ARLA/CLUSTER: radioamadorismo sem futuro
Salomao Fresco
sal.fresco gmail.com
Quinta-Feira, 11 de Janeiro de 2007 - 12:00:24 WET
Olá!
Acho que já não é só o Mourato que tem pregos e cruzes... LOL
On 1/11/07, Carlos Neves (CT3FQ) <ct3fq ct3team.com> wrote:
> Caros membros da lista,
>
> Não sei porquê mas gosto muito do titulo deste tópico: "radioamadorismo
> sem futuro".
> Vejamos um exemplo. Quantos membros tem esta lista? Quantos é que
> costumam intervir nestes assuntos?
> Sempre os mesmos, ou seja, os corajosos que dão a cara por qualquer
> ideia, os outros mantem-se calados na expectativa.
> Claro que depois da legislação sair, vai-se ver muita gente surgir do
> limbo, com as melhores ideias do mundo.
>
> A ver vamos...
>
> Um abraço
>
> CT3FQ
> Carlos Neves
>
> P.S. João é melhor verificar o registo MX DNS do domínio
> radio-amador.net pois parece que alguns servidores de e-mail dos ISPs
> estão a colocar esse domínio nas black lists de spam.
>
> Mariano Gonçalves wrote:
>
> >Caro Salomão,
> >
> >1 - (...) mas sim a inutilidade de muitas das existentes (...)
> >
> >Penso que o aspecto da utilidade é relativo, todas são importantes, existe
> >um limite para tudo, em termos de quantidade, mas isso as circunstancias e a
> >ecologia ajustam naturalmente.
> >Contudo o principal aspecto é que cada associação, tenha capacidade e
> >vontade de produzir obra de interesse e utilidade, quer para os seus
> >associados (é para isso que eles a fundaram) e na mesma forma deverá servir
> >os aspectos públicos, a menos que, seja um clube privado de rádios-amadores,
> >virada sobre si mesma, sem vocação nem interesse nas causas de interesse
> >público, tem esse direito. Mas neste contexto, não pode contar com apoios
> >públicos.
> >
> >Existem casos em que de facto foram constituídas associações, apenas para se
> >poderem licenciar repetidores.
> >Houve casos de repetidores que foram e estão licenciados em nome de
> >associações, mas são propriedade privada, instalados em casas privadas onde
> >nem a associação tinha acesso a eles. Recordo-me de casos desses passados na
> >REP por exemplo (quando fui presidente dessa associação, mas foram situações
> >que liminarmente dei cobro, e acabei com elas, mas logo vieram outros atrás
> >de regrediram na acção, e tudo continuou e está na mesma).
> >
> >2 - (...) Defendo os direitos, liberdades e garantias e concordo com o
> >principio do livre associativismo, não concordo é com a não aplicação da
> >Lei.(...)
> >
> >Estou inteiramente do seu lado, e já expliquei o meu ponto de vista.
> >O estado pode por cobro a essa situação, fiscalizando as associações tal
> >como se faz no movimento ambientalista, é simples. O Estado dá, mas o Estado
> >exige.
> >Por exemplo, o ministério do Interior (ANACOM) pode muito bem organizar um
> >Registo Nacional de Associações de Radioamadorismo (para amadores de rádio e
> >radioamadores) promovendo o voluntariado, o serviço público, a defesa e
> >protecção civil, a educação e a promoção da ciência e tecnologia.
> >
> >3 - (...) Crianças e jovens! Completamente de acordo, o que me leva mais uma
> >vez a franzir o sobrolho à questão "X anos de espera". (...)
> >
> >Podem existir soluções intermédias, talvez seja muito tempo dois anos,
> >sobretudo para uma criança ou jovem. Mas a rebaldaria que decorreu nestes
> >últimos 245 anos, tem de ter um fim, de que forma, experimentado, talvez
> >assim se consiga, ou então seguindo um modelo comprovado, tipo EUA ou outros
> >mais elaborados e comprovados.
> >
> >Olhe na Espanha, é um descalabro. Eu em Dezembro estive a fazer um trabalho
> >em Málaga durante duas semanas, no Advanced Technology for Wireless, situado
> >no Parque Tecnológico de Anadaluzia, e confesso que dos EA7 que por lá
> >escutava na rádio (144 MHz) confesso que nunca lhes escutei a dar o
> >indicativo de chamada, durante horas e horas de QSO.
> >
> >Salomão um abraço amigo, e esperança no futuro e nas pessoas.
> >
> >Mariano
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> >----- Original Message -----
> >From: "Salomao Fresco" <sal.fresco gmail.com>
> >To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster radio-amador.net>
> >Sent: Wednesday, January 10, 2007 8:40 PM
> >Subject: Re: ARLA/CLUSTER: radioamadorismo sem futuro
> >
> >
> >Caros Colegas
> >
> >Vou apenas rebater os pontos divergentes encontrados entre aquilo que
> >escrevi e a resposta do Colega Mariano.
> >
> >1, 2, 3 e 4 - Absolutamente de acordo, embora não tenha "idade" para me
> >pronunciar sobre casos concretos (sei que os há e quais são)
> >
> >Quando considero *exagerado* o actual número de Associações, não me refiro
> >ao facto de poder haver um número infinito das mesmas, mas sim a inutilidade
> >de muitas das existentes. Não pretendo ser defensor do licenciamento de
> >repetidores a pessoas singulares, mas sei que há casos em que foram criadas
> >associações só e apenas com esse propósito, e o resultado é o que está à
> >vista. (mais pregos para a cruz). Esta e outras, que os Colegas bem
> >conhecem, são situações que descredibilizaram as Associações de
> >Radioamadores.
> >Defendo os direitos, liberdades e garantias e concordo com o principio do
> >livre associativismo, não concordo é com a não aplicação da Lei.
> >
> >5- Crianças e jovens! Completamente de acordo, o que me leva mais uma vez a
> >franzir o sobrolho à questão "X anos de espera". Talvez a solução passasse
> >por criar dentro das Escolas, Liceus e Estabelecimentos privados de Ensino,
> >um programa de divulgação do hobby. Mas é uma ideia que precisa de (muito)
> >amadurecimento.
> >
> >Um abraço
> >
> >Salomão
> >CT2IRJ
> >On 1/10/07, Mariano Gonçalves <ct1xi sapo.pt> wrote:
> >
> >
> >>Caro Salomão,
> >>
> >>1 - (...) A actual conjuntura associativa, onde se colocam os interesses
> >>do
> >>individuo acima dos interesses da comunidade, é um modelo condenado ao
> >>fracasso.(...),
> >>
> >>Este tem sido o modelo seguido particularmente por uma associação, e seus
> >>dirigentes recentes, que sempre se colocaram numa postura de monopólio e
> >>egocentrismo (nos últimos 25 anos) imaginado-se acima dos desígnios
> >>nacionais do radioamadorismo português. Tem toda a razão e é oportuna a
> >>sua
> >>chama de atenção.
> >>
> >>2 - (...) O exagerado número de Associações em Portugal vai levar à
> >>extinção
> >>de uma grande parte delas.(...)
> >>
> >>Não considero exagerado, considero sim que deveriam existir muitas mais
> >>associações e movimento associativo (por uma questão de descentralização
> >>regional e maior participação cívica dos cidadãos), mas sustentáveis, ou
> >>sejam, que fossem motores de um dinâmica de grupo que infelizmente não
> >>existe no país, e menos ainda na actividade dos amadores de rádio.
> >>
> >>3 - (...) Por outro lado esta situação existe devido ao facilitismo com
> >>que
> >>se cria uma Associação (...)
> >>
> >>Felizmente que a Constituição da República depois do 25 de Abril de 1974
> >>nos
> >>consagra (entre muitos) dois direitos fundamentais, 1) o direito ao livre
> >>associativismo, e 2) o direito e liberdade de escolha associativa.
> >>
> >>Antes todos éramos obrigados a estar associados numa só associação, cuja
> >>missão (passáda e presente, salvo o QSL) de triste protagonismo nacional
> >>todos conhecemos.
> >>
> >>4 - (...) A ANACOM exige um relatório de actividades anual às Associações,
> >>se tal relatório não for entregue essa Associação "cessa" actividade junto
> >>da reguladora (...)
> >>
> >>Deveria cessar imediatamente, sim, num prazo máximo de 30 dias. Acho que
> >>tem
> >>absoluta razão. E responder criminalmente por esse facto, salvo se
> >>extinguisse ou não possuísse possibilidade de renovar os órgãos sociais,
> >>extinguindo-se da mesma forma.
> >>
> >>Infelizmente isso está na Lei, mas a ANACOM não tem exigido o seu cabal
> >>cumprimento.
> >>Esse modelo de fiscalização tem sido exemplarmente seguido por exemplo no
> >>registo nacional das ONG, ou das Associações de Ambiente, que são
> >>anualmente
> >>apoiadas pelo Estado (sim) mas para desenvolverem acções de âmbito local,
> >>regional e nacional, e são pagas para esse desempenho, mas tem de cumprir
> >>pressupostos, definidos pela administração central.
> >>
> >>Julgo que, com imenso beneficio para a educação, muitas associações de
> >>radioamadorismo poderiam fazer o mesmo nas escolas, quer no
> >>radioamadorismo
> >>técnico, quer desportivo e competitivo. Os EUA tem fundações para a
> >>educação
> >>e ciência.
> >>
> >>No radioamadorismo português é a permissividade total, não se faz, não se
> >>exige, e nada se cumpre.
> >>Daqui o descrédito em que tudo se afundou.
> >>Quantas associações dizem que existem, sem sequer existirem de facto, e
> >>quantos dirigentes associativos, em nome pessoal dizem que representam
> >>direcções de organismos, que ou não estão legais, ou nem sequer funcionam.
> >>Este é o problema, para a falta da credibilidade associativa.
> >>
> >>Mas quem se atreve a vir controlar esta situação ? - A ANACOM seguramente
> >>que não, pois nunca o fez.
> >>
> >>5 - (...) Para cativar a juventude, se é efectivamente aquilo que
> >>queremos,
> >>para as hostes do radioamadorismo há que "refrescar" as ideias e deixar o
> >>conservadores à porta (...)
> >>
> >>Abrir o acesso das crianças ao radioamadorismo (os jovens já é tarde),
> >>logo
> >>a partir dos 7 anos de idade, ainda no ensino básico.
> >>
> >>Repare que: quando em 1998 se quis criar o embrião de uma estrutura
> >>nacional
> >>(então apoiada pelo ministério da ciência, dentro de uma associação
> >>filiada
> >>na IARU, caiu o Carmo e a Trindade, porque os radicais, afirmaram que se
> >>estava a desvirtuar o radioamadorismo, e mais; aquilo não era escola, nem
> >>jardim de infância).
> >>A verdade foi que, naquela época, se conseguiram mais de 350 voluntários
> >>em
> >>todo o país, entre sócios e não sócios dessa associação, para participarem
> >>no projecto, que eu tive depois de abandonar e recusar o apoio financeiro
> >>do
> >>Estado, que era dirigido a todos aqueles que cooperavam no projecto (com
> >>despesas e comprovada fundamentação orçamental), depois, para concluir,
> >>levei roda de «gatuno».
> >>
> >>Não me parece nunca, que e salvo raríssimas excepções, alguma vez, a
> >>generalidade dos radioamadores se venha a empenhar nas coisas educativas e
> >>dos jovens, embora alguns o façam, com manifesto empenho e satisfação, mas
> >>são mera excepção.
> >>
> >>Mas investir nas crianças e nos jovens é determinante para o nosso país e
> >>para o radioamadorismo também, ou para a elevação dos aspectos da cultura
> >>de
> >>ciência e tecnologia, portadoras de componentes ocupacionais e lúdicas de
> >>forte pendor pedagógico e educativo também.
> >>
> >>Apenas o egocentrismo de alguns negligentes de má-fé, não lhes permitiu
> >>vislumbrar esta perspectiva de interesse público e nacional, mas mesmo
> >>assim, assumiram-se (vaidosamente) como dirigentes e deitaram tudo a
> >>perder,
> >>vejamos quais serão afinal as alternativas futuras (nenhumas).
> >>
> >>Um abraço,
> >>
> >>Mariano, CT1XI
> >>
> >>
> >>
> >>
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> >>CLUSTER radio-amador.net
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