ARLA/CLUSTER: Montemor-o-Velho vai acolher fábrica de pilhas de combustível alimentadas a hidrogénio e oxigénio.

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Sexta-Feira, 30 de Maio de 2008 - 10:32:24 WEST


Unidade deverá entrar em funcionamento em 2009.

Uma unidade para o fabrico de pilhas de combustível deverá começar a ser instalada em Outubro em Montemor-o-Velho, para entrar em funcionamento em 2009.

Além da unidade fabril - que ocupará 2,2 hectares no Parque de Negócios de Montemor-o-Velho - será constituído um centro de investigação, num projecto orçado em 70 milhões de euros e que representa a criação de 220 postos de trabalho.

"É a primeira fábrica em que todo o processo de 'assemblagem' de pilhas de combustível vai ser totalmente automatizado", disse aos jornalistas Luís Vieira, responsável da AGNI, uma empresa de capitais malaios e norte-americanos que lidera o projecto.

A tecnologia passa pela produção de energia através de pilhas de combustível - um sistema que inclui eléctrodos e membranas empilhados - alimentadas a hidrogénio e oxigénio.

"É o inverso da hidrólise. Dou-lhe hidrogénio e oxigénio e vou obter energia e água", explicou.

Não existindo, no mundo, hidrogénio em estado puro, a opção da AGNI passa por o produzir recorrendo, na fábrica, a reformadores, um sistema que, fazendo uso de combustível (hidrocarbonetos), separa o hidrogénio do carbono.

O combustível a utilizar, disse Luís Vieira, será gás sintético obtido através da utilização de gaseificadores abastecidos a biomassa.

"As pilhas, reformadores e gaseificadores serão produzidos na fábrica" frisou o responsável da AGNI.

A energia produzida através das pilhas de combustível poderá ser injectada na rede eléctrica nacional e estender-se a múltiplas aplicações, como electrodomésticos ou geradores portáteis.

O presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Luís Leal, afirmou que está em estudo a utilização daquele sistema no aquecimento da piscina local e na iluminação do castelo.

Os contactos da AGNI com a Agência Portuguesa de Investimento (API) para instalação da unidade fabril em Montemor-o-Velho iniciaram-se em Novembro de 2003, num processo que Luís Vieira rotulou de "difícil" dado a tecnologia pioneira que envolve, a inexistência de alguns quadros legais e também as mudanças de Governo.

Fonte: 07.05.2007 - 21h25 Agencia Lusa




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