Re: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star
Mariano Gonçalves
ct1xi sapo.pt
Quinta-Feira, 13 de Setembro de 2007 - 19:28:49 WEST
Caro Jorge Santos,
Os meus cumprimentos e obrigado pelo seu exemplo.
Porque faz alguns anos, que trabalho no desenvolvimento e fabrico de
sistemas de transmissão digital (para aplicações militares e tácticas)
alguns que funcionam por salto de frequência e são dotados de dispositivos
de COMSEC e TRANSEC, para comunicações seguras, o exemplo que refere
suscita-me o seguinte ponto de vista:
A transmissão analógica, permite uma degradação substancial no link (ligação
rádio), com degradação na relação sinal ruído até ao patamar em que ambos os
níveis se confundem (quando se situam no mesmo nível), este é o momento em
que a transmissão é imperceptível e a relação S/N será próxima de 0 dB
(imperceptível). Até se atingir esse patamar de degradação (que é total),
dependendo do operador e da sua capacidade de correlação, muitas partes da
mensagem são perceptíveis e podem ser interpretadas.
A relação S/N numa emissão analógica, dependendo da largura de banda, pode
ir de 12, 10 a cerca de 5 ou 3 dB (caso da telegrafia).
No entanto, uma emissão digital, dependendo da velocidade de transmissão e
largura de banda, regra geral, exige qualidade do link, que nunca será
inferior a 20 ou mesmo 25 dB de relação S/N (20 a 30 vezes mais potência).
Para a transmissão digital, não existe lugar à degradação progressiva ou
diminuição da relação S/N, como no SSB, FM ou CW.
Quando os CODEC mesmo com o apoio do FEC, por degradação do link já não
descodificam a informação digital (descodificação dos pacotes), ocorre a
perda parcial ou total dos pacotes e deixa de existir informação útil.
Significa que 1) a qualidade do link radioeléctrico para transmissão
digital, tem de ser sempre melhor e muito mais estável que para o analógico
e 2) a qualidade da informação descodificada, será sempre melhor que a
analógica, sim, mas em virtude de não tolerar a mesma degradação (é tudo ou
nada).
No exemplo da sua gravação, enquanto se recebe o sinal da emissão analógica,
com degradação do sinal, eventual relação S/N de 8 a 6 dB, para a emissão
digital, o que se escuta na emissão digital, significa uma relação S/N
superior a 20 ou 25 dB, caso contrário, para as mesmas condições do link
analógico, na transmissão digital já não se escutaria absolutamente nada.
Para além disto, a transmissão digital tem sempre as vantagens que a
analógica não permite conferir.
Mas, é importante referir que, nas comunicações extremas (extrema degradação
do link) numa transmissão em tempo real, ainda nada supera as emissões
analógicas de banda estreita entre 300 a 3000 Hz.
73, Mariano CT1XI
----- Original Message -----
From: "Jorge Santos" <nobre.santos netvisao.pt>
To: "Cluster" <cluster radio-amador.net>
Sent: Thursday, September 13, 2007 3:16 PM
Subject: ARLA/CLUSTER: A diferença do D-Star
Boas tardes colegas.
Para quem ainda não tenha ouvido (ou assistido a uma emissão de
televisão digital) o som fantástico de um sistema digital, junto anexo
(e espero que passe) um ficheiro em formato mp3 para que possam ver a
diferença entre um sinal fraco D-Star e o mesmo transmitido em modo
analógico.
/3's de Jorge Santos - CT2JIB
--------------------------------------------------------------------------------
_______________________________________________
CLUSTER mailing list
CLUSTER radio-amador.net
http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
Mais informações acerca da lista CLUSTER