Re: ARLA/CLUSTER: Afinal o que é que se passa ?
Carlos Mourato
radiofarol gmail.com
Quinta-Feira, 8 de Fevereiro de 2007 - 09:39:56 WET
Olá
O que o Miguel escreveu é o espelhar perfeito do mau resultado do normas
administrativas e facilitismos que a democracia à portuguesa nos trouxe. É o
perfeito exemplo do "bandalhismo" a que chegou o radioamadorismo portugues,
com a passividade de muitos colegas que eu escutei dizer, que não se
importavam com essas coisas porque até nem eram policias.
Comcordo a 10000000% com o que foi dito por vós.
É por essas e por outras que cada vez menos pessoas trazem para a frequencia
conversas interessantes e com sentido. A desresponsabilização é de tal ordem
que até ja ouvi operadores com indicativo, dizerem que se não permitirem
echolinks na faixa dos 2m vão para fora da frequencia porque os radios "vão
a todas". Isto até parece a conversa dos "canais altos e baixos". Começando
pela propria ANACOM que mandou cá para fora normas para o funcionamento dos
repetidores, cabe-me perguntar o que é que a ANACOM fez até agora para que
todas as associações responsaveis pelos mesmos, cumprissem com as
obrigações!. É que ainda existem muitos repetidores a trabalhar fora das
normas do espaçamento de 12,5KHz e alguns até sem tons de proteção! E não me
venham com a conversa que sou má lingua, porque o que se tem assistido nos
bastidores desta novela é que poucas foram as associações que se esforçaram
para cumprir as leis. Algumas limitaram-se a pedir mais tempo, e ainda mais
um pouquinho de tempo, e mais ainda,...Que até faz lembrar os recursos
judiciais, apenas para prolongamento da sua asfixia como associações sem
rumo. Já para nem falar nas que reservaram frequencias, que até hoje são
apenas isso mesmo!...Reservadas.
73 de CT4RK
Em 08/02/07, Mariano Gonçalves <ct1xi sapo.pt> escreveu:
>
> Miguel,
>
> Acerca do seu comentário:´
>
> Não passa nada!
> Isto é o resultado de 30 anos de passagens administrativas e dos maus
> exames
> para o Serviço de Amador.
>
> (...) Meus amigos, por muito que nos irrite estar constantemente a usar o
> indicativo no início e no fim de cada transmissão, não há nada a fazer...
> é
> a Lei nacional e o costume internacional.(...)
>
> Não é por ser de Lei, são as mais elementares regras dos Operadores das
> Radiocomunicações.
>
> Nenhum navio, aeronave, nave espacial, inicia ou termina uma comunicação
> através da Rádio, sem se identificar, e mais, dar a chamada «contra-ordem»
> de confirmação das instruções, isso até o homem do leme faz, para se
> certificar do rumo da agulha.
>
> O mal, é que já existem muito poucos Operadores Amadores de Rádio, e que
> saibam fazer radiocomunicações.
> Existem é faladores ao rádio e ao microfone, o que é absolutamente
> diferente. Isso faz-se com o GSM.
>
> Ainda recentemente, vi isso em Málaga onde estive duas semanas, e os
> radioamadores locais, nunca se identificavam.
> É pantomina «ibérica».
>
> 73, Mariano, CT1XI
>
>
>
> ----- Original Message -----
> From: "Miguel Andrade" <ct1etl clix.pt>
> To: "Cluster" <cluster radio-amador.net>
> Sent: Thursday, February 08, 2007 12:55 AM
> Subject: ARLA/CLUSTER: Afinal o que é que se passa ?
>
>
> > Meus caros e prezados colegas,
> >
> > Passam-se meses, ( e ultimamente chegou a praticamente um ano ), entre
> > oportunidades para usar as frequências de FM na faixa dos 2 metros.
> > Habitualmente, os últimos QSO's nos canais aconselhados pela I.A.R.U.
> para
> > comunicações ponto-a-ponto ( leia-se " simplex " ) eram feitos " por
> > encomenda ", isto é, com hora marcada e para uma audiência combinada de
> > colegas.
> > A realidade passou-me por isso « de raspão » durante bastante tempo.
> > No entanto como bom radioamador, a minha escassa actividade é
> constituída
> > por 80% de escuta e 20% de emissão/escuta.
> > Há pouco tempo atrás, vá-se lá saber porquê, dei comigo a trocar outras
> > frequências pela pesquisa à faixa dos 2 metros em busca de vozes
> conhecidas.
> > O que tenho ouvido deixou-me escandalizado !!!
> > Não foi há tanto tempo assim que eu próprio usava os 145 MHz em longos e
> > profícuos comunicados, vários dias por semana, todas as semanas do mês.
> > Mas afinal o que é que se passa ?
> > Onde é que fiquei parado no tempo ?
> > Aguardo os vossos comentários sobre os dois primeiros pontos ( para
> início
> > de conversa ) :
> >
> > Situação 1. No artigo 17º da Portaria nº 322/95 de 17 de Abril, pode
> ler-se
> > o seguinte... « no estabelecimento de uma comunicação, o amador deve
> > observar as seguintes normas :
> > a) Emitir o indicativo de chamada no início e no fim de cada emissão;
> > (...) ».
> > No artigo 23.º do Decreto-Lei nº 5/95 de 17 de Janeiro, ( Regulamento de
> > Amador de Radiocomunicações ), pode ler-se o seguinte... Coimas - 1.
> > Constituem contra-ordenações puníveis com coima de 5.000$ a 25.000$, no
> caso
> > de pessoas singulares, ou até 50.000$, no caso de pessoas colectivas, as
> > seguintes infracções : a) Não emissão ou emissão incorrecta do
> indicativo
> de
> > chamada; (...).
> > Eu sei que esta legislação está simplesmente obsoleta ( reparem que as
> > sanções ainda estão em escudos ), contudo é a Lei vigente e, até prova
> em
> > contrário, a vida em sociedade depende do respeito ( coercivo ou não )
> da
> > legislação.
> > A minha pergunta é a seguinte...
> > Porque razão já quase ninguém cumpre isto ?
> > Meus amigos, por muito que nos irrite estar constantemente a usar o
> > indicativo no início e no fim de cada transmissão, não há nada a
> fazer...
> é
> > a Lei nacional e o costume internacional.
> > Certas frequências na faixa dos 2 metros tornarem-se agradáveis canais
> de
> > PMR ou LPD ( apenas divergentes em frequência mas sobretudo com mais
> > potência de emissão ).
> > Certamente estou tão desactualizado que ainda não percebi que os colegas
> em
> > causa, ( alguns deles mais do que simples colegas são também amigos ),
> já
> > estão a funcionar com um dispositivo electrónico de identificação
> digital
> de
> > acordo com o Decreto-Lei nº45/12 de 6 de Agosto ( para os mais
> distraídos
> é
> > tão somente o futuro Regulamento de Amador de Radiocomunicações aprovado
> em
> > 2012 ).
> >
> > Situação 2. Se os referidos canais são de comunicação ponto-a-ponto (
> ditos
> > " simplex " ), porque razão há várias estações a emitirem em simultâneo
> ?
> > Das duas uma... ou é um avançadíssimo modo digital em Frequência
> Modulada
> > que permite múltiplas comunicações simultâneas SEM SE ATRAPALHAREM ou
> > interferirem ou... é uma tremenda falta de civismo e de educação.
> > De facto esta particularidade não é exclusiva da faixa dos 2 metros.
> > Nas faixas dos 80 metros e dos 40 metros é também uma doença habitual.
> > Não há nada mais irritante e decadente do que estar um colega a emitir
> num
> > canal de uma só via e estar o mesmo constantemente a ser interferido
> pelos
> > colegas participantes na mesma conversa, sobretudo se os " descuidados "
> > convivas estiverem a fazer comentários sobre quem está a emitir e não
> tem
> > possibilidade de ter acesso a estes " piropos ".
> > Para além da falta de respeito e da tremenda falta de ética, uma vez
> mais
> a
> > Lei... sim porque estes simpáticos e educados colegas terceiro mundistas
> que
> > se divertem a " apunhalar pelas costas " quem por devido direito tinha a
> vez
> > da palavra, também não identificam as respectivas estações nestas "
> > operações especiais ".
> > O que é mais estranho neste comportamento, recriminável sob todos os
> pontos
> > de vista, é que o " palhaço " que durante a sua emissão é desrespeitado
> > pelos jocosos comentários dos seus « amiguinhos da onça »... acaba por
> fazer
> > o mesmo em relação aos primeiros !?!
> > Neste interessante jogo denominado « cabra surda », algumas das
> expressões
> > escutadas foram :
> >
> > a) « Epá este gajo nunca mais se cala, irra ».
> > b) « O Palhaço ( nome fictício ) hoje não chega a lado nenhum, ó
> > Cortacâmbios ( nome fictício ) qual era mesmo o sinal com que o
> Falabarato
> > ( nome fictício ) estava a receber este apeadeiro ? »
> > c) « Arrotabojardas ( nome fictício ) e Lançachamas, vou ali e já volto,
> > estou há 5 minutos sem fumar e vou acender uma tocha; avisem aí o
> Palhaço
> > ( nome fictício ) que eu não podia esperar nem mais 10 segundos até ele
> > acabar este câmbio de 3 minutos ».
> > d) « Alguém está ligado no MSN ? ».
> > e) « Atenção Tubarão estão-te a chamar no repetidor XPTO ».
> > f) « Vocês estão a ouvir o QSO nos 7,070 ? ».
> > g) « Quem é que está a falar afinal ?... não lhe estou a conhecer a voz
> ! ».
> >
> > Estas intervenções de emergência máxima são o paradigma do que justifica
> a
> > interrupção de QUALQUER comunicação no Serviço de Amador (
> independentemente
> > do interesse da prosa de quem está a emitir ).
> > Propositadamente os nomes verdadeiros foram omitidos para que esta
> > transmissão de ideias seja a mais justa e imparcial possível. Quanto aos
> > indicativos de estação... infelizmente nunca foram referidos em
> frequência.
> >
> > Esta selecção de duas situações são apenas « a ponta do " iceberg " ».
> > Desde o uso indevido de frequências de acordo com as recomendações da
> > I.A.R.U., passando pelo extraordinário e exótico vocabulário que torna o
> > radioamador um estrangeiro dentro do seu próprio país e da sua própria
> > cultura, muito mais haveria para comentar.
> > Aberrações à parte, convinha perguntar... de quem é a culpa desta
> anarquia
> ?
> > Na minha opinião tudo começa na clara incompetência dos serviços, ditos
> > competentes, para fiscalizarem o espectro radioeléctrico e fazerem
> cumprir
> a
> > LEI.
> > Mas não estão livres de culpa os próprios Radioamadores. E aqui
> refira-se
> > que há o mesmo peso e a mesma medida tanto para os que prevaricam, como
> para
> > os que não concordando com esta forma de estar e de actuar limitando-se
> a
> > desaparecer para a Internet ou a arranjarem canais alternativos nos 144
> MHz
> > ( ou noutras faixas ).
> > Na minha inocência, e já escandalizado com tanta " criatividade "
> abordei
> o
> > assunto de forma civilizada numa destas " rodinhas " de amigalhaços.
> > Lá para a terceira tentativa de integração no QSO, ( identificando a
> minha
> > estação pelo indicativo e não com a habitual expressão « oportunidade »
> ),
> > os simpáticos convivas acabaram por me dar uma hipótese de tirar a minha
> > grande dúvida.
> > Partindo do princípio que os colegas era idóneos e não estavam a
> infringir
> a
> > lei, qual era o sistema maravilhoso que estavam a usar para evitarem
> > identificar as respectivas estações no início e no final das suas
> > intervenções ?
> > Nunca esperei foi escutar de um radioamador licenciado nos anos idos de
> 1970
> > como resposta algo como... « ó colega, não estranhe, nós somos todos
> amigos.
> > De facto tem razão, não estamos a cumprir a lei, mas como nos vemos
> todos
> os
> > dias no café e moramos aqui ao pé não vemos necessidade de estar sempre
> a
> > dar o indicativo de estação ».
> > É caso para perguntar... já que são tão amigos e vivem tão perto, não
> está
> > na altura de descobrirem o PMR-446 ?
> > Ah minha saudosa Banda do Cidadão do início dos anos 1980; volta que
> estás
> > perdoada !!!!
> > Aqui o vosso amigo nos 27 MHz já dizia o " indicativo " de estação no
> início
> > e no fim de cada emissão... e a tal não era obrigado, nem sequer sonhava
> um
> > dia realizar o dito " exame " para o Certificado de Amador nacional !
> > E esta hein ?
> >
> >
> > 73's de Miguel Andrade ( CT1ETL )
> > IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
> > CQ Zone 14 ********** ITU Zone 37
> > endereço em/adress in www.qrz.com
> >
> >
> >
> >
> > --
> > No virus found in this outgoing message.
> > Checked by AVG Free Edition.
> > Version: 7.5.432 / Virus Database: 268.17.30/674 - Release Date:
> 07-02-2007
> > 15:33
> >
> >
> > _______________________________________________
> > CLUSTER mailing list
> > CLUSTER radio-amador.net
> > http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
> >
>
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>
--
BPL/PLC ......No thanks!!!
Best 73 from:
regards from:
CT4RK
Carlos Mourato
Sines - Portugal
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