Re: ARLA/CLUSTER: Afinal o que é que se passa ?
Mariano Gonçalves
ct1xi sapo.pt
Quinta-Feira, 8 de Fevereiro de 2007 - 08:57:42 WET
Miguel,
Acerca do seu comentário:´
Não passa nada!
Isto é o resultado de 30 anos de passagens administrativas e dos maus exames
para o Serviço de Amador.
(...) Meus amigos, por muito que nos irrite estar constantemente a usar o
indicativo no início e no fim de cada transmissão, não há nada a fazer... é
a Lei nacional e o costume internacional.(...)
Não é por ser de Lei, são as mais elementares regras dos Operadores das
Radiocomunicações.
Nenhum navio, aeronave, nave espacial, inicia ou termina uma comunicação
através da Rádio, sem se identificar, e mais, dar a chamada «contra-ordem»
de confirmação das instruções, isso até o homem do leme faz, para se
certificar do rumo da agulha.
O mal, é que já existem muito poucos Operadores Amadores de Rádio, e que
saibam fazer radiocomunicações.
Existem é faladores ao rádio e ao microfone, o que é absolutamente
diferente. Isso faz-se com o GSM.
Ainda recentemente, vi isso em Málaga onde estive duas semanas, e os
radioamadores locais, nunca se identificavam.
É pantomina «ibérica».
73, Mariano, CT1XI
----- Original Message -----
From: "Miguel Andrade" <ct1etl clix.pt>
To: "Cluster" <cluster radio-amador.net>
Sent: Thursday, February 08, 2007 12:55 AM
Subject: ARLA/CLUSTER: Afinal o que é que se passa ?
> Meus caros e prezados colegas,
>
> Passam-se meses, ( e ultimamente chegou a praticamente um ano ), entre
> oportunidades para usar as frequências de FM na faixa dos 2 metros.
> Habitualmente, os últimos QSO's nos canais aconselhados pela I.A.R.U. para
> comunicações ponto-a-ponto ( leia-se " simplex " ) eram feitos " por
> encomenda ", isto é, com hora marcada e para uma audiência combinada de
> colegas.
> A realidade passou-me por isso « de raspão » durante bastante tempo.
> No entanto como bom radioamador, a minha escassa actividade é constituída
> por 80% de escuta e 20% de emissão/escuta.
> Há pouco tempo atrás, vá-se lá saber porquê, dei comigo a trocar outras
> frequências pela pesquisa à faixa dos 2 metros em busca de vozes
conhecidas.
> O que tenho ouvido deixou-me escandalizado !!!
> Não foi há tanto tempo assim que eu próprio usava os 145 MHz em longos e
> profícuos comunicados, vários dias por semana, todas as semanas do mês.
> Mas afinal o que é que se passa ?
> Onde é que fiquei parado no tempo ?
> Aguardo os vossos comentários sobre os dois primeiros pontos ( para início
> de conversa ) :
>
> Situação 1. No artigo 17º da Portaria nº 322/95 de 17 de Abril, pode
ler-se
> o seguinte... « no estabelecimento de uma comunicação, o amador deve
> observar as seguintes normas :
> a) Emitir o indicativo de chamada no início e no fim de cada emissão;
> (...) ».
> No artigo 23.º do Decreto-Lei nº 5/95 de 17 de Janeiro, ( Regulamento de
> Amador de Radiocomunicações ), pode ler-se o seguinte... Coimas - 1.
> Constituem contra-ordenações puníveis com coima de 5.000$ a 25.000$, no
caso
> de pessoas singulares, ou até 50.000$, no caso de pessoas colectivas, as
> seguintes infracções : a) Não emissão ou emissão incorrecta do indicativo
de
> chamada; (...).
> Eu sei que esta legislação está simplesmente obsoleta ( reparem que as
> sanções ainda estão em escudos ), contudo é a Lei vigente e, até prova em
> contrário, a vida em sociedade depende do respeito ( coercivo ou não ) da
> legislação.
> A minha pergunta é a seguinte...
> Porque razão já quase ninguém cumpre isto ?
> Meus amigos, por muito que nos irrite estar constantemente a usar o
> indicativo no início e no fim de cada transmissão, não há nada a fazer...
é
> a Lei nacional e o costume internacional.
> Certas frequências na faixa dos 2 metros tornarem-se agradáveis canais de
> PMR ou LPD ( apenas divergentes em frequência mas sobretudo com mais
> potência de emissão ).
> Certamente estou tão desactualizado que ainda não percebi que os colegas
em
> causa, ( alguns deles mais do que simples colegas são também amigos ), já
> estão a funcionar com um dispositivo electrónico de identificação digital
de
> acordo com o Decreto-Lei nº45/12 de 6 de Agosto ( para os mais distraídos
é
> tão somente o futuro Regulamento de Amador de Radiocomunicações aprovado
em
> 2012 ).
>
> Situação 2. Se os referidos canais são de comunicação ponto-a-ponto (
ditos
> " simplex " ), porque razão há várias estações a emitirem em simultâneo ?
> Das duas uma... ou é um avançadíssimo modo digital em Frequência Modulada
> que permite múltiplas comunicações simultâneas SEM SE ATRAPALHAREM ou
> interferirem ou... é uma tremenda falta de civismo e de educação.
> De facto esta particularidade não é exclusiva da faixa dos 2 metros.
> Nas faixas dos 80 metros e dos 40 metros é também uma doença habitual.
> Não há nada mais irritante e decadente do que estar um colega a emitir num
> canal de uma só via e estar o mesmo constantemente a ser interferido pelos
> colegas participantes na mesma conversa, sobretudo se os " descuidados "
> convivas estiverem a fazer comentários sobre quem está a emitir e não tem
> possibilidade de ter acesso a estes " piropos ".
> Para além da falta de respeito e da tremenda falta de ética, uma vez mais
a
> Lei... sim porque estes simpáticos e educados colegas terceiro mundistas
que
> se divertem a " apunhalar pelas costas " quem por devido direito tinha a
vez
> da palavra, também não identificam as respectivas estações nestas "
> operações especiais ".
> O que é mais estranho neste comportamento, recriminável sob todos os
pontos
> de vista, é que o " palhaço " que durante a sua emissão é desrespeitado
> pelos jocosos comentários dos seus « amiguinhos da onça »... acaba por
fazer
> o mesmo em relação aos primeiros !?!
> Neste interessante jogo denominado « cabra surda », algumas das expressões
> escutadas foram :
>
> a) « Epá este gajo nunca mais se cala, irra ».
> b) « O Palhaço ( nome fictício ) hoje não chega a lado nenhum, ó
> Cortacâmbios ( nome fictício ) qual era mesmo o sinal com que o Falabarato
> ( nome fictício ) estava a receber este apeadeiro ? »
> c) « Arrotabojardas ( nome fictício ) e Lançachamas, vou ali e já volto,
> estou há 5 minutos sem fumar e vou acender uma tocha; avisem aí o Palhaço
> ( nome fictício ) que eu não podia esperar nem mais 10 segundos até ele
> acabar este câmbio de 3 minutos ».
> d) « Alguém está ligado no MSN ? ».
> e) « Atenção Tubarão estão-te a chamar no repetidor XPTO ».
> f) « Vocês estão a ouvir o QSO nos 7,070 ? ».
> g) « Quem é que está a falar afinal ?... não lhe estou a conhecer a voz
! ».
>
> Estas intervenções de emergência máxima são o paradigma do que justifica a
> interrupção de QUALQUER comunicação no Serviço de Amador (
independentemente
> do interesse da prosa de quem está a emitir ).
> Propositadamente os nomes verdadeiros foram omitidos para que esta
> transmissão de ideias seja a mais justa e imparcial possível. Quanto aos
> indicativos de estação... infelizmente nunca foram referidos em
frequência.
>
> Esta selecção de duas situações são apenas « a ponta do " iceberg " ».
> Desde o uso indevido de frequências de acordo com as recomendações da
> I.A.R.U., passando pelo extraordinário e exótico vocabulário que torna o
> radioamador um estrangeiro dentro do seu próprio país e da sua própria
> cultura, muito mais haveria para comentar.
> Aberrações à parte, convinha perguntar... de quem é a culpa desta anarquia
?
> Na minha opinião tudo começa na clara incompetência dos serviços, ditos
> competentes, para fiscalizarem o espectro radioeléctrico e fazerem cumprir
a
> LEI.
> Mas não estão livres de culpa os próprios Radioamadores. E aqui refira-se
> que há o mesmo peso e a mesma medida tanto para os que prevaricam, como
para
> os que não concordando com esta forma de estar e de actuar limitando-se a
> desaparecer para a Internet ou a arranjarem canais alternativos nos 144
MHz
> ( ou noutras faixas ).
> Na minha inocência, e já escandalizado com tanta " criatividade " abordei
o
> assunto de forma civilizada numa destas " rodinhas " de amigalhaços.
> Lá para a terceira tentativa de integração no QSO, ( identificando a minha
> estação pelo indicativo e não com a habitual expressão « oportunidade » ),
> os simpáticos convivas acabaram por me dar uma hipótese de tirar a minha
> grande dúvida.
> Partindo do princípio que os colegas era idóneos e não estavam a infringir
a
> lei, qual era o sistema maravilhoso que estavam a usar para evitarem
> identificar as respectivas estações no início e no final das suas
> intervenções ?
> Nunca esperei foi escutar de um radioamador licenciado nos anos idos de
1970
> como resposta algo como... « ó colega, não estranhe, nós somos todos
amigos.
> De facto tem razão, não estamos a cumprir a lei, mas como nos vemos todos
os
> dias no café e moramos aqui ao pé não vemos necessidade de estar sempre a
> dar o indicativo de estação ».
> É caso para perguntar... já que são tão amigos e vivem tão perto, não está
> na altura de descobrirem o PMR-446 ?
> Ah minha saudosa Banda do Cidadão do início dos anos 1980; volta que estás
> perdoada !!!!
> Aqui o vosso amigo nos 27 MHz já dizia o " indicativo " de estação no
início
> e no fim de cada emissão... e a tal não era obrigado, nem sequer sonhava
um
> dia realizar o dito " exame " para o Certificado de Amador nacional !
> E esta hein ?
>
>
> 73's de Miguel Andrade ( CT1ETL )
> IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
> CQ Zone 14 ********** ITU Zone 37
> endereço em/adress in www.qrz.com
>
>
>
>
> --
> No virus found in this outgoing message.
> Checked by AVG Free Edition.
> Version: 7.5.432 / Virus Database: 268.17.30/674 - Release Date:
07-02-2007
> 15:33
>
>
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> CLUSTER radio-amador.net
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