ARLA/CLUSTER: Re: Para nao se falar sempre da mesmas coisas porestas bandas...

Rui Mota rui.mota sapo.pt
Sexta-Feira, 10 de Agosto de 2007 - 19:22:49 WEST


Boas tardes, caro e estimado colega Guilherme CT2JJB tudo parte de uma 
educação e não só, da idade quando por exemplo se questiona quem foi Tom 
Sawyer e muitos outros, a idade não conta o que conta é as pessoa terem 
conhecimento das coisas à qual tudo isso tem um nome "CULTURA"
Cordiais cumprimentos
Rui Carlos Mota
73's
CT5GOQ



----- Original Message ----- 
From: "CT2JJB" <ct2jjb  gmail.com>
To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster  radio-amador.net>
Sent: Friday, August 10, 2007 2:29 PM
Subject: ARLA/CLUSTER: Re: Para nao se falar sempre da mesmas coisas 
porestas bandas...


> Artigo de Nuno Markl - para a geração dos 30
>
> A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida. E 
> está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que 
> hoje rondam os trinta. O grande choque, entre outros nessa conversa, foi 
> quando lhe falei no Tom Sawyer. "Quem? ", perguntou ele.
>
> Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele 
> consegue viver com ele mesmo? A própria música: "Tu que andas sempre 
> descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos 
> deixarás, aqui e além..." era para ele como o hino senegalês cantado em 
> mandarim.
>
> Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não 
> conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói 
> canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien e Soleil, 
> combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos 
> jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini 
> que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o 
> Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, 
> heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às 
> voltas, lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic 
> Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual... E para acabar a 
> lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só 
> geração:
>
> O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem 
> não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. 
> Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a 
> fazer nada.
>
> Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não 
> passaram, o que os torna fracos: Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, 
> nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um 
> dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando 
> brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos 
> que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
>
> Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou 
> chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma 
> canção.
>
> Confesso, senti-me velho...
>
> Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem, 
> por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em 
> que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar 
> à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.
>
> Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca 
> andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um 
> miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer 
> exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer 
> tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com 
> nomes tipo "Moleculum infanticus", que não existiam antigamente.
>
> No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de "terno" nem 
> via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra 
> espalhada por cima não estancasse.
>
> Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, 
> porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um gajo na altura 
> aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de se entrar na 
> droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num 
> prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir 
> para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a 
> geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E 
> ainda nos chamavam geração "rasca"...
>
> Nós éramos mais a geração "à rasca", isso sim. Sempre à rasca de dinheiro, 
> sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na 
> universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o 
> carro. Agora não falta nada aos putos.
>
> Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se 
> juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto. Hoje, ele é 
> Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.
>
> Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e 
> ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem 
> aquela versão da bicicleta.
>
> Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu 
> que 8 em cada dez putos sejam cromos.
>
> Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava 
> porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.
>
> É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma 
> empresa de computadores, mas não curtiu nada.
>
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