ARLA/CLUSTER: O CubeSat da Faculdade de Engenharia da Universidade
do Porto
João Gonçalves Costa
joao.a.costa ctt.pt
Terça-Feira, 17 de Junho de 2008 - 13:38:13 WEST
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A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) foi convidade, pela Agência Espacial Europeia (ESA) a desenvolver um CubeSat - satélite de dimensões reduzidas e padronizadas. A primeira parte do trabalho já foi realizada e a proposta tecnológica aguarda, agora, a revisão dos especialistas da ESA para dar seguimento ao trabalho.
O desenvolvimento do CubeSat da FEUP, que já foi baptizado de VORSat, está nas mãos de um grupo de 20 alunos de diversas áreas da engenharia, até porque, como afirmou Marinho Duarte, um dos elementos do grupo, a ciência aeroespacial reúne diversas ciências e diferentes áreas da engenharia.
Embora os CubeSat não sejam uma inovação, Portugal era dos poucos países que não tinha representação na ESA a esse nível. Mas essa situação será agora alterada e até poderá abrir novas portas A FEUP poderá vir a ser uma equipa da ESA e não ter apenas colaborações formais, salientou Mariana Sousa, outra das alunas envolvidas no projecto.
Os CubeSat são satélites de órbita baixa, de dimensões padronizadas de 10x10x10 centímetros e um quilo de peso. São lançados aquando os grandes satélites, com funções práticas específicas. Existem com diferentes valias científicas (payloads), desde seguir as aves migratórias, a tirar fotografias ou avaliar novos materiais no espaço, disse Marinho Duarte, outro elemento do grupo.
A nossa proposta é conseguir determinar a orientação do CubeSat em relação à terra. Partimos do sistema VOR, existente nos aviões e nos aeroportos, que lhes permite saber qual a sua posição relativa. Queremos fazer o mesmo, mas para perceber como se movimenta o satélite, numa primeira fase, porque depois poderá passar para algo mais vasto, que permita alterar e modificar os seus movimentos, daí o nome VORSat, adiantou Mariana Sousa.
Para conseguir essas informações, o satélite enviará sinais e a sua avaliação irá determinar a sua orientação. Para tal, é também necessária uma estação terrestre, que está a ser montada na FEUP. E para não limitar a avaliação do comportamento do satélite unicamente quando ele passar por cima da cidade do Porto, a futura estação da FEUP está já inscrita na GENSO, uma rede de estações de rastreamento de satélites.
Esta é a proposta inicial do grupo de trabalho, que quer acrescentar mais-valias científicas ao projecto, estando, por isso, "aberta a quem quiser efectuar testes científicos no espaço". Por enquanto, tem-se limitado à FEUP e a "um contacto com a TAP, que utiliza satélites grandes para orientação dos aviões, o que implica custos mais elevados do que utilização de um CubeSat", sublinhou Eduardo Sá. Dependendo dos lançamentos da ESA, o VORSat poderá ser colocado em órbita dentro de dois anos.
Fonte: Lusa
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