Re: ARLA/CLUSTER: Quantos Radioamadores? Quantas Associações? Quantos sócios?

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Segunda-Feira, 23 de Junho de 2008 - 20:45:10 WEST


Obrigado pela sua resposta Mariano. Fiquei esclarecido mas fiquei na 
mesma sem saber o nº de sócios da AMRAD.
Cumprimentos


Mariano Gonçalves wrote:

> Prezado Carlos Neves, CT3FQ
>
>
>
> Os meus cumprimentos e obrigado por esclarecer os seus pontos de vista.
>
>
>
>
> Permita-me, referir-lhe a si, alguns aspectos e experiências do 
> passado recente:
>
>
>
> Não se nos afigura que as associações estejam a reivindicar 
> representatividade. Elas ocupam um papel essencial, diria mais, 
> determinante para a democracia e o pluralismo da nossa sociedade, que 
> deveria ser mais interventiva, mas tudo terá o seu tempo. Dado que 
> estas coisas demoram gerações.
>
>
>
> Já que referiu como exemplo a REP, recordo que, qualquer organismo, 
> pelo facto de possuir 500 ou 550 associados, não significa que detenha 
> o direito de chamar a si nenhuma representatividade, quando os 
> restantes cidadãos nacionais, sejam eles do continente ou das regiões 
> autónomas, não se querem fazer representar nem filiar nesse organismo, 
> e falamos de cerca de 5.500 amadores. A REP representará cerca de 10 a 
> 12% dos amadores portugueses, a maioria dos quais, também estão 
> filiados nas outras associações portuguesas, que são cerca de 19 e 
> nunca as 260 que refere, que nunca terão existido sequer depois do 25 
> de Abril de 1974.
>
>
>
> No meu caso pessoal, não sou filiado da REP, porque não me revejo no 
> radioamadorismo desportivo e competitivo, nem no serviço de QSL e 
> diplomas. Legal e Constitucionalmente nada nos obriga a ter de filar 
> na REP, ou onde quer que seja, nem mesmo na IARU. A nossa Constituição 
> confere-nos o direito de escolha e o direito ao livre associativismo.
>
>
>
> Por motivos conjunturais, fui, e infelizmente para mim e para o modelo 
> associativo que gostaria de implementar em Portugal, presidente da 
> direcção da REP, entre os anos de 1999 e 2001. Onde tradicionalmente a 
> IARU mandava cobrar de quota anual para a REP, o correspondente a 
> cerca de 3.500 radioamadores portugueses, filiados na REP, e segundo 
> critérios estabelecidos pela própria IARU (Região1), com um índice de 
> crescimento anual de cerca de 1,5% ao ano.
>
>
>
> No primeiro ano em que assumimos a direcção da REP, foi deliberado 
> pela direcção que a REP apenas pagaria de quota anual para a IARU, a 
> quantia correspondente ao efectivo número de associados que de facto 
> contribuíam para a sua liquidez e manutenção dos serviços de Bureau de 
> QSL, e nesse ano e seguintes (até 2001), foram pagos de quota à IARU 
> apenas cerca de 575 do número de associados efectivos, entre os mais 
> de 1.750 até então registados mas que deixaram de contribuir. É fácil 
> de ver pelas receitas anuais, o número efectivo de contribuintes 
> portugueses para a IARU.
>
>
>
> Do meu ponto de vista poderiam e deveria ser mais, caso existisse um 
> organismo federativo em Portugal, que incorporasse ou não as regiões 
> autónomas da Madeira e Açores, que do meu ponto de vista, deveriam ser 
> autonomamente representadas na IARU, como ocorre em outros países 
> democráticos, dado o estatuto de autonomia da Madeira e dos Açores, 
> mas isso são questões dos nossos compatriotas insulares que não nos 
> dizem respeito, a decisão e a opção é Vossa.
>
>
>
> Por outro lado, é hoje absolutamente inegável que o Radioamadorismo em 
> Portugal tem vindo a evoluir, em termos de estruturas e de intervenção 
> no âmbito local e regional, graças justamente à criação de associações 
> e clubes de radioamadorismo. Onde em cada espaço associativo se tem 
> vindo a desenvolver temáticas, aptidões e competências de manifesto 
> interesse e utilidade pública, nos campos da ocupação dos tempos 
> livres das crianças e dos jovens, em termos de cultura e difusão de 
> actividades e festas populares, em termos desportivos, em termos de 
> criação de redes e infra-estruturas técnicas de serviço dos amadores e 
> apoio à protecção civil (embora em muitos casos, quer a administração 
> local, quer a central não as valorizem, por ignorância e ostracismo, 
> mas isso são outros temas).
>
>
>
> Nada mais no radioamadorismo é só a fonia e a telegrafia das faixas de 
> HF, como terá sido até aos anos de 1970.
>
>
>
> Repare que, nos últimos 35 anos, todas as áreas temáticas e de 
> especialização técnica e até científica, desenvolvidas pelo 
> Radioamadorismo português, tiveram de nascer e crescer, todas elas sem 
> excepções, fora da intervenção da REP, que apenas se mantém activa no 
> DX, no serviço de QSL, nas taças e diplomas, sem nunca promover outros 
> tipos de iniciativas, inclusive na área da educação juvenil (crianças 
> e jovens em idade escolar) excluindo liminarmente esses projectos, sem 
> nunca os ter sequer executado.
>
>
>
> Por outro lado, é importante referir que os organismos privados de 
> direito colectivo (clubes e associações) são livres de focarem as suas 
> actividades naquilo que consideram essenciais para si mesma e os seus 
> associados. Nada obriga um clube de DX e expedições a ilhas e 
> castelos, a terem de funcionar para o público, sem com isso estarem 
> dispostas a prestar qualquer serviço de utilidade pública.
>
>
>
> Mas ao invés disso, outros organismos, incluindo associações criaram 
> estatutos e planos de acção que potenciam os aspectos temáticos do 
> Radioamadorismo moderno, de forma colectiva, particularmente focados 
> no serviço e na utilidade pública, conferindo menos atenção aos 
> aspectos lúdicos e desportivos ou competitivos do radioamador. As 
> opções são infinitas, as áreas temáticas do radioamadorismo não tem 
> limites, dependem da competência e da capacidade de criação e 
> orientação cívica dos seus promotores.
>
>
>
> Quanto às suas afirmações, entendo que não são justas, no seu 
> conjunto, poderão existir casos pontuais, que nem sequer poderão ser 
> sustentáveis, e com o tempo acabam por se esgotar.
>
> Finalmente, eu mesmo e um vasto grupo de outros amadores tivemos de 
> sair da REP em Julho de 2001, enquanto sócios e para não sermos mais 
> perseguidos. Autonomizamos o nosso trabalho, que tinha antes sido 
> integrado na REP em 1997, fundámos a AMRAD em 2001 e digo-lhe hoje, 
> ainda bem que assim aconteceu - ele há males que vem por bem.
>
>
>
> Em conclusão:
>
>
>
> A REP ficou em paz e progride como se sabe, com os seus meios e os 
> seus associados.
>
>
>
> A AMRAD tem vindo a crescer, sendo uma pequena ONG dirigida para a 
> educação e o desenvolvimento, através de uma intervenção educativa, 
> que se faz centrada no próprio radioamadorismo, participando na 
> educação e na cultura, partilhando meios técnicos e recursos humanos 
> com escolas do ensino básico e secundário, centros de formação 
> profissional, politécnicos e universidades técnicas, mantém parcerias 
> com organismos nacionais e estrangeiros.
>
>
>
> A AMRAD é o espaço que em 2001 nos foi recusado criar dentro da 
> própria REP e de uma possível estrutura de valorização da IARU, mas 
> isso são desígnios. Consubstancia o moderno modelo associativo do 
> Radioamadorismo contemporâneo, não desportivo, mas técnico, que emerge 
> um pouco por todo o mundo, inclusive ao arrepio da IARU, em especial 
> nos EUA e Canadá, na Europa e Japão.
>
>
>
> O Radioamadorismo universal e contemporâneo está numa fase de 
> reencontro e não se esgota, tal como nunca se esgotarão as 
> comunicações radioeléctricas, que só agora começamos a descobrir e a 
> entender.
>
>
>
> Um abraço,
>
>
>
> Mariano, CT1XI
>
>
>
>
> ----- Original Message ----- From: <ct3fq  ct3team.com>
> To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster  radio-amador.net>
> Sent: Monday, June 23, 2008 6:29 PM
> Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Quantos Radioamadores? Quantas Associações? 
> Quantos sócios?
>
>
>> Boa Tarde caro Mariano,
>>
>> A representatividade mede-se pelo nº de sócios. Por exemplo penso que 
>> a REP deve ter uns 1000 sócios dos 5500 que seriam possíveis, mas 
>> isso não invalida a representatividade da REP a nível nacional.
>> O que está aqui em causa é provar que existem falsas associações a 
>> nível nacional. Acredita realmente que todas as 260 Associações de 
>> radioamadores existem para servir os radioamadores? Acredita também 
>> que a quantidade faz a qualidade?
>> Claro que sei que estou a mexer com poderes instalados, e também sei 
>> que muitos dos presentes são membros de corpos dirigentes de 
>> Associações e que este tipo de perguntas incomoda.
>> Mas afinal o que há a temer em mostrar os numeros? As associações de 
>> radioamadores são alguma forma secreta da maçonaria?
>> Que diabo é tão secreto? O que temem as associações? A verdade?
>>
>> Um abraço
>>
>>
>>
>> Mariano Gonçalves wrote:
>>
>>> CT3FQ,
>>
>
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