Re: ARLA/CLUSTER: Re: Radioamadorismo – Necessita de um novo paradigma?

Salomao Fresco sal.fresco gmail.com
Segunda-Feira, 3 de Fevereiro de 2020 - 22:37:46 WET


Boas noites a todos.

Sobre o assunto a debate, nem de propósito surge hoje no Hackaday uma
discussão pertinente acerca do mesmo.

https://hackaday.com/2020/02/03/keeping-ham-radio-relevant-hack-chat/#more-396398

Assim terá lugar na próxima 4.ª feira um "hack chat" online, onde os
participantes poderão debater o assunto.

Sabemos de antemão que o chat terá a muito própria visão
"Américocentrista", mas parece-me oportuno ver como outros países e outras
comunidades radioamadoristas "lidam" com o "de facto" envelhecimento da
própria comunidade e quais as estratégias que se propõem para incentivar e
cativar "sangue novo".

73 de CT2IRJ

Salomão Fresco

Callsign: CT2IRJ

GRID Locator: IM59re -- CQ Zone 14 / ITU Zone 37

QTH: Fazendas de Almeirim, Portugal


 [image: Salomão Fresco no Facebook]
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CT2IRJ em QRZ.COM] <http://www.qrz.com/db/ct2irj>
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 [image: European PSK Club] <http://eupsk.com/> [image: CRE]
<https://sites.google.com/site/radioamadoresentroncamento/cs1cre> [image:
Página web da AMSAT-PO] <http://www.radioamadores.net/amsat-po/>






On Mon, Feb 3, 2020 at 10:25 PM João Costa > CT1FBF <ct1fbf  gmail.com>
wrote:

>
>
> A seg, 3/02/2020, 20:55, António Duarte Bebiano <ct1cpp  gmail.com>
> escreveu:
>
>> Caros e ilustres colegas, boa noite.
>>
>> Existem profundas diferenças entre modernização e reinvenção por um lado,
>> e evolução técnico-científica, por outro.
>>
>> A fachada de um edifício antigo pode ser modernizada/reinventada de um
>> dia para o outro. A minha forma de vestir pode passar de antiga a moderna,
>> decorridos excassos minutos.
>>
>> Sendo o radioamadorismo uma ciência, não me parece fazer sentido falar-se
>> na sua modernização. As ciências não se modernizam, evoluem! A passagem do
>> AM para o SSB não foi uma modernidade. As diferenças entre o CW e o FT8,
>> são o produto de uma profunda evolução técnico-científica, considerando
>> todos os fatores associados ao método-científico.
>>
>> Pensar-se que o radioamadorismo necessita de se transfigurar, vestindo
>> novas vestes, para que de um dia para o outro passe de obsuleto a moderno,
>> tratando de uma ciência, isso não existe.
>> Não posso estar mais de acordo com a necessidade de um excelente
>> marketing para recurtar gente nova. Todavia é necessário concretizar, de
>> forma muito clara, como é que isso se faz!
>> Como disse no meu primeiro post,  esse recrutamento não se fará por via
>> de uma disputa entre o que os jovens conseguem com os seus smatphones e
>> aquilo que os radioamadores conseguem com as suas estações. Disse isto
>> porque todos os dias escuto colegas a dizer que muitos radioamadores
>> deixaram a rádio porque estão na internet e que os jovens preferem a
>> internet porque têm o mundo a seus pés, o que não conseguem na rádio. Por
>> outras palavras, comparam, pondo dentro do mesmo saco a vertente lúdica com
>> a técnica. Claro que num contexto recriativo, esta última sairá sempre a
>> perder. Quis realçar que a abordagem não pode ser esta.
>>
>> O que eu proponho é o seguinte:
>> Fazer-se um mapa do que é o radiamadorismo, ou seja, quais as suas
>> grandes áreas de interesse técnico-ciêntifico. Como sabemos são imensas e
>> todas eleas muito interessantes.
>> De seguida, definir-se claramente qual o estado da arte em que cada uma
>> delas se encontra e procurar evidenciar qual o obetivo a alcançar, a
>> evolução pretendida, qual a melhor estratégia, qual o percurso desejável
>> para a cada uma delas.
>>
>> Um bom universo de recrutamente poderá começar por ser feito junto dos
>> estudantes na área das engenharias, por exemplo.
>>
>> Em suma, a meu ver é necessário identificar o alvo de recrutamento, a
>> identificação clara das áreas técnico-científicas tendencialmente mais
>> apelativas para estes jovens, captar o seu interesse e perceber se de facto
>> têm algo a dar ao radioamadorismo e à comunidade. Tudo isto deverá ser
>> embrulhado numa boa técnica de marketing e já agora, adequar a legislação
>> portuguesa a esta estratégia.
>>
>> 73 – Duarte – CT1CPP
>>
>>
>> domingo, 2 de Fevereiro de 2020 às 10:45:25 UTC, António Duarte Bebiano
>> escreveu:
>>>
>>> Ilustres colegas, bom dia!
>>>
>>> Existe uma clara perceção de que o radioamadorismo em Portugal e um
>>> pouco por todo o mundo, salvo raríssimas exceções, está em declínio, no que
>>> ao número de radioamadores diz respeito.
>>>
>>> Aparenta não ser atrativo para os jovens do séc. XXI, nascidos já nesta
>>> maravilhosa era digital. A continuar assim, por volta de 2050, poderá vir a
>>> ter uma expressão meramente residual. Neste momento não pretendo abordar
>>> aqui o problema da legislação portuguesa, no que à categoria 3 diz
>>> respeito. Sobre esta questão em concreto, é pacífico que urge encontrar uma
>>> solução para o problema, o qual constituiu mais uma acha para a fogueira do
>>> declínio em causa.
>>>
>>> *Posto isto, coloca-se a seguinte pergunta**:*
>>>
>>> *O que fazer em Portugal e no mundo para atrair sangue novo para o
>>> radioamadorismo**? *
>>>
>>> A resposta/discurso corrente alega a necessidade de repensar o
>>> radioamadorismo, ou seja, um novo paradigma para as comunicações de amador.
>>> Segundo esse linha, não faz sentido mostrar a um jovem, a beleza fascinante
>>> de um contacto em HF, onde dois amadores se deliciam a conversar (e só pode
>>> falar um de cada vez), envoltos num enorme QRM. Já nem vale a pena falar da
>>> parafernália de equipamentos e antenas necessárias para o efeito, do seu
>>> custo, das dificuldades de montagem, do espaço que ocupam e da chatice que
>>> causam à vizinhança.
>>>
>>> Se um jovem sentado no carro do seu pai, a viajar a 150 km por hora, em
>>> qualquer lugar, com um smartphone na mão, consegue estar em contacto com
>>> cinco amigos, em cinco continentes diferentes, com imagem, som, texto, tudo
>>> em alta definição, a 5G (sem necessitar de estudar para fazer exame de
>>> amador), então o que é que o radioamadorismo terá de fazer para competir
>>> com toda esta tecnologia de comunicação que fascina qualquer jovem? Ou
>>> seja, como é que vamos arrancar o jovem desse paraíso e trazê-lo para o
>>> radioamadorismo?
>>>
>>> Do meu ponto de vista, a primeira coisa a fazer é mudar os termos desta
>>> abordagem, a qual já vai sendo um clássico e que me parece profundamente
>>> errada.
>>>
>>> O radioamadorismo e as comunicações de amador não têm nada a ver com a
>>> história do jovem do carro (discurso corrente). Daqui a seis meses a Aplle
>>> fabricará um novo smatfhone, mais evoluído que o anterior, a Microsoft, a
>>> Google, o FB e outras tecnológicas produzirão softwares mais evoluídos e
>>> apelativos, as operadoras de internet oferecerão uma maior cobertura de
>>> rede, maior velocidade e largura de banda e assim por diante. O jovem
>>> apenas terá de pedir ao pai para lhe comprar o novo modelo de smartphone,
>>> atualizar o contrato de fornecimento de internet e fazer o download dos
>>> novos softwares. Não sabe quais são os princípios de funcionamento do
>>> telemóvel, não sabe como funciona a rede de internet, não faz ideia do tipo
>>> de ferramenteas que foram utilzadas para a criação dos softwares, nem lhe
>>> interessa saber!
>>>
>>> Querer-se um novo paradigma para o radioamadorismo, pretendendo-se que
>>> este ofereça um modelo de comunicação com uma atratividade superior aquela
>>> que o jovem dispõe no seu smartphone, de modo a que ele se convença que o
>>> radioamadorismo é mais interessante, útil e eficaz, desculpem-me mas o
>>> radioamadorismo não compete com a internet, os smartphones, os computadores
>>> e respetivos softwares/aplicaçãoes de comunicação. É caso para dizer, cada
>>> macaco no seu galho.
>>>
>>> Dizer-se também que os radioamadores estão envelhecidos na idade isso
>>> começa a ser uma evidência. Todavia, quanto ao seu saber técnico e
>>> atualidade tecnológica, bem quanto ao melhor rumo e estratégia para o
>>> futuro do radioamadorismo,  estão perfeitamente à altura dos desafios e
>>> têm muito a ensinar aos poucos jovens que vão chegando, assim eles sejam
>>> humildes e queiram aprender, ao contrádio do por vezes se quer fazer crer.
>>>
>>> *Querer-se reinventar o radioamadorismo, isso não existe!*
>>>
>>> O radioamadorismo é como um edifício, assente num conjunto de pilares
>>> fundamentais, os quais têm em comum o estudo, a experimentação, o
>>> desenvolvimento de técnicas, de equipamentos e acessórios que contribuem
>>> para o desenvolvimento das comunicações rádio (hobby técnico). Os pilares
>>> aos quais me refiro são o espetro radioalétrico, a propagação, as antenas,
>>> a emissão de RF, a operação de satélites, a TV de amador, a relexão lunar,
>>> a eletrónica (reparação, construção e modificação de equipamentos de rádios
>>> e respetivos acessórios), o desenvolvimento de softwares de comunicações e
>>> afins, e toda uma habilidade e conhecimentos técnicos variados aplicados na
>>> montagem de uma estação e sua respetiva operação, considerando, entre
>>> outras, as técnicas de operação em concurso. Não faço ideia o que significa
>>> reinventar isto?
>>>
>>> Então fará sentido dizer-se que o radioamadorismo necessita de se
>>> modernizar a fim de concorrer com a magia do smatphone, e do computador
>>> ligado à internet e desse modo conseguir recrutar o nosso jovem?
>>>
>>> Quando se pergunta o que é que o radioamadorismo tem para oferecer aos
>>> jovens, eu acho que se deverá perguntar sim, o que é que os jovens têm para
>>> oferecer ao radioamadorismo?
>>>
>>> É importante captar o interesse dos jovens para as magias sim,
>>> associadas às diversas áreas científicas que integram o radioamadorismo e
>>> fazer-lhes sentir que o seu contributo pode ser importante e que tal
>>> constitui uma fonte de satisfação pessoal.
>>>
>>> Deve-lhes ser perguntado se terão interesse pelo estudo e construção de
>>> antenas, pela física solar/propagação, pelo desenvolvimento de softwares de
>>> modo a tornar o FT8 obsuleto, isto meramente a título de exemplo. Todas as
>>> áreas do radioamadorismo têm um grau de complexidade bastante elevado, são
>>> em grande número e bastante diferenciadas. Cada uma delas está num estado
>>> da arte em que se encontra e em todas elas é preciso avançar na produção de
>>> conhecimento. Falar-se em reinventar o radioamadorismo, em modernizá-lo,
>>>  parece-me um discurso estranho!!!
>>>
>>> O radioamadorismo necessita de jovens com conhecimento, com vontade de
>>> aprender, mas também com valores éticos e morais.
>>>
>>> E nos entretantos, porque também existem outras coisas diferentes do
>>> radioamadorismo,  porque não continuarmos a brincar e a comunicar com
>>> os nossos smartphones e computadores ligados à internet?
>>>
>>> 73 – Duarte – CT1CPP
>>>
>> --
>> --
>> Para mais informações/opções visite o site, e edite a sua conta:
>>
>> http://groups.google.com/group/ct-comunicacoes-e-tecnologias?hl=en?hl=pt-PT
>>
>> ---
>> Recebeu esta mensagem porque subscreveu ao grupo "CT-Comunicações e
>> Tecnologias" do Grupos do Google.
>> Para anular a subscrição deste grupo e parar de receber emails do mesmo,
>> envie um email para
>> ct-comunicacoes-e-tecnologias+unsubscribe  googlegroups.com.
>> Para ver este debate na Web, visite
>> https://groups.google.com/d/msgid/ct-comunicacoes-e-tecnologias/5d357f8b-cfb2-4619-ac39-7dae9c201ba7%40googlegroups.com
>> <https://groups.google.com/d/msgid/ct-comunicacoes-e-tecnologias/5d357f8b-cfb2-4619-ac39-7dae9c201ba7%40googlegroups.com?utm_medium=email&utm_source=footer>
>> .
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