ARLA/CLUSTER: A mecânica quântica é sempre bizarra e completamente contra-intuitiva.

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 25 de Janeiro de 2019 - 13:20:27 WET


COMO PROVOCAR UM BUG NA MATRIX

*O físico *Thomas W. Campbell, *quer tentar causar um erro na realidade – e
provar que ela é uma simulação*.

O teste foi realizado pela primeira vez em 1801, pelo físico inglês Thomas
Young. Ele consiste em disparar um feixe de luz contra uma placa, que
possui duas fendas paralelas, e observar a sombra projetada num anteparo do
outro lado. Ao ser forçada a passar pelas  duas fendas, a onda de luz se
divide em duas, que interagem para se anular ou se reforçar (do mesmo modo
que ondas no mar podem se juntar e crescer, ou se anular, quando uma crista
encontra um vale), e isso projeta faixas de luz e sombra no anteparo. Com
essa experiência, Young comprovou que a luz era uma onda.

*1. A LUZ COMO ONDA*
Um feixe de luz é disparado contra uma placa, que tem duas fendas. Como a
luz é uma onda eletromagnética (que, como toda onda, oscila), e as fendas
são extremamente próximas uma da outra, a passagem da onda provoca
interferência – e, por isso, a luz desenha uma série de riscos verticais no
anteparo.



Tudo parecia simples até que, em 1905, quando Einstein mostrou que a luz
também podia ser descrita como uma partícula. O teste foi aperfeiçoado e
então se constatou que, se você colocasse um detector (como uma câmara) nas
fendas, a onda de luz colapsava – e passava a se comportar como partícula,
projetando um desenho diferente no anteparo.

Era como se a luz “soubesseâ€, de alguma forma, que havia sido observada. Já
se você tirasse o detector, ela voltava a se comportar como onda. O ato de
observar a realidade determina a realidade. É um contrassenso. Ou, como
disse o grande físico americano Richard Feynman, “um fenómeno que é
impossível de explicar (…) e traz em si o âmago da mecânica quânticaâ€

*2. A LUZ COMO PARTÃCULA*
Dois detectores (câmaras) são instalados na placa, e o feixe de luz é
disparado novamente. Algo estranho acontece: a luz deixa de se comportar
como onda, e passa a se comportar como um fluxo de partículas (no caso,
fótons). Como não há mais onda, não há mais interferência – e os fótons só
desenham dois riscos no anteparo. Esse fenómeno se chama “colapso da função
de ondaâ€, e foi descrito em 1927 pelo físico alemão Werner Heisenberg.

 (Victor Beuren/Superinteressante)

*O NOVO TESTE*


*Campbell propõe uma nova versão do teste da fenda dupla. Nela, a grande
diferença é que os dados gerados pela experiência são gravados em dois
computadores. Um deles regista os desenhos projetados no anteparo; o outro
regista a passagem da luz por uma das fendas [veja no infográfico abaixo].
Como a passagem da luz foi registada, em tese ela tem de colapsar, ou seja,
comportar-se como partícula e não como onda. Mas, aqui está a jogada,
Campbell pretende destruir o computador #2. Os dados que ele capturou não
poderão ser lidos. Se a realidade for uma simulação, isso irá alterar as
informações contidas no computador #1, o que sobrou. Será como se o
computador destruído nunca tivesse existido, e a luz não tivesse colapsado.
Tudo isso porque o “sistema†só simula o que nós tentamos enxergar, e não
todas as coisas possíveis.  *

 (Victor Beuren/Superinteressante)

*1. CAMINHOS SEPARADOS*
A luz é disparada e, depois de passar pelas fendas, segue dois caminhos
separados. Metade dela (que vamos chamar de “feixe Aâ€) vai direto para o
anteparo, e projeta riscos nele. A outra metade (“feixe Bâ€) é observada por
uma câmara.

*2. OS COMPUTADORES*
O sistema está conectado a dois computadores. O computador 1 regista os
desenhos projetado pelo feixe A. Já o computador 2 está conectado à câmara,
que observa a passagem do feixe B e regista dados sobre ele.

*3. O QUE DEVERIA ACONTECER*
Como o feixe B foi observado, teoricamente ele tem que “colapsarâ€: deixar
de se comportar como onda eletromagnética e passar a agir como partículas.
Em tese, essa transformação também teria de acontecer no feixe A. Mas agora
vem o truque.

*4. O PULO DO GATO*
Tom Campbell acredita que se nós destruirmos o computador 2, sem olhar as
informações que ele gravou, a onda não irá colapsar – e nenhum dos feixes
de luz se comportará como partícula. Ambos continuarão sendo ondas, e nós
poderemos comprovar isso conferindo o desenho, com vários riscos, que o
feixe A projectou no anteparo.

*5. O FIM DA REALIDADE*
Perceba o raciocínio: nós abdicamos de checar uma coisa (os dados do
computador 2), e por isso um fenómeno físico (o colapso do feixe B), que
deveria ter acontecido (pois o feixe foi filmado pela câmara), simplesmente
não ocorreu.
Para Campbell, isso significa que as coisas só acontecem quando são
observadas – e, portanto, nós vivemos dentro de uma simulação, que só gera
os acontecimentos que podemos enxergar.

Fonte: Superinteressante
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