RE: ARLA/CLUSTER: também os 70MHz..

Miguel Andrade ct1etl clix.pt
Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 - 22:53:35 WET


Olá João e restantes colegas,

E eu a escrever à pouco que ia fazer um pouco de rádio hoje...
Não posso deixar de dar resposta a esta tua intervenção no tópico a fim de
expressar aquilo que penso.
Antes disso gostaria de deixar muito bem claro que quando elaborei o meu
ponto de vista não conhecia tão profundamente o processo como tu.
Mesmo assim aqui vai disto :

JC - Todas as propostas têm de ser fundamentadas e normalmente residem no
Estudo da Propagação. E ao que sei não existem assim tantas propostas como
se possa pensar para uma "rigorosa fase de selecção e triagem".

MA - O que é que se entende como Estudo da Propagação ?
Só esta definição dará muito para escrever e pode englobar actividades mais
lúdicas como o DX " desportivo ".
Escrevi um artigo sobre a minha participação no Concurso " Dia da Marinha
Portuguesa " onde faço referência ao facto de ninguém se ter lembrado de
fazer um informal estudo sobre a propagação. Afinal as regras permitiam
contactos com as mesmas estações em determinada faixa de hora a hora.
Por outro lado, para se estudar a propagação pode-se usar apenas a escuta de
outros serviços, ou não ?
Algumas emissões são autênticas radiobalizas em emissão 24 horas por dia,
365 dias por ano.
Caso nessas frequências não existam de facto outros serviços, a pergunta que
se coloca é a seguinte... haverá mesmo necessidade de se procederem a "
estudos da propagação " em frequências abaixo dos 1.000 MHz ?
Quando muito haverá sim espaço para « estudos sobre o comportamento dessas
frequências sob certas formas de propagação conhecidas » mas... sob o efeito
ou influência de condições extraordinárias.
Ainda assim, com as minhas desculpas pela ignorância, não existirá nas
faixas atribuídas ao Serviço de Amador um vasto campo para esta prática ?
Que particularidades únicas poderão existir em frequências entre 1.600 KHz e
1,3 GHz fora das faixas atribuídas ao Serviço de Amador que não possam ser
simuladas e estudadas nas frequências mais próximas dos nossos próprios
segmentos ?
Não digo que não existam, peço é que demonstrem aqui quais são com exemplos
práticos e qual a sua justificação científica para serem estudadas num lado
e não no outro.
Há no entanto um fértil campo à nossa espera com profundas fundamentações
científicas noutro tipo de projecto que vai para além dos " estudos da
propagação ".
Na faixa dos 137 KHz, por exemplo, o estudo de antenas é tão emocionante que
os desafios de eficácia e de rendimento darão por certo matéria para várias
teses de Mestrado sobre antenas mais eficazes. Quem sabe se para converter a
ineficácia monstruosa das antenas do Serviço de Amador utilizadas em Ondas
Longas não se descobre algo de novo ? ( só não me atrevo é a dizer o quê
porque já várias vezes fui ridicularizado pela minha " ficção científica
" ).
Isto é só um exemplo prático de como não encontramos noutra frequência
atribuída ao Serviço de Amador as mesmas condições " extremas " para
trabalhar este assunto específico.
Outra hipótese seria uma forma de modulação do sinal ou de conversão da
informação que pudesse transformar o rendimento percário das estações de
amador nestas frequências em algo pelo menos tão eficaz como as dos 160
metros.


JC - Normalmente e que eu saiba, até hoje, somente os amadores de categoria
A são autorizados a desenvolver estes projectos e como seria de esperar já
prestaram provas especificas no "domínio dos conceitos técnicos e legais
mínimos necessários" em alguma parte do seu percurso. Obviamente que não
concordo que sempre que exista algo de novo o "desgraçado" tenha de
obrigatoriamente provar mais uma vez e recorrentemente os seus
conhecimentos.

MA - Lê a minha resposta ao Carlos Mourato.
Por não se submeterem os nossos condutores seniores a exames médicos
rigorosos e a algo como « o " desgraçado " ter de obrigatoriamente provar
mais uma vez e recorrentemente os seus conhecimentos » é que os mesmo entram
em contramão nas auto-estradas.


JC - Conforme consta e é pratica corrente se alguma infracção for detectada
e reportada á ANACOM esta imediatamente pode suspender a licença temporária
ao amador além de que este incorre numa ou várias infracções legalmente
tipificadas. Obviamente, que eu aqui compreendo as tuas razões subjacentes
que por vezes a "razão"(leiasse ANACOM) desconhece.

MA - Não deves estar a viver no mesmo Portugal que eu.
Mesmo em relação às infracções cometidas por estações do Serviço de Amador
nas frequências que lhes são consignadas, quantas estações de Radioamadores
foram punidas nos últimos 15 anos ?
Dos casos devidamente reportados ao ICP-ANACOM, quantos são sancionados de
acordo com a legislação aplicável ?
Se tivesses estados nas mesmas reuniões do que eu no ICP-ANACOM, ficarias a
saber que a postura em relação ao Serviço de Amador não é punitiva mas sim
construtiva, ou seja, por outras palavras a estratégia adoptada é o aviso
instrutivo e não a instrução do processo e a coima.
E o que dizer das interferências provocadas por outros serviços reportadas
em frequências não partilhadas do Serviço de Amador ?
Quantas queixas já forma submetidas ao ICP-ANACOM sobre uma famosa
interferência causada por um sinal de televisão por cabo na faixa dos 2
metros permanece sem resposta eficaz ?


JC - Como sabes internacionalmente esta faixa têm de ser abandonada pela
radiodifusão até 29/Março/2009 e a abertura já foi dada ao radioamadores de
categoria A. Penso que aqui queres dizer "Abertura progressiva e sem pedido
aos Radioamadores da sub-faixa dos 7.100 aos 7.200..... "

MA - Mais ou menos.
O que eu quero dizer é « abertura progressiva e sem necessidade concessão
especial aos Radioamadores das Classes que podem operar em HF da sub-faixa
dos 7.100 aos 7.200 MHz ».


JC - Eu acho que aqui existe uma ou várias contradição da tua parte(
independentemente da sua Classe )( comprovada em exame.) Bem, de uma, duas,
então se os radioamadores já demonstrou anteriormente  em exame a sua
habilitação técnica agora cada vez que o "desgraçado" solicitar algo têm de
se submeter a mais um exame ..?Como é que a ANACOM têm hipótese de na
prática implementar isto, passava a vida a fazer exames a todos fossem eles
C, B ou A...?Na anterior resposta aludie ao espirito de alguns sectores da
ANACOM num novo relacionamento mais aberto com os radioamadores para estes
casos.

MA - Achas mesmo que « os radioamadores já demonstraram anteriormente em
exame a sua habilitação técnica » que exigem certas experiências ?
Então como explicas que muito mais operadores não sigam certos exemplos como
os do Eng.º Luís Cupido ?
Quantos de nós, mesmo em conceitos básicos, temos conhecimentos sufríveis ou
insuficientes ?
Que percentagem dos detentores de Certificado de Amador Nacional dominarão
as regras de segurança ou saberão a Lei de Ohm ?
Será que todos os que obtiveram aprovação no exame para a categoria
respectiva estão de facto a esse nível de conhecimentos ?
Independentemente desta ordem de ideias responde-me ao seguinte...
Será que a aprovação com nota máxima no exame para a Classe A permite ao
radioamador estar habilitado automáticamente a trabalhar nos 50 GHz ?
Este foi só um exemplo simples, pois há de facto quem possua apenas a Classe
C e faça umas " habilidades " que não estão ao alcance da maioria, ( embora
o exemplo em causa seja o de um aluno do instituto Superior Técnico ).
Imagina que o colega em causa não quer " evoluir em termos de passatempo "
mas pretende utilizando a sua modesta licença de Classe C para solicitar o
direito a fazer experiências para as quais possui os devidos conhecimentos
técnicos, como é que se resolve isto ?
Nem te vou dar o exemplo de uma colega do Norte que utilizou, ( salvo
erro ), como projecto final de curso uma estação do Serviço Amador por
Satélite. Se consultares os arquivos da revista QSP poderás obter pormenores
mais precisos.
Respondendo à tua pergunta; se me disseres que é caro investir assim num dos
serviços de radiocomunicações que menos lucro ou que mais trabalho e
problemas dá ao ICP-ANACOM... eu concordo que não é uma boa perspectiva.
Contudo ainda confio que existirá naquela entidade um grupo de pessoas
devidamente formadas, as quais saibam interpretar as exigências de um
projecto feito por amadores e que em poucos dias consiga elaborar uma prova
específica e direccionada para a avaliação de conhecimentos técnicos ou
outros essenciais.
Não são tantos pedidos assim e neste País há muito desemprego mas muita
gente subaproveitada no aparelho do Estado.
Se isto que defendo fosse uma utopia, não havia quem avaliasse projectos de
arquitectura ou de engenharia, a diferença é a rentabilidade e a economia de
mercado a funcionar.
Não tenho dados estatísticos do número de processos entrados mas a avaliar
pela actividade dos colegas em frequência...
Tu próprio escreves « E ao que sei não existem assim tantas propostas como
se possa pensar para uma "rigorosa fase de selecção e triagem" ».
Aqui a triagem não é para seleccionar um entre muitos mas para apurar a
equidade de cada um.
E a finalizar esta questão, um exemplo simples.
Imagina que um determinado projecto de " estudos da propagação " exige
antenas de estrutura complexa e de grande dimensão... para segurança de
pessoas e bens era necessário avaliar, pelo menos, os conhecimentos sobre
segurança dos proponentes, ( afinal parte das responsabilidade moral por
danos será da autoridade que confere as licenças ).
Não é só saber toda a teoria do funcionamento das antenas mas igualmente
saber muito bem como as montar sem riscos de colapso e proporcionar-lhes a
imunidade possível em relação às descargas atmosféricas, por exemplo.
Fui claro ?

De resto concordo basicamente com tudo o que escreves.
E assim se foi mais um dia de emissão / recepção.
Fica para a próxima pois não considero este tempo mal gasto.

73's de Miguel Andrade ( CT1ETL )
IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
CQ Zone 14 ********** ITU Zone 37
endereço em/adress in www.qrz.com




-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces  radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces  radio-amador.net]Em nome de João Gonçalves Costa
Enviada: sexta-feira, 24 de Novembro de 2006 14:27
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: RE: ARLA/CLUSTER: também os 70MHz..


Prezado Miguel, Silvio e demais colegas.

Por muito estranho que possa parecer e na minha modesta opinião, penso que
grande parte das ideias aqui expressas pelo Miguel já foram implementadas de
alguma maneira pela tutela e não trazem nada de novo, se não vejamos:
"a) rigorosa fase de selecção e triagem feita com base no tipo e no da
utilização proposta e seu respectivo carácter académico/científico."

Todas as propostas têm de ser fundamentadas e normalmente residem no Estudo
da Propagação. E ao que sei não existem assim tantas propostas como se possa
pensar para uma "rigorosa fase de selecção e triagem".

"b) submissão dos candidatos a uma prova específica de conhecimentos,
nomeadamente para avaliar o real grau de capacidade para concretização da
sua proposta e do seu nível do domínio dos conceitos técnicos e legais
mínimos necessários."

Normalmente e que eu saiba, até hoje, somente os amadores de categoria A são
autorizados a desenvolver estes projectos e como seria de esperar já
prestaram provas especificas no "domínio dos conceitos técnicos e legais
mínimos necessários" em alguma parte do seu percurso. Obviamente que não
concordo que sempre que exista algo de novo o "desgraçado" tenha de
obrigatoriamente provar mais uma vez e recorrentemente os seus
conhecimentos.

"c) obrigatoriedade de apresentação de um relatório de actividade ao fim de
determinado período de actividade."

Este já pode ser solicitado em qualquer altura pela ANACOM e são por vezes
solicitas as razões fundamentadas em relatório de actividade para a
progressão do projecto ou estudo.

"d) eventual renovação da licença temporária em função dos resultados
obtidos e do " cadastro " em relação a infracções e interferências durante a
actividade desenvolvida nessas frequências."

Conforme consta e é pratica corrente se alguma infracção for detectada e
reportada á ANACOM esta imediatamente pode suspender a licença temporária ao
amador além de que este incorre numa ou várias infracções legalmente
tipificadas. Obviamente, que eu aqui compreendo as tuas razões subjacentes
que por vezes a "razão"(leiasse ANACOM) desconhece.

Agora, vamos á parte dos resumos e conclusões:

"a) Abertura imediata sem restrições da faixa dos 6 metros aos
Radioamadores."

Concordo. No entanto, o problema nesta faixa residiu sempre  na proximidade
á  Banda I da TV. Desde sempre e periodicamente tenho escutado que a TV vai
abandonar definitivamente a Banda I, no entanto, o tempo vai passando e nada
se altera. Ressalvo que em Espanha os 6m foram abertos a todos os
radioamadores, excepto nas localidades e zonas onde persistem as emissões de
TV nessa Banda.Lá como cá já várias vezes teve anunciada a passagem dos
retransmissores de TV para Bandas mais altas.


"b) Abertura progressiva aos Radioamadores da sub-faixa dos 7.100 aos 7.200
de acordo com os acordos internacionais ( sem restrições de classe excepto
operadores da classe C )."

Como sabes internacionalmente esta faixa têm de ser abandonada pela
radiodifusão até 29/Março/2009 e a abertura já foi dada ao radioamadores de
categoria A. Penso que aqui queres dizer "Abertura progressiva e sem pedido
aos Radioamadores da sub-faixa dos 7.100 aos 7.200..... "


"c) Autorizações temporárias sob pedido, avaliadas caso por caso, de todas
as faixas e sub-faixas utilizadas pelos Radioamadores de outros países e
desde que não existisse perigo de " colisão " ou interferências mútuas entre
serviços. A respectiva renovação ficar dependente da análise do cumprimento
das regras aplicáveis e serem permitidas as mesmas aplicações lúdicas das
faixas tradicionais."

Bem aqui não existem duvidas e um exemplo têm sido a gestão do 4 m em
Portugal. Como foi realçado no meu anterior mail a ANACOM vai mais longe,
está aberta e dentro de um espirito de cooperação e mutuo entendimento
permitir aos radioamador o estudo noutros segmentos mesmo que estes não
estejam reservados ou autorizados internacionalmente aos amadores. Quanto á
componente lúdica não tenho comentários. Alias, quanto á componente lúdica
nas áreas de carácter académico/científico deixa-me te dizer que estou
inteiramente de acordo  com as opiniões do já falecido e Grande Mestre Prof.
Agostinho da Silva e que obviamente não cabem aqui ser dicertadas.


"d) Atribuição de autorizações temporárias de utilização das frequências
extraordinárias requeridas por Radioamadores ( independentemente da sua
Classe ), através de um processo de triagem muito selectivo, com base na
utilização e na habilitação técnica comprovada em exame. As aplicações
lúdicas não seria seleccionáveis para este efeito."

Eu acho que aqui existe uma ou várias contradição da tua parte(
independentemente da sua Classe )( comprovada em exame.) Bem, de uma, duas,
então se os radioamadores já demonstrou anteriormente  em exame a sua
habilitação técnica agora cada vez que o "desgraçado" solicitar algo têm de
se submeter a mais um exame ..?Como é que a ANACOM têm hipótese de na
prática implementar isto, passava a vida a fazer exames a todos fossem eles
C, B ou A...?Na anterior resposta aludie ao espirito de alguns sectores da
ANACOM num novo relacionamento mais aberto com os radioamadores para estes
casos.



 O que acontece demasiadas vezes é que do nosso lado não existem estruturas
nacionais representativas para esse dialogo. No entanto, é de louvar o
esforço de alguns e de que realço a ARR- Associação de Radioamadores do
Ribatejo. Já alguma coisa se fez nessa área e é bem patente por todos que
neste momento a ANACOM está muitíssimo mais informada dos problemas que
afligem os radioamadores. Por todos aqueles que dialogaram á pouco tempo com
a ANACOM é de apontar, com algum espanto, a informação actualizada que
demonstram ter.

João Costa
CT1FBF

-----Original Message-----
From: cluster-bounces  radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces  radio-amador.net]On Behalf Of silvioleiria
Sent: sexta-feira, 24 de Novembro de 2006 0:08
To: ct1etl  clix.pt; Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Subject: RE: ARLA/CLUSTER: Falta indicar também os 70MHz..
Importance: High


Caro Miguel e colegas!

Ora aqui está mais uma excelente intervenção do Miguel, aliás como é já
estamos habituados!

Realço ainda que os  factores que pesaram na autorização de funcionamento do
beacon 70 Mhz CQ5FOUR, solicitado no caso pela Assoc. de Radioamadores do
Ribatejo foi que, além das justificações objectivas da instalação da baliza,
da descrição técnica e da responsabilização técnica pelo funcionamento do
dispositivo que se impunham explanar no pedido de autorização solicitado à
ANACOM, se baseou também no compromisso que esta associação tomou
precisamente no referido nas alíneas c) e d) do escrito do Miguel.

Por isso mesmo foi com agrado que vimos renovada a respectiva autorização
até a 30 de Abril de 2007 o que no fundo traduz o trabalho desenvolvido por
todos os colegas nacionais e internacionais que apoiaram este projecto, onde
incluo óbviamente todos os reports de escuta enviados ou os spots inseridos
no sistema de packet cluster que muito significativamente contribuíram para
o relatório apresentado em Julho passado.

Boa pontaria Miguel, daqui se vê a boa "sintonia" de ideias existente nos
radioamadores que levam esta actividade a sério e com responsabilidade.

73s
Sílvio





De: cluster-bounces  radio-amador.net em nome de Miguel Andrade
Enviada: qui 23-11-2006 21:52
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: RE: ARLA/CLUSTER: Falta indicar também os 70MHz..


Adivinhaste mesmo !

A propósito desta questão, confesso que estou há muito tempo para encontrar
uma oportunidade de intervenção na lista dedicada à legislação. Assuntos e
justificações não me faltam, o que não abunda é o tempo e muitas vezes fico
em silêncio mas só eu sei a vontade que me dava perder umas horas a comentar
certos tópicos.
Ainda assim deixo aqui uma dúvida... será o critério actual o mais justo ?
Na minha modesta opinião, já que parece não ser economicamente rentável "
controlar " o mérito, o desempenho e o comportamento singular dos
radioamadores nacionais, pelo menos haveria que seguir uma linha de acção,
segundo a qual haveria que " premiar " alguns factores ( independentemente
da classe da licença ).
Para o caso de se candidatarem a frequências fora do âmbito comum das faixas
atribuídas ao Serviço de Amador, QUALQUER possuidor de um Certificado de
Amador Nacional poderia ver concedida uma licença temporária especial,
nomeadamente de acordo com critérios como os seguintes :

a) rigorosa fase de selecção e triagem feita com base no tipo e no da
utilização proposta e seu respectivo carácter académico/científico.
b) submissão dos candidatos a uma prova específica de conhecimentos,
nomeadamente para avaliar o real grau de capacidade para concretização da
sua proposta e do seu nível do domínio dos conceitos técnicos e legais
mínimos necessários.
c) obrigatoriedade de apresentação de um relatório de actividade ao fim de
determinado período de actividade.
d) eventual renovação da licença temporária em função dos resultados obtidos
e do " cadastro " em relação a infracções e interferências durante a
actividade desenvolvida nessas frequências.

Ah pois é meus amigos...
Se pensam nos vão conceder frequências de forma gratuita para termos mais
privacidade nos contactos ou para fazermos DX, mais vale responderem-nos que
se use a faixa dos 70 centímetros em BLU ( SSB ) ou os 20 metros.
Há utilizadores que pagam somas extraordinárias por direito à frequência em
faixas onde estamos a reclamar ao Estado uma actividade não lucrativa para
quem é suposto receber rendimentos da mesma.
O espectro radioeléctrico movimenta milhões e é cada vez mais um bem escasso
e precioso.
A meu ver, a parte lúdica na atribuição de frequências mesmo nas faixas dos
70 MHz e dos 138 KHz, por exemplo, é estritamente secundária.
A prioridade deve ser dada a quem provar que de facto vai fazer algo
diferente da actividade comum, e isto indecentemente da classe da respectiva
licença. Se bem que os 70 MHz sejam em certos países uma faixa tradicional
do serviço de amador no nosso não há essa tradição.
Quanto à faixa dos 7.100 aos 7.200 KHz ou à dos 50.000 aos 54.000 KHz já não
posso defender o mesmo pois nomeadamente os 6 metros são frequências
incluídas há muitos anos nas faixas do Serviço de Amador noutros países e
mesmo em certas regiões da I.A.R.U.
Resumindo e concluindo :

a) Abertura imediata sem restrições da faixa dos 6 metros aos Radioamadores.
b) Abertura progressiva aos Radioamadores da sub-faixa dos 7.100 aos 7.200
de acordo com os acordos internacionais ( sem restrições de classe excepto
operadores da classe C ).
c) Autorizações temporárias sob pedido, avaliadas caso por caso, de todas as
faixas e sub-faixas utilizadas pelos Radioamadores de outros países e desde
que não existisse perigo de " colisão " ou interferências mútuas entre
serviços. A respectiva renovação ficar dependente da análise do cumprimento
das regras aplicáveis e serem permitidas as mesmas aplicações lúdicas das
faixas tradicionais.
d) Atribuição de autorizações temporárias de utilização das frequências
extraordinárias requeridas por Radioamadores ( independentemente da sua
Classe ), através de um processo de triagem muito selectivo, com base na
utilização e na habilitação técnica comprovada em exame. As aplicações
lúdicas não seria seleccionáveis para este efeito.

Agradecem-se comentários.

73's de Miguel Andrade ( CT1ETL )
IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
CQ Zone 14 ********** ITU Zone 37
endereço em/adress in www.qrz.com


-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces  radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces  radio-amador.net]Em nome de João Gonçalves Costa
Enviada: quinta-feira, 23 de Novembro de 2006 15:36
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: RE: ARLA/CLUSTER: Falta indicar também os 70MHz..


Prezado Carlos Neves-CT3FQ e demais colegas.

Desde á alguns anos que existe um plano de Banda recomendado para os 70 MHz
pela IARU - Região 1, mas que infelizmente  têm pouca relação com as
frequências que foram  atribuídas em Portugal pela ANACOM para pesquisa na
Banda dos 4m, entre 70.600 a 70.625 MHz. Ao que se saiba somente os modos de
banda estreita estão a ser autorizados, exemplo SSB e CW; também não dará
para muito mais os 25 KHz.

O CQ5FOUR localizado na Serra das Fazendas de Almeirim - Ribatejo
encontra-se em 70.608 Mhz.

Pelos planos de Banda da IARU que cobre as faixas de 70,000 ~ 70,500 MHz
sendo a frequência de chamada em SSB,  70,200 Mhz, o que trás alguns
problemas bastante  óbvios para as operações em Portugal. Era de toda a
conveniência que pelo menos existisse abertura para uma faixa situada entre
70,000~70,250 MHz para ficarmos mais de acordo. Infelizmente essa faixa está
á muito ocupada em Portugal por outros serviços.

Segundo os colegas que já têm permissão para operarem esta faixa, existe uma
grande abertura por parte da ANACOM para dar aos amadores mais "espaço de
manobra", inclusive, é patente que se algum amador quiser fazer testes em
alguma banda que não faça parte das atribuídas aos amadores, pode fazer um
pedido que este será devidamente analisado e autorizado, caso seja possível.

Os 4m não terão a breve prazo em Portugal qualquer mudança de estatuto,
serão uma faixa de caracter provisório e de excepção para os amadores.

Ao que se sabe as faixas de 135,7 a 137,8 KHz; 7100 a 7200 KHz e 50,000 a
50,500 MHz iram já estar contempladas na alteração ao Regulamento do Serviço
de Amador em portaria própria.

Tentando responder á pergunta óbvia que o Miguel Andrade-CT1ETL irá fazer
seguidamente, tudo aponta que só para amadores de categoria A ou equivalente
na legislação a implementar.

Agradeço ao colega Duarte-CT3HF que me esclareceu alguns pontos onde tinha
duvidas sobre a banda dos 4m em Portugal.



                           73 de:
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