ARLA/CLUSTER: A Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano vem por este meio manifestar a sua mais profunda preocupação e inquietação.

Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano cs5arla gmail.com
Segunda-Feira, 24 de Junho de 2019 - 11:54:08 WEST


Prezados Colegas,

Da-mo-vos a conhecer e torna-mos publica a missiva que endereçamos à
ANACOM à poucos minutos.

Este é o sentir da Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano -
ARLA e dos seus associados, independentemente de todas as posições que
cada cada um, pessoal e colectivamente, possa e deva exprimir perante
o regulador.

Obviamente, que a ARLA está disposta, como sempre, a subscrever
posições conjuntas com outras  associações congéneres, tanto a nível
nacional como internacional.

Com os nossos mais cordiais e amistosos cumprimentos,

João Costa (CT1FBF)
Vogal da Direcção da Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano

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Exmos. Senhores,

Confrontados com a notícia de que na reunião CEPT da CPT/PTA que
terminou na passada Sexta-feira em Praga, e onde nenhuma administração
nacional se opôs frontalmente a uma proposta da delegação que
representou a França apresentou, para discutir no nível seguinte (na
"World Radiocommunications Conference de 2023"), a alocação da faixa
dos 2 metros (144 a 146 MHz) a futuras aplicações destinadas ao
serviço aeronáutico
(https://cept.org/ecc/groups/ecc/cpg/cpg-pt-a/client/meeting-documents/?flid=5624),
a Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano vem por este meio
manifestar a sua mais profunda preocupação e inquietação transmitida
por todos os seus associados, sobre este assunto.

Custa-nos a acreditar que a representação de Portugal,
independentemente da forma como se manifestou sobre esta proposta,
possa carecer neste momento de informação relevante e necessária sobre
a histórica alocação daquela, que será provavelmente a mais popular e
utilizada faixa de frequências atribuída ao Serviço de Amador nos
últimos 50 anos.

Entre os 144,000 MHz e os 146,000 MHz há uma utilização significativa
e diária nas mais diversas aplicações, desde as radiocomunicações
ponto-a-ponto, até experiências do mais alto nível de exigência
tecnológica como, entre outras, as comunicações por reflexão lunar ou
experiências de considerável nível científico sobre propagação das
ondas radioelétricas. Chamamos ainda a atenção para feitos recentes,
como o primeiro contacto transatlântico entre o continente africano e
o continente americano na faixa dos 2 metros.

As características únicas da banda para a realização de contactos de
longa distância (meteorscatter, tropoductos, esporádica E, reflexão
lunar, ISS, satélites) e cuja indisponibilidade total ou parcial (caso
a banda passe a estatuto secundário para o Serviço de Amador e Serviço
de Amador por Satélite - SAAS) tornaria o contacto com estes fenómenos
muito menos provável, frequente ou viável face as restrições a que a
utilização secundaria obrigaria.

É contraproducente face à estratégia mundial da motivação dos jovens
para as áreas STEM (Ciência, Tecnologias, Engenharias e Matemáticas).
Mesmo sendo atualmente um contributo mínimo face ás dificuldades de
acesso e motivação dos jovens para o SAAS, identificam-se na
comunidade muitos casos de sucesso de pessoas relevantes a nível
nacional (e internacional) e que tendo começado como radioamadores
terão certamente tido motivação para uma opção de carreira.

Se as características da banda são importantes para a aplicação
pretendida, dada a libertação de espectro nas imediações ocorrida nos
últimos anos com a conversão de muitos serviços para digital (ex. TDT)
e/ou de canal partilhado (ex. TDMA, CTCSS). Existirão certamente
segmentos de espectro próximos de muito menor utilização ou impacto em
serviços estabelecidos.

É profundamente injusta a usurpação do esforço mundial de muitos anos,
de muitos radioamadores, associações e federações na harmonização da
banda e a aplicação noutro fim incompatível. Se a aplicação pretendida
é necessária e com motivação suficiente, então  acreditamos que a
indústria aeronáutica com todo o seu poder e recursos conseguirá muito
facilmente acelerar o processo de harmonização mundial de qualquer
outro segmento de espectro nas imediações da banda dos 2m ou noutro
segmento ainda mais favorável para a aplicação.

Relembramos igualmente e mais uma vez, que esta faixa de frequências é
de atribuição primária ao Serviço de Amador e Serviço de Amador por
Satélite ao nível da três regiões, pelo que a respectiva reconversão
para outro serviço terá
como consequências os enormes prejuízos para os actuais utilizadores
que equiparam, ao longo das últimas décadas, as respectivas estações
com meios tecnológicos por vezes muito dispendiosos, assim como para
as respectivas associações que investiram em estações repetidoras
analógicas e digitais.

Estamos ainda conscientes que os representantes de Portugal necessitam
de reflectir e ponderar sobre as consequências de tal hipotética
alteração, nomeadamente por efeitos colaterais imprevisíveis e
difíceis de controlar, como os decorrentes da quantidade de
equipamentos que actualmente proliferam por todo o mundo e que em
certos países que têm permitido uma cada vez mais frequente
utilização não autorizada desta faixa por parte de estações não
licenciadas, como tem vindo a acontecer, inclusivamente em Portugal,
dado que são pouco dispendiosos e fáceis de adquirir no mercado,
tornando dessa forma a faixa pouco segura para aplicações como as
aeronáuticas e de difícil controlo em certas regiões do mundo ainda
que permanecendo atribuída ao Serviço de Amador e Serviço de Amador
por Satélite.

Apelamos, pois, para uma reflexão muito cuidada sobre o assunto,
oferecendo de imediato a nossa modesta contribuição para o que fôr

considerado útil em termos de consciencialização para tudo o que foi
referido anteriormente, ou inclusivamente para uma descrição de todas
as actuais utilizações da faixa dos 2 metros por parte das estações do
Serviço de Amador e Serviço de Amador por Satélite, nomeadamente no
nosso país.

Com estima e consideração aqui deixamos igualmente os nossos votos de
continuação de bom trabalho para os representantes nacionais nos
grupos de trabalho da CEPT, nomeadamente àqueles que nos representarão
na "World Radiocommunications Conference de 2019 (WRC-19)".

Com os nossos melhores cumprimentos,

Em nome da Direcção da Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano,

João Costa (CT1FBF)
Vogal da Direcção da Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano

--
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