Re: ARLA/CLUSTER: Projecto de alteração dos indicativos de amador em Portugal
Francisco Costa, CT1EAT
listas_ct1eat sapo.pt
Domingo, 29 de Abril de 2007 - 15:27:44 WEST
Caro colega
Gostei bastante do seu email, principalmente por que acho que ele
representa actualmente a opinião da maioria dos radioamadores
nacionais ou, ao menos, dos que residem no continente.
No entanto, o facto de ser a opinião dominante hoje, não significa
que, uma vez demonstradas as vantagens da mudança, seja a mesma
amanhã. É por esse motivo que promovi este debate, para que se
discutam ideias, para se ousar pensar de outra forma.
> Estive a ler atentamente as propostas dos colegas ct1ffu e ct1eat, e em
> minha opinião, acho um absurdo a divisão de Portugal continental em
> regiões,
> para atribuição dos indicativos, uma das razões é que com este tipo de
> divisão, na minha opinião, vai criar um certo "bairrismo" entre
> radioamadores e em vez de nos unir acho que nos vai separa-nos ainda mais,
É um risco, sem dúvida. Mas mais "bairrismo" do que existe actualmente
(entre as mais de 30 dezenas de associações) acho difícil.
Portanto não creio ser possível ficar pior do que como estamos...
> para alem da confusão que vai ser ao nível internacional.
Desde que sou radioamador já assisti a algumas alterações de prefixo,
(o desmembramento da URSS, Jugoslávia, e Checoslováquia, apenas
para citar os mais importantes), e embora o período de transição possa ser
algo problemático, não acho que deva ser um argumento contra a mudança.
Porque, a ser assim, nunca se mudava nada.
> Quanto a divisão dos indicativos para identificação da classe do rádio
> amador,
> também não concordo, pois comparo de certa forma essa discriminação,
> e desculpem-me a expressão, quase como o racismo.
Acho que sua comparação é forte e desproporcionada. Ainda assim, concordo
que existe discriminação. Só que se trata de uma descriminação positiva.
Não se dá um tratamento pior, apenas diferente. Para que me perceba melhor,
veja este exemplo: discriminação (em Portugal, na minha óptica) seria um
radioamador
da classe A ser CT1XX, e de classe C ser CT1XXXX..
Por outro lado, esta discriminação (positiva, digo eu) pode ser do interesse
do
próprio operador. Tudo depende da vertente a que o radioamador se dedique.
Se apenas quer participar em QSO locais, echolinks, etc., seguramente que
não lhe faz nenhuma diferença usar este ou aquele indicativo.
Se participa em actividades à escala global, então o indicativo pode fazer
toda
a diferença. É exactamente por esse motivo que, embora a mudança de
indicativo afecte a todos, só alguns, aqueles que participam em eventos e
vertentes com expressão à escala global, percebem facilmente as vantagens.
Mas que fique bem claro: embora esteja empenhado em defender as minhas
ideias, respeito quem pensa (e vai continuar a pensar) de forma diferente,
e, por ser democrata, aceito a vontade da maioria.
73 F.Costa, CT1EAT
www.qsl.net/ct1eat
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