Re: ARLA/CLUSTER: A Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano vem por este meio manifestar a sua mais profunda preocupação e inquietação.

Salomao Fresco sal.fresco gmail.com
Segunda-Feira, 24 de Junho de 2019 - 12:10:09 WEST


Bom dia a toda a lista.

Antes de mais, parabéns à ARLA, pela missiva endereçada à ANACOM, pela
forma como foi redigida.
Depois, por ter sido das poucas??? associações a tornar público o seu ponto
de vista relativamente a esta matéria. Desconheço até se mais alguma
associação o fez...


Partindo do pressuposto que haverá mais interessados na conveniente
resolução desta situação, seria fundamental que houvesse um consenso
inter-associativo no sentido de manifestar junto do regulador nacional
aquelas que são as muito justificadas preocupações acerca deste assunto.


Por uma vez que seja, unamo-nos ao redor desta causa comum.


Melhores cumprimentos

Salomão Fresco
CT2IRJ

A segunda, 24/06/2019, 11:55, Associação de Radioamadores do Litoral
Alentejano <cs5arla  gmail.com> escreveu:

> Prezados Colegas,
>
> Da-mo-vos a conhecer e torna-mos publica a missiva que endereçamos à
> ANACOM à poucos minutos.
>
> Este é o sentir da Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano -
> ARLA e dos seus associados, independentemente de todas as posições que
> cada cada um, pessoal e colectivamente, possa e deva exprimir perante
> o regulador.
>
> Obviamente, que a ARLA está disposta, como sempre, a subscrever
> posições conjuntas com outras  associações congéneres, tanto a nível
> nacional como internacional.
>
> Com os nossos mais cordiais e amistosos cumprimentos,
>
> João Costa (CT1FBF)
> Vogal da Direcção da Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano
>
>
> ******************************************************************************************************************
>
> Exmos. Senhores,
>
> Confrontados com a notícia de que na reunião CEPT da CPT/PTA que
> terminou na passada Sexta-feira em Praga, e onde nenhuma administração
> nacional se opôs frontalmente a uma proposta da delegação que
> representou a França apresentou, para discutir no nível seguinte (na
> "World Radiocommunications Conference de 2023"), a alocação da faixa
> dos 2 metros (144 a 146 MHz) a futuras aplicações destinadas ao
> serviço aeronáutico
> (
> https://cept.org/ecc/groups/ecc/cpg/cpg-pt-a/client/meeting-documents/?flid=5624
> ),
> a Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano vem por este meio
> manifestar a sua mais profunda preocupação e inquietação transmitida
> por todos os seus associados, sobre este assunto.
>
> Custa-nos a acreditar que a representação de Portugal,
> independentemente da forma como se manifestou sobre esta proposta,
> possa carecer neste momento de informação relevante e necessária sobre
> a histórica alocação daquela, que será provavelmente a mais popular e
> utilizada faixa de frequências atribuída ao Serviço de Amador nos
> últimos 50 anos.
>
> Entre os 144,000 MHz e os 146,000 MHz há uma utilização significativa
> e diária nas mais diversas aplicações, desde as radiocomunicações
> ponto-a-ponto, até experiências do mais alto nível de exigência
> tecnológica como, entre outras, as comunicações por reflexão lunar ou
> experiências de considerável nível científico sobre propagação das
> ondas radioelétricas. Chamamos ainda a atenção para feitos recentes,
> como o primeiro contacto transatlântico entre o continente africano e
> o continente americano na faixa dos 2 metros.
>
> As características únicas da banda para a realização de contactos de
> longa distância (meteorscatter, tropoductos, esporádica E, reflexão
> lunar, ISS, satélites) e cuja indisponibilidade total ou parcial (caso
> a banda passe a estatuto secundário para o Serviço de Amador e Serviço
> de Amador por Satélite - SAAS) tornaria o contacto com estes fenómenos
> muito menos provável, frequente ou viável face as restrições a que a
> utilização secundaria obrigaria.
>
> É contraproducente face à estratégia mundial da motivação dos jovens
> para as áreas STEM (Ciência, Tecnologias, Engenharias e Matemáticas).
> Mesmo sendo atualmente um contributo mínimo face ás dificuldades de
> acesso e motivação dos jovens para o SAAS, identificam-se na
> comunidade muitos casos de sucesso de pessoas relevantes a nível
> nacional (e internacional) e que tendo começado como radioamadores
> terão certamente tido motivação para uma opção de carreira.
>
> Se as características da banda são importantes para a aplicação
> pretendida, dada a libertação de espectro nas imediações ocorrida nos
> últimos anos com a conversão de muitos serviços para digital (ex. TDT)
> e/ou de canal partilhado (ex. TDMA, CTCSS). Existirão certamente
> segmentos de espectro próximos de muito menor utilização ou impacto em
> serviços estabelecidos.
>
> É profundamente injusta a usurpação do esforço mundial de muitos anos,
> de muitos radioamadores, associações e federações na harmonização da
> banda e a aplicação noutro fim incompatível. Se a aplicação pretendida
> é necessária e com motivação suficiente, então  acreditamos que a
> indústria aeronáutica com todo o seu poder e recursos conseguirá muito
> facilmente acelerar o processo de harmonização mundial de qualquer
> outro segmento de espectro nas imediações da banda dos 2m ou noutro
> segmento ainda mais favorável para a aplicação.
>
> Relembramos igualmente e mais uma vez, que esta faixa de frequências é
> de atribuição primária ao Serviço de Amador e Serviço de Amador por
> Satélite ao nível da três regiões, pelo que a respectiva reconversão
> para outro serviço terá
> como consequências os enormes prejuízos para os actuais utilizadores
> que equiparam, ao longo das últimas décadas, as respectivas estações
> com meios tecnológicos por vezes muito dispendiosos, assim como para
> as respectivas associações que investiram em estações repetidoras
> analógicas e digitais.
>
> Estamos ainda conscientes que os representantes de Portugal necessitam
> de reflectir e ponderar sobre as consequências de tal hipotética
> alteração, nomeadamente por efeitos colaterais imprevisíveis e
> difíceis de controlar, como os decorrentes da quantidade de
> equipamentos que actualmente proliferam por todo o mundo e que em
> certos países que têm permitido uma cada vez mais frequente
> utilização não autorizada desta faixa por parte de estações não
> licenciadas, como tem vindo a acontecer, inclusivamente em Portugal,
> dado que são pouco dispendiosos e fáceis de adquirir no mercado,
> tornando dessa forma a faixa pouco segura para aplicações como as
> aeronáuticas e de difícil controlo em certas regiões do mundo ainda
> que permanecendo atribuída ao Serviço de Amador e Serviço de Amador
> por Satélite.
>
> Apelamos, pois, para uma reflexão muito cuidada sobre o assunto,
> oferecendo de imediato a nossa modesta contribuição para o que fôr
>
> considerado útil em termos de consciencialização para tudo o que foi
> referido anteriormente, ou inclusivamente para uma descrição de todas
> as actuais utilizações da faixa dos 2 metros por parte das estações do
> Serviço de Amador e Serviço de Amador por Satélite, nomeadamente no
> nosso país.
>
> Com estima e consideração aqui deixamos igualmente os nossos votos de
> continuação de bom trabalho para os representantes nacionais nos
> grupos de trabalho da CEPT, nomeadamente àqueles que nos representarão
> na "World Radiocommunications Conference de 2019 (WRC-19)".
>
> Com os nossos melhores cumprimentos,
>
> Em nome da Direcção da Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano,
>
> João Costa (CT1FBF)
> Vogal da Direcção da Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano
>
> --
> A.R.L.A. | Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano
> Rua do Parque 10
> (Antigo Colégio de S. José)
> 7540-180 Santiago do Cacém
> Portugal
>
> Web: https://arla.org.pt
> e-mail: cs5arla  gmail.com
>
> Aviso Legal: https://arla.org.pt/site/aviso-legal/
>
>
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