Re: ARLA/CLUSTER: Quantos Radioamadores? Quantas Associações? Quantos sócios?
Mariano Gonçalves
ct1xi sapo.pt
Segunda-Feira, 23 de Junho de 2008 - 21:15:25 WEST
Carlos Neves,
Se quiser visitar a AMRAD como cidadão, e potencial candidato a voluntário
para a educação, seguramente que a direcção teria todo o gosto em lhe
mostrar esses e outros dados, incluindo as nossas instalações, observatório
aeroespacial e museu, centro espacial, secretariado e laboratórios,
Contudo se visitar o nosso website em www.amrad.pt dispõe lá de alguns
dados, que lhe poderiam inferir facilmente, acerca do número de sócios que
temos, quer no país, quer no estrangeiro.
Por questões de princípio, que espero que observe e respeite, não é assunto
que se coloque aqui, indagado na forma e no meio que nos questiona. Eu
jamais o faria, sem consentimento dos órgãos sociais.
Entendo a sua apreensão e considero que esse assunto deve ser da competência
da ANACOM.
Cumprimentos, com apreço,
Mariano, CT1XI
----- Original Message -----
From: <ct3fq ct3team.com>
To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster radio-amador.net>
Sent: Monday, June 23, 2008 8:45 PM
Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Quantos Radioamadores? Quantas Associações?
Quantos sócios?
> Obrigado pela sua resposta Mariano. Fiquei esclarecido mas fiquei na mesma
> sem saber o nº de sócios da AMRAD.
> Cumprimentos
>
>
> Mariano Gonçalves wrote:
>
>> Prezado Carlos Neves, CT3FQ
>>
>>
>>
>> Os meus cumprimentos e obrigado por esclarecer os seus pontos de vista.
>>
>>
>>
>>
>> Permita-me, referir-lhe a si, alguns aspectos e experiências do passado
>> recente:
>>
>>
>>
>> Não se nos afigura que as associações estejam a reivindicar
>> representatividade. Elas ocupam um papel essencial, diria mais,
>> determinante para a democracia e o pluralismo da nossa sociedade, que
>> deveria ser mais interventiva, mas tudo terá o seu tempo. Dado que estas
>> coisas demoram gerações.
>>
>>
>>
>> Já que referiu como exemplo a REP, recordo que, qualquer organismo, pelo
>> facto de possuir 500 ou 550 associados, não significa que detenha o
>> direito de chamar a si nenhuma representatividade, quando os restantes
>> cidadãos nacionais, sejam eles do continente ou das regiões autónomas,
>> não se querem fazer representar nem filiar nesse organismo, e falamos de
>> cerca de 5.500 amadores. A REP representará cerca de 10 a 12% dos
>> amadores portugueses, a maioria dos quais, também estão filiados nas
>> outras associações portuguesas, que são cerca de 19 e nunca as 260 que
>> refere, que nunca terão existido sequer depois do 25 de Abril de 1974.
>>
>>
>>
>> No meu caso pessoal, não sou filiado da REP, porque não me revejo no
>> radioamadorismo desportivo e competitivo, nem no serviço de QSL e
>> diplomas. Legal e Constitucionalmente nada nos obriga a ter de filar na
>> REP, ou onde quer que seja, nem mesmo na IARU. A nossa Constituição
>> confere-nos o direito de escolha e o direito ao livre associativismo.
>>
>>
>>
>> Por motivos conjunturais, fui, e infelizmente para mim e para o modelo
>> associativo que gostaria de implementar em Portugal, presidente da
>> direcção da REP, entre os anos de 1999 e 2001. Onde tradicionalmente a
>> IARU mandava cobrar de quota anual para a REP, o correspondente a cerca
>> de 3.500 radioamadores portugueses, filiados na REP, e segundo critérios
>> estabelecidos pela própria IARU (Região1), com um índice de crescimento
>> anual de cerca de 1,5% ao ano.
>>
>>
>>
>> No primeiro ano em que assumimos a direcção da REP, foi deliberado pela
>> direcção que a REP apenas pagaria de quota anual para a IARU, a quantia
>> correspondente ao efectivo número de associados que de facto contribuíam
>> para a sua liquidez e manutenção dos serviços de Bureau de QSL, e nesse
>> ano e seguintes (até 2001), foram pagos de quota à IARU apenas cerca de
>> 575 do número de associados efectivos, entre os mais de 1.750 até então
>> registados mas que deixaram de contribuir. É fácil de ver pelas receitas
>> anuais, o número efectivo de contribuintes portugueses para a IARU.
>>
>>
>>
>> Do meu ponto de vista poderiam e deveria ser mais, caso existisse um
>> organismo federativo em Portugal, que incorporasse ou não as regiões
>> autónomas da Madeira e Açores, que do meu ponto de vista, deveriam ser
>> autonomamente representadas na IARU, como ocorre em outros países
>> democráticos, dado o estatuto de autonomia da Madeira e dos Açores, mas
>> isso são questões dos nossos compatriotas insulares que não nos dizem
>> respeito, a decisão e a opção é Vossa.
>>
>>
>>
>> Por outro lado, é hoje absolutamente inegável que o Radioamadorismo em
>> Portugal tem vindo a evoluir, em termos de estruturas e de intervenção no
>> âmbito local e regional, graças justamente à criação de associações e
>> clubes de radioamadorismo. Onde em cada espaço associativo se tem vindo a
>> desenvolver temáticas, aptidões e competências de manifesto interesse e
>> utilidade pública, nos campos da ocupação dos tempos livres das crianças
>> e dos jovens, em termos de cultura e difusão de actividades e festas
>> populares, em termos desportivos, em termos de criação de redes e
>> infra-estruturas técnicas de serviço dos amadores e apoio à protecção
>> civil (embora em muitos casos, quer a administração local, quer a central
>> não as valorizem, por ignorância e ostracismo, mas isso são outros
>> temas).
>>
>>
>>
>> Nada mais no radioamadorismo é só a fonia e a telegrafia das faixas de
>> HF, como terá sido até aos anos de 1970.
>>
>>
>>
>> Repare que, nos últimos 35 anos, todas as áreas temáticas e de
>> especialização técnica e até científica, desenvolvidas pelo
>> Radioamadorismo português, tiveram de nascer e crescer, todas elas sem
>> excepções, fora da intervenção da REP, que apenas se mantém activa no DX,
>> no serviço de QSL, nas taças e diplomas, sem nunca promover outros tipos
>> de iniciativas, inclusive na área da educação juvenil (crianças e jovens
>> em idade escolar) excluindo liminarmente esses projectos, sem nunca os
>> ter sequer executado.
>>
>>
>>
>> Por outro lado, é importante referir que os organismos privados de
>> direito colectivo (clubes e associações) são livres de focarem as suas
>> actividades naquilo que consideram essenciais para si mesma e os seus
>> associados. Nada obriga um clube de DX e expedições a ilhas e castelos, a
>> terem de funcionar para o público, sem com isso estarem dispostas a
>> prestar qualquer serviço de utilidade pública.
>>
>>
>>
>> Mas ao invés disso, outros organismos, incluindo associações criaram
>> estatutos e planos de acção que potenciam os aspectos temáticos do
>> Radioamadorismo moderno, de forma colectiva, particularmente focados no
>> serviço e na utilidade pública, conferindo menos atenção aos aspectos
>> lúdicos e desportivos ou competitivos do radioamador. As opções são
>> infinitas, as áreas temáticas do radioamadorismo não tem limites,
>> dependem da competência e da capacidade de criação e orientação cívica
>> dos seus promotores.
>>
>>
>>
>> Quanto às suas afirmações, entendo que não são justas, no seu conjunto,
>> poderão existir casos pontuais, que nem sequer poderão ser sustentáveis,
>> e com o tempo acabam por se esgotar.
>>
>> Finalmente, eu mesmo e um vasto grupo de outros amadores tivemos de sair
>> da REP em Julho de 2001, enquanto sócios e para não sermos mais
>> perseguidos. Autonomizamos o nosso trabalho, que tinha antes sido
>> integrado na REP em 1997, fundámos a AMRAD em 2001 e digo-lhe hoje, ainda
>> bem que assim aconteceu - ele há males que vem por bem.
>>
>>
>>
>> Em conclusão:
>>
>>
>>
>> A REP ficou em paz e progride como se sabe, com os seus meios e os seus
>> associados.
>>
>>
>>
>> A AMRAD tem vindo a crescer, sendo uma pequena ONG dirigida para a
>> educação e o desenvolvimento, através de uma intervenção educativa, que
>> se faz centrada no próprio radioamadorismo, participando na educação e na
>> cultura, partilhando meios técnicos e recursos humanos com escolas do
>> ensino básico e secundário, centros de formação profissional,
>> politécnicos e universidades técnicas, mantém parcerias com organismos
>> nacionais e estrangeiros.
>>
>>
>>
>> A AMRAD é o espaço que em 2001 nos foi recusado criar dentro da própria
>> REP e de uma possível estrutura de valorização da IARU, mas isso são
>> desígnios. Consubstancia o moderno modelo associativo do Radioamadorismo
>> contemporâneo, não desportivo, mas técnico, que emerge um pouco por todo
>> o mundo, inclusive ao arrepio da IARU, em especial nos EUA e Canadá, na
>> Europa e Japão.
>>
>>
>>
>> O Radioamadorismo universal e contemporâneo está numa fase de reencontro
>> e não se esgota, tal como nunca se esgotarão as comunicações
>> radioeléctricas, que só agora começamos a descobrir e a entender.
>>
>>
>>
>> Um abraço,
>>
>>
>>
>> Mariano, CT1XI
>>
>>
>>
>>
>> ----- Original Message ----- From: <ct3fq ct3team.com>
>> To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster radio-amador.net>
>> Sent: Monday, June 23, 2008 6:29 PM
>> Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Quantos Radioamadores? Quantas Associações?
>> Quantos sócios?
>>
>>
>>> Boa Tarde caro Mariano,
>>>
>>> A representatividade mede-se pelo nº de sócios. Por exemplo penso que a
>>> REP deve ter uns 1000 sócios dos 5500 que seriam possíveis, mas isso não
>>> invalida a representatividade da REP a nível nacional.
>>> O que está aqui em causa é provar que existem falsas associações a nível
>>> nacional. Acredita realmente que todas as 260 Associações de
>>> radioamadores existem para servir os radioamadores? Acredita também que
>>> a quantidade faz a qualidade?
>>> Claro que sei que estou a mexer com poderes instalados, e também sei que
>>> muitos dos presentes são membros de corpos dirigentes de Associações e
>>> que este tipo de perguntas incomoda.
>>> Mas afinal o que há a temer em mostrar os numeros? As associações de
>>> radioamadores são alguma forma secreta da maçonaria?
>>> Que diabo é tão secreto? O que temem as associações? A verdade?
>>>
>>> Um abraço
>>>
>>>
>>>
>>> Mariano Gonçalves wrote:
>>>
>>>> CT3FQ,
>>>
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