenção em graves acidentes ou mesmo numa catástrofe é o facto dos
>> diferentes agentes falarem "línguas" diferentes. Em meu entender a solução
>> passa por criar organismos especializados na formação em radiocomunicações,
>> com programas de formação aprovados pelos diferentes ministérios da tutela e
>> que comportem especialistas das áreas: militar, aeronáutica civil, marinha,
>> e proteção civil. Desta forma podem ser estabelecidos programas de formação
>> que visem preparar os formandos para a interoperabilidade das redes, para
>> que num qualquer teatro de operações todos os agentes independentemente das
>> fardas que envergam, se compreendam, deixando assim de co-existir a barreira
>> linguística operativa.
>>
>> Em suma e em meu entender a solução ideal passaria por devolver à
>> Sociedade Lusa de Negócios o sistema TETRA, sob a alegação de ineficiência,
>> qualidade de áudio deplorável e inaplicabilidade para emergência e
>> catástrofe. De seguida com a verba arrecadada o estado português
>> complementaria a rede de banda alta de VHF a ser distribuída e interligada
>> com outras redes de outros agentes, conferindo à rede características
>> próprias da necessidade de cada agente nas suas comunicações internas, e de
>> que é exemplo a necessidade de confidencialidade, bem como poria a funcionar
>> a funcionalidade de transmissão de dados que embora exista na maioria dos
>> equipamentos convencionais, nunca foi convenientemente explorada, ou seja a
>> sua exploração nunca ultrapassou 4% das suas verdadeiras potencialidades
>> Paralelamente e reconhecendo a necessidade de por um lado existir uma rede
>> estratégica e por outro uma rede de catástrofe, seriam distribuídos a todos
>> os agentes de proteção civil e entidades com fins de apoio à emergência,
>> segurança, socorro, e solidariedade, equipamentos de HF (High Frequency)
>> também conhecidos por "equipamentos de onda curta" para que caso tudo falhe
>> (incluindo os satélites) a capacidade de comunicação está assegurada ao
>> nível estratégico, tático, e até de informação. Complementarmente como rede
>> de recurso e não como rede prioritária, uma rede de telefones de satélite,
>> sabendo-se que em caso de incidente continental ou global este sistema está
>> condicionado à vontade política dos países detentores das constelações de
>> satélites.
>>
>> Para terminar gostaria de denunciar o facto de em Portugal existirem dois
>> especialistas em radiocomunicações internacionais de emergência e
>> catástrofe, porém apesar destes serem reconhecidos internacionalmente, e
>> como tal e outros países aproveitarem o seu saber, a ANPC ou o Governo nunca
>> os chamou a dar a sua opinião sobre sistemas de comunicação, em minha
>> convicção porque o que está em causa são outros valores que não os da
>> eficiência dos sistemas e defesa dos interesses do povo português.
>>
>> Senhor Presidente da ANPC, Senhoras e Senhores Governantes: De nada
>> adianta a um país da nossa dimensão possuir uma rede digital multiplexada
>> que aumenta o número de vias de comunicação, quando a capacidade de recursos
>> humanos para receção nas centrais de emergência e despacho ficam aquém das
>> vias de comunicação possíveis de disponibilizar numa rede convencional,
>> reforçada com aplicações de transmissão de dados. Temos hoje equipamentos
>> capazes de assegurar simultaneamente a fonia em modo convencional e a
>> transmissão de dados (grafia) em modo digital. TETRA não é solução é
>> negociata, ter o TETRA ou o Telemóvel no SIRESP é o mesmo e no caso do
>> segundo a rede garante melhor qualidade de áudio e melhor cobertura podendo
>> semente servir de rede auxiliar de recurso.
>>
>> Aparte: Provavelmente estranhou o texto, a forma aparentemente errática
>> como foi redigído, pois foi revisto de acordo com o novo acordo ortográfico
>> aprovado pela Assembleia da Républica.
>>
>> Cumprimentos,
>> João - CT1 EBZ
>>
>>
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>>
>> _______________________________________________
>> CLUSTER mailing list
>> CLUSTER  radio-amador.net
>> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>>
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> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
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>
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CT2HIV
José A. Proença
IM58KP
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