RE: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Sexta-Feira, 14 de Setembro de 2007 - 16:08:56 WEST


Caros Jorge Santos e Mariano Gonçalves,

Verdadeiramente EXEMPLAR a analise que o Mariano (CT1XI) faz, Parabéns.

Isto, quando temos especialistas deste gabarito entre nós, até esquecemos as "bacoradas" que todos os dias ouvimos e lemos.

Como vários colegas tem referido, é com muita mágoa e algum desalento que constatamos que estes assuntos não são discutidos a este nível, nas bandas do Serviço de Amador. Afinal, muitos de nós, antes de sermos internautas, somos Amadores de Rádio (vulgo, radioamadores).

Sinceramente, comungo cada vez mais, infelizmente, da opinião que os verdadeiros assuntos de interesse do radioamadorismo passam cada vez mais pela Internet.

Poderíamos aqui apresentar várias razões para isso acontecer, mas tenho muita pena que estas coisas não cheguem a um maior numero de Amadores de Rádio, via rádio

Como moderador, desta lista, só tenho de agradecer terem aceite o convite para fazerem parte deste Grupo e a vossa participação atenta.

Muito OBRIGADO.

João Costa
CT1FBF
Moderador da Lista ARLA/CLUSTER



-----Original Message-----
From: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] On Behalf Of Mariano Gonçalves
Sent: quinta-feira, 13 de Setembro de 2007 19:29
To: nobre.santos  netvisao.pt; Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Subject: Re: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star

Caro Jorge Santos,



Os meus cumprimentos e obrigado pelo seu exemplo.

Porque faz alguns anos, que trabalho no desenvolvimento e fabrico de sistemas de transmissão digital (para aplicações militares e tácticas) alguns que funcionam por salto de frequência e são dotados de dispositivos de COMSEC e TRANSEC, para comunicações seguras, o exemplo que refere suscita-me o seguinte ponto de vista:



A transmissão analógica, permite uma degradação substancial no link (ligação rádio), com degradação na relação sinal ruído até ao patamar em que ambos os níveis se confundem (quando se situam no mesmo nível), este é o momento em que a transmissão é imperceptível e a relação S/N será próxima de 0 dB (imperceptível). Até se atingir esse patamar de degradação (que é total), dependendo do operador e da sua capacidade de correlação, muitas partes da mensagem são perceptíveis e podem ser interpretadas.

A relação S/N numa emissão analógica, dependendo da largura de banda, pode ir de 12, 10 a cerca de 5 ou 3 dB (caso da telegrafia).



No entanto, uma emissão digital, dependendo da velocidade de transmissão e largura de banda, regra geral, exige qualidade do link, que nunca será inferior a 20 ou mesmo 25 dB de relação S/N (20 a 30 vezes mais potência).

Para a transmissão digital, não existe lugar à degradação progressiva ou diminuição da relação S/N, como no SSB, FM ou CW.



Quando os CODEC mesmo com o apoio do FEC, por degradação do link já não descodificam a informação digital (descodificação dos pacotes), ocorre a perda parcial ou total dos pacotes e deixa de existir informação útil.

Significa que 1) a qualidade do link radioeléctrico para transmissão digital, tem de ser sempre melhor e muito mais estável que para o analógico e 2) a qualidade da informação descodificada, será sempre melhor que a analógica, sim, mas em virtude de não tolerar a mesma degradação (é tudo ou nada).



No exemplo da sua gravação, enquanto se recebe o sinal da emissão analógica, com degradação do sinal, eventual relação S/N de 8 a 6 dB, para a emissão digital, o que se escuta na emissão digital, significa uma relação S/N superior a 20 ou 25 dB, caso contrário, para as mesmas condições do link analógico, na transmissão digital já não se escutaria absolutamente nada.


Para além disto, a transmissão digital tem sempre as vantagens que a analógica não permite conferir.

Mas, é importante referir que, nas comunicações extremas (extrema degradação do link) numa transmissão em tempo real, ainda nada supera as emissões analógicas de banda estreita entre 300 a 3000 Hz.



73, Mariano CT1XI




----- Original Message -----
From: "Jorge Santos" <nobre.santos  netvisao.pt>
To: "Cluster" <cluster  radio-amador.net>
Sent: Thursday, September 13, 2007 3:16 PM
Subject: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star


Boas tardes colegas.

Para quem ainda não tenha ouvido (ou assistido a uma emissão de televisão digital) o som fantástico de um sistema digital, junto anexo (e espero que passe) um ficheiro em formato mp3 para que possam ver a diferença entre um sinal fraco D-Star e o mesmo transmitido em modo analógico.


/3's de Jorge Santos - CT2JIB



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